Dono de concessionária de luxo é preso por estelionato em Moema

O comerciante José Roberto Barbour foi preso na noite desta quarta-feira (19) por agentes da Quarta Delegacia do Patrimônio, do Deic. Proprietário da Morumbi Veículos, que fica na Rua Juquis, 305, ele é acusado de aplicar vários tipos de golpes envolvendo a compra e venda de veículos.

Uma das vítimas de Barbour, um empresário, que foi lesado em quase R$ 700 mil e preferiu não se identificar, contou como ele agia. “Se você comprasse um carro, você não adquiria o documento posteriormente. As pessoas que deixavam o carro para vender, eles vendiam os carros e não pagavam as pessoas pelo valor que foi combinado. Pessoas que deixavam o carro em consignação, eles falavam que toda a venda era venda de consórcio e demoraria uns 20 dias para que o carro fosse recebido no valor integral e pediam documento reconhecido firma para o proprietário do carro”, explicou.

Na loja da Rua Juquis, foram apreendidos um Jeep Grand Cherokee e um Corolla pretos, um Jetta, uma picape Strada e um Audi SQ5, todos brancos, outro Audi S4, de cor prata, e um Mitsubishi de competição, entre outros veículos.

A Polícia ainda não esclareceu a situação dos veículos, que foram levados para a sede do Deic, na Zona Norte da cidade. Segundo o empresário, o dono da Morumbi Veículos usava da confiança das vítimas para aplicar os golpes e intimidava quem reclamasse de forma mais incisiva.

“Puramente de confiança. 90% a 95% das pessoas que estão envolvidas neste prejuízo não têm papel. Para ele poder dar o golpe, ele vendia uma impressão de que tem muito dinheiro, apartamento no exterior, casas bilionárias em condomínios fechados. Isso gerava uma credibilidade. O pai falava para muitas pessoas que ele era desembargador. Algumas pessoas que iam cobrar um pouco mais bravas ele dizia que era desembargador e isso inibia um pouco as pessoas”, disse.

José Roberto Barbour está detido na sede do Deic, onde foi indiciado pelo delegado Carlos Alberto da Cunha, da Quarta Delegacia do Patrimônio.

O filho do comerciante, Mauro Roberto Barbour, além do gerente da loja, de pré-nome Émerson, também estão sendo procurados.

Operação Abatedouro réus são julgados pela Justiça Federal de Imperatriz

O Juízo da 1ª Vara da Justiça Federal de Imperatriz sentenciou nesta terça-feira, dia 10, uma das ações penais originárias da denominada Operação Abatedouro, desencadeada pela Polícia Federal em 2006.

A operação investigou a prática de diversos crimes, cometidos por integrantes de um grande esquema de sonegação fiscal, mantido por grupos atuantes no ramo frigorífico e de abate de gado, em diversos Estados do Brasil, inclusive na cidade de Imperatriz.

A ação sentenciada trata dos crimes cometidos por intermédio das empresas F.A. da Silva Comércio Atacadista de Carnes e Mastercarnes Comércio de Carnes Ltda.

As empresas acima citadas, administradas por José Martins Jales Sobrinho, deixaram de recolher aos cofres públicos nos anos-calendários 2003 a 2006, valores que, somados, ultrapassam dezoito milhões de reais, utilizando-se de laranjas na constituição de pessoas jurídicas.

A sentença julgou procedente em parte a Denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em 2011, e absolveu os réus Constância Duarte Jales e Reginaldo Arouca Poço.

Por sua vez, o réu José Martins Jales Sobrinho foi condenado à pena total de vinte anos, dois meses e sete dias de reclusão em regime inicial fechado, e ao pagamento de (trezentos e noventa e seis dias-multa, pela prática dos crimes de Apropriação Indébita Previdenciária (art. 168-A, 1º, I), Falsidade Ideológica (art. 299) e Sonegação de Contribuição Previdenciária (art. 337-A, I e III), todos do Código Penal Brasileiro, além de crimes contra a ordem tributária, previstos no art. 1º, incisos I e II, da Lei nº 8.137/1990.

Juiz da Lava-Jato prorroga prisão temporária de Chambinho por um dia

Moro concedeu um dia para que haja manifestação do Ministério Público Federal e da defesa de Romano

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, prorrogou nesta segunda-feira (17/8) a prisão temporária do ex-vereador do PT Alexandre Romano. Ele foi preso na Operação Pixuleco II, 18; fase da Lava-Jato, na quinta-feira (13/8)

A Lava-Jato suspeita que Romano tenha recebido R$ 40 milhões em propinas no mercado de empréstimos consignados. A Polícia Federal pediu hoje a decretação da prisão do ex-vereador.

Moro concedeu um dia para que haja manifestação do Ministério Público Federal e da defesa de Romano. O prazo para o posicionamento de ambos é a terça-feira, 18, às 13h.

“Reputo oportuno ouvir o MPF e a Defesa de Alexandre Romano. Entretanto, a prisão temporária vence na presente data, o que, na prática inviabiliza o contraditório, pois a colocação em liberdade do investigado Alexandre Romano esvaziaria a eficácia da tutela pretendida com a preventiva”, sustentou o juiz da Lava-Jato.

Ex-vereador de São Paulo é preso na 18ª fase da Lava Jato

A operação ‘Pixuleco II’ mobilizou cerca de 70 policiais e cumpre um mandado de prisão temporária e 10 de busca e apreensão em quatro estados do país.

Curitiba – A Polícia Federal cumpre desde o início da manhã de hoje (13) um mandado de prisão temporária e dez de busca e apreensão na 18ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco II, termo usado em alusão ao recebimento de propina por investigados na operação. Os mandados estão sendo cumpridos em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

O mandado de prisão temporária é contra o advogado e ex-vereador do PT em Americana (SP) Alexandre Oliveira Correa Romano. O ex-vereador já foi detido e será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.

De acordo com a Polícia Federal, o foco dessa nova fase da Lava Jato é o cumprimento de medidas cautelares contra um operador, identificado após a 17ª fase da operação, em que foi preso o ex-ministro José Dirceu.Segundo investigações, esse operador, seria responsável por arrecadar “valores ilícitos” de mais de R$ 50 milhões em contratos de crédito consignado no Ministério do Planejamento.

Segundo a PF, pessoas que operavam empresas de fachada confirmaram o recebimento de propina do operador.

Confusão entre público e privado

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou ontem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de confundir o público com o privado ao utilizar a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar anular provas recolhidas contra ele no sistema de informática do Congresso, durante as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Segundo Janot, “sob o parco disfarce da defesa de prerrogativa institucional”, Cunha pediu que a AGU questionasse no Supremo Tribunal Federal (STF) ação de procuradores que copiaram material do sistema de informática da Câmara.

O procurador-geral encaminhou ontem ao Supremo a resposta ao pedido da Câmara por meio da AGU, para anular provas colhidas contra Cunha.

“Pixuleco 2” prende petista e apura propinas de R$ 50 mi no Planejamento

Operador de esquema de desvios em créditos consignados é ex-vereador. Em Brasília, buscas atingem escritórios de advocacia

A Polícia Federal deflagra nesta quinta-feira (13) a 18; fase da Operação Lava-Jato. Os mandados foram expedidos pelo juiz da 13; Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro. O alvo são negócios no Ministério do Planejamento e o objetivo é apurar negócios envolvendo propinas de R$ 50 milhões.

A operação ;Pixuleco 2; cumpre mandados em Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. São dez ordens de busca e apreensão. A PF prendeu o ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Corrêa de Oliveira Romano (PT). Ele ficará detido temporariamente, ou seja, por até cinco dias, por ordem de Sérgio Moro. Ele é apontado como um operador do esquema de corrupção no Ministério do Planejamento. Foram mobilizados 70 policiais na operação de hoje.

Em Brasília, os policiais cumprem ordens de busca e apreensão em firmas de advocacia e no escritório da JD2 Consultoria, registrada nos nomes de Márcia Souza e Dércio Souza.

[SAIBAMAIS]

O objetivo é apurar negócios envolvendo subornos de R$ 50 milhões ; os chamados ;pixulecos;. Os valores foram obtidos a partir de contrato de crédito consignado com o Ministério de Planejamento. As propinas foram confirmadas pela investigação por meio de valores recebidos através de empresas de fachada.

A Lava-Jato apurou que o lobista Milton Pascowith, que afirmou ter pago propina de contratos da Petrobras ao ex-ministro José Dirceu, recebeu R$ 10 milhões da empresa Consist ; firma que tem contratos com o Ministério do Planejamento. O dono da Consist, Plablo Kupersmit, foi preso na 17; fase da Lava-Jato. Mas foi solto ontem pelo juiz Sérgio Moro.

Pixuleco
O ex-ministro José Dirceu e o irmão dele, Luiz Eduardo, foram presos na 17; fase da Operação Lava-Jato, apelidada de ;Pixuleco;. O termo inusitado é um apelido para ;propina; usado pelos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

Na 17; fase, além de Dirceu e do irmão, foram presos também Roberto Marques, o ;Bob;, ligado ao ex-ministro e servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo, o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura e Pablo Kipersmit.

 

PF deflagra segunda fase da Operação Pixuleco e prende ex-vereador do PT

Foi preso Alexandre Romano, que seria um novo operador de propinas que antecedeu o lobista Milton Pascowitch, delator da Lava-Jato

São Paulo e Curitiba – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 13, a 18ª fase da Operação Lava-Jato e cumpre um mandado de prisão temporária e outros 10 mandados de busca e apreensão nos Estados de Porto Alegre, São Paulo, Curitiba e no Distrito Federal. Batizada de Operação Pixuleco II, essa nova etapa é uma continuidade da ação que levou o ex-ministro José Dirceu para a cadeia.

Foi preso Alexandre Romano, que seria um novo operador de propinas que antecedeu o lobista Milton Pascowitch, delator da Lava-Jato. Cerca de 70 policiais federais cumprem desde a madrugada desta quinta-feira os mandados decretados pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeiro grau. Romano é ex-vereador do PT.

“O foco das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares em relação ao operador identificado a partir da deflagração da fase anterior responsável por arrecadar valores relacionados a vantagens ilícitas que superam R$ 50 milhões”, informou a Polícia Federal.

A propina seria obtida mediante crédito consignado no Ministério de Planejamento, “cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores por meio de empresas de fachada e pagamentos realizados por ordem do operador”. O preso será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). (colaboraram Andreza Matais, Talita Fernandes e Julia Affonso)

Operação Pixuleco: Polícia Federal no Brasil prende sete, entre eles, José Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu e homem forte no Governo Lula (2003-11) foi preso hoje (na segunda-feira, dia 3) em Brasília (no Distrito Federal) pela Polícia Federal (PF) e levado na sede da PF. Dirceu foi preso na nova fase da Operação do Lava Jato (a 17ª desde março do ano passado), que investiga o esquema bilionário de corrupção no país que envolve a Petrobras que começou no Governo Lula. A 17ª Fase da Operação Lava Jato é denominada Pixuleco, em alusão ao termo utilizado pelos acusados para denominar a propina recebida em contratos.

Cerca de 200 policiais federais cumprem 40 mandados judiciais, sendo 26 de busca e apreensão, três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e seis de condução coercitiva, em Brasília e nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Foram decretadas ainda, a partir de representação da autoridade policial que preside os inquéritos policiais, medidas de sequestro de imóveis e bloqueio de ativos financeiros.

A Polícia Federal também prendeu Luiz Eduardo, irmão de Dirceu, em Ribeirão Preto. Preso temporariamente, Luiz Eduardo é apontado pela PF como laranja do ex-ministro e responsável por receber recursos de empreiteiras com contratos com a Petrobras, mesmo depois de deflagrada a Operação Lava Jato.

A atual fase da operação se concentra no cumprimento de medidas cautelares em relação a pagadores e recebedores de vantagens indevidas. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Os presos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.

O antigo ministro do Governo Lula estava cumprindo prisão domiciliar após condenação na Ação Penal 470, o chamado de Processo do Mensalão, no momento da prisão, pelo seu papel central no Escândalo do Mensalão, em que foram desviados 50 milhões de reais a favor do Partido dos Trabalhadores (PT), no poder desde 2003, seus dirigentes e políticos de outros partidos aliados e empresas. Hoje, o PT insiste a tese absurda, inclusive o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, de que não houve pagamento de suborno e que por isso, o Mensalão não existiu, já que o julgamento contra dirigentes do PT fora político.

José Dirceu já vinha sendo investigado desde o início do ano (janeiro de 2015) no âmbito da Lava Jato, depois que teve o nome citado devido a pagamentos recebidos pela sua empresa de consultoria JD Assessoria, quando a empresa e o próprio passaram serem citados como uns dos beneficiários do maior escândalo de corrupção que se têm na história recente no Brasil e do mundo. A empresa de consultoria JD Assessoria está desativada devido às acusações graves feitas por donos das empreiteiras que estão presos em que ela foi usada como fachada para receber dinheiro desviado da Petrobras e de ter perdido todos os contratos de empresas que não estão envolvidas com esquema bilionário de corrupção. A Operação Lava Jato investiga esquema de corrupção principalmente na Petrobras, no qual empreiteiras formaram um cartel para conseguirem contratos de obras da empresa pública. Em troca, pagavam subornos a funcionários da empresa, a operadores que lavavam dinheiro do esquema, políticos e partidos.

José Dirceu foi criador e beneficiário do esquema de corrução na Petrobras, dizem Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF)
José Dirceu, preso hoje preventivamente, na 17ª fase da Operação Lava Jato é apontado, pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), como criador e beneficiário do esquema de corrução na Petrobras. Segundo os investigadores, Dirceu, na época em que era ministro da Casa Civil, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou Renato Duque para Diretoria de Serviços da estatal, onde foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras.

“É evidente que José Dirceu tem um papel importante na indicação de pessoas para a Petrobras. Creio que chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema Petrobras e que, durante o período como ministro, aceitou que o esquema existisse e se beneficiou do esquema também”, disse o procurador federal Carlos Fernando Lima.

Segundo ele, Dirceu recebia pagamentos do esquema desde a época em que foi ministro. “José Dirceu foi beneficiário. Queremos mostrar que ele e Fernando Moura [outro preso hoje] foram os agentes responsáveis pela instituição do esquema Petrobras desde o tempo do governo Lula. Desde aquela época [da Casa Civil], passando pelo Mensalão, pela condenação [pelo Supremo Tribunal Federal], pelo período em que ele ficou na prisão. Sempre com pagamentos. Esses são os motivos com os quais estão baseadas a prisão”, explicou Fernando Lima.

De acordo com Fernando Lima, a prisão de Dirceu foi decretada porque, apesar de cumprir prisão domiciliar (em decorrência da condenação pelo STF no processo do mensalão), ele continuava agindo e recebendo recursos. Além disso, acrescentou o procurador, o irmão de Dirceu, também preso hoje, esteve em várias empresas investigadas fazendo cobrança de pagamento.

Ao lado de Dirceu, Fernando Moura é apontado pela força-tarefa da Lava Jato como um dos principais “líderes” do esquema de corrupção. Foi ele quem levou o nome de Renato Duque a José Dirceu.

Segundo o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, a 17ª fase da Lava Jato tem como “essência” a corrupção. Ela abrange, além das empreiteiras já investigadas, empresas de prestação de serviços de limpeza e informática para a Petrobras.

O delegado federal Marco Antonio Ancelmo acrescentou que em todo o período de investigação da força-tarefa da Lava Jato, a empresa JD Consultoria, de José Dirceu, não comprovou efetivamente a prestação de serviços, apesar da apresentação de notas fiscais emitidas como justificativa para pagamentos feitos por empreiteiras com contratos com a Petrobras.

“A empresa JD Consultoria era, praticamente, uma central de pixulecos [termo usado pelos envolvidos no esquema em referência ao pagamento de propina]. Por todo tempo que essa investigação funcionou, não há uma comprovação que essa empresa tenha efetivamente prestado o serviço”, disse o delegado. “Mesmo com todo tempo e todas as notas que foram divulgadas acerca da JD, não ficou comprovado nenhum serviço prestado pela empresa”. A 17ª Fase da Operação Lava Jato é denominada Pixuleco, em alusão ao termo.

Preso em Brasília, José Dirceu foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e depende de liberação do STF para que seja transferido para Curitiba, onde estão concentradas as ações da Lava Jato.

Perguntado se o ex-presidente Lula poderá vir a ser alvo das investigações, o procurador afirmou que nenhuma hipótese pode ser descartada. “Não se descarta nenhuma hipótese de investigação. Não vamos dizer que estamos investigando ninguém da gestão anterior, ninguém da atual gestão.”

A defesa de José Dirceu informou que irá se manifestar após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão. Nas últimas semanas, no mês passado, Dirceu apresentou três pedidos de habeas corpus preventivo para evitar a prisão, mas todos os pedidos foram negados pela Justiça Federal. Na ocasião, o advogado Roberto Podval argumentou que a eventual prisão do ex-ministro não se justificava, pois ele está colaborando com as investigações desde o momento em que passou a ser investigado na Lava Jato, alegando que José Dirceu é alvo de uma “sanha persecutória”.

Depoimentos dos lobistas Milton Pascowitch e Júlio Camargo foram responsáveis pela nova Operação e prisões
Os depoimentos dos lobistas Milton Pascowitch e Júlio Camargo foram essenciais para a convicção da necessidade de prisão de José Dirceu na 17ª fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Pixuleco.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Marco Antonio Ancelmo, a força-tarefa da Lava Jato solicitou a prisão do ex-ministro somente após confirmar que Dirceu tem envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. “Estávamos aguardando elementos que permitissem a confirmação de hipóteses que tínhamos, que se confirmaram recentemente com o acordo de delação do [Milton] Pascowitch e Júlio [Camargo] e também situações que conseguimos confirmar, que até um tempo atrás não tínhamos certeza”, explicou.

Segundo o delegado, o nome dado à operação é uma referência ao termo usado por alguns dos investigados para se referir ao pagamento de propina. “Pixuleco é, basicamente, porque essa fase das investigações envolveu o pagamento de propinas, tanto de pagadores como recebedores, de todas a natureza, desde a reforma de apartamento, construção de apartamento do Renato Duque [ex-diretor da Petrobras], pagamento por ordem de [João] Vaccari [ex-tesoureiro do PT] a terceiros, pagamento de obras de arte feitas por Renato Duque e Milton Pascowitch. Temos pagamento de toda a natureza e valores, desde R$ 50 mil, para o filho de Renato Duque, a contrato de R$ 10 milhões”, informou Ancelmo.

Em acordo de delação premiada, o lobista Milton Pascowitch disse que intermediou o pagamento de propina a Dirceu e ao Partido dos Trabalhadores. Já Júlio Camargo contou, também após assinar acordo de delação premiada com a Justiça, que repassou R$ 4 milhões a Dirceu.

A defesa de José Dirceu informou que vai se manifestar sobre o assunto, após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão. A assessoria do PT disse que não vai comentar as acusações de Pascowitch.

Ministros Gilberto Kassab e Jacques Wagner dão coletiva
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, disse hoje que a prisão do José Dirceu no âmbito da investigação da Operação Lava Jato não preocupa o governo da presidenta Dilma Rousseff. Com a prisão de Dirceu, a operação chegou ao núcleo político que comandava o Palácio do Planalto na gestão do presidente Lula.

“Todos nós confiamos muito na conduta da presidenta Dilma e em nenhum momento passa por nós nenhuma expectativa de que se aproxime dela nenhuma investigação nem de seu governo”, disse Kassab, após participar da reunião de coordenação política com Dilma e mais dez ministros.

De acordo com o ministro da Defesa, Jaques Wagner, a prisão de Dirceu não foi assunto do encontro ministerial, mas preocupa o governo por causa do ambiente de instabilidade política que o país enfrenta. “Precisamos ter dois canais paralelos: as investigações seguem, e o país também segue funcionando e com a economia funcionando. O ambiente é que a gente tem que tentar melhorar para poder estimular investidores e estimular a economia a crescer.”

Jaques Wagner disse que a preocupação do governo com a estabilidade política e econômica do país não é nenhuma crítica à atuação dos investigadores e às prisões feitas na Lava Jato. “Alguns querem interpretar que a gente está contra [a operação]. Não tem nada contra, até porque não tem como ser contra a sequência da investigação, tudo tem que ter um desfecho. O que estou falando é que a gente dorme e acorda sempre com uma notícia dessa, então do ponto de vista do ambiente empresarial, de negócios, essa é minha preocupação maior. Se a gente está precisando de uma retomada, você precisa ter algum grau de estabilidade para que os investimentos ocorram normalmente.”

Sérgio Moro decide transferir José Dirceu e seis acusados para Curitiba e bloquear bens
O juiz federal Sérgio Moro pediu hoje autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para transferir José Dirceu para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde estão presos outros investigados na Operação Lava Jato. A autorização é necessária, porque Dirceu cumpre pena em regime aberto por ter sido condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A decisão será tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais dos condenados no processo do mensalão.

No ofício enviado ao ministro, Moro justifica que a transferência é importante para as investigações, pois os processos referentes à Lava Jato tramitam na Justiça Federal da capital paranaense.

Como foi ele [Dirceu] também condenado na Ação Penal 470 e está cumprindo pena em regime aberto, determinei que, após o cumprimento do mandado, fosse recolhido provisoriamente à carceragem da Polícia Federal em Brasília ou à ala própria da Penitenciária da Papuda no Distrito Federal, à disposição do egrégio Supremo Tribunal Federal. ”
ofício de Sérgio Moro

Por meio de seu advogado, Roberto Podval, José Dirceu pediu hoje ao STF para não ser transferido para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Dirceu argumenta que não há motivo para a transferência, porque sempre se colocou à disposição da Polícia Federal e cumpre prisão domiciliar na capital federal, em função da condenação na Ação Penal 470, o processo do mensalão.

“ Embora não se invoque, no decreto prisional, a conveniência, às investigações, da transferência do peticionário [Dirceu] a Curitiba, temos que este, desde que teve ciência de que figurava como investigado na Lava Jato, reiteradamente, dispôs-se a ser ouvido em depoimento pelas autoridades, o que nunca foi determinado. ”
Roberto Podval

O juiz federal Sérgio Moro determinou hoje o bloqueio de até R$ 20 milhões nas contas de José Dirceu e outros sete investigados na 17ª fase da Operação Lava Jato. O bloqueio é preventivo e não significa que o valor está depositado nas contas dos investigados. A decisão também atinge as contas do irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e da empresa JD consultoria, que era controlada por Dirceu. Ambos foram presos na operação. A medida tem objetivo de garantir ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual condenação.

Seis investigados na 17ª etapa da Operação Lava Jato, que foram presos em São Paulo, estão em deslocamento para a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba. De acordo com a superintendência do órgão na capital paulista, entre eles está Luiz Eduardo, irmão de José Dirceu, que foi preso em Ribeirão Preto. Ele é apontado pela PF como laranja do ex-ministro, e responsável por receber recursos de empreiteiras com contratos com a Petrobras, mesmo depois de iniciada a Operação Lava Jato. O nome dos demais não foi informado. Os mandados de prisão preventiva e temporária, além de condução coercitiva, foram cumpridos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

Defesa de José Dirceu se manifesta
A defesa de José Dirceu que antes informava que irá se manifestar após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão, decidiu recuar horas depois da prisão. Antes, a defesa apresentou dois pedidos de habeas corpus preventivo para evitar prisão no mês passado, mas os pedidos foram negados pela Justiça Federal. Na ocasião, o advogado Roberto Podval, que defende José Dirceu, argumentou que a eventual prisão do ex-ministro não se justificava, pois ele está colaborando com as investigações desde o momento em que passou a ser investigado na Lava Jato, alegando que José Dirceu é alvo de uma “sanha persecutória”.

A defesa de José Dirceu convocou para as 19h30 entrevista coletiva para falar sobre a prisão. O advogado Podval disse hoje em entrevista à imprensa, em Brasília, que vai tentar reverter a prisão de seu cliente, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro. “Nós vamos recorrer e tentar reverter uma decisão, a meu ver, equivocada. A prisão foi para dar um exemplo, e não pelos fins de uma prisão preventiva.”

Para o advogado, Dirceu está sendo usado como “bode expiatório” no processo da Lava Jato. “Ninguém fala de uma única conta ou movimentação do Dirceu no exterior. Não fala porque não tem. Colocam ele como o grande responsável do Petrolão. Estão buscando um bode expiatório no processo. Podem odiar ele, falar o que quiserem dele, mas não havia fundamento para a prisão. Parece-me exagerado, equivocado, injusto.”

De acordo com o advogado de José Dirceu, a prisão foi em decorrência da pressão popular e não pela existência de fato novo que justificasse a decisão do juiz federal Sérgio Moro. “Há um movimento, uma pressão popular, e ela cai em cima do juiz, que é cobrado pela população. Não vou culpar o juiz Sérgio Moro. Não acho que ele esteja fazendo política, mas acho que ele, como qualquer ser humano, está reagindo à pressão popular”, disse. “Nada de novo aconteceu para justificar, agora, a prisão. O que mudou no processo de 60 dias para hoje? Absolutamente nada”, completou.

O advogado chegou a comentar que seria melhor Dirceu ficar preso em Brasília, em função da proximidade da família. “Para a família, que vive em Brasília, facilita. Para mim, nada é bom. Prisão aqui ou em outro lugar. Aqui não tem vitória. Fomos derrotados com relação a ele ser preso. Estamos tentando deixar a coisa mais cômoda dentro do que é ruim.”

Transferência para Curitiba
Na noite, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência de Dirceu para a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, após ofício enviado por juiz Sergio Moro ao Barroso, que justificou que a transferência é importante para as investigações, pois os processos referentes à Lava Jato tramitam na Justiça Federal em Curitiba. Como a decisão foi tomada por volta das 20 horas, a transferência deverá ocorrer amanhã dia 4 (terça-feira).

A PF aguardava a autorização do Supremo a fim de transferi-lo para a capital paranaense, onde estão outros presos na Lava Jato. A decisão de Barroso, relator das execuções penais dos condenados no processo, é necessária porque Dirceu cumpre pena em regime aberto por ter sido condenado na Ação Penal 470, do processo do mensalão.

Partido dos Trabalhadores reage
A direção do PT divulgou hoje (3) nota oficial informando que as doações para campanha eleitoral ocorreram dentro da lei. Publicada no site oficial e assinada pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, a nota afirma que as doações foram feitas por meio de transferência bancária e declaradas à Justiça Eleitoral.

“O Partido dos Trabalhadores refuta as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção. Todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.”

Em acordo de delação premiada, o lobista Milton Pascowitch disse que intermediou pagamento de propina ao ex-ministro José Dirceu, preso hoje pela Polícia Federal, e ao PT. Executivo da Toyo Setal, Júlio Camargo contou também, após assinar acordo de delação premiada com a Justiça, que repassou R$ 4 milhões ao ex-ministro.

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, Dirceu foi o criador e beneficiário do esquema de corrução investigado pela Lava Jato. Segundo os investigadores, Dirceu, na época em que era ministro da Casa Civil, nomeou Renato Duque para a Diretoria de Serviços da estatal, iniciando o esquema de superfaturamento de contratos.

Repercussão internacional
A notícia da prisão do ex-ministro da Casa Civil, deputado cassado e agora ex-consultor de empresas brasileiras e estrangeiras José Dirceu pela Polícia Federal (PF) em Brasília não se restringiu apenas na imprensa brasileira. A imprensa estrangeira também deu destaque à prisão pelo fato de ter sido o homem forte no primeiro Governo Lula (2003-07) e considerado o sucessor natural do então presidente Lula (a imprensa estrangeira o chama de “Lula da Silva”) nas eleições de 2010. Isso se caso Lula conseguir a reeleição e que não tivesse envolvido com esquemas criminosos nas quais Lula e seus aliados do partido no poder eram oposição e contrários a qualquer forma de esquemas e se apresentava nova alternativa política, o que na prática, o partido se aliou aos que repudiava ao passado em nome da farsa governabilidade e permitiu níveis altos de corrupção.