OPERAÇÃO HIPÓCRATES – Polícia Civil inicia extração de dados documentais apreendidos e divulga nome de foragidos

A delegada titular da DRCAP (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública), Magnólia Soares, divulgou hoje o nome de quatro investigados da terceira fase da operação Hipócrates, deflagrada na última sexta-feira (28), que tiveram suas prisões decretadas e estão foragidos.

As investigações são realizadas pela DRCAP e DECOR (Divisão Especial de Combate a Corrupção) desde o ano de 2019.

A terceira fase da operação Hipócrates teve como foco a área administrativa da Coopebras (Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde). A ação ocorreu integrada com o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário, sendo executada simultaneamente em Roraima e na Bahia.

Uma equipe de policias que foi designada a coordenar os trabalhos de busca e apreensão da terceira fase da Operação Hipócrates na Bahia, chegou a Boa Vista no início da tarde desta terça-feira (1º), trazendo vasto material documental apreendido.

Dos seis mandados de prisão decretados pela Justiça, dois foram cumpridos. Uma pessoa se entregou e outra foi presa durante a operação. Quatro estão foragidos e a delegada Magnólia Soares decidiu divulgar o nome deles, com o objetivo de contar com o apoio da população para localizá-lo.

“A Lei permite que a autoridade policial divulgue o nome de foragidos para, assim, facilitar sua identificação e possível localização”, destacou a delegada.

São considerados foragidos:

O vice presidente da Coopebras Edivaldo Pereira Vieira, de 59 anos;

Esmeralda Menezes Vieira, de 51 anos, esposa de Edivaldo e responsável pelas empresas no Estado da Bahia;

Maria Oélia Paulino, de 60 anos, responsável pelo setor financeiro da Coopebras;

Edilson Pereira Vieira, de 52 anos, responsável pela parte operacional da Coopebras, inclusive escalas.

BENS APREENDIDOS
A delegada Magnólia Soares destacou que a Polícia Civil inicia uma nova fase das investigações que é a extração dos dados documentais apreendidos.

Segundo ela, durante a deflagração da operação em Roraima e na Bahia, foram cumpridos mandados de sequestro de bens de 40 Veículos e 30 imóveis, dentre eles residências, prédios comerciais e até mansões, avaliados em R$ 30 milhões.

“Essa foi a maior operação desencadeada pela Polícia Civil de combate à corrupção. Foi uma quebra financeira no núcleo da organização criminosa que há anos vem desviando recursos públicos do setor da Saúde em Roraima”, disse.

O alvo da operação é o combate ao crime de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Os trabalhos ainda não foram concluídos e, várias diligências ainda estão em andamento.

 
 
Médica e Influenciadora Denunciam Advogado Cleverson Contó por Violência Doméstica e Agressões

Uma médica e uma influenciadora digital usaram as redes sociais para denunciar agressões que teriam sofrido do advogado Cleverson Campos Contó, de 33 anos, com quem mantiveram relacionamentos em Cuiabá. Ambas relataram episódios de violência física e psicológica, enquanto a defesa do advogado nega todas as acusações.

Nos últimos dias, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM-MT) recebeu pelo menos oito denúncias semelhantes contra Cleverson. Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso, abriu um processo administrativo para investigar as alegações de violência doméstica.

A médica Laryssa Moraes, que foi casada com Cleverson por três anos, revelou que tem uma medida protetiva contra ele. Ela também confirmou que há um processo tramitando na 2ª Vara de Violência Doméstica. Em seu relato, Laryssa expôs as agressões sofridas, como espancamentos que resultaram em um nariz quebrado e deslocamento das retinas. Ela contou que Cleverson tentou estuprá-la utilizando um pendrive e que, por vergonha de se expor entre seus colegas médicos, não procurou o Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito na época.

Laryssa ainda revelou que uma das agressões ocorreu porque se recusou a fazer uma salada para o marido. Ela sofreu socos no rosto, puxões de cabelo, empurrões e batidas de cabeça. Mesmo após as agressões, trabalhou em seu consultório com hematomas no rosto, alegando a pacientes que havia sofrido um acidente de carro. Laryssa afirmou que outras mulheres entraram em contato com ela, relatando terem sido vítimas de Cleverson, e descreveu o advogado como um homem “acima da lei” que a ameaçava destruir sua carreira se ela falasse sobre as agressões.

A influencer Mariana Vidotto, que também viveu um relacionamento com Cleverson, registrou uma denúncia criminal contra ele na Coordenadoria das Promotorias de Combate à Violência Doméstica. Em seu relato, Mariana explicou que, durante o namoro, sofreu agressões físicas e psicológicas e perdeu 9 kg. Ela descreveu o advogado como “um sociopata muito bem articulado”, com grande poder financeiro. Mariana revelou que chegou a ser processada por Cleverson, com uma multa diária de R$ 20 mil se ela mencionasse o nome dele nas redes sociais. Após as agressões, ela usou suas plataformas digitais para incentivar outras mulheres a denunciarem a violência em relacionamentos.

A Polícia Civil confirmou a existência de oito boletins de ocorrência registrados entre 2015 e 2018 contra Cleverson, que incluem acusações de ameaça, injúria, invasão de domicílio, assédio e perturbação. Os detalhes dos casos não foram divulgados devido ao caráter privado dos processos. A polícia também informou que alguns dos procedimentos podem já ter sido concluídos.

A defesa de Cleverson, representada pelo advogado Eduardo Mahon, negou as acusações e alegou que as mulheres estão tentando extorquir o cliente, afirmando que ele é vítima de uma articulação para obter dinheiro e manipular decisões judiciais. Mahon declarou que Cleverson pretende fornecer às autoridades provas que, segundo ele, demonstrarão sua inocência e que ele irá denunciar as supostas vítimas por extorsão e denunciação caluniosa.

O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM-MT) repudiou as agressões relatadas e defendeu uma apuração rigorosa dos fatos, afirmando que há evidências suficientes para mais investigações. A OAB-MT, por meio da Comissão de Direito da Mulher, também se manifestou, colocando-se à disposição para acompanhar o caso e apoiar as vítimas.