Policiais militares foram até Baixa Grande do Ribeiro, 583 quilômetros ao sul de Teresina, e prenderam um grupo por porte ilegal de armas que estava acampado em fazenda na região dos cerrados. Foi a terceira incursão à região para investigar a formação do que o secretário de segurança, Robert Rios, chamou de “milícias armadas” em conflitos de terras. Conflitos que, já suspeita a polícia, sejam motivados para extorsão de fazendeiros que chegam de outros estados para investir no Piauí. E no meio disso tudo, surgiu um nome já conhecido da polícia: Ageu Alves de Sousa.
Ageu foi exonerado da Polícia Civil em março deste ano por desvio de conduta. Ele foi acusado de envolvimento na quadrilha desbaratada pela Operação Valáquia, da Polícia Federal, que investigou os saques fraudulentos feitos em contas bancárias através da Internet. Na última quinta-feira (31), um grupo supostamente comandado por Ageu foi desbaratado na localidade Chão Preto, cerca de 40 quilômetros distante da zona urbana de Baixa Grande, em ação que envolveu mais de 10 homens da Polícia Militar. Dois suspeitos continuam presos na delegacia da cidade, identificados como Humberto e Ronivon.
O Cidadeverde.com apurou que no acampamento, foram encontrados uma espingarda calibre 12, uma espingarda 28, e um rifle 44. Robert Rios acrescenta que os policiais encontraram até um fuzil, e a situação exige medidas mais enérgicas. “Não seremos omissos. Quem vier para cá bem intencionado para investir no Piauí vai ter todas as garantias. Não é questão agrária, estão se formando milícias para extorquir os investidores”, disse o secretário, que já investiga denúncias semelhantes em Curimatá.
As milícias, segundo Robert, chegam depois que percebem a aquisição da terra por empresários de fora do Piauí. Usando do argumento falso de que são donos da terra, montam grupos armados para ameaçar os recém-chegados, e impõe a condição de sair apenas sob pagamento de dada quantia. E testemunhas relataram que Ageu estava envolvido nisso. “Nos surpreendeu que lá estava o Ageu. Vamos investigar o que ele fazia e aumentar essa operação no sul do Estado”, garante o secretário.
O delegado de Baixa Grande, sargento José Pires Batista, relatou ao Cidadeverde.com que o conflito de terra seria travado entre os Irmãos Peteck e o senhor Durval, para quem trabalhariam os suspeitos presos na última quinta-feira. Um mandado de busca e apreensão motivou a ação policial no local e quatro elementos foram presos, sendo que dois foram liberados após depoimento. Os únicos não encontrados foram elementos identificados como Daniel, Josué, e Ageu, que teria pedido aos demais que evitassem usar seu primeiro nome e o chamassem de Alves.
Ageu teria vindo para Teresina. Nos depoimentos prestados em Baixa Grande, eles e outros elementos estariam se apresentando como policiais para defender as terras.