PF faz novas prisões na Operação Kaspar 2
A Polícia Federal prendeu anteontem em Curitiba duas pessoas que iriam sacar R$ 344 mil em uma conta que havia recebido recursos de um suposto doleiro preso pela Operação Kaspar 2.
O suposto doleiro, Michael Spiero, é filho de Claudine Spiero, acusada pela Polícia Federal de fazer remessas ilegais para os bancos suíços Credit Suisse, UBS, AIG Private Bank e Clariden Leu.
Mãe e filho foram presos na última terça-feira com executivos de bancos suíços, outros doleiros e empresários acusados de fazer remessas ilegais de dólares.
As prisões em Curitiba ocorreram quando duas pessoas, cujos nomes são mantidos em sigilo, tentavam sacar um cheque de R$ 172 mil. A dupla carregava outro cheque de R$ 172 mil. A divisão do saque em duas parcelas seria uma forma de despertar menos suspeitas, na visão da polícia.
A conta era monitorada pelo banco e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Justiça que atua contra a lavagem de dinheiro, porque recebera cinco depósitos em dinheiro vivo de Michael Spiero dias antes de ele ser preso.
A Polícia Federal acredita que o suposto doleiro estava internando dinheiro de alguém que tem recursos no exterior.
A operação funciona assim: a pessoa que tem recursos no exterior faz o depósito numa conta do doleiro também fora do país. O doleiro deposita numa conta no Brasil o valor correspondente ao depósito que recebeu no exterior.
Os R$ 345 mil (R$ 1.000 ficaram com o banco como comissão) eram para pagar um terreno do litoral de Santa Catarina. O comprador, na visão da Polícia Federal, é que teria dinheiro fora do país.
As prisões só ocorreram porque o banco comunicou o Coaf dos depósitos em dinheiro feitos por Michael Spiero. O banco também comunicou que o cliente solicitara o provisionamento de R$ 344 mil para fazer o saque.
A Folha não conseguiu apurar quem é o advogado de Michael Spiero.
Prisão revogada
O juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal em São Paulo, aceitou o pedido de revogação de prisão preventiva feito pelo advogado Alberto Toron em nome do empresário Jacques Feller, da Feller Engenharia. O empresário havia sido preso pela Polícia Federal, na terça-feira, durante a Operação Kaspar 2.