Justiça absolve de violação sexual mediante fraude massagista acusado por paciente em SP

Nelson Lemoine atendia no bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Caso foi registrado em 2019.

A 1ª Vara Criminal de São Paulo absolveu o massagista Nelson Lemoine Rodrigues do crime de violação sexual mediante fraude em 28 de fevereiro deste ano. A Polícia Civil de São Paulo investigou o caso em 2019, depois que uma mulher afirmou que Lemoine passou a mão na genitália dela durante uma manobra de massagem.

Na época, Nelson atendia numa clínica no bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Em conversa com o g1, naquele ano, a mulher contou que era cliente da clínica havia um ano e que fazia um tratamento de realinhamento da coluna com outros profissionais do local. No final de abril, Nelson foi designado para atendê-la (leia mais abaixo).

 

“Após a instrução processual, não se produziram provas suficientes para o acolhimento, com a certeza exigida no processo penal, da pretensão penal e consequente responsabilização penal do acusado”, escreveu o juiz.

À Justiça, a mulher contou que conheceu o réu Nelson em janeiro de 2019 por uma amiga em comum e o toque dele teria ocorrido durante um atendimento.

“Não se ignora o relato da vítima, mas seu relato não é corroborado por outros elementos probatórios, ainda que indiretos, que permitissem ao Juízo a formação de sua convicção livre de dúvidas, conforme é exigido em processo de natureza criminal”, completou o juiz.

O que disse a vítima

 

“Eu já conhecia o procedimento e notei que ele fez coisas que não faziam parte. Tem uma manobra em que é colocada a mão no bumbum. Nesse momento ele colocou a mão por dentro da minha calça, passou a mão no bumbum e na minha genitália”, contou ao g1 na época.

A vítima disse que ficou “em choque”. “Eu sabia que aquilo não fazia parte do procedimento, mas na hora a gente fica tão em choque que não sabe o que fazer. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo”, relatou.

À Justiça, ele afirmou que não elogiou a vítima durante o procedimento de “forma sexualizada”, mas que tinha brincadeiras com os pacientes, “mas nunca de cunho sexual”. Negou ter tocado nas partes íntimas da vítima.

 

Sobre o método Body Allignment, afirmou que era preciso que o paciente desabotoe a calça e deite de barriga para baixo na maca para manusear o sacro e sustentou que “ela pode ter confundido com um abuso sexual”.

 

Júri popular de 3 acusados de roubar, matar e queimar família em Santo André em 2020 será retomado nesta terça

No total, são 5 presos acusados de matar casal e adolescente. O julgamento teve início na segunda (12), quando foram ouvidos a filha das vítimas acusada de participar do crime, a então namorada dela, e o vizinho. Os outros dois réus destituíram advogada e serão julgados em agosto.

O júri popular de três dos cinco acusados de roubar, matar e queimar uma família em janeiro de 2020 no ABC Paulista será retomado nesta terça-feira (13), às 9h30. O julgamento ocorre no Fórum de Santo André e já havia sido adiado por cinco vezes por diversos motivos. As informações são da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Na segunda, foram ouvidos Anaflávia Martins Gonçalvez, Carina Ramos de Abreu e Guilherme Silva. Somente eles três acompanharam o júri no plenário.

Os outros dois réus, Juliano e Jonathan Ramos, serão julgados em agosto, porque destituíram a advogada no início da sessão e foram retirados da sala. O motivo não foi informado. Por isso, a Justiça desmembrou o processo e marcou o julgamento deles para 21 de agosto. Até lá eles terão de constituir uma nova defesa.

Todos os acusados respondem presos pelos assassinatos do casal de empresários Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, e Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40, e do filho deles, o estudante Juan Victor Gonçalves, de 15. A expectativa de suas defesas é a de que o júri possa durar até quatro dias.

Todos os cinco acusados respondem por roubo, homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou as defesas das vítimas), ocultação de cadáver e associação criminosa.

Já foram ouvidas outras três testemunhas pelo juiz: o delegado responsável pelo caso, a avó e uma testemunha de defesa de Ana Flávia, que foi ouvida hoje.

O caso repercutiu à época na imprensa. A filha das vítimas e sua namorada naquela ocasião estão envolvidas nos crimes, segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP). Além delas, mais três homens são acusados.

Estão detidos preventivamente nas penitenciárias de Tremembé, no interior paulista: a filha do casal e irmã do garoto, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu. Também continuam presos na mesma cidade os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são primos de Carina. O quinto preso é Guilherme Ramos da Silva, vizinho dos irmãos Ramos, detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista.

Vídeos de câmeras de segurança gravaram os cinco réus entrando e saindo da residência onde as três vítimas moravam, num condomínio fechado de casas em Santo André. O casal e o filho foram mortos no local em 27 de janeiro de 2020. Acabaram assassinados com golpes na cabeça durante um assalto na residência deles.

Os corpos só foram encontrados no dia seguinte, em 28 de janeiro daquele ano. Estavam carbonizados, dentro do carro família, numa área de mata em São Bernardo do Campo, município vizinho a Santo André.

5 adiamentos anteriores
Justiça marca para esta segunda júri de 5 acusados de roubar, matar e queimar família no ABC em 2020
 

Preso por ataque a bancos, homem que rasgou notas no carnaval de SP é transferido para penitenciária federal

Conhecido como ‘Gianecchini do crime’, Tiago Tadeu Faria foi preso na capital paulista em 2020 por participar de mega-assaltos no interior. Ele foi condenado a mais de 50 anos. Em 2012, ele invadiu a apuração e rasgou as notas dos jurados no carnaval.

Condenado a mais de 50 anos de prisão por mega-assaltos a bancos no estado de São Paulo, Tiago Ciro Tadeu Faria foi transferido da penitenciária 2 de Presidente Venceslau — conhecida por ser de segurança máxima em SP — para uma unidade do Sistema Prisional Federal.

Tiago ficou conhecido como “Gianecchini do crime”. No carnaval de 2012, ele invadiu a apuração do desfile das escolas de samba de São Paulo e rasgou as notas dos jurados no carnaval. Na época, ele era representante da escola de samba Império de Casa Verde.

A transferência de presídio foi feita em 7 de junho, feriado de Corpus Christi. A informação foi confirmada ao g1 pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta terça-feira (13).

A cidade do presídio para o qual Tiago foi levado e o motivo da transferência não foram informados pela SAP. Porém, de modo geral, as penitenciárias federais abrigam presos que não podem ficar nas unidades prisionais dos estados por questões de segurança, por serem considerados mais perigosos.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Sistema Penitenciário Federal “tem finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade”.

Atualmente, o Brasil conta com cinco unidades que ficam em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF).

Tiago foi preso em setembro de 2020, oito anos depois do episódio no carnaval de SP. Policiais da delegacia de Roubos a Bancos o prenderam na Zona Norte da capital paulista São Paulo depois que investigações apontaram que ele era um dos líderes da quadrilha responsável por ataques a bancos no interior do estado.

Em junho daquele ano, a polícia havia apreendido cerca de 200 quilos de explosivos no bairro da Casa Verde, em um endereço mantido por Tiago.

“Atuava no núcleo principal. Ele participava do planejamento. Sem dúvidas nenhuma é a principal quadrilha em atividade, já há alguns anos. E, sem dúvida nenhuma, a prisão desse indivíduo vai fazer um grande estrago na estrutura da organização criminosa”, disse o delegado no dia da prisão.
De acordo com a polícia, Tiago atacou com explosivos as agências do Banco do Brasil em Botucatu e Ourinhos, cidades do interior de São Paulo, em maio e julho de 2020.

Ele também foi apontado por atacar agência no Rio Grande do Norte, em 2017, e de explodir uma agência da Caixa Econômica Federal em Bauru, em 2018.

Em 2021, a Justiça Federal condenou Tiago Tadeu Faria pelo ataque à agência bancária da Caixa Econômica Federal ocorrido no dia 5 de setembro de 2018 em Bauru (SP).

Na sentença em primeira instância, a juíza Maria Catarina Souza Martins Fazzio julgou procedente as provas materiais colhidas durante as investigações que comprovaram, por meio de exames de DNA, a presença de Tiago na cena do crime.

O material genético dele foi colhido com autorização judicial em objetos apreendidos em sua cela e comparado com o encontrado em uma touca deixada em um dos veículos abanados pelos criminosos após o assalto em Bauru e em uma bituca de cigarro.

Na época, a defesa do réu negou a participação dele no crime e afirmou que material foi colhido por meio de extorsão praticada por policiais civis que Tiago vinha sofrendo.

No entanto, na sentença, a juíza alegou que não havia correlação entre os fatos. Segundo ela, a denúncia de extorsão teria sido feita posteriormente ao assalto ocorrido em Bauru e contra policiais civis da capital paulista, e o recolhimento das provas do ataque à agência foi realizado pela Polícia Federal, não a Civil.

Em fevereiro de 2022, a Justiça de Botucatu condenou Tiago e outros três réus a penas superiores a 50 anos de prisão.

De acordo com a sentença da juíza Licia Eburneo Izeppe Pena, da 2ª Vara Criminal de Botucatu, Tiago Ciro Tadeu Faria foi condenado a 53 anos, dois meses e dez dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 82 dias-multa.

Em Botucatu, o ataque a agências envolveu 40 homens em uma madrugada de terror na cidade em julho de 2020. A ação terminou com um homem morto e dois policiais militares feridos (veja os vídeos do crime).