Pastor que ‘discutia sexualidade’ com jovens é preso por abusos sexuais

Religioso, que é casado e não tem passagens pela polícia, comandava uma espécie de grupo de estudos, quando os crimes sexuais teriam acontecido em SP

A Polícia Civil de Guarulhos, na Grande São Paulo, prendeu o pastor evangélico identificado como Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos. Suspeito de ter abusado sexualmente de crianças e adolescentes da Igreja Batista da Lagoinha, ele foi localizado em seu apartamento pelas autoridades nessa quarta-feira (7/6). 

Conforme apurado pelo 5º DP de Guarulhos, o religioso, que é casado e não tem passagens pela polícia, comandava uma espécie de grupo de estudos sobre sexualidade. A polícia investiga uma possível conivência da mulher, já que os crimes aconteciam no apartamento do casal. As informações são do ‘Estadão’. 

Nesse sentido, o pastor obrigava as vítimas a pesquisarem vídeos e fotos pornográficos na internet e as chantageava, chegando a manter relações sexuais com elas.

Segundo a polícia, um jovem de 16 anos denunciou a violência em 1º de junho na portaria do prédio onde reside Joilson. A partir daí, um boletim de ocorrência foi registrado. 

Outras duas vítimas, de 17 e 13 anos, foram descobertas posteriormente, o que levou o delegado responsável pelo 5º DP de Guarulhos, Fulvio Mecca, a requerer a prisão do pastor. 

Durante o cumprimento do mandado de prisão, os policiais ainda apreenderam memórias de computador, celulares, um tablet, um notebook e o colchão onde os estupros teriam sido consumados. 

À ‘TV Globo’, o advogado da igreja disse que o suspeito não era pastor da igreja. 

 

MP denuncia ex-diretor do Daer por suspeita de receber propina de empresa de engenharia no RS

Valor seria pago para garantir aditivos em contrato de manutenção de rodovias. Prejuízo aos cofres públicos seria de mais de R$ 8 milhões, de acordo com o Ministério Público (MP)

O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça o ex-diretor do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Rogério Brasil Uberti, por suspeita de receber propina de uma empresa de engenharia para garantir aditivos no contrato firmado para prestação de serviços de manutenção de rodovias. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa R$ 8 milhões, segundo o MP

Uberti também foi denunciado por lavagem de dinheiro. Pelo mesmo crime, foram denunciados a esposa dele, Maiara Scalco, que também teria recebido propina, e o diretor da Pavia Brasil, empreiteira que teria feito os pagamentos. O MP descobriu manobras que sugerem tentativa de dificultar a identificação da origem do dinheiro.

O Daer abriu sindicância para investigar o caso. Uberti é servidor concursado do Daer e, hoje, está lotado na Superintendência de Construção Rodoviária.

Como o crime foi descoberto

A investigação do MP começou em 2019, quando recebeu uma denúncia anônima. Em uma carta (veja acima), era dito que Uberti sempre teve salários médios, mas imóveis de alto valor. Ele ocupava a posição de chefia desde 2016, mas deixou o cargo em 2019.

Foi o contrato para restauração de rodovias na região de Erechim, no Norte do estado, que ajudou o MP a obter provas que indicavam a suspeita de esquema criminoso. Por meio de uma quebra de sigilo bancário do ex-diretor, da esposa dele e do diretor da empreiteira concedida pela Justiça, o MP descobriu uma série de depósitos feitos pela empresa na conta do casal.

“Foram apurados valores identificados oriundos da conta do diretor financeiro da empresa inicialmente para o diretor geral do Daer. Mais de R$ 170 mil. Inicialmente, era feito dessa forma direta, do diretor financeiro para o diretor geral. Posteriormente, por um prestador de serviço da empresa para o diretor geral do Daer e, num momento seguinte, do diretor financeiro da empresa para a companheira do diretor geral do Daer”, explica o promotor Flávio Duarte.

A investigação do MP traz que um dos depósitos da empresa de engenharia feito na conta da mulher de Uberti ocorreu dois dias antes de um aditivo de R$ 5 milhões no contrato com a empreiteira. O contrato começou a vigorar em 2016 e somou mais de R$ 86 milhões destinados à construtora.

“Durante esses pagamentos ou em meio a esses pagamentos, além da fiscalização do contrato, do Daer, com essa empresa, que remunerar mediante pagamentos o diretor do Daer, foram firmados dois aditivos, aumentando o valor do contrato inicial feito entre a empresa contratada e o Daer”, afirma o promotor.

Mulher do ex-diretor era cargo de confiança no Daer

 

A mulher do ex-diretor, Maiara Scalco, tinha cargo comissionado no Daer, conhecido como “cargo de confiança”. Em 2017, mediante indicação, foi assessora de relações institucionais.

Um documento mostra que ela teria aproveitado o período para fazer um estágio que era exigência para a faculdade que cursava. O orientador era o próprio ex-diretor, que avaliou o desempenho dela como excelente. Ele escreveu:

 

“Falar da Maiara Scalco me traz felicidade (…) [A assessora] é simplesmente envolvente e, às vezes, irreverente”.

 

Empresário suspeito de mandar matar membros do PCC é solto com tornozeleira

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach é denunciado pelo Ministério Público por ser o mandante do assassinato de liderança do PCC

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade suspender a prisão preventiva e deixar em liberdade, com medidas cautelares alternativas, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach (foto em destaque), suspeito de ser o mandante do assassinato de dois membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com base na decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou, na quarta-feira (7/7), que o empresário deixasse o sistema prisional, onde estava encarcerado preventivamente.

De acordo com alvará de soltura, Gritzbach usa tornozeleira eletrônica e também precisará seguir regras fora da cadeia por ainda ser processado pelo duplo assassinato.

O TJSP determinou ainda que ele preste contas mensalmente de suas atividades, não viaje, permaneça em casa no período noturno e em dias de folga. O passaporte do empresário também foi retido.

A desembargadora Ivana David, do TJSP, na manhã deste sábado (10/6), que, apesar da soltura, “nem de longe o acusado deixou de ser responsabilizado criminalmente.”

“É importante deixar claro. Não foi o TJ de São Paulo que fez isso [tomou a decisão de libertar o acusado]. O tribunal jamais daria essa liberdade para dois crimes hediondos, com pena de 12 a 30 anos cada um. O STJ entendeu que ele pode ficar aguardando o julgamento fora do sistema prisional. Mas que fique claro que ele não foi absolvido.”

Bitcoins

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. Ambos eram membros do PCC, facção com a qual Gritzbach manteria negócios na área de bitcoins e criptomoedas.

O duplo homicídio ocorreu em 27 de dezembro de 2021 e teria sido cometido em parceria com o agente penitenciário David Moreira da Silva. Noé Alves Schaum, denunciado por ser o executor dos membros do PCC, foi assassinado em 16 de janeiro do ano passado. Ele teve a cabeça arrancada e jogada em uma praça no Tatuapé, na zona leste da capital paulista.

Lavagem de dinheiro e morte

Gritzbach, ainda de acordo com o MPSP, lavava dinheiro para Cara Preta usando operações com bitcoins e investimentos no ramo imobiliário. Após uma disputa entre os dois, em que Cara Preta estaria cobrando a devolução de valores, o empresário teria mandado matar o parceiro de negócios.

O empresário foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia. Em 1º de março, ele foi transferido para São Paulo. Na ocasião, uma força-tarefa com integrantes do Grupo Especial de Reação foi mobilizada para a transferência, com o objetivo de evitar uma tentativa de fuga e garantir a segurança da operação.

Gritzbach foi levado primeiramente ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro paulistano, para trâmites burocráticos, e, depois, transferido para a penitenciária de Tremembé, no interior, conhecida como “prisão dos famosos”. Nela estão encarcerados criminosos condenados por crimes de repercussão nacional.

Ainda em março, o empresário foi removido da P-2 de Tremembé, em que tinha condições melhores, para um presídio mais perigoso, controlado pelo PCC, no oeste paulista.

Em um pedido de habeas corpus, feito no fim de março, a defesa pediu que o empresário respondesse ao crime em liberdade, alegando que ele sofria ameaças de morte. Na ocasião, foi afirmado que Gritzbach é inocente e não teve envolvimento na morte dos criminosos.

Procurado neste sábado, o advogado Ivelson Salotto não havia dado retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Artistas de rua acusados de matar advogado espancado são absolvidos em júri popular

Advogados de Fernando de Oliveira Grossi e Carlos Frederico alegaram que as provas obtidas durante o inquérito policial não comprovavam a participação dos clientes no crime. Cláudio Topgian Rollemberg foi encontrado ferido em uma rua de São José do Rio Preto (SP).

A Justiça de São José do Rio Preto (SP) absolveu, na noite de terça-feira (27), os dois artistas de rua acusados de matar espancado o advogado Cláudio Topgian Rollemberg. A sentença foi proferida pelo juiz Cristiano Mikhail, após mais de 10 horas de júri popular.

Segundo o processo, Fernando de Oliveira Grossi e Carlos Frederico foram denunciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Durante o júri popular, os advogados dos réus alegaram que os clientes eram inocentes, e que as provas obtidas durante o inquérito policial não comprovavam a participação de ambos no crime.

Após mais de 10 horas de júri popular, o conselho de sentença decidiu, mediante a falta de provas, absolver Fernando e Carlos da acusação de homicídio triplamente qualificado. Diante do parecer, a Justiça expediu alvará de soltura dos artistas de rua. O Ministério Público já recorreu da decisão.

Morte e investigação
Cláudio Rollemberg foi encontrado com ferimentos no dia 17 de julho de 2021, entre as ruas Delegado Pinto de Toledo e XV de Novembro, em Rio Preto.

Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tangará e transferido ao Hospital de Base, mas não resistiu e morreu nove dias depois.

Os artistas de rua foram presos em datas diferentes e encaminhados à carceragem da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC).

Os dois trabalhavam com pinturas de azulejos e residiam em uma casa a três quarteirões de distância do imóvel do advogado. Eles costumavam beber cerveja em um posto de combustíveis, onde conheceram a vítima e passaram a manter relação de amizade.

Conforme sustentou o Ministério Público, Cláudio teria sido agredido pelos artistas por conta de uma dívida de R$ 40.

 

Governo de SP é condenado a pagar R$ 10 mil de indenização a jovem negro algemado e puxado por PM em moto

Justiça condenou Estado de São Paulo por dano moral contra Jhonny Silva em 2021. À época ele foi detido por tráfico e acabou preso a moto do cabo Jocélio Souza, que o puxou por 300 metros em avenida na Zona Leste. Defesa de rapaz vai recorrer pois pedia indenização de R$ 1 milhão.

A Justiça condenou neste mês o governo de São Paulo a pagar R$ 10 mil de indenização por dano moral ao jovem negro que foi algemado e puxado um policial militar numa moto da corporação, em 30 de novembro de 2021.

“Desta feita, considerado todas as características e repercussões do evento, bem como o caráter preventivo-repressivo da indenização em discussão, a sua natureza retributiva, e a capacidade econômico-financeira das partes, reputo condizente e adequado para indenizar os danos morais sofridos pelo autor o valor de R$ 10.000,00”, decidiu em 7 de junho a juíza Carmen Cristina Tejeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

O caso repercutiu na imprensa e nas redes sociais à época depois que vídeos viralizaram na internet (veja abaixo). As imagens mostram o cabo Jocélio Almeida de Souza, da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) da Policia Militar (PM), puxando o desempregado Jhonny Ítalo da Silva.

O rapaz havia sido preso por suspeita de tráfico de drogas. Ele aparece preso a moto do PM, que acelera e o puxa por 300 metros numa avenida na Zona Leste. Para não cair, Jhonny corre atrás do veículo.

A indenização ainda não foi paga por que cabe recurso da decisão judicial. Procurada pelo g1, a defesa de Jhonny informou que irá recorrer da sentença. Seu advogado, Valdomiro Pereira da Silva havia pedido R$ 1 milhão de indenização.

“Como achamos que o valor foi abaixo do esperado pelo dano sofrido, tendo em vista que a humilhação foi pública e notória, sendo que o vídeo foi visto por milhares de pessoas no Brasil e no exterior, impetramos recurso de apelação ao Tribunal de Justiça [de São Paulo, o TJ-SP] para majorar o valor”, disse Valdomiro, nesta quarta-feira (28).
O recurso foi feito pelo escritório dos advogados Valdomiro, Kelvin Bertolla e Ricardo Corsini. Até a última atualização desta reportagem não havia nenhuma decisão judicial a respeito.

Atualmente, Jhonny cumpre em liberdade a pena de 2 anos e 2 meses pela qual foi condenado em 2022 pela Justiça por tráfico de drogas e dirigir sem habilitação. Ele não quis falar com a imprensa a respeito do caso.

A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que cuida de ações envolvendo a administração estadual, e aguarda seu posicionamento sobre o assunto.

No processo de indenização movido pela defesa de Jhonny na 5ª Vara da Fazenda Pública, a PGE havia se posicionado contrária ao pedido. Alegou, por exemplo, que o próprio Tribunal de Justiça Militar (TJM) concluiu no ano passado que o cabo Jocélio não cometeu abuso de autoridade e constrangimento ilegal contra o rapaz e arquivou o procedimento que apurava a conduta da policial.

O g1 entrou em contato com a defesa de Jocélio para comentar a decisão judicial que determinou que o Estado indenize Jhonny e também aguarda seu posicionamento.

Em outras oportunidades, o advogado João Carlos Campanini alegou que seu cliente agiu corretamente na abordagem ao suspeito.

“O militar só tinha duas opções: deixar o rapaz fugir ou prender ele na moto e levar até um local seguro para aguardar a chegada de uma viatura de quatro rodas. Se ele o deixa fugir, iria responder por prevaricação e ainda deixaria mais um bandido à solta. Algemar na viatura motocicleta foi o único meio que o militar tinha naquela hora para fazer seu trabalho na integralidade”, declarou Campanini no ano passado.

Pai de maquinista da CPTM relata à polícia que filho ligou após matar colega de trabalho e disse que ‘havia feito besteira’

Polícia Civil pediu prisão temporária do maquinista Ricardo de Oliveira Dias; imagem mostra homem fugindo com arma na mão. A vítima, Marco Antônio da Silva, de 51 anos, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

O pai do maquinista Ricardo de Oliveira Dias, de 45 anos e que está sendo procurado pela polícia por matar o colega de trabalho Marco Antonio da Silva, de 51, em uma área interna da Estação da Luz, afirmou à polícia que o filho ligou para ele após o crime e admitiu que “havia feito besteira”.

Marco Antonio foi velado e enterrado na manhã desta terça-feira (27) no Cemitério Municipal Bela Vista, em Osasco, Grande São Paulo. Ele era supervisor de tração e trabalhava na CPTM desde 2012.

Além de Marco, Ricardo também disparou contra outro funcionário, de 53 anos, que ficou com ferimentos no pé. A motivação está sendo investigada, mas testemunhas relataram ao g1 que o crime foi por motivo banal e que os envolvidos não tinham desentendimentos anteriores.

No depoimento, o pai relatou que Ricardo saiu para trabalhar normalmente no último domingo (25), por volta das 11h, com sua moto Yamaha YBR. Porém, por volta das 17h, telefonou pedindo para que o pai pegasse dinheiro e colocasse o dinheiro na conta de seu irmão.

Depois, o maquinista contou ao pai na ligação que “havia feito uma besteira”, dizendo que alguns colegas de trabalho estariam o humilhando e que teriam o ameaçado de morte, e por isso “não teria aguentado e metido bala”, desligando o telefone em seguida.

Conforme o pai, ele só soube que o filho havia atirado contra dois colegas do trabalho depois que policiais militares e guardas ferroviários foram até sua casa, e alegou que não tem conhecimento do paradeiro do filho.

Ainda segundo o depoimento, o pai de Ricardo também afirmou à polícia que seu filho recentemente ficou afastado alguns dias da CPTM por problemas psicológicos, tendo retornado na última semana. Porém, teria pedido para ser afastado novamente para se submeter a tratamento psicológico.

A Polícia Civil apreendeu milhares de munições de diferentes calibres na casa do maquinista nesta segunda-feira (26). Elas foram achadas no quarto de Ricardo.

O pai disse à polícia que não tinha conhecimento de que o filho tinha arma de fogo e que ele nunca comentou sobre gostar de atirar ou frequentar clubes de tiro, pois “era fechado”.

Ainda de acordo com a polícia, além de cumprir mandado de busca e apreensão na casa dele, em São Paulo, também foram cumpridos mandados na casa de parentes em Pouso Alegre, Minas Gerais na segunda.

A delegada responsável pelo caso, Maria Cecilia Castro Dias, informou à TV Globo que o maquinista é ex-PM, mas não tem porte para arma de fogo e munição. Por isso, ele deve responder também, além de homicídio, pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

 

Acusada de tentar matar namorado com frango envenenado vai a júri; polícia também apura participação na morte de enteada de 6 anos

Júri será realizado na quinta-feira (29), em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Polícia Civil também investiga se ela ajudou vizinho, já condenado, a matar a enteada, Rebecca de Lucena Andrade, em 2019.

Juliana dos Santos Silva vai a júri em São Caetano do Sul, na quinta-feira (29), acusada de envenenar jantar, colocar remédios no suco e colar os olhos do então namorado em janeiro de 2021. O homem sobreviveu ao crime.

Ela também era madrasta de Rebecca de Lucena Andrade, menina que foi sufocada aos 6 anos, em 2019, dentro de casa (entenda mais abaixo).

Antonio Gomes de Souza Sobrinho, um vizinho, foi acusado de entrar no imóvel e matar a criança, que estava aos cuidados de Juliana. O pai da menina trabalhava no momento. Na época, a madrasta disse ter sido atacada ao sair do banheiro. Antonio foi condenado pelo crime.

Juliana é ré na tentativa de homicídio do marido em janeiro de 2021 e suspeita de participação na morte da menina desde 31 de março de 2022. Um inquérito policial investiga o caso. Ela era considerada sobrevivente do suposto ataque que deixou a menina morta.

Em nota, a defesa de Juliana afirmou que ela “é inocente da acusação que lhe faz a Justiça Pública e temos convicção de que, respeitado o princípio da Plenitude de Defesa, demonstraremos a sua inocência”.

Yuri Felix, advogado da vítima, afirma que a tentativa de homicídio do cliente “guarda conexão com os fatos ocorridos em outubro de 2019, no qual culminou com a fatídica morte da menina Rebecca”.

“Neste sentido, acreditamos no senso de justiça do Tribunal do Povo, compreendendo que a condenação da acusada, nos exatos termos da peça acusatória, é medida justa e necessária.”

Namorado envenenado
Fabrício Marçal, o pai de Rebecca, ainda convivia com Juliana até 23 de janeiro de 2021. Desde a morte da menina, existia um “desconforto” entre o casal. Fabrício questionava Juliana sobre o caso e dizia que “descobriria se alguém teria ajudado Antônio”.

No mesmo dia, Juliana preparou o jantar. No frango, a perícia identificou veneno e, no refrigerante, um calmante. Com o efeito dos sedativos e da intoxicação, Fabrício passou mal, mas conseguiu chamar o Samu.

Na sequência, aproveitando que Fabrício dormira, devido aos calmantes, Juliana aplicou cola sobre os cílios da vítima, impedindo que ele abrisse os olhos. Segundo apurado pelo g1, ela “simularia um ‘ataque’ por parte de um terceiro”. Ele só conseguiu ser resgatada quando caminhou para a porta e foi levado à UPA pelo Samu.

“O crime foi praticado por motivo torpe consistente no fato de Fabrício realizar questionamentos sobre a morte de sua filha, indicativo de que ele desconfiava da participação de Juliana”, escreveu o juiz, que considerou que houve emprego de veneno e sem chance de defesa da vítima.

Durante a fase de audiência, o sobrevivente foi ouvido. Ele lembrou que, ao beber o refrigerante, “apagou”, não enxergava mais nada e somente se recordava de quando chegou ao hospital.

Fabrício afirmou que passou a suspeitar de uma possível relação da namorada com a morte da filha por ter visto “por várias vezes, a ré ‘estudando’ o inquérito policial do homicídio”.

Novo inquérito
A suposta participação na morte da criança é apurada pela Polícia Civil em São Caetano do Sul. Segundo apurado pelo g1, dois celulares foram analisados, mas apenas de um deles foi possível extrair informação.

Com ele, Juliana se passava por “Samantha”, que se apresentava como amiga ou tia dela mesma. Pelo WhatsApp, ainda usava o nome de “Liz”, uma suposta filha de “Samantha”.

“Samantha” pediu ajuda financeira de Fabrício Marçal, o namorado que havia sido envenenado, para uma gravidez que não existia e o questionava se teria alguma suspeita sobre Juliana ter matado a enteada.

No desenrolar do inquérito da tentativa de homicídio de Fabrício, uma testemunha afirmou à polícia que Juliana e o vizinho, Antônio Gomes, eram amantes na época da morte da menina.

 

Donos de escola investigada por maus-tratos em SP passam por audiência de custódia nesta quarta após se entregarem à polícia

Casos foram descobertos depois que uma professora escondeu o celular e conseguiu gravar. Foto feita pela educadora mostra criança sendo humilhada por fazer xixi na calça.

Os donos da escola particular Pequiá, no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, vão passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (28). Eles foram presos nesta terça-feira (27) após denúncias de maus-tratos e tortura contra alunos dentro do colégio.

A Justiça havia decretado a prisão temporária do casal na segunda-feira (26). Eles chegaram a ser procurados em endereços informados, mas a polícia não os localizou. Eles se entregaram nesta terça após negociar com a polícia.

O delegado Fábio Daré, responsável pela investigação aberta após denúncias de maus-tratos a alunos, afirmou que os registros de flagrante mostram “situações vexatórias”.

Os casos foram descobertos porque uma das professoras, depois de testemunhar cenas de maus-tratos e humilhações, conseguiu esconder o celular e gravar. Uma foto mostra um menino amarrado pela blusa em um poste e um vídeo mostra um dos alunos sendo humilhado na frente dos colegas por ter deixado escapar xixi na roupa.

Com as provas, ela procurou algumas mães de alunos e foi até delegacia do bairro no último domingo (18). A professora relatou punições, humilhações e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia como esperado pelos donos da escola.

Segundo o delegado do caso, além das imagens, os relatos parecidos em todos os depoimentos foram decisivos para a investigação. De acordo com ele, a Justiça acatou o pedido de prisão temporária por 30 dias dos donos da escola e de busca e apreensão em seus endereços.

“A princípio [a investigação] foi [aberta] por maus-tratos e submeter criança a situação vexatória. Mas pelos relatos, pela gravidade dos relatos, eu incluí a tortura. Por alguns indícios que eu tinha das oitivas. As filmagens são tristes, revoltantes e isso causou muita revolta na gente, nas mães, nos pais”, disse.

“Falta só chegar o papel”, afirmou, sobre o mandado de busca e apreensão. O caso corre em sigilo por envolver menores de idade.

Na delegacia, ao menos 12 pais e mães, além de duas professoras, já prestaram depoimento.

“Fiquei horrorizada. Chorei, chorei, não podia acreditar. Não dava para acreditar que estava acontecendo isso”, disse Carina Pereira, a mãe de uma aluna.

Ivan Luís Prior Pecchi e Tania Cellia Regis Recchi procuraram a delegacia. O filho deles têm 5 anos e estava matriculado desde os 11 meses. Eles contam que os donos da escola tentavam impedir o contato entre pais e professores.

“Faziam de tudo para gente não ter acesso, para não trocar informações. E com os professores eram a mesma coisa. A gente não podia ter acesso a nenhum professor.”
Em uma gravação, uma mulher grita para que uma menina de um ano e meio guarde os brinquedos. “As fotos e os vídeos que a gente tem não é nem metade das coisas que eles faziam. Eles gritavam muito com as crianças, tem até o quarto escuro, que muitas crianças falam e era praticamente um quarto de castigo”, disse a professora Anny Garcia Junqueira, que fez a denúncia.

O que diz a defesa
A defesa de Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano disse que ainda não teve acesso ao inquérito, e que, por enquanto, pode esclarecer que os donos da escola negam veementemente as acusações e são totalmente inocentes.

A Secretaria Estadual da Educação informou que abriu um processo administrativo diante das denúncias recebidas.