Quem é a mulher que morreu vítima de bala perdida em Ribeirão Preto, SP

Jovem saía de bar na madrugada de segunda-feira (14) quando foi atingida por tiro no peito. Corpo foi enterrado nesta terça-feira (15) em cemitério na zona Norte.

O corpo de Julia Ferraz, de 27 anos, foi enterrado no início da tarde desta terça-feira (15) no Cemitério da Saudade em Ribeirão Preto (SP). Ela foi morta na madrugada de segunda-feira (14) ao sair de um bar na Avenida Independência, uma das mais importantes vias da zona Sul.

Segundo a Polícia Civil, o tiro que a atingiu no peito foi disparado pelo policial militar Maicon de Oliveira Santos, de 35 anos, que foi preso em flagrante, mas acabou obtendo a liberdade provisória da Justiça nesta terça-feira após passar por audiência de custódia.

Abalada, a família de Julia não quis comentar o assunto. Durante a manhã desta terça-feira, parentes e amigos passaram pelo velório no bairro Campos Elíseos para a despedida.

A jovem tinha completado 27 anos no dia 2 de agosto. A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que Julia perdeu a mãe quando tinha 12 anos, vítima de um câncer. Ela e o irmão foram criados por tios, já que o pai morava em São Paulo (SP).

Julia tinha duas filhas, de 6 e de 7 anos. Ela chegou a trabalhar como gerente de loja, mas atualmente não estava trabalhando.

Tiros na porta de bar
O policial militar também foi autuado por dupla tentativa de homicídio contra dois jovens. Santos alega que agiu em legítima defesa ao reagir a uma tentativa de assalto praticada pela dupla, que queria roubar a moto dele.

O momento dos tiros foi filmado por câmeras de segurança (assista acima). Em um dos vídeos, é possível ver o policial de moto ao lado dos dois jovens, também de moto. Eles parecem discutir, e o policial saca a arma e faz vários disparos quando a dupla acelera o veículo.

Por outro ângulo, é possível ver os dois homens seguindo na moto pela avenida e, ao fundo deles, um casal atravessando o canteiro central da avenida. É neste momento que Julia acaba atingida e morre na hora.

Os homens apontados como ladrões, Gustavo Alexandre Scandiuzzi Filho, de 26 anos, e Arthur de Lucca dos Santos Freitas Lopes, de 18 anos, negam qualquer crime.

Eles foram identificados porque foram baleados nos pés e deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. Gustavo precisou passar por cirurgia e está internado na Santa Casa.

Segundo a Polícia Civil, dez cápsulas deflagradas foram encontradas no local do crime e apreendidas. A arma do policial foi recolhida.

Para a delegada Vanessa Matos da Costa, responsável pelas investigações, houve excesso na conduta do policial militar responsável pelo tiro.

Preso, Silvinei Vasques move processos contra quem o acusou de fraudar eleições

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, está movendo mais de cem processos contra políticos e figuras públicas que o acusaram de interferir ilegalmente nas eleições de 2022.

Entre os alvos dos processos, estão figuras como os deputados André Janones (Avante-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o comunicador e ex-jogador de futebol Walter Casagrande Jr, informa o blog do Ancelmo Gois no jornal O Globo.

Apesar de processar quem o acusa, Vasques foi preso na última quarta-feira (9) justamente no âmbito de uma investigação que apura a possível interferência no segundo turno das eleições do ano passado.

Sob seu comando, a PRF realizou uma série de blitze contra caravanas de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente na região Nordeste, o que causou intenso trânsito e dificultou a locomoção de cidadãos aos seus locais de votação. A Polícia Federal (PF), inclusive, encontrou provas de que operações da PRF no segundo turno foram para prejudicar Lula.

STJ concede nova prisão domiciliar a chefe de organização criminosa do RS capturado há menos de duas semanas por violar benefício

Ministro Rogerio Schietti Cruz embasou a determinação no “quadro debilitado de saúde” de Marizan de Freitas, de 35 anos. Ministério Público avalia ingressar com recurso para tentar reverter decisão.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu prisão domiciliar a um homem apontado pela Polícia Civil como chefe de uma das maiores organizações criminosas do Rio Grande do Sul menos de duas semanas após ele ser capturado. Na primeira vez que ganhou o benefício, Marizan de Freitas, de 35 anos, fugiu. Ele foi preso no dia 30 de julho, em um restaurante de luxo de São Paulo.

A decisão do ministro Rogerio Schietti Cruz é de quinta-feira (10). No documento, o magistrado cita o “quadro debilitado de saúde do sentenciado”. Tuberculose em tratamento, infarto, hipertensão arterial, depressão e ansiedade são elencados no despacho.

Em contato com o g1 nesta segunda-feira (14), o Ministério Público informou que “tomou conhecimento da decisão e está avaliando a possibilidade de recurso”.

A defesa de Marizan também alegou ao STJ que ele se recuperava de uma cirurgia na coxa direita, feita poucos dias antes de ser capturado, e que a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) não reuniria condições adequadas para a plena recuperação do homem. Um laudo médico anexado pelos advogados atestou um “inicio de infecção na ferida operatória”.

“A casa prisional não possui de meios próprios para realizar o tratamento de fisioterapia. Ademais, sabe-se que o ambiente prisional é muito mais propício para desenvolver infecções e outras moléstias decorrentes da insalubridade existente em todo e qualquer ambiente prisional”, sustentou a defesa.

A decisão do ministro do STJ não cita a fuga de Marizan, ocorrida em 27 de julho. De acordo com a Polícia Civil, o homem informou que estaria em um condomínio de alto padrão em Capão da Canoa, no Litoral Norte, mas não foi localizado pela Brigada Militar (BM). A polícia acrescenta que o deslocamento se deu “logo após o seu conhecimento da revogação do benefício” da prisão domiciliar, concedido para a realização do procedimento cirúrgico.

A ideia de Marizan, conforme os delegados Gabriel Borges e Gabriel Casanova, era sair do país. O destino provável era o Peru e lá ele coordenaria a remessa de crack e cocaína enviada ao Brasil.

Marizan possui extensa ficha criminal. Segundo as autoridades, ele é investigado por liderar organização criminosa, tráfico de drogas, porte de arma de fogo de calibre restrito, lavagem de dinheiro e homicídio.

Acusado de atos nazistas em Tramandaí é condenado a 5 anos de prisão

Israel Fraga Soares está envolvido em práticas racistas, homofóbicas e antissemitas, segundo a Polícia Civil. Ele já teria feito ameaças contra políticos, artistas e influencers. “O racismo e a homofobia são duas das discriminações mais odiosas e intoleráveis da sociedade”, diz a sentença.

A Justiça do Rio Grande do Sul condenou Israel Fraga Soares a cinco anos, seis meses e sete dias de prisão por crimes envolvendo atos nazistas em Tramandaí, no Litoral do Rio Grande do Sul, como: praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião. A sentença foi publicada na última sexta-feira (11).

Os advogados que defendem Soares disseram, por meio de nota, que o caso é “o caso é tratado com delicadeza”, que não concordam com a pena e que estão “analisando a sentença prolatada e verificando a possibilidade de recursos cabíveis” (leia, abaixo, a nota na íntegra).

Segundo a Polícia Civil, Soares está envolvido em práticas racistas, homofóbicas e antissemitas. Provas dão conta de que ele já fez ameaças contra o vereador de Porto Alegre Leonel Radde (PT), que tem histórico de denunciar extremistas à polícia; contra a vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL), que é transsexual; contra o influencer digital Antônio Isupério; e o ator Douglas Silva.

Além disso, ele aparece, em vídeos publicados na internet, fazendo saudações nazistas, queimando uma bandeira que representa a comunidade LGBTQIA+ e também uma foto de George Floyd (veja abaixo).

“Após minuciosa análise do arcabouço probatório, observa-se que o sentenciado tinha como pretensão difundir suas ideias, praticando e alicerçando um discurso de ódio, discriminando pessoas em razão da cor, raça, etnia, orientação sexual e identidade de gênero. Nesse enfoque, o racismo e a homofobia são duas das discriminações mais odiosas e intoleráveis da sociedade. A gravidade é patente e os efeitos psicológicos são nefastos para as vítimas”, diz o juiz Michael Luciano Vedia Porfirio, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí.

Soares está preso preventivamente desde 2022 na Penitenciária Modulada Estadual de Osório.

Nota da defesa de Soares
“A defesa de Israel fraga soares, representada pelos Advogados Rafael Petzinger e Bruna Ressureição recebem a sentença do caso Israel e vem a público informar que estão analisando a sentença prolatada e verificando a possibilidade de recursos cabíveis.

O caso do custodiado é tratado com delicadeza, em razão do quadro de deficiência amplamente comprovado pela defesa de Israel, o que foi confirmado na sentença, declarando a semi-imputabilidade à época dos fatos, mesmo com o pedido contrário do Ministério Público, em razão da diminuição de pena que isso enseja.

De outro lado, a defesa entende que os parâmetros utilizados para aplicação e dosagem da pena não foram realizados de maneira correta, considerando a vida pregressa de Israel e demais circunstâncias favoráveis, o que será matéria de recurso”.