Justiça de SP decreta prisão preventiva de suspeita de matar filha, esquartejar corpo de criança e esconder partes em geladeira
Ruth Floriano passou por audiência de custódia neste domingo (27). Segundo a polícia, mãe confessou ter matado a filha Alany Silva após ela completar 9 anos. Caso foi descoberto neste sábado (26) pela sogra dela, que viu partes do corpo no eletrodoméstico.
A Justiça decretou neste domingo (27) a prisão preventiva de uma mulher de 30 anos suspeita de matar a filha, esquartejar o corpo dela e esconder as partes da criança na geladeira de sua casa em São Paulo.
Ruth Floriano havia sido presa em flagrante pela Polícia Militar (PM), no sábado (26). Segundo a Polícia Civil, ela confessou ter esfaqueado Alany Izilda Floriano Silva.
“Em audiência de custódia realizada hoje (27), a prisão em flagrante de Ruth Floriano foi convertida em preventiva”, informa nota do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), divulgada por sua assessoria de imprensa.
Com a conversão da prisão em flagrante para a preventiva, Ruth ficará detida por tempo indeterminado. O g1 não conseguiu localizar a defesa dela para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a polícia, pessoas que conhecem Ruth e a ajudaram anteriormente numa mudança encontraram dias depois partes do corpo da menina na geladeira da mulher, na casa do atual namorado dela, no bairro Aracati, na Zona Sul da capital paulista. Depois disso, elas avisaram a PM, que foi ao local e passou a procurar a mãe. A mulher foi presa horas depois na residência do ex-marido dela, na Zona Leste da cidade.
O caso foi registrado no 100º Distrito Policial (DP), Jardim Herculano, como homicídio qualificado contra menor de 14 anos e emboscada por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação de cadáver. A investigação será feita pelo 47º DP, Capão Redondo.
Os policiais ainda tentam saber quando o crime foi cometido e o motivo dele. Isso porque, segundo a polícia, Ruth deu pelo menos duas versões para o assassinato da filha. A criança havia nascido em 6 de agosto de 2014, fruto de um relacionamento com um homem que mora atualmente em Atibaia. A menina morava com a família dele antes de ir morar com a mãe. A investigação quer ouvi-lo.
Primeira versão
Quando foi ouvida inicialmente pela PM, Ruth negou o crime e contou, segundo os agentes, que há “aproximadamente um mês”, quando a filha tinha 8 anos, conheceu um homem num aplicativo de relacionamentos. E que o levou para sua casa, onde consumiram drogas e dormiram depois.
Ao acordar, ela disse ter encontrado a filha morta, mas não se lembra do que aconteceu. Ruth não contou se tinha sido ela ou o homem que matou e esquartejou a criança. Mas que decidiu colocar as partes do corpo da menina numa geladeira.
Esse homem anda não foi identificado e ouvido pela polícia.
Segunda versão
Em seu interrogatório na delegacia, Ruth deu outra versão para o crime, a de que matou Alany entre 8 e 9 de agosto, dois ou três dias após a filha ter completado 9 anos. A polícia, porém, trabalha com a hipótese de o assassinato ter sido cometido antes, quando a vítima tinha 8 anos ainda.
O motivo do crime revelado pela mulher, segundo o boletim de ocorrência, foi o fato de ela “não aceitar a separação com o pai” da criança. Ele ainda não foi identificado.
Ainda segundo o registro policial, a mãe esfaqueou a filha no peito, depois a cortou e colocou os pedaços do corpo em um saco plástico e numa caixa térmica. E que no dia 15 de agosto decidiu colocar as partes da menina na geladeira. No dia seguinte a mulher mudou de residência, levando a geladeira para outro imóvel com a ajuda de amigos e parentes de seu namorado.
Esse namorado foi ouvido pela polícia e negou saber do crime. Contou que Ruth não o deixava entrar na casa, que ele tinha de ficar do lado de fora. Mas sentiu um “cheiro” vindo do imóvel.
Ruth disse ainda que no dia 25 de agosto foi para a Zona Leste tinha ido entregar uma chave a seu ex-marido. Ele negou ser pai de Alany. Falou ainda que havia conhecido a mulher havia dois anos por aplicativo e tiveram um “relacionamento afetivo”.
Ao ser ouvido pela polícia, o ex-marido contou ainda que Ruth não dava “carinho, afeto” ou abraçava a menina.
Em 26 de agosto, a mãe do namorado de Ruth decidiu entrar na casa, enquanto a mulher estava fora, e abrir a geladeira. O aparelho estava embalado com pano e plástico. Ao rompe-los, a sogra encontrou os restos mortais de Alany. Depois acionou a PM, que foi ao local e em seguida passou a procurar a mulher, que foi detida na casa do ex-marido, que não seria o pai da menina.
Ruth tem outros dois filhos. Eles foram encontrados e entregues ao Conselho Tutelar.