Mãe de ex-jogador de futsal espancado fala sobre adiamento de júri: ‘Decepcionada, mas confiante’
Caso aconteceu em abril de 2014. André Machado chegou a ficar temporariamente tetraplégico, mas recuperou os movimentos. Acusado iria a júri popular nesta quinta-feira (31), mas julgamento foi adiado para fevereiro de 2024.
A mãe do ex-jogador de futsal que foi espancado em frente a uma casa de shows de Sorocaba (SP), em 2014, afirmou estar “decepcionada, mas confiante” com o júri popular de Diego Pietro Gonçalves, que aconteceria na quinta-feira (31), mas foi adiado para 1º de fevereiro de 2024.
“A princípio, [fiquei] decepcionada. Queremos que termine tudo isso. Mas depois tive reunião com os advogados e promotor e fiquei mais confiante”, contou Claudete Machado Fernandes ao g1.
Segundo apurado pela TV TEM, o adiamento do julgamento se deu por conta da ausência de uma testemunha de defesa.
Com uma coleção de medalhas no pescoço e lágrimas nos olhos, Claudete foi até o Fórum de Sorocaba (SP) para carregar o sonho do filho que, na época, chegou a ficar temporariamente tetraplégico.
“Essas medalhas significam o sonho dele. O sonho que foi embora e não tem jeito. É futebol, é impossível. Ele ficou com sequelas, então nunca mais vai poder jogar, porque teve uma fratura grave na coluna e é sustentado por uma placa com pinos, então ele não pode correr, não pode cair. Isso aqui [medalhas] é o sonho dele”, relata à TV TEM.
Com cartazes, familiares e amigos da vítima fizeram uma manifestação em frente ao fórum na manhã de quinta-feira (31) pedindo justiça. André, que tinha 21 anos na época, chegou a perder os movimentos dos braços e das pernas após as agressões.
Segundo Claudete, mesmo quase dez anos após o crime, o filho ainda faz tratamento e, por isso, a família tem esperança de que a justiça seja feita.
“Meu coração sangra há dez anos. As pessoas de fora falam ‘dez anos, passou, ele está vivo’. Ele está vivo, mas o que ele passa a cada dia somos nós que sabemos. Esse menino não passa um dia que não tenha dor no corpo. Ele ainda faz tratamento. É Justiça. Infelizmente, se não houver justiça, a gente vai ter que seguir em frente e virar essa página”, diz.
Pouco tempo após o crime, Diego foi indiciado por lesão corporal gravíssima e, em dezembro de 2015, a Justiça decretou a prisão dele por tentativa de homicídio. O agressor foi levado à delegacia e, depois, foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.
Em 2016, ele ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. A defesa informou que o juiz havia aceitado o pedido para revogar a prisão preventiva do rapaz.
Entenda o caso
O caso ocorreu no dia 7 de abril de 2014, em frente a uma casa de shows no Jardim Iguatemi, em Sorocaba.
Segundo testemunhas, André, o irmão e os amigos estavam indo embora quando a vítima teria sido confundida com um dos jovens envolvidos em uma briga que havia acabado de acontecer. Ele foi agredido com chutes, socos e pontapés. Momentos depois, desmaiou e foi levado para o hospital.
Antes da agressão, André era jogador de futsal e passou por times grandes do estado. Ele foi submetido a uma cirurgia na medula, que foi realizada em um hospital de Itu (SP), conseguindo recuperar gradativamente o movimento das pernas e braços.