Após ouvir policiais acusados pela morte de menino João Pedro, juíza tem 90 dias para decidir se caso vai a júri popular

Os advogados de defesa dos agentes afirmam que uma troca de tiros com criminosos na rua seguiu na casa onde o menor estava. Eles querem afastar a hipótese de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Família diz que os agentes invadiram a casa e chegaram atirando.

A juíza Juliana Grillo El-jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, terá 90 dias para decidir se os policiais acusados pela morte do menino João Pedro, de 14 anos, durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, irão a júri popular.

O jovem morreu no dia 18 de maio de 2020, em uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal para combater o tráfico de drogas na região. De acordo com a família do adolescente, os agentes invadiram a casa e chegaram atirando.

Segundo as investigações, o tiro de fuzil que matou o adolescente o atingiu nas costas e partiu da arma de um policial. E a casa do tio dele, onde ele brincava com outras crianças, ficou com mais de 70 marcas de tiros.

Policial nega versão da família
Na última quarta-feira (13), o policial civil Fabio Vieira Rodrigues, que estava em uma aeronave durante a operação, voltou a prestar depoimento sobre o caso. Ele também foi ouvido pouco depois do caso, ainda em 2020.

Fábio Vieira negou a versão da família de João. Ele afirmou que avistou mais de um criminoso circulando perto da casa que era o alvo da operação, a cerca de 80 metros da casa do João Pedro.

De acordo com o relato, um dos homens estava com uma arma de cano longo. O policial disse ainda que não chegou a ver, mas ouviu tiros partidos desse grupo de criminosos contra os policiais que tentavam acessar a rua, o que desencadeou o confronto.

Ainda segundo o policial, foi possível ver um dos criminosos entrando na casa onde estava o João Pedro e que, por um rádio comunicador, ouviu que esse mesmo homem circulava dentro da casa tentando se esconder.

Questionado sobre o socorro ao jovem, o policial afirmou que, tão logo perceberam que ele estava ferido, a equipe realizou o socorro. Os agentes no solo levaram o jovem para a aeronave, que a essa altura já estava pousada em uma área próxima.

Fábio contou que o helicóptero foi de São Gonçalo até a base aérea da Lagoa, na Zona Sul do Rio, onde uma equipe do Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros antes do encaminhamento ao Hospital Souza Aguiar.

Durante o depoimento, o policial também negou o uso de granadas na operação. Segundo ele, é uma regra da polícia do Rio não transportar granadas em aeronaves.

Família reclama de demora no julgamento
Mais de três anos depois da morte de João Pedro, a família do jovem segue aguardando pelo desfecho do julgamento. Para Rafaella Mattos, mãe do jovem, a espera é “angustiante”.

“A nossa expectativa é que essa fase encerre e que os réus vão a Júri Popular. É uma espera bem angustiante esse tempo que ta levando, essa morosidade da Justiça. O sentimento é de impunidade porque a gente fica tentando sobreviver a todo esse processo. São 3 anos de espera”, comentou Rafaella.

Defesa tenta afastar tese de crime doloso
O principal argumento da defesa dos policiais acusados é de que os agentes só entraram na casa onde estava o jovem porque estavam perseguindo um criminoso, e que houve sim um confronto.

A defesa dos policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister tenta afastar a hipótese de crime doloso, quando não há a intenção de matar.

Os três policiais já são acusados de homicídio culposo, quando não existe o objetivo de cometer um assassinato.

A defesa também quer que a juíza negue a tese e de que os policiais alteraram a cena do crime.

Em junho deste ano, o Governo do Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma indenização aos pais de João Pedro. O poder estadual deve pagar dois terços de um salário-mínimo para o pai e a mãe até a idade que ele completaria 25 anos e depois um terço até a data que o filho completaria 65 anos.

 

Braga Netto ‘prometeu interferir a nosso favor’, diz general em mensagens obtidas pela PF

O general Paulo Roberto Correa Assis, alvo de buscas da Polícia Federal na operação Perfídia, trocou mensagens com investigados nas quais prometia uma “interferência” do então interventor na segurança do Rio de Janeiro, Walter Souza Braga Netto, em favor do grupo.

A operação deflagrada nesta terça-feira (13) investiga suposta fraude na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal na segurança do Rio, durante o governo Michel Temer.

As mensagens obtidas pelo blog compõem o inquérito e o pedido da PF, aceito pela Justiça e que resultou nos mandatos desta quarta.

A Polícia Federal descreve o general Paulo Assis como alguém “contratado pelo grupo para fazer lobby, junto ao alto escalão do governo”.

Segundo as investigações, “o general sempre vangloriava de sua amizade com o vice-presidente, General Hamilton Mourão e do General Braga Netto, Chefe do Estado-Maior do Exército e, em seguida, Ministro-Chefe da Casa Civil do Brasil”.

Em uma das mensagens em poder da investigação, de dezembro de 2019, o general escreve: “Almocei com o Gen Braga Netto, que me prometeu interferir a nosso favor. Portanto tudo bem encaminhado”.
Segundo os investigadores, o objetivo da contratação do general Paulo Assis “nunca foi a eventual expertise na atividade de consultoria”.

O inquérito afirma que o general era atrativo para o grupo pelo “poder de influência para que algum ato seja praticado por servidor público no interesse da organização criminosa”.

Ou seja: segundo a PF, na prática, o papel de Paulo Assis na contratação era justamente o de fazer esse “lobby” junto a autoridades para reverter a suspensão do contrato e, com isso, efetivar a compra fraudada dos coletes balísticos.

Já ministro, Braga Netto continuou a manter contato com investigados por corrupção na intervenção federal no RJ
A PF investiga crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da empresa americana CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. O acordo acabou cancelado, e o valor, estornado.

E-mail reforça mensagem
No dia seguinte, o general envia uma mensagem para o e-mail oficial da pessoa responsável pelos pareceres do processo de compra dos coletes, Jorge Menezes.

Em razão da intervenção federal, Menezes era vinculado diretamente à Presidência da República e usava um e-mail “@presidencia.gov.br”.

Na mensagem, ele repete o que já havia dito no dia anterior – que havia almoçado com Braga Netto, à época ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, e que o militar teria prometido “uma força”.

“Prezado Dr Jorge, estive num almoço na sexta-feira passada com o Gen Braga Netto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nesta Casa Civil da PR. Ele disse que iria dar uma ‘força’ junto ao Sr para atender ao que pleiteamos”, diz a mensagem.

Homem é preso em flagrante por manter a mulher em cárcere privado e ameaçá-la com arma roubada

A vítima conseguiu ir até a delegacia e pedir ajuda aos policiais depois de um dia inteiro sob ameaça do homem. Segundo o relato, ela foi obrigada a manter relações sexuais com o marido contra a sua vontade.

Um homem foi preso em flagrante por policiais da 17ª DP (São Cristóvão), nesta quarta-feira (13), por manter a mulher em cárcere privado por mais de 24 horas e ameaçá-la com um arma roubada em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio.

Carlos Alberto da Silva, de 50 anos, foi capturado depois que Edvone Francisca, a vítima, o convenceu a ir até a delegacia para prestar esclarecimentos sobre a arma que ele tinha roubado.

Pouco antes, ele devolveu o revólver que tinha subtraído da empresa onde trabalha como vigilante. Uma funcionária da empresa contou à polícia que foi que rendida na madrugada de terça (12). Ela disse que Carlos apontou uma arma para ela, a levou até um quarto fechado e fugiu em seguida.

Enquanto amarrava mãos e pés da mulher, Carlos teria dito que estava levando a arma para matar a esposa porque não aceitava o fim do casamento e tinha descoberto uma traição.

A empresa prestou queixa sobre o roubo da arma. Carlos foi então a delegacia, junto com a mulher, para esclarecer o caso.

Enquanto ela era ouvida, o homem fugiu da delegacia. Foi nesse momento que Edvone contou aos policiais que estava sendo ameaçada pelo marido.

Ela disse que estava em cárcere desde que ele tinha fugido do trabalho e que foi ameaçada de morte caso terminasse o relacionamento. Falou ainda que foi obrigada a manter relações sexuais com o marido.

Carlos Alberto foi preso em seguida, perto da delegacia, e encaminhado para audiência de custódia.

Ele foi autuado em flagrante pelo crime de ameaça na forma da Lei Maria da Penha e responde pelo roubo da arma.

 

Condenados por envolvimento na morte de Rafael Mascarenhas são levados para cadeia em Benfica

No fim do mês passado, uma decisão judicial determinou que Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, pai e filho, voltassem à prisão pelo crime cometido em 2010. Eles se entragaram à Justiça na noite desta quarta-feira (13).

Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, pai e filho condenados por envolvimento na morte de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, deram entrada na Cadeia Pública José Frederico Marques, Benfica, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira (14).

Os dois se entregaram na Vara de Execuções Penais, na noite desta quarta (13). Eles dormiram na carceragem do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), no Centro, e nesta manhã foram levados para a 5ª DP (Mem de Sá). Eles ainda vão passar por audiência de custódia.

No fim do mês passado, uma decisão judicial determinou que os pai e filho voltassem à prisão pelo crime cometido em 2010.

Eles foram condenados em janeiro de 2015 e, desde maio desse ano, não podiam mais recorrer a nenhuma instância da Justiça.

Rafael Bussamra vai cumprir pela por ter atropelado Rafael em uma área que estava fechada para carros, e Roberto Bussamra por corromper policiais militares que estiveram na cena do atropelamento.

Dos 12 anos e nove meses a que estava condenado, Rafael Bussamra, o atropelador, vai cumprir três anos e seis meses pelo crime de homicídio culposo, sem intenção de matar. E o pai dele, Roberto Bussamra, condenado inicialmente a oito anos e 11 meses, vai cumprir três anos e 10 meses por corrupção – o regime determinado pela Justiça é semiaberto.

A atriz Cissa Guimarães comemorou, na manhã desta quinta, a prisão dos dois condenados.

“Aliviada porque a justiça foi feita. Só Deus sabe o que eu passei nesses 13 anos com medo de que a impunidade vencesse. Ela não venceu. Essa vitória não é só minha ou da minha família. É de todos nós, da sociedade brasileira, contra a impunidade”, disse a atriz.

O acidente ocorreu em 2010 no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul do Rio, que estava fechado para o tráfego de veículos. Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael andava de skate no local quando foi atropelado. A CET-Rio informou que, naquela noite, a pista ficou fechada ao tráfego de veículos das 1h10 às 4h10.

A defesa dos condenados disse que o desfecho desse caso é inusitado e afirmou que se trata de um crime culposo, que não seria passível de prisão. Disse ainda que a condenação se deve ao fato de ser um caso de repercussão e que não acredita que o mesmo aconteceria se a vítima fosse um jovem de comunidade.

Veja, abaixo, a cronologia do processo a partir dali:
Janeiro de 2015 – na 16ª Vara Criminal do Rio (1ª instância), Rafael de Souza Bussamra foi condenado em 2015 a 7 anos de prisão em regime fechado e a mais 5 anos e 9 meses em semiaberto. O pai dele, Roberto Bussamra, foi condenado a 8 anos em regime fechado e a 9 meses em semiaberto. Na sentença, o juiz Guilherme Schilling destacou a atitude do pai em corromper os policiais militares, numa tentativa de acobertar o filho.
Maio de 2016 – no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (na 2ª instância), a pena de Rafael diminuiu para 3 anos e 6 meses de detenção em regime semiaberto, acrescida da suspensão da habilitação para dirigir pelo mesmo período. Já a de Roberto, condenado por crime de corrupção ativa, baixou para 3 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão em regime semiaberto, mais pagamento de 18 dias-multa. No entanto, os desembargadores do TJ do Rio converteram as duas penas de prisão em restrição de direitos (prestação de serviços comunitários e limitação de fim de semana). O Ministério Público do Rio de Janeiro, então, recorreu ao STJ para pedir novamente a prisão; já a defesa dos réus recorreu, também STJ, para diminuir a pena mais ainda.
4 de dezembro de 2019 – no STJ, o ministro Jorge Mussi acatou parcialmente o recurso do MP e considerou descabida a aplicação de pena restritiva de direitos a Rafael e a Roberto.
Junho de 2021 – a 5ª Turma do STJ manteve decisão de Jorge Mussi. A defesa dos réus, então, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).
10 de maio de 2023 – a ministra Rose Weber, do STF, negou recurso da defesa dos réus.
30 de maio de 2023 – a decisão transitou em julgado (ou seja, não havia mais espaço a recursos), e o processo voltou para o Tribunal de Justiça do Rio.
26 de julho de 2023 – a 16ª Vara Criminal do Rio (onde Rafael e Roberto foram condenados em primeira instância em 2015), determinou, então, o cumprimento do acórdão do STJ e a expedição da carta de execução da sentença definitiva.
13 de setembro de 2023 – os réus se entregaram à Justiça e foram presos.

Após ser indiciado, suspeito pela morte de porteiro é denunciado por latrocínio pelo MP

Fagner Wilson Nunes Chamarelli, de 26 anos, é acusado pela morte de José Jailton de Araújo no dia 7 de agosto, no Centro do Rio de Janeiro. O MP concordou com a Polícia Civil do RJ, que pediu a prisão preventiva do suspeito.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou à Justiça a denúncia contra o suspeito pela morte de José Jailton de Araújo, porteiro de um prédio no Centro do Rio, no dia 7 de agosto.

Fagner Wilson Nunes Chamarelli, de 26 anos, vai responder por latrocínio, roubo seguido de morte, segundo o documento assinado pelo promotor Alexandre Themístocles.

A denúncia do MP segue a mesma linha de atuação da Polícia Civil, que pediu a prisão preventiva do suspeito.

Um primeiro pedido de prisão temporária, que tinha sido feito no fim de agosto, com o aval do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), foi negado pela Justiça.

“Diante da resistência do zelador, o denunciado desferiu dois tapas em seu rosto. Mesmo assim, o covarde agressor não conseguiu subjugá-lo e ambos entraram em luta corporal. Conseguindo se desvencilhar, o denunciado, com inequívoco propósito de matar, efetuou disparo de arma de fogo no rosto do trabalhador José Jaílton, provocando nele as lesões corporais descritas no respectivo laudo de necropsia1, que foram a causa de sua morte”, dizia um trecho da denúncia.

Denúncia anônima e pedido de ajuda
A Delegacia de Homicídios da Capital identificou Fagner com a ajuda das imagens das câmeras de segurança do edifício e de denúncias anônimas. Os próprios parentes dele, procurados pela polícia, também o reconheceram e disseram que Fagner lhes pediu um local para se esconder.

A polícia apurou que Fagner, fingindo ser um entregador, foi até o prédio na Rua Carlos de Carvalho para saquear o apartamento de uma moradora que havia viajado e tinha esquecido a chave na porta. Funcionários acabaram guardando na portaria — apenas 4 pessoas no condomínio sabiam disso.

Segundo os investigadores, José Jailton, que nada entregou a Fagner, podia nem saber que de fato havia uma chave em poder da portaria.

 

Homem é preso suspeito de espancar e matar bebê de 11 meses; pais da vítima estão detidos por tráfico internacional de drogas

Suspeito era companheiro da avó do menino. Eliandro Lima Rocha tentou dizer que a criança tinha caído da escada, mas o bebê apresentava marcas no pescoço, como se tivesse sido esganado.

Um homem foi preso nesta quinta-feira (14) suspeito da morte de um bebê de 11 meses na Zona Norte do Rio. Eliandro Lima Rocha foi capturado na Estrada do Rio Jequiá, na Ilha do Governador.

Segundo a investigação da 26ª DP (Todos os Santos), Eliandro morava com a avó do bebê e cuidava da criança enquanto ela trabalhava.

O menino passou a ser criado pela avó depois que a mãe dele foi presa por tráfico de drogas em Portugal. O pai do bebê também está preso aqui no Brasil pelo mesmo crime.

O menino foi levado pelo próprio Eliandro para o Hospital Salgado Filho no dia 2 de setembro com diversos machucados pelo corpo. A criança foi transferida para o Hospital Getúlio Vargas para passar por cirurgias, mas morreu três dias depois.

No momento do socorro, Eliandro tentou dizer aos médicos que o bebê tinha caído de um degrau da escada, mas os profissionais suspeitaram de marcas no pescoço do menino, que podiam indicar que ele tinha sido esganado.

A criança já havia sido levada ao hospital antes com outras lesões na cabeça.

Por isso, a polícia foi acionada para apurar a situação. Eliandro havia fugido desde então.

O suspeito da morte do bebê teve a prisão temporária determinada e encaminhado ao sistema prisional.

 

MC Léo Zika é preso em flagrante por suspeita de integrar quadrilha do miliciano Zinho

A prisão aconteceu na comunidade do Cesarinho, em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Homem conhecido como Léo Zika possui músicas que enaltecem quadrilha do miliciano Zinho.

Policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prenderam em flagrante, na manhã desta quinta-feira (14), Leonardo Felipe da Silva, conhecido como MC Léo Zika.

A prisão aconteceu na comunidade do Cesarinho, em Paciência, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com as investigações, Léo Zika se apresenta como MC e possui músicas que circulam em redes sociais e fazem apologia ao crime, exaltando, principalmente, integrantes da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

Com Léo Zika foram apreendidos uma pistola, carregador e munições.

Ele foi encaminhado para o sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

 

Sargento da PM e outro homem são presos por envolvimento em morte de advogada e da mãe dela no Ceará

Mandante do crime foi identificada e está sendo procurada pela polícia.

Um sargento da Polícia Militar e um homem que não é policial foram presos, nesta quinta-feira (14), por suspeita de envolvimento na morte da advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, de 34 anos, e da mãe dela, Maria Socorro de Vasconcelos, de 78 anos, na cidade de Morrinhos, no interior do Ceará.

Com essas duas capturas, sobe para cinco o número de presos por suspeita de participação no crime. Entre eles, estão o sargento da PM Amaury da Silva Araújo e o soldado Daniel Medeiros de Siqueira, que já foram denunciados pelo Ministério Público. O outro foi um homem, que não teve a identidade informada, apontado como o atirador.

A Controladoria Geral de Disciplina, órgão que investiga policiais suspeitos de envolvimento em crimes, informou que o sargento e o homem presos hoje tiveram participação ativa na logística do crime com a indicação de executores, bem como monitoramento das ações criminosas.

De acordo com a CGD, a mandante do crime também já foi identificada pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI). Contra a mulher, que não teve a identidade informada, existe um mandado de prisão em aberto e ela está foragida.

A Controladoria apura os fatos na seara disciplinar. Os militares envolvidos permanecem afastados das funções. O processo tramita em segredo de justiça.

 

‘Vitória da sociedade contra a impunidade’, diz atriz após prisão de condenados por envolvimento na morte de seu filho

Cissa Guimarães comemorou a prisão de Roberto Bussamra e Rafael Bussamra. Eles se entregaram na Vara de Execuções Penais na noite desta quarta-feira (13).

A atriz Cissa Guimarães comemorou, na manhã desta quinta-feira (14), a prisão dos dois condenados por envolvimento na morte do seu filho Rafael Mascarenhas.

“Aliviada porque a justiça foi feita. Só Deus sabe o que eu passei nesses 13 anos com medo de que a impunidade vencesse. Ela não venceu. Essa vitória não é só minha ou da minha família. É de todos nós, da sociedade brasileira, contra a impunidade”, disse a atriz na manhã desta quinta-feira (14).

Na noite desta quarta (13), Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, condenados por envolvimento na morte do filho de Cissa em 2010, se entregaram na Vara de Execuções Penais.

“E eu me sinto agora tranquila. Eu me sinto saindo mais forte de todo esse processo que me causou a maior dor do mundo. Mas salve Rafael, salve Rafael e salve a justiça que foi feita. Muito obrigada a todos”, disse Cissa.

No fim do mês passado, uma decisão judicial determinou que Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, pai e filho, voltassem à prisão pelo crime cometido em 2010.

Eles foram condenados por envolvimento na morte de Rafael Mascarenhas em janeiro de 2015 e, desde maio desse ano, não podiam mais recorrer a nenhuma instância da Justiça.

Rafael Bussamra vai cumprir pela por ter atropelado Rafael em uma área que estava fechada para carros e Roberto Bussamra por corromper policiais militares que estiveram na cena do atropelamento.

Dos 12 anos e nove meses a que estava condenado, Rafael Bussamra, o atropelador, vai cumprir três anos e seis meses pelo crime de homicídio culposo, sem intenção de matar. E o pai dele, Roberto Bussamra, condenado inicialmente a oito anos e 11 meses, vai cumprir três anos e 10 meses por corrupção – o regime determinado pela Justiça é semiaberto.

Assim que soube da decisão judicial, Cissa comemorou: “13 anos! TREZE ANOS! E depois de um fim de semana de muita dor, vem um acalento e a esperança de justiça finalmente”, escreveu a atriz em suas redes sociais.

O acidente ocorreu em 2010 no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul do Rio, que estava fechado para o tráfego de veículos. Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael andava de skate no local quando foi atropelado. A CET-Rio informou que, naquela noite, a pista ficou fechada ao tráfego de veículos das 1h10 às 4h10.

Frio, manipulador e desprezo pela vida: veja trechos da sentença que condenou médico pela morte da ex

Outras duas rés também foram condenadas após júri popular que durou dois dias. Crime ocorreu em 2017 e chocou São José dos Campos (SP).

O médico Gustavo André da Costa foi condenado a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros em 2017, em São José dos Campos (SP).

A condenação foi feita após o júri popular que durou dois dias e o considerou culpado por homicídio, crime contra mulher, por motivo torpe, porte ilegal de arma e fornecimento de arma, falsificação de crime e por ocultar o crime. Outras duas mulheres também foram condenadas (veja mais abaixo).

Crime premeditado
Na sentença, o juiz Milton de Oliveira Sampaio Neto,destacou que além de encomendar o crime, Gustavo participou ativamente do crime.

“O réu premeditou o crime e, com a colaboração de sua namorada, a corré Camila, convenceu outras três pessoas a com ele praticarem o crime, prometendo-lhes recompensa. O réu, além de ter sido o mandante, participou ativamente do crime – foi a Campos do Jordão buscar os coautores em seu próprio automóvel. Gustavo também forneceu a arma do crime a Maycon”, diz a sentença.

Frio, manipulador e desprezo pela vida
O juiz Milton de Oliveira Sampaio afirma que o médico agiu com desprezo à vida humana ao planejar e participar do crime contra a vendedora Jaqueline Barros, em 2017.

“Tais circunstâncias e consequências do crime, (…) são reveladoras de que o réu é pessoa de personalidade extremamente fria, manipuladora, que demonstrou total desprezo pela vida humana, características que evidenciam sua periculosidade”.
A sentença ainda desta que “além de ter sido cometido por motivo torpe, verdadeiramente repugnante, o crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi surpreendida no interior da loja de móveis em que trabalhava”.

Tentativa de homicídio forjada
No mesmo dia do crime, ainda segundo a acusação, Gustavo forjou uma tentativa de homicídio, ao atirar contra o próprio abdômen. A arma usada foi a mesma usada no crime e foi encontrada pela polícia no telhado da casa do médico.

A ideia dele era simular uma tentativa de homicídio e forjar um álibi, o que também foi citado na sentença.

“O réu provocou a ação da autoridade policial, comunicando-lhe a ocorrência de crime que sabia não ter se verificado. Disparou contra si o revólver que havia sido utilizado para matar a vítima Jaqueline, alegando que as pessoas envolvidas na morte de Jaqueline também teriam tentado matá-lo, o que se mostrou ser inverídico”.

“O réu assim agiu com o nítido propósito de tentar ocultar e assegurar a impunidade do crime de homicídio”.

Mais duas condenações
Além de Gustavo, a enfermeira Camila Faria Minamissawa, que era companheira de Gustavo na época do assassinato, também foi condenada à prisão em regime fechado. Ao todo, ela pegou 20 anos de prisão, sendo 16 pelo homicídio e os demais por motivo torpe.

Jéssica Cristina Viana, que também era ré no processo por ter indicado o assassino para matar a vendedora, foi condenada a 16 anos de prisão, sendo 14 pelo assassinato e o restante por motivo torpe.

No entanto, por Jéssica ter confessado o crime e delatado os acusados em plenário, ela teve a pena reduzida para 8 anos e vai cumprir em regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica e restrições de liberdade.

Gustavo e Camila foram detidos e levado pelos policiais da DEIC até a cadeia de Caçapava, onde devem passar a noite, até que sejam transferidos para presídios de Tremembé (SP).

O que dizem os condenados
Procurado pelo g1, o advogado de defesa Ary Bicudo, que representa os réus Camila e Gustavo, informou que amanhã “já vai preparar um recurso para que eles possam responder em liberdade, pedindo a suspensão da prisão”.

O advogado disse ainda que espera “reverter esse julgamento no TJ e conseguir outro júri”, no qual ele avalia que os clientes “certamente serão absolvidos”.

Já a advogada Ledamar Serpa Vergueiro, que defende Jéssica, informou que ela e a cliente “estão muito satisfeitas com o resultado, mesmo não havendo absolvição”. Disse ainda que “Jéssica vai cumprir pena com uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições, assim, mesmo não sendo liberdade plena, ela poderá seguir a vida de modo quase normal”.