Cantora gospel que ficou quase 2 meses presa por participar de atos golpistas não pode usar a web e teve passaporte cancelado

Defesa de Fernanda Ôliver argumentou que ela não precisava ter sido presa porque tem residência fixa e profissão definida. Ministro concedeu a liberdade provisória, mas determinou restrições.

A cantora gospel Fernanda Rodrigues de Oliveira, suspeita de participar e incentivar os atos golpistas de 8 de janeiro, deixou o presídio em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, na terça-feira (7), após liberdade provisória concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, terá que cumprir algumas medidas, como o cancelamento de passaportes e até a proibição do uso de redes sociais. Veja abaixo todas as regras.

Fernanda Ôliver, como é conhecida, estava presa na Casa de Prisão Provisória (CPP) desde o dia 17 de agosto deste ano, por conta de uma decisão de Moraes que atendia a um pedido da Polícia Federal. Essa solicitação dizia ter encontrado fortes indícios de que cantora gospel e outras pessoas praticaram crimes como atos terroristas, dano, associação criminosa armada, golpe de Estado, entre outros.

A defesa de Fernanda argumentou que ela não precisava ter sido presa, porque é ré primária, portadora de bons antecedentes, tem residência fixa e profissão definida. O ministro concedeu a ela liberdade provisória na sexta-feira (3), mas determinou condições, como:

Uso de tornozeleira eletrônica;
Obrigação de apresentar-se perante ao Juízo semanalmente, todas às segundas-feiras;
Proibição de ausentar-se do país;
Cancelamento de todos os passaportes;
Suspensão de quaisquer documentos de porte de arma de fogo;
Suspensão de Certificados de Registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça;
Proibição de utilização de redes sociais;
Proibição de comunicar-se com os demais envolvidos na investigação por qualquer meio;
Conforme a decisão, o descumprimento de qualquer uma das medidas implicará a revogação da concessão de liberdade e decretação de prisão imediata.

Crimes
No texto assinado pelo ministro, ele diz que a cantora compartilhou em seu perfil no Instagram um vídeo com outros influenciadores, em que convocava pessoas a participarem dos atos terroristas. Na época, Fernanda tinha 150 mil seguidores. Atualmente, esse número é de 230 mil.

“Viemos convocá-los para que no dia 07 (sete) de janeiro, próximo sábado, estejamos todos em Brasília lutando pelo nosso país. […] Contamos com você em Brasília! Lembrando que a partir de sábado será na Esplanada na Praça dos Três Poderes”, dizia a postagem, segundo Moraes.

Além disso, o texto também afirma que a cantora esteve presente nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e que isso foi confirmado por uma live feita por Fernanda, no qual aparece no gramado do Congresso Nacional.

Em um outro vídeo publicado por Fernanda nas redes sociais ela aparece em acampamentos bolsonaristas realizados em Goiânia e Brasília, trajando a bandeira do Brasil nos ombros, além de usar outros adereços, como bonés (veja abaixo).

Ao fundo, é possível ouvir Fernanda cantando uma versão em português da música Stand Up. O cover gravado pela jovem, segundo a defesa, se tornou um hino dos atos golpistas. Quando ela ia aos atos promovidos por bolsonaristas, cantava a canção lá.

Um trecho da letra diz: “por Deus, pela pátria, família eu vou lutar. Então eu me levanto, levo meu povo comigo, juntos estamos indo pra um lugar melhor”.

Invasão aos Três Poderes
Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto após confronto com a Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras.

Policiais militares tentaram conter os bolsonaristas com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Vidraças da sede do Congresso foram quebradas.

Os policiais também usaram bombas de efeito moral na tentativa de conter os participantes do ato antidemocrático.

O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal para manter a ordem após a invasão. Lula anunciou o decreto na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, durante visita para avaliar estragos causados pelas chuvas no município.

O decreto vigorou até 31 de janeiro. Com a intervenção, os órgãos de segurança pública do Distrito Federal ficaram sob responsabilidade do secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, nomeado como interventor, subordinado a Lula.

Mãe de Marília Mendonça retruca humorista que fez piada com morte da cantora: ‘Minha filha morta faz mais sucesso’

Giovana Fagundes publicou vídeo nas redes sociais dizendo que iria de ‘Marília Mendonça para São Paulo’, em alusão ao acidente que matou a cantora em novembro de 2021. Humorista pediu desculpas.

A mãe de Marília Mendonça, dona Ruth, retrucou a humorista Giovanna Fagundes, que foi criticada após fazer uma piada com o nome da cantora. Pelas redes sociais, dona Ruth disse que “uma hora a conta chega”.

“[Ela] precisa usar a dor de outra pessoa, usar a dor de uma mãe, de uma família, para fazer piadinha” , disse a mãe de Marília Mendonça.

“Minha filha morta faz mais sucesso do que ela”, completou.

Giovana Fagundes publicou um vídeo nas redes sociais na quarta-feira (8), em que, antes de embarcar em um avião de pequeno porte, disse que iria de “Marília Mendonça para São Paulo”, fazendo alusão ao acidente que matou a cantora em 5 de novembro de 2021.

Após a repercussão, Giovana Fagundes disse que é fã da Marília Mendonça e que chegou a trocar mensagens com a cantora. Em seguida, a humorista pediu desculpas e alegou que a intenção não era satirizar a morte dela.

 

Ex-jogador do Atlético-GO, Moraes Jr. diz em carta que está arrependido por manipulação de jogos: ‘Reconheço que errei’

Ex-lateral esquerdo Moraes Junior foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por manipulação de jogos. Jogador publicou uma carta aberta a diretoria e torcedores do Atlético Clube Goianiense.

O ex-lateral esquerdo Moraes Junior se diz arrependido de ter participado da manipulação de resultados de jogos de futebol. O jogador publicou na manhã desta quinta-feira (9), nas redes sociais, uma carta aberta a diretoria e torcedores do Atlético Clube Goianiense.

“Reconheço que errei e as circunstâncias me levaram a uma pausa forçada em minhas atividades esportivas”, escreveu Junior.

Em abril deste ano, Moraes Junior foi alvo da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, que investiga manipulação de jogos. Na época, o advogado do jogador, Tiago Lenoir, afirmou que ele estava bem confiante. “Ele nunca prejudicou ninguém”,

Na época da operação, o Atlético Clube Goianiense informou em nota que apoia a operação e defende que os culpados sejam responsabilizados, mas pondera ainda que não aconteçam julgamentos precipitados ou injustiças (leia na íntegra no fim da reportagem).

Carta aberta
Ex-lateral esquerdo foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por manipulação de jogos. Na carta aberta, Moraes Junior não quis entrar em detalhes sobre o ocorrido “porque já é de conhecimento de todos” e assumiu a responsabilidade dos atos.

“Quero expressar sinceramente meu arrependimento e a responsabilidade que assumo diante do clube, da torcida e de todos que acreditaram em mim”, escreveu.

Ao time, o jogador agradeceu cada instante vivido com a camisa rubro-negra e disse que não teve a intenção de desrespeitá-lo. “Minhas ações não representam os valores que aprendi e honro desde o início da minha trajetória neste clube”, completou.

Aos torcedores, Moraes Junior pediu desculpas e que compreendam que ele é humano. “Me comprometo não apenas a aprender com meus erros, mas a transformar essa experiência em combustível para renascer como uma versão aprimorada de mim mesmo”, finaliza.

Nota Atlético-GO
A respeito da Operação Penalidade Máxima II, o Atlético Clube Goianiense exalta e apoia toda a iniciativa que busca a transparência no futebol.

Somos favoráveis a uma completa apuração das denúncias relacionadas à manipulação de resultados. Defendemos que os culpados sejam responsabilizados, mas que também não aconteçam julgamentos precipitados ou injustiças.

Não podemos permitir que a comunidade do futebol seja prejudicada por irresponsáveis. Propomos uma junção de todas as instituições para estiparmos do nosso meio esse mal que ameaça a lisura do esporte.

 

Quem é o cantor sertanejo que foi filmado agredindo a mãe em bar durante briga

Luan se apresenta como ‘cantor, compositor e músico’. Nas redes sociais, ele compartilha vídeos de humor e bastidores de gravações.

O cantor sertanejo Luan, da dupla Marco e Luan, foi filmado agredindo a própria mãe em frente a uma distribuidora de Guapó, na Região Metropolitana de Goiânia – assista acima. Nas redes sociais, ele se apresenta como Gutierrez Jose e, até esta quinta-feira (9), tem cerca de 2 mil seguidores.

Luan, que é pai, se apresenta como “cantor, compositor e músico”. No perfil pessoal, ele compartilha vídeos de humor e bastidores de gravações.

Já no perfil da dupla, a equipe compartilha as agendas de shows e vídeos dos dois cantando. Apenas em outubro, a dupla fez dez apresentações.

Relembre o caso
A agressão teria acontecido na noite do último sábado (4), após uma discussão. No vídeo é possível ver o que os dois discutem e o cantor empurra a mãe que depois avança sobre ele, em seguida, Luan dá um empurrão mais forte na mãe que acaba caindo e batendo a cabeça no chão.

A mãe de Luan, Andréia, gravou um vídeo em que afirma que iniciou a briga. “A culpa toda foi minha, eu tomo remédio controlado e exagerei um pouco na bebida, aí eu fui para cima dele e ele foi se defender e ele acabou me empurrando, mas não foi porque ele quis”, disse.

O caso é investigado pela Polícia Civil. Conforme o delegado André Veloso, a mãe do cantor passou por corpo de delito. “Se o laudo constar lesões, ele vai ser indiciado por lesão corporal, com pena de até 4 anos porque é qualificado por ser contra a genitora. Se não apresentar lesões, ele vai ser enquadrado na contravenção penal de vias de fato, que tem pena de até 3 meses”, explicou o delegado.

 

‘O meu filho não vai poder ver o pai, poder sentir o que é o amor de um pai’, diz mulher de morador esfaqueado em condomínio

A família de Kayone Matoso Dias, de 27 anos, confirmou que ele teve morte cerebral. O crime aconteceu no último domingo (5) em Vespasiano, na Grande BH.

Kayone Matoso Dias, de 27 anos, que foi esfaqueado em um condomínio, em Vespasiano, na Grande BH, teve morte cerebral. A informação foi confirmada pela família da vítima nesta quinta-feira (9).

A mulher de Kayone, Larissa Rodrigues Costa, disse, ao vivo, no Bom Dia Minas que quer justiça.

“O objetivo é justiça. Eu quero justiça, porque tiraram o Kayo de mim. Tiraram o Kayo do meu filho. Eu não vou ter mais aquela alegria que eu tinha antes. A irmã dele está grávida. Ele não vai poder ver o sobrinho, a sobrinha nascer. O meu filho não vai poder ver o pai, poder sentir o que é o amor de um pai”, disse ela chorando.

O caso aconteceu no último domingo (5). A vítima foi esfaqueada durante uma discussão com o porteiro do condomínio por causa de uma vaga de garagem.

O suspeito, Júlio Marcos da Silva Bezerra, de 28 anos, foi ouvido e liberado pela Polícia Civil no dia do crime, no último domingo (5), no Residencial Viena, no bairro Bonsucesso II.

De acordo com informações do boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), Kayone invadiu a guarita da portaria e agrediu o porteiro.

Para se defender, ainda segundo o documento policial, o funcionário o esfaqueou 11 vezes nas costas e no pescoço. Kayone foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte.

Crime foi filmado

Imagens de câmera de segurança revelam o momento em que Kayone é esfaqueado por Júlio durante a discussão (veja no vídeo acima).

Na gravação, Kayone aparece caminhando pelo estacionamento do condomínio até a cabine onde estava o porteiro.

‘O meu filho não vai poder ver o pai, poder sentir o que é o amor de um pai’, diz mulher de morador esfaqueado em condomínio

A família de Kayone Matoso Dias, de 27 anos, confirmou que ele teve morte cerebral. O crime aconteceu no último domingo (5) em Vespasiano, na Grande BH.

Kayone Matoso Dias, de 27 anos, que foi esfaqueado em um condomínio, em Vespasiano, na Grande BH, teve morte cerebral. A informação foi confirmada pela família da vítima nesta quinta-feira (9).

A mulher de Kayone, Larissa Rodrigues Costa, disse, ao vivo, no Bom Dia Minas que quer justiça.

“O objetivo é justiça. Eu quero justiça, porque tiraram o Kayo de mim. Tiraram o Kayo do meu filho. Eu não vou ter mais aquela alegria que eu tinha antes. A irmã dele está grávida. Ele não vai poder ver o sobrinho, a sobrinha nascer. O meu filho não vai poder ver o pai, poder sentir o que é o amor de um pai”, disse ela chorando.

O caso aconteceu no último domingo (5). A vítima foi esfaqueada durante uma discussão com o porteiro do condomínio por causa de uma vaga de garagem.

O suspeito, Júlio Marcos da Silva Bezerra, de 28 anos, foi ouvido e liberado pela Polícia Civil no dia do crime, no último domingo (5), no Residencial Viena, no bairro Bonsucesso II.

De acordo com informações do boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), Kayone invadiu a guarita da portaria e agrediu o porteiro.

Para se defender, ainda segundo o documento policial, o funcionário o esfaqueou 11 vezes nas costas e no pescoço. Kayone foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte.

Crime foi filmado

Imagens de câmera de segurança revelam o momento em que Kayone é esfaqueado por Júlio durante a discussão (veja no vídeo acima).

Na gravação, Kayone aparece caminhando pelo estacionamento do condomínio até a cabine onde estava o porteiro.

Militar suspeito de ensinar tática de guerrilha a bolsonaristas diz que Exército fazia segurança de acampamento em frente a QG em Brasília

Declaração foi feita durante sessão da CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF, nesta quinta-feira (9).

O major da reserva da Polícia Militar Claudio Mendes dos Santos afirmou que o Exército dava segurança para bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Ele é suspeito de ensinar táticas de guerrilha a radicais bolsonaristas.

A declaração foi feita durante sessão da CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (9). Segundo ele, cerca de 90 policiais do Exército vigiavam o acampamento diariamente. Aos deputados, ele nega que tenha ensinado táticas de guerrilha no acampamento.

“Ali era o lugar mais vigiado do mundo. Qualquer palavra que fosse dita ali na frente, o pessoal vinha e dizia que não podia”, diz Claudio.

O militar foi preso em março pela Polícia Federal, suspeito de incitar atos antidemocráticos e administrar dinheiro usado para financiar as ações golpistas.

A prisão do militar ocorreu na nona fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 8 de janeiro.

‘Oração de cura’
O major da reserva disse que é pastor e ia ao acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército para fazer um “trabalho missionário”.

“O pessoal da igreja me liga e diz que vai fazer um movimento [no acampamento]. Vamos levar sopão, orar, cortar cabelo. Existia os horários que eles davam chance pra gente falar no microfone. Eu prego e as pessoas gostavam da pregação”, explica Claudio.
Além disso, o militar negou que incitou atos antidemocráticos e afirmou que participou do acampamento porque esperava que “algo fosse acontecer”. “Eu acreditava que podia acontecer que o STF falasse que faria novas eleições”, afirma o investigado.

O militar afirmou ainda que, se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tivesse se pronunciado após o segundo turno das eleições, os acampados teriam ido embora.

 

Delegado-geral da PCDF e diretor do DPE devem prestar depoimento em caso de supostas ameaças de Robson Cândido a ex-amante

Ainda será decidido se José Werick de Carvalho e Victor Dan de Alencar serão considerados como testemunhas ou investigados no caso. 

O delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, José Werick de Carvalho, e o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), Victor Dan de Alencar, foram intimados a prestar depoimento no Ministério Público do Distrito Federal ainda essa semana.

De acordo com apuração da TV Globo, eles serão ouvidos no inquérito que investiga o ex-diretor geral Robson Candido e o ex-delegado da 19ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia, Thiago Peralva por uso da estrutura da corporação para perseguir a ex-amante de Robson (veja detalhes abaixo).

Após o primeiro depoimento, será decidido se Carvalho e Alencar serão considerados como testemunhas ou investigados. O processo corre em sigilo. Em nota, a Polícia Civil informa que a atual gestão está à disposição para prestar depoimento. O g1 tenta contato com o delegado-geral da corporação e o diretor da DPE.

Em depoimento, a vítima afirma que o diretor do Departamento de Polícia, Victor Dan, teria a coagido, dizendo para que ela não fizesse o boletim de ocorrência contra Robson Cândido, de acordo com apuração da reportagem.

A investigação é coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT.

Operação Vigia

No sabado (4), o MP-DF cumpriu quatro mandados, incluindo o de prisão preventiva do ex-delegado-chefe da Polícia Civil Robson Cândido. Segundo as investigações, a estrutura da Polícia Civil — como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais — era usada para fins ilícitos e particulares. A defesa de Robson Cândido disse que não vai se manifestar.

O MP também cumpriu três mandados de busca e apreensão: na casa de Robson Cândido, na casa de Thiago Peralva e na 19ª DP, chefiada pelo delegado afastado pela Justiça no sábado.

Segundo os promotores, os investigados na operação interceptaram as ligações telefônicas da ex-amante de Robson Cândido para monitorar a localização dela em tempo real. Dessa forma, teriam sido praticados os crimes de stalking e violência psicológica, aponta a investigação.

A operação é coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT.

Denúncias
O delegado foi denunciado pela esposa e pela ex-amante. Depoimentos prestados pelas vítimas e por uma testemunha contra o ex-diretor geral da Polícia Civil citam perseguições e ameaças.

“Vou te ferrar de verde e amarelo”, teria dito Robson à sua esposa, quando os dois decidiram pôr fim ao casamento.
A TV Globo teve acesso aos relatos das duas mulheres e de uma testemunha. Veja o que disseram:

Esposa do ex-diretor da PCDF

À polícia, a esposa de Robson Cândido disse que desde 2014 vem enfrentando dificuldades no relacionamento “por causa de traições”. Segundo ela, no último domingo (1º), em mais uma discussão do casal, quando decidiram se separar definitivamente, Robson a ameaçou e disse: “Vou te ferrar de verde e amarelo”.

Na ocorrência registrada pela ex-amante do delegado, que tem 25 anos, a mulher afirma que ele não aceitou a decisão de terminar o relacionamento e passou a persegui-la “em todos os locais que frequentava”. Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Segundo ela, o ex-diretor da PCDF ameaçava prejudicá-la no trabalho, o que a amedrontava bastante, “por ele ser uma pessoa influente e ter intercedido para que ela conseguisse o cargo que ocupa” (veja imagem acima).

A jovem é assessora especial do Metrô-DF, função comissionada com salário bruto de R$ 13 mil. Ainda em depoimento, ela contou que, “recentemente, após pouco mais de um mês sem ceder às tentativas insistentes de contato de Robson, foi surpreendida com a notícia de que seria exonerada do cargo.”

Ela diz que suspeitou de que o ex-diretor da PCDF estaria por trás da exoneração e comentou com colegas de trabalho. O cargo, porém, foi restituído antes mesmo da exoneração ser publicada.

Testemunha

Em seu depoimento, a testemunha confirmou que Robson Cândido ofereceu cargos à ex-amante. Disse que, no início do relacionamento, ele teria proposto à mulher um cargo na Terracap.

Conforme depoimento, Cândido teria dito à ex-amante que havia vários inquéritos instaurados contra servidores da Terracap e que, “para segurar esses inquéritos”, iria exigir um alto cargo para ela (veja imagem acima).

No fim da negociação, ficou definido que ela ocuparia um cargo no Metrô e que provavelmente uma servidora do metrô acabaria se beneficiando com o cargo na Terracap. Laércio de Carvalho também falou sobre o relacionamento de Robson com a esposa. Segundo ele, uma amiga da mulher o procurou com medo, dizendo que a esposa de Robson “corria risco de morte”.

Além disso, a mulher contou a ele que Robson Cândido teria feito um disparo de arma de fogo contra a cama do casal, provavelmente com intenção de intimidá-la.

‘Não pode atacar os outros’, diz aluna travesti da medicina da USP após denunciar professor por preconceito envolvendo banheiros

Estudantes dizem que ofensas no campus em Ribeirão Preto, SP, aconteceram após faculdade implantar uso do banheiro conforme identificação de gênero. Professor nega acusações.

A estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP) Stella Branco, que denunciou um professor da faculdade em Ribeirão Preto (SP) por transfobia, espera que ele seja punido após ofensas e ameaças contra ela e uma colega de sala.

“Eu espero que ele seja punido, mas espero que ele aprenda. Por mais que ele tenha uma opinião e ele tenha muita certeza da opinião dele, ele não pode sair por aí atacando os outros”, afirma.

Stella e a amiga Louíse Rodrigues e Silva são as primeiras alunas transexuais do curso de medicina em 70 anos de história da faculdade em Ribeirão Preto. No dia 1º de novembro, último dia de aula, elas afirmam ter sido vítimas de preconceito por parte do professor Jyrson Guilherme Klamt.

No dia anterior, as duas tinham participado da cerimônia de inauguração dos banheiros livres na faculdade. O uso agora, segundo a instituição, pode ser feito de acordo com o gênero com o qual a pessoa se identifica.

Louíse e Stella afirmam que estavam no refeitório do campus com mais professores e alunos. Quando o professor se aproximou, começou a constrangê-las e a ofendê-las. Em seguida, de acordo com Louíse, Klamt a ameaçou.

“Aí ele se manifesta dizendo que se a gente usasse o banheiro em que a filha dele estivesse presente, a gente sairia de lá morta. Sem contar que durante toda abordagem ele me tratou no masculino. Já era um professor que me conhecia, sabia meu nome, já tinha passado em uma aula com ele e ele já tinha passado por situações de desrespeito com meu pronome, mas nunca direcionado. Dessa vez ele veio diretamente a mim.”

Stella estava ao lado, reagiu às ofensas do professor e passou a confrontá-lo. Segundo ela, Klamt se dirigiu à Louise como um homem o tempo todo e em tom desrespeitoso.

“O que parece pra mim é que muitas vezes pelo fato de ser docente, a pessoa se sente muito blindada e protegida por esse cenário. Eu falei pra ele que essa sensação de impunidade que ele tem é falsa e daí ele disse que estava perdendo a paciência comigo e fez de levantar pra me agredir, confrontar. Ele foi barrado, seguraram ele pra que ele não fizesse isso.”

Denúncia à polícia

Louíse afirma que se sentiu intimidada pelo professor. Ela e a amiga procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência por injúria racial e ameaça.

Em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que atos de homofobia e transfobia devem ser enquadrados como crime de injúria racial. Na prática, quem for responsável por atos dessa natureza não tem direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente. A pena é de dois a cinco anos de prisão.

Por telefone, o professor Jyrson Guilherme Klamt disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que não teve a intenção de constranger as alunas e que nunca fez nenhuma atitude transfóbica. Klamt afirmou que somente perguntou a uma das estudantes como ela gostaria de ser tratada e que uma teve reação violenta contra ele.

Preconceito não importa o lugar
Para Louíse, o comportamento do professor só tende a piorar a forma marginalizada como travestis são vistas. Ela afirma que nem mesmo o fato de estar em uma das universidades mais prestigiadas do mundo parece mudar o entendimento de que pessoas transexuais só querem construir suas vidas assim como as outras.

“Estamos hoje aqui, duas travestis médicas, no país que mais mata pessoas trans no mundo. Acho que isso tem sido um momento histórico, tanto para a faculdade de medicina de Ribeirão Preto, mas também para a história do Brasil (…) É muito triste, porque você começa a perceber que não importa o lugar social que você ocupe, não importa as conquistas que você construa ao longo da sua vida pra tentar descontruir e desmistificar a imagem que a sociedade coloca em cima de você. Essa imagem sempre vai vir à frente de qualquer coisa.”

Louíse e Stella estão na faculdade há oito anos e afirmam que apesar do preconceito, viram as mudanças positivas nos últimos anos no âmbito da inclusão social pela universidade. Stella diz que se sente acolhida.

“Eu não vou deixar de lutar pelos meus direitos. É claro que é extremamente desgastante, eu preferia estar estudando, fazendo minhas coisas, aproveitando minha vida, tomando uma cerveja com meus amigos, mas não. Eu tenho que me desgastar, lutar pela garantia do meu direito. Por mais que seja um direito, ele não vence se eu não lutar por ele.”

Preconceito não importa o lugar
Para Louíse, o comportamento do professor só tende a piorar a forma marginalizada como travestis são vistas. Ela afirma que nem mesmo o fato de estar em uma das universidades mais prestigiadas do mundo parece mudar o entendimento de que pessoas transexuais só querem construir suas vidas assim como as outras.

“Estamos hoje aqui, duas travestis médicas, no país que mais mata pessoas trans no mundo. Acho que isso tem sido um momento histórico, tanto para a faculdade de medicina de Ribeirão Preto, mas também para a história do Brasil (…) É muito triste, porque você começa a perceber que não importa o lugar social que você ocupe, não importa as conquistas que você construa ao longo da sua vida pra tentar descontruir e desmistificar a imagem que a sociedade coloca em cima de você. Essa imagem sempre vai vir à frente de qualquer coisa.”

Louíse e Stella estão na faculdade há oito anos e afirmam que apesar do preconceito, viram as mudanças positivas nos últimos anos no âmbito da inclusão social pela universidade. Stella diz que se sente acolhida.

“Eu não vou deixar de lutar pelos meus direitos. É claro que é extremamente desgastante, eu preferia estar estudando, fazendo minhas coisas, aproveitando minha vida, tomando uma cerveja com meus amigos, mas não. Eu tenho que me desgastar, lutar pela garantia do meu direito. Por mais que seja um direito, ele não vence se eu não lutar por ele.”

 

Justiça marca para fevereiro júri de PM acusado de matar duas pessoas a tiros em show em Piracicaba

Leandro vai ser julgado por dois homicídios com qualificadoras e por três tentativas de homicídio.

A Justiça de Piracicaba (SP) definiu para fevereiro de 2024 o júri popular do policial militar Leandro Henrique Pereira, acusado de matar duas pessoas e deixar outras três feridas ao realizar disparos dentro de um show sertanejo, em novembro de 2022. O réu está preso desde o ano passado.

O evento ocorria no Parque Unileste e os tiros disparados mataram Leonardo Victor Cardoso, de 25 anos, e Heloíse Magalhães Capatto, de 23 anos. Além disso, ficaram feridas pelos tiros outras três pessoas de 20, 21 e 27 anos.

No despacho com data desta terça-feira (7), o juiz de direito Luiz Antonio Cunha define a data para 22 de fevereiro de 2024, às 9h. O caso completa um ano em 20 de novembro. Leandro vai ser julgado por dois homicídios com quatro qualificadoras e por três tentativas de homicídio.

A Justiça já tinha definido que o policial militar ia a júri popular em agosto desse ano, assim como que ele deveria permanecer preso durante eventuais recursos da decisão.

Além do policial, o MP-SP também denunciou por prevaricação um amigo dele e sua esposa, que também são policiais e estavam no local, por não realizarem suas funções e o prenderem. O amigo ainda foi denunciado por auxiliá-lo na fuga do evento, mas fez um acordo judicial e teve seu caso arquivado.

Já a esposa de Pereira foi absolvida em agosto. Anteriormente na ação, o crime pelo qual ela era acusada já tinha sido considerado de menor potencial ofensivo pelo magistrado.

Entenda a tese da defesa
Advogado de Pereira, Mauro da Costa Ribas Junior defendeu a inocência do Leandro e o pedido de absolvição de seu cliente. Ele também aponta que a decisão de levá-lo a júri popular não é negativa para o réu neste caso.

“O juiz natural da causa é o Tribunal do Júri, são os jurados, é o povo. E para ser pronunciado basta indícios de autoria e prova da materialidade. A prova da materialidade já tinha sido confirmada pelos laudos. Tantos os laudos que atestaram a morte quanto os que atestaram as lesões. E a prova de autoria, o Leandro mesmo fala que sacou a arma e teve um entrevero com uma das vítimas”, explica.

Assim, o defensor vai apresentar no plenário do júri teses de legítima defesa e de que o acusado não teve intenção de atingir todas as vítimas.

“Os disparos foram apenas contra uma vítima, e vieram a atingir as demais vítimas porque transfixaram, sem dolo – intenção – do Leandro”, acrescenta o Ribas Junior.
Intervenção em briga e ‘empurra-empurra’
De acordo com a denúncia do MP, os disparos foram realizados após Leonardo, uma das vítimas, intervir em uma briga entre o PM de 25 anos, um amigo seu e uma terceira pessoa.

Já a Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) concluiu que o motivo dos disparos foi um desentendimento após um empurra-empurra no show. Ao finalizar a investigação, a corporação pediu a prisão preventiva do policial militar que efetuou os tiros.

A delegada Juliana Ricci, responsável pelo caso, afirmou que os disparos ocorreram após uma briga entre o indiciado e a vítima Leonardo.

“O que a gente tinha ali é que o local estava superlotado, eles acabaram se empurrando e acabaram se desentendendo ali no local. Mas a informação inicial que teria sido uma briga de casal ou que uma das vítimas teria interferido para apartar uma briga de casal, isso não se confirmou no trânsito das investigações”, explicou.

Ela também revelou que a esposa do indiciado e mais um amigo que estava no show são policiais, mas que apenas uma pessoa realizou disparos. “Só uma pessoa sacou a arma e atirou naquele local e essa pessoa foi identificada”.

Por ser integrante de uma força de segurança pública, a Polícia Militar, o acusado tinha porte de arma em qualquer lugar de todo território nacional, explicou a delegada.

Correria e desespero
Imagens publicadas em redes sociais mostram o momento dos tiros e quando começa a confusão e correria no evento.

Nas imagens é possível ver os dois artistas no palco, cantando o refrão de uma música. Em seguida ouvem-se os barulhos dos tiros. Em um dos vídeos, uma pessoa que estava no local identifica o som “É tiro, é tiro”. Em seguida começa uma confusão e a imagem é encerrada.

Vítimas
As vítimas que morreram baleadas são dois jovens:

Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, era estudante de Odontologia. Seu corpo foi sepultado no final da tarde de 20 de novembro. A Unicamp emitiu nota lamentando a morte e decretando luto oficial na instituição.

A outra vítima foi Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos. Ele foi sepultado também em 20 de novembro, em Piracicaba.

Empresa organizadora do evento, Burn19 Produções, emitiu uma nota sobre o caso na época. “A organização do evento presta toda a solidariedade às vítimas e familiares que foram afetados por esse terrível ocorrido e se coloca à disposição das autoridades para a realização das diligências necessárias, bem como colaborar com os trâmites da investigação em andamento”

A empresa também informou que a festa contava com documentos legais e alvará para acontecer, e que no local do evento tinham seguranças particulares e que havia sim revista pessoal, além de atendimento ambulatorial.

A dupla sertaneja também emitiu nota lamentando o ocorrido. “Hugo e Guilherme se solidarizam com os familiares e repugnam qualquer tipo de violência, e lamentam profundamente acontecimentos como estes.”