PMs são investigados por cobrar propina em blitz da Lei Seca e ocultar imagens nas câmeras corporais

Caso é investigado pelo MP e pela própria PM. Imagens da gravação das câmeras foram interrompidas. Em determinado momento, entretanto, é possível ver um agente contando o dinheiro.

O Ministério Público do Rio e a Polícia Militar investigam três policiais militares por ter cobrado propina em uma blitz da Lei Seca e ocultado imagens das abordagens a motoristas registradas nas câmeras corporais.

Os PMs foram denunciados pelo Ministério Público por desobediência e por terem cobrado propina dos motoristas para liberá-los após irregularidades, como dirigir após beber.

O MP também pede que os policiais sejam afastados do serviço nas ruas até a conclusão do processo.

O caso ocorreu em Guaratiba, na Zona Oeste, no dia 22 de setembro de 2022. Imagens das câmeras que não foram apagadas mostram que em uma das abordagens, o motorista admite que bebeu.

PM: Tu bebeu?
Motorista: Estava na resenha em frente ao trabalho, bebi tem 1 hora.
PM: Então vai te agarrar, infelizmente.
Motorista: Eu sei, parceiro.
PM: Infelizmente olha como a gente trabalha hoje em dia.
Motorista: Tô vindo do trabalho, vim buscar minha esposa
PM: Disse que tomou um gelo. Já falou comigo. Tá vencida […]

Três policiais militares estavam na abordagem: os cabos Carlos Henrique Braga Mello e Marjori Luciano Corrêa Vieira; e o soldado Edson Antunes Jorge.

Durante a abordagem, a imagem da câmera corporal que era usada pelo cabo Carlos Henrique Braga simplesmente some. Depois, os outros dois PMs também ficam sem o equipamento.

Segundo o Ministério Público e a própria Polícia Militar, eles retiraram a câmera para cobrar propina. Minutos depois, um dos policiais já está novamente usando a câmera e é possível ver o motorista indo embora.

Segunda abordagem
Momentos depois, os policiais fazem uma nova abordagem a um o condutor que está com documento do carro atrasado, CNH vencida e sem placa dianteira:

PM: Carro tá sem placa por causa de que?
Motorista: Caiu na… Peguei uma chuvarada e caiu
PM: Quando?
Motorista: Tem uns 2 meses, até já paguei para fazer outra
PM: E habilitação?
Motorista: Habilitação eu relaxei mesmo
PM: Pô, relaxou pra caramba
Mais uma vez, segundo as investigações, o cabo Braga retira a câmera. Entretanto, o equipamento que estava com o outro policial registra o diálogo entre eles: “Calma, vai, você que tá sem o bagulho. Ele vai só apertar a mão”, diz um dos agentes.

O cabo Marjori, então, se aproxima novamente do veículo e aperta a mão do motorista, que é liberado.

“Vai com Deus”, diz um dos agentes.
O flagrante
Ainda de acordo com as investigações, os policiais seguiram abordando outros motoristas e, em alguns momentos, retirando a câmera corporal. Ainda assim, um dos equipamentos registrou um PM contando dinheiro dentro da viatura.

Já passava da meia-noite quando o capitão que estava na blitz se aproxima dos policiais e diz que há denúncia de vítimas de extorsão:

Capitão: Rapaziada, a gente ta com a seguinte situação ali, nem ia falar com vocês aí: tem três vítimas ali dizendo que vocês extorquiram eles (sic) em R$ 300, tá? A gente ia conduzir direto, a orientação aqui do comando, conversa com os PMs, eu falei os policiais estão com câmera. Vocês abordaram aquele pessoal que tá ali no carro? Vocês fizeram alguma coisa de errado?
Policial suspeito: De errado como assim, senhor? Posso falar com o senhor?

Primeiro, o cabo Braga diz que o condutor tentou oferecer dinheiro a ele: “Se for pela abordagem, teve uma pessoa que ofereceu R$ 300 sim”, argumenta. Mas, depois, quer tentar “resolver” a situação, devolvendo o dinheiro da propina.

Capitão: Então assim, vocês vão ser conduzidos [para a delegacia] e a câmera vai falar, entendeu? Foram três, então vocês vao ser conduzidos. Tem alguma coisa pra passar?
Policial suspeito: Mano, não tem como resolver isso aqui antes não?
Capitão: Resolver? Que?
PM suspeito: Eu posso ate devolver o dinheiro que ela me pagou.
Capitão: Guerreiro, olha só: o senhor esta com a câmera, a serviço da Lei Seca, tá?
Os três policiais foram levados para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar após a blitz. A Corregedoria da PM afirmou que houve transgressões disciplinares graves por parte dos três PMs e que eles serão submetidos ao Conselho de Revisão Disciplinar.

MPRJ denuncia casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet

Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso. Mulher denunciou o próprio irmão, que trabalha como motorista de aplicativo, mas ostentava vida de luxo.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou um casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet. Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso.

Segundo o promotor Sauvei Lai, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador/Bonsucesso, Tainara e Luiz Antonio geraram comoção pública com a criação do perfil falso, onde postaram fotos de uma criança e de documentos falsos que atestavam que uma menina tinha câncer.

“Embora a criança exibida na campanha exista e é doente, ela não tinha nenhum vínculo com os dois estelionatários, que recolheram para si todo o dinheiro arrecadado”, diz o promotor.

O MPRJ sustenta ainda que os denunciados são “criminosos habituais”, que já fizeram outras campanhas falsas com o mesmo propósito.

“A investigação apurou que na realidade os dois denunciados se apropriaram de publicações feitas tempos atrás por uma outra família, que solicitou contribuições para o tratamento de uma criança realmente acometida de doença grave.”

A denúncia foi recebida pelo Juízo da 27ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Mulher denunciou o próprio irmão
O caso foi investigado pela Polícia Civil do Rio. A suspeita é que o dinheiro esteja sendo usado em viagens e hotéis. O esquema foi denunciado pela irmã de Luiz Antonio.

Uma das vaquinhas falsas pedia dinheiro para os gastos com Laura Oliveira Santos. O texto, supostamente escrito pela mãe da criança, que se identificava como Leila, dizia que a menina sofre com um tumor nos olhos e que a família precisa de dinheiro para a realização de uma segunda cirurgia e exames.

Em uma rede social, o perfil “Todos pela Laura” atualizava o estado de saúde da menina e chegava até a protestar contra a política da plataforma que removeu um conteúdo.

“Se Deus permitir, contarei notícias maravilhosas e terei a cura desse tumor que tanto tem nos preocupado e incomodado”, dizia um trecho de um dos posts.

A vaquinha virtual para supostamente ajudar Laura a tratar o tumor contou com o apoio de mais de 680 pessoas e arrecadou quase R$ 35 mil.
Entretanto, a criança que aparece nas fotos, na verdade, se chama Nicole e tem 8 anos. Ela é gaúcha, e, atualmente, vive em Aracaju (SE), onde está fazendo tratamento, pelo SUS, contra um osteoblastoma, um tumor atrás dos olhos.

A família conta que já chegou a pedir apoio financeiro pelas redes sociais, mas que nada tem a ver com essa outra vaquinha que usa as imagens de Nicole.

Quem descobriu a farsa e alertou as vítimas foi a irmã de Luiz Antonio. A taxista Stephani Santos Barbosa conta que começou a desconfiar do irmão, que trabalhava como motorista de aplicativo. Segundo ela, Luiz e a mulher, Tainara, passaram a ostentar luxos que pareciam incompatíveis com o padrão de vida do casal.

“Começou a me chamar a atenção a maneira como ele vivia sem trabalhar, pagando a diária corretamente e passeando bastante, se hospedando em hotéis em Copacabana, pousadas na Região dos Lagos, roupas caras”, lembrou.

Durante um churrasco de família, Stephani conta ter visto a cunhada usando o perfil “Todos pela Laura”.

“Foi todo mundo lá pra fora, começamos a fazer lá carne e tal e ela sentou na rede. Então, eu dei a volta, e ela no celular o tempo todo. Eu saí ali fora na varanda e ela tava editando a foto da criança daquele perfil. Botando brilho, cortando, colocando a legenda comovente pra comover os seguidores”, lembrou.

“E o que eu mais imaginei, o que eu mais pensava naquele momento era a dor que aquela criança poderia estar sentindo. Porque eu não tinha conhecimento nenhum daquela menina”, lamentou.

Stephani decidiu ir em busca da verdadeira identidade da criança e, ao localizá-la, contou tudo o que sabia aos pais de Nicole.

Ela também descobriu que um laudo médico falso estava sendo usado para tentar dar veracidade à história e alertou a médica que teve o CRM usado na farsa.

Tanto a família de Nicole como a oncologista que teve os dados usados no falso laudo registraram queixa na polícia.

Tainara e Luiz Antônio foram à delegacia prestar depoimento. No depoimento à polícia, Tainara admitiu ter feito a vaquinha falsa, mas alegou ter agido sozinha. Segundo ela, o marido não sabia de nada.

A advogada que representa o casal disse que Tainara planejou a farsa porque estava com dificuldades financeiras.

Polícia investiga suspeita de feminicídio em Maricá; marido da vítima também é encontrado morto

Paula Silvana Bernardo da Silva e Rodrigo Oliveira foram encontrados mortos dentro de casa nesta terça-feira (27).

A Polícia Civil investiga um suposto caso de feminicídio contra Paula Silvana Bernardo da Silva, que teria sido morta pelo marido, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.

O suspeito, Rodrigo Oliveira, também foi encontrado morto com marca de tiro dentro de casa.

A apuração preliminar da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo aponta que ele teria atirado contra a esposa e se matado em seguida.

De acordo com a Polícia Militar, o irmão de Paula informou que o último contato com a irmã foi na noite de domingo (25).

Ainda segundo a polícia, o rapaz, estranhando a situação, foi até a casa onde a irmã morava com o marido, no Jardim Atlântico Central, na manhã de terça-feira (27). Com a ajuda do primo, que é chaveiro, conseguiu abrir a casa e encontrou o casal morto.

A perícia foi acionada e as investigações estão a cargo da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) para esclarecimento do caso.

No domingo (25), em Saquarema, cidade vizinha a Maricá, a Polícia Civil também registrou um caso de feminicídio. Ana Luana foi morta a facadas pelo ex-companheiro, Dionatans Tatagiba, que pulou da janela do terceiro andar da casa onde moravam, após cometer o crime. Dionatans morreu no local.

 

mulher denuncia agressões de ex-companheiro em Samambaia, no DF

Segundo vítima, agressor é Gabriel da Silva Teixeira, que está foragido. Suspeito já foi preso outras duas vezes por violência contra mulher.

Um homem de 29 anos foi denunciado por agredir a ex-companheira em Samambaia, no Distrito Federal. As agressões foram gravadas pela câmera de segurança instalada no apartamento da vítima, de 39 anos (veja vídeo acima). O caso aconteceu em 7 de janeiro, mas só teve as imagens divulgadas nesta quarta-feira (28).

Segundo a vítima, que não quis se identificar, o agressor é Gabriel da Silva Teixeira. Ele está foragido desde o dia das agressões. Suspeito já foi preso outras duas vezes por violência contra mulher (veja detalhes abaixo).

O casal, que estava junto há quase 2 anos, tinha acabado de chegar em casa de um aniversário quando começaram as agressões, apontam os relatos.

“Ele fez uso de muita bebida alcóolica e, quando chegou em casa, começou a sessão de pancadaria. Eu me lembro de ter passado uma noite de terror, muito medo. A todo momento eu só queria sair daquele apartamento”, diz a mulher.
Ela conta que, mesmo após desmaiar, o homem continuou a agredindo e puxando o cabelo dela. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher à época do crime. No entanto, nesta semana, a mulher procurou novamente a polícia, segundo o delegado Fernando Fernandes, da 26ª Delegacia de Polícia.

Relacionamento

A vítima conta que Gabriel sempre foi muito agressivo, especialmente depois de beber. Em todas as vezes, as agressões começaram sem nenhum motivo, segundo os relatos dela.

Ela afirma ainda que, durante o relacionamento, eles compraram um chácara juntos. No entanto, após a separação, a vítima afirma que a mãe de Gabriel pegou a chave do imóvel, retirou alguns bens e trancou o local com correntes para dificultar a entrada dela.

De acordo com o delegado Fernando Fernandes, essa é uma forma de descumprimento da medida protetiva já que ela também se estende à família do agressor. A mãe de Gabriel deve ser intimada a prestar depoimento ainda nesta semana.

Segundo o delegado, em 2023, o suspeito foi preso duas vezes por violência doméstica contra a mesma vítima.

“Além das agressões e Maria da Penha, ele foi preso por posse ilegal de arma de fogo, já que na casa dele tinham duas espingardas e uma pistola. Na segunda ocasião, no mês de maio, a vítima teve que invadir o batalhão, uma vez que o autor, dentro do veículo, começou a discutir com ela e começou a dar cotoveladas e socos”, afirma o delegado Fernando Fernandes.

Homem engana Justiça com nome falso: preso em flagrante por tentar matar policial era na verdade chefe de facção foragido do Pará

Sem identidade e digitais no banco de dados, Levi dos Santos da Silva usou outro nome na esperança de sair em liberdade logo.

Um chefe do Comando Vermelho (CV) foragido da Justiça enganou as autoridades mesmo ao ser preso. Levi dos Santos da Silva era procurado por diversos crimes no Pará quando, em dezembro do ano passado, foi pego ao tentar matar um policial no Rio de Janeiro. Ao dar entrada no sistema prisional, deu um nome falso, na esperança de sair em liberdade logo.

Sem identidade e digitais no banco de dados, ele se apresentou como Wallace Rodrigues Tavares. Mas a farsa durou só 3 meses, e agora ele vai responder por todos os processos.

Em uma operação conjunta, as polícias Civil do RJ e do Pará, através da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas – DRFC/PA, conseguiram descobrir que Wallace era na verdade Levi, que já responde no Pará por tentativa de homicídio de agente público e roubo circunstanciado, além de ser investigado por extorsões a empresários.

O delegado-geral de Polícia Civil do Pará, Walter Resende, disse que a troca de informações entre as forças de segurança ajudou “na identificação do indiciado.”

O suspeito foi levado por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), na Cidade da Polícia, para atualização de seu prontuário físico, com novas fotografias e impressões digitais.

No RJ, além de tentativa de homicídio contra o policial, Levi também vai responder por uso de documento falso e falsa identidade.

Segundo a polícia, Levi tem poder de decisão dentro da facção criminosa no Pará.

 

Homens que usaram máscaras de monstro para sequestrar homem em São Gonçalo são presos pela polícia

Vítima foi encontrada sendo mantida em um carro em uma das entradas da Favela do Rato Molhado, na Zona Norte do Rio.

A Polícia Civil prendeu dois homens em flagrante pelo sequestro de um morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na última terça-feira (27). Eles usavam máscaras de monstro durante o crime.

O crime foi flagrado por uma câmera de segurança. A vítima, um homem de 61 anos, estava entrando no carro quando um bandido corre até ele. Um comparsa também aparece.

O homem tenta escapar, mas é puxado pelos criminosos, que o ameaçam.

De acordo com a polícia, a mulher da vítima chegou a receber ligações dos bandidos pedindo resgate. Ela entrou em contato com os agentes da Delegacia Antissequestro (DAS).

As investigações levaram os policiais até um carro na entrada da Favela do Rato Molhado, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. Os agentes realizaram o resgate da vítima, sem ferimentos.

Os dois homens que estavam com ele foram presos em flagrante: Douglas da Conceição Mendes, de 27 anos, e Leonardo Maciel Félix, de 23 anos de idade. Um deles resistiu à prisão e acabou machucado.

Com os dois, os policiais apreenderam uma pistola 9mm, munição, carregadores, uma faca, duas máscaras, uma máquina de cartões e outra que bloqueia sinais de telefone celular.

Os dois foram enquadrados em extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo e resistência.

 

Justiça determina que filho acusado de matar mãe idosa com mais de 20 golpes de martelo na cabeça vá a júri popular

Em outubro de 2020, Alzira Pinto da Silva, de 74 anos, foi atacada por trás após entregar um lanche para o homem, de 35 anos, em Araçatuba (SP). Aqueharu Yamaguchi Júnior foi denunciado por homicídio qualificado. Cabe recurso.

A Justiça determinou que o filho que matou a idosa de 74 anos com mais de 20 golpes de martelo na cabeça, em outubro de 2020, vá a júri popular em Araçatuba (SP). Alzira Pinto da Silva foi atacada por trás após entregar um lanche para o homem, de 35 anos.

Conforme a Justiça, Aqueharu Yamaguchi Júnior foi denunciado por homicídio qualificado, em novembro de 2020. A pronúncia foi emitida no dia 23 de fevereiro deste ano, mas o g1 somente teve acesso ao processo nesta quarta-feira (28). Cabe recurso.

Dois dias depois de cometer o assassinato, Aqueharu foi preso. O juiz autor da decisão, Danilo Brait, negou a ele o direito de recorrer em liberdade, bem como manteve a prisão preventiva do homem.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Aqueharu dividia a casa com a idosa. Pelo fato de o homem ser usuário de drogas, Alzira se desentendia constantemente com o filho.

Em outubro de 2020, a mãe agrediu Aqueharu na frente de amigos. A agressão foi filmada e postada nas redes sociais, o que o motivou a cometer o crime.

No dia do homicídio, a vítima chegou em casa com um lanche que havia comprado para o filho. Assim que a idosa foi trocar de roupa, o suspeito se aproximou e desferiu duas marteladas na cabeça da mãe, que estava de costas.

Ainda conforme o MP, a idosa caiu no chão e pediu para que o filho parasse com as agressões, mas o homem a segurou pelo pescoço e a agrediu com mais 23 golpes de martelo.

Após cometer o assassinato, Aqueharu tomou banho, furtou dinheiro e fugiu com o veículo da mãe. Alzira não resistiu aos ferimentos e morreu.

Como a defesa ainda tem prazo para recorrer da decisão, não foi definida data para o júri popular.

Prisão
À Polícia Civil, parentes relataram que o filho ligou para uma tia confessando que havia matado a mãe. Um sobrinho da aposentada foi até a casa dela, arrombou a porta e encontrou a vítima caída no chão. Em cima da cama estava um martelo com sangue e quebrado ao meio.

O caso começou a ser investigado e buscas foram feitas para tentar localizar o suspeito. Aqueharu foi preso no interior de uma casa, após policiais encontrarem o carro da mãe dele estacionado em um conjunto habitacional.

Ele foi levado para a delegacia de Araçatuba, onde prestou depoimento ao delegado.

 

Grupo é preso em SP após se passar por juiz e falsificar sentenças da Justiça do Rio de Janeiro

Em um dos golpes, eles chegaram a desviar R$ 14 milhões da conta de um cliente falecido. Mesmo preso, um dos suspeitos chegou a dizer em depoimento que era filho de um juiz federal do Paraná.

A polícia de São Paulo prendeu três homens que falsificavam decisões do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Eles chegaram a aplicar golpes em pessoas, bancos e no próprio TJ.

Um dos criminosos criou uma senha digital no sistema do TJ-RJ para se passar por juiz. Em um dos golpes, eles chegaram a desviar R$ 14 milhões da conta de um cliente falecido.

Marcos Oliveira Lemos, Vitor Gustavo Ribeiro de Liveira e Luiz Henrique dos Santos Moreira foram presos em Jacareí, na região Metropolitana de São Paulo e levados para à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) na manhã desta quarta (28).

Durante a prisão, Marcos se identificou por outro nome e disse ser filho de um juiz federal do Paraná. Os agentes ligaram para o juiz que negou qualquer relação com o suspeito.

Transferência de R$ 1 milhão
Em uma das sentenças falsificadas pelos presos, eles solicitaram que o diretor jurídico do banco Itaú fizesse uma transferência de R$ 1,3 milhão.

A sentença, que foi assinada por Luiz Henrique como juiz de direito substituto, determinava ainda que multas diárias de R$ 10 mil que deveriam ser aplicadas à instituição em caso de descumprimento.

“O Luis, usando o nome que ele diz ser dele, a gente não sabe como ele conseguiu uma senha de um juiz do Rio de Janeiro. Essa senha parece que tem validade e ele consegue oficiar para as instituições bancárias e pedir para liberar algum dinheiro que está em pendência, em processo, em litígio”, afirma Fábio Pinheiro Lopes, delegado do Deic que investiga o caso.
Os três suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder por uso de documento falso, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Durante a audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva por tempo indeterminado.

“A gente verificou que parte desses R$ 14 milhões foram para as contas deles. Só que o banco, quando percebeu a segunda tentativa que tentaram fazer mais um desvio, o banco desconfiou e conseguiu bloquear. Dos R$ 14 milhões, conseguiu bloquear R$ 11 milhões e usaram R$ 3 milhões eles gastaram”, completa Fábio Pinheiro Lopes

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro disse em nota que registrou uma tentativa de fraude no sistema, mas que não chegou a se concretizar.

O Itaú confirmou que recebeu decisões judiciais para transferir valores de pessoas falecidas, mas identificou que eram falsas.

 

Polícia diz que suspeitos de morte de PM e filha em farmácia roubavam comércio a cada duas semanas em SP

Um dos homens se entregou na terça-feira (27), outros dois são procurados. Policial trocou tiros com criminosos que tentavam assaltar farmácia na Zona Norte da capital paulista.

O trio apontado pela Polícia Civil como responsável pela morte de um policial militar e da filha dele em frente a uma farmácia em São Paulo roubou o mesmo comércio outras vezes, segundo a investigação. Um dos suspeitos, identificado como Douglas Henrique de Jesus, se entregou à polícia na terça-feira (27).

Funcionários do estabelecimento e testemunhas contaram à polícia que o mesmo grupo já tinha agido no local, mas com a ajuda de uma mulher, que alternava a participação nos crimes.

“Naquela farmácia eles roubavam a cada duas semanas. Eram clientes do mal naquele local”, disse o delegado Severino Vasconcelos, divisionário do Departamento de Homicídios.

O único suspeito preso até a manhã desta quarta-feira (28) estava consumindo drogas e álcool desde o dia do crime, e a família interveio para que ele se entregasse à polícia. Ele foi detido na região da Vila Guilherme e levado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Douglas Henrique de Jesus estava com prisão temporária decretada. Os outros dois suspeitos são procurados pela morte do PM e da jovem. O crime ocorreu na madrugada do sábado (24), na Zona Norte da capital paulista. Ainda não se sabe se Douglas foi o atirador. Por estar embriagado, a polícia ainda vai ouvi-lo.

“Ficou caracterizado o crime de latrocínio [quando há o roubo seguido de morte] porque a intenção deles [criminosos] era fazer o roubo à farmácia. Existe ali a reação do policial. Ele avaliou que naquela situação haveria condição de fazer a defesa dele próprio e da filha”, disse o delegado.

‘Nós estamos numa batalha’

Flávia Perroni Valentim, mulher do policial militar Anderson de Oliveira Valentim e mãe de Alycia Perroni Valentim, disse nesta terça-feira (27) no programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, que a família espera ver os criminosos presos o mais rápido possível.

“Nós estamos numa batalha. Ainda não vencemos. Dependemos ainda da prisão dos três bandidos que fizeram isso com a minha família. E nós estamos em luto, com o sentimento e o vazio que fica a partir de agora”, afirmou.

A viúva do PM, que tem 42 anos, disse que os dias têm sido difíceis, mas que o marido a ensinou a ser forte.

“Meu marido e minha filha traziam espiritualidade, felicidade. Tenho que ter força de levar a verdade para as pessoas. O Anderson, como policial militar, me ensinou a ser forte, me preparou para esse momento, eu sabia o que eu tinha que falar, o que era importante para a polícia ouvir”, disse Flávia.

O crime
Flávia contou ao SP2 na segunda-feira (26) que a família parou na farmácia para comprar uma medicação para a filha, que havia passado a madrugada em um hospital com gastrite nervosa.

O atendente da farmácia abriu a porta e a trancou após a entrada dela. Na sequência, apareceram os três criminosos, que forçaram a porta e não conseguiram entrar.

Do lado de fora, Anderson e a filha estavam no carro. O policial notou a movimentação dos criminosos e trocou tiros com eles.

“Até pensei que eles iriam entrar na loja. O atendente da farmácia me puxou para a parte de trás do balcão para me proteger dos tiros”, disse Flávia.

“O Anderson entrou no meu campo de visão, já com a arma em punho, e começou os disparos. O menino me colocou debaixo do balcão. Os disparos pegaram as portas e até achei que eles iam entrar. Eu peguei minha bolsinha que estava em cima do balcão, puxei meu celular, liguei para o Copom [Centro de Operações da PM] e fiz o que o Anderson sempre me orientou, dei as características do que estava acontecendo, o local onde estava acontecendo, o endereço, o que eu consegui ver.”

A viúva afirmou que o marido agiu corretamente ao reagir. “O Anderson está sendo muito julgado. Ele era preparado para aquilo. O rapaz passa, dá tchauzinho, manda ele sair fora. Primeiro: ele não é covarde, ele nunca ia me deixar dentro da farmácia para os caras estourarem. O pessoal está dizendo que eles iam embora, mas eles não iam, porque tinha um carro esperando”, disse.

Quem são as vítimas

Anderson de Oliveira Valentim era cabo da 3ª Companhia do 7° Batalhão de Polícia Militar. A filha dele, Alycia Perroni Valentim era estudante de Direito.

Anderson tinha com a esposa um terreiro de Umbanda na Zona Norte da capital. O PM compartilhava a rotina no terreiro pela internet e era engajado em causas sociais.

A Polícia Militar lamentou a morte de Anderson em nota.

“A família policial militar lamenta, com profundo pesar, a perda de nosso companheiro, após tentativa de assalto. O policial fazia parte do efetivo da 3ª Cia do 7° BPM/M e sempre atuou com dedicação e amor à causa pública, não medindo esforços para preservar vidas fazendo cumprir o juramento de proteger a sociedade”, diz o texto.