Empresário Preso Suspeito de Matar Mulher e Falsificar Desaparecimento: Relatos de Violência e Ciúmes

Paulo Antonio Eruelinton Bianchini, suspeito de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, foi preso sob a acusação de matar Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, e alegar que ela havia desaparecido. Segundo a irmã da vítima, Daniela da Cruz, o homem era ciumento e violento com Dayara. A jovem, natural de Diamantino, Mato Grosso, vivia com o empresário em Orizona, Goiás, há mais de um ano. O corpo de Dayara ainda não foi encontrado.

 O suspeito, de 34 anos, foi preso na segunda-feira (1º) e, após audiência de custódia na quarta-feira (3º), teve sua prisão mantida pela Justiça. O delegado Kennet Carvalho afirmou  que, embora o corpo de Dayara não tenha sido localizado, tudo indica que ela não está viva.

A família de Dayara relatou que ela e Paulo terminaram o relacionamento, mas reataram. Daniela destacou que sua irmã queria muito ser mãe e tinha um coração bondoso. “Ela nunca fez mal a ninguém”, disse Daniela, desabafando sobre a angústia da família e a esperança de que a justiça seja feita.

A Polícia Civil informou que várias diligências foram realizadas para encontrar o corpo da jovem e que as investigações continuam. Daniela mencionou que a última vez que conversou com sua irmã, ela estava lavando roupa. Depois disso, a família não conseguiu mais contato com ela. Inicialmente, Paulo afirmou que deixou Dayara em uma rodoviária, mas depois mudou sua versão, alegando que ela desapareceu de outros lugares.

Desaparecimento e Prisão

Dayara desapareceu em 10 de março deste ano, em Orizona. Paulo registrou seu desaparecimento no dia 25 do mesmo mês. O delegado relatou que contradições nas versões do suspeito levaram a polícia a investigar as possibilidades de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Paulo é suspeito de ter matado a mulher, ocultado o corpo e registrado seu desaparecimento.

Devido às suspeitas, a polícia tentou cumprir mandados de busca, apreensão e prisão do suspeito em quatro cidades do interior de Goiás no dia 24 de junho, sem sucesso. No entanto, no dia 1º de junho, o empresário se entregou.

Zeu, um dos condenados pela morte de Tim Lopes, sai da cadeia e vai para prisão domiciliar no Rio

A morte do jornalista tem mais de 20 anos, e Zeu era o único que ainda estava preso. Ele terá que colocar tornozeleira eletrônica. Sete traficantes foram condenados pela morte do jornalista.

O traficante conhecido como Zeu saiu da cadeia nesta quinta-feira (4). Elizeu Felício de Souza passou 13 anos no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, pela morte do jornalista Tim Lopes.

Por uma decisão da Justiça, ele teve progressão de regime e foi para a prisão domiciliar. O alvará de soltura foi cumprido nesta tarde. A Justiça, no entanto, determinou que ele use tornozeleira eletrônica. Zeu terá cinco dias para colocar o equipamento.

Zeu era o único que ainda estava preso pelo crime, que aconteceu há mais de 20 anos. Ele capturado durante a ocupação dos complexos do Alemão e da Penha, em novembro de 2010.

Até hoje, o julgamento dos responsáveis pelo crime é visto como um dos maiores processos do judiciário fluminense. O processo foi concluído com 13 volumes.

O repórter Tim Lopes foi assassinado em junho de 2002 quando fazia uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Tim foi capturado, torturado e executado por traficantes.

Ele tinha mais de 30 anos de carreira, em uma trajetória sempre marcada por uma obsessão: combater a violência, as injustiças e as desigualdades sociais por meio do jornalismo.

Em suas matérias, o repórter assumiu disfarces para denunciar o que estava errado. Ele foi pedreiro para mostrar a dura vida dos canteiros de obras. Fingiu ser dependente químico para revelar irregularidades em clínicas de tratamento. Chegou até a se vestir de Papai Noel para falar do Natal de crianças que não tinham a esperança de receber a visita do Bom Velhinho.

Sete traficantes foram condenados pela morte dele. Dois já morreram, outros três cumpriram parte da pena e receberam liberdade. O sétimo, Ângelo Ferreira da Silva, conhecido como Primo, estava foragido por roubo desde 2013.

Um dos que morreram foi Elias Maluco, considerado mandante do crime. Ele foi encontrado com marcas de enforcamento no presídio federal de Catanduvas, no interior do Paraná.

Os condenados:

Elias Pereira da Silva (Elias Maluco) – Morto em 2020 em uma cela do presídio federal de Catanduvas (PR).
Claudino dos Santos Coelho (Xuxa) – Morto em 2013 numa troca de tiros com o Bope.
Elizeu Felício de Souza (Zeu) – Está em liberdade desde 4 de julho de 2024.
Reinaldo Amaral de Jesus (Cadê) – Está em liberdade desde 1º de dezembro de 2017.
Fernando Satyro da Silva, o Frei – Está em liberdade de 22 de março de 2017.
Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho – Em liberdade desde 17 de dezembro de 2020.
Ângelo Ferreira da Silva, Primo – É considerado foragido por crime de roubo desde 2013.

 

Um dos chefes do Comando Vermelho em MG é preso, diz polícia

Criminoso foi detido na manhã desta terça-feira (5) durante a Operação ‘Irmandade’, realizada em Juiz de Fora e região. Douglas de Castro seria o 2º criminoso mais procurado do estado.

Foi preso na manhã desta terça-feira (5) um dos principais chefes do Comando Vermelho em Minas Gerais. A prisão dele aconteceu durante a Operação “Irmandade”, realizada pelo Gaeco e outras forças de segurança na Zona da Mata mineira, contra integrantes de organizações criminosas responsáveis por crimes de homicídios e tráfico de drogas.

Segundo a PM, ele foi detido em casa na cidade de Matias Barbosa. Com mais de 20 folhas de processos, Douglas de Castro era o criminoso mais procurado de Juiz de Fora e o 2º de Minas Gerais. Ele também é suspeito de planejar um homicídio ocorrido no dia 3 de setembro no Bairro Vila Esperança. O g1 não conseguiu localizar a defesa dele.

Ao todo, foram cumpridos 8 mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão pela Vara do Tribunal do Júri de Juiz de Fora. Um vizinho de Douglas também foi preso em atitude suspeita durante a ação, que aconteceu também em Ponte Nova e Rio de Janeiro.

Posição de ‘chefia’
Em entrevista à TV Integração, o delegado Samuel Neri, titular da delegacia de Homicídios de Juiz de Fora, disse que Douglas de Castro tinha um “cargo” de chefia na organização criminosa.

“Ele tem uma posição de destaque em Minas Gerais e principalmente aqui em Juiz de Fora”, complementou.
Ainda conforme o delegado, o objetivo da ação foi alcançar os mandantes de homicídios registrados nos últimos meses na cidade, além dos executores.

Participaram da operação promotores de Justiça, agentes e servidores do Gaeco Juiz de Fora, policiais militares, policiais civis, policiais penais, policiais rodoviários e agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ.

 

Justiça converte em preventiva a prisão de sargento da PM que era homem de confiança dos chefões do tráfico no Rio

Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, lotado no 21º BPM (São João de Meriti), foi preso na segunda-feira (9) enquanto transportava a droga na Avenida Brasil. Polícia identificou ainda que ele recebia ordens de Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, e de William Souza Guedes, o Corolla de Manguinhos.

O juiz Bruno Rodrigues Pinto, da 37ª Vara Criminal do Rio, converteu nesta terça-feira (10) a prisão em flagrante do sargento da PM Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, de 36 anos, em preventiva.

Yuri era o policial militar que estava dentro de um caminhão na Avenida Brasil, na segunda-feira (9), com 151 quilos de cocaína. A prisão aconteceu após informação de inteligência da polícia e durante a operação uma operação no Complexo da Maré.

Identificado, Yuri Ribeiro foi apontado por investigadores da Polícia Civil como homem de confiança de Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, um dos chefes do Comando Vermelho no Rio, e de William Souza Guedes, o Corolla, que controla o tráfico na Favela de Manguinhos.

Yuri, que é lotado no 21º BPM, em São João de Meriti, foi preso junto com um homem que dirigia o veículo na Avenida Brasil, na altura de Cordovil.

“O custodiado é sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, cuja função impõe o zelo máximo em sua atuação, até porque serve de farol a iluminar as condutas de pares e subordinados. Assim, tenho como necessária a prisão preventiva do custodiado para garantia da ordem pública, determinou o juiz.
O magistrado pontuou ainda a proximidade de Yuri com traficantes e o possível risco de voltar a delinquir.

“Há ainda a necessidade de se resguardar a ordem pública já que existe o risco de reiteração delitiva, na medida em que as circunstâncias da prisão revelam que o custodiado possui estreito relacionamento com a traficância da localidade”, escreveu.

A prisão
O material – 139 tabletes de 1.090 g cada, que totalizou pouco mais de 151kg de cocaína -, estava dentro de caixas no caminhão. No ato da prisão, não houve resistência de Yuri e do motorista que guiava o veículo. A dupla se manteve em silêncio no ato da prisão.

Eles foram levados para a Cidade da Polícia, onde o material foi periciado e constatado que se tratava mesmo de cocaína.

A polícia acredita que a droga estava sendo levada para Rocinha, outro reduto do Comando Vermelho.

A operação
Forças de segurança do Rio de Janeiro realizaram uma operação no Complexo da Maré, na Penha e na Cidade de Deus, na segunda-feira (9), para cumprir mandados de prisão e atuar contra lideranças do tráfico envolvidas na morte de três médicos na Barra da Tijuca, na semana passada.

Durante a operação, policiais civis encontraram um fuzil, drogas e carregadores ao lado da escola municipal, no Conjunto Esperança. Na Nova Holanda, também na Maré, também houve apreensão de munição e drogas.

Os agentes foram cumprir pelo menos 60 de prisão. Entre os alvos estavam Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca. Nove pessoas foram presas no total.

Um laboratório de refino de drogas e artefatos explosivos do tráfico foi localizado no Parque União, na Maré.

 

Alvo de mandado de prisão por desaparecer com esposa há 15 anos acabou preso em flagrante por agredir avó da atual mulher

Marcos Paulo será transferido na manhã desta sexta (22), prestará depoimento sobre a morte de Viviane e depois levado para a cadeia de Benfica, na Zona Norte do Rio.

A Polícia Militar prendeu Marcos Paulo da Silva Pinto na última quinta-feira (21) por uma tentativa de agressão contra a avó da atual mulher, uma idosa de mais de 90 anos. Ao chegar na 159ª DP (Cachoeiras de Macacu), os agentes confirmaram que ele tinha um mandado de prisão em aberto pela suspeita da morte e ocultação de cadáver de Viviane Machado Modesto da Silva, em outubro de 2008. Ele foi preso um dia antes da operação que estava sendo planejada pela Polícia Civil

Segundo apurou o g1, após sair o mandado de prisão, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) chegaram a montar uma operação para tentar prender Marcos Paulo. A prisão deveria acontecer nesta sexta (22).

No entanto, ao tentar agredir a avó da atual mulher, um dia antes, a PM foi chamada para intervir e ele foi preso em flagrante com base na Lei Maria da Penha.

Na delegacia, a decisão judicial foi cumprida contra o homem.

Marcos será transferido na manhã desta sexta para a DHNSGI, para prestar depoimento no inquérito que apura a morte de Viviane, e em seguida será encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

Ao saber da prisão do ex-genro, a mãe de Viviane, Maria Salvadora, se mostrou emocionada e disse ter esperanças em encontrar os restos mortais da filha para dar um enterro digno a ela.

“A morte da minha filha não vai ficar impune. Quero agora que ele me diga onde estão os restos mortais dela para eu enterrar. Quero esse homem preso. Tem 14 anos de sofrimento procurando, mas Deus está me mostrando que isso não vai ficar impune”, disse.

O advogado que representa a família de Maria Salvdora, Marcos Moraes, disse ainda que vai tentar assegurar que Marcos Paulo não seja liberado por ter problemas de saúde.

“Ele não pode ficar em liberdade”, enfatizou.

Ela nunca parou de procurar pelo paradeiro da filha e do neto, que sumiu com ela.

O caso

Viviane foi atraída por Marcos Paulo em outubro de 2008, depois dele pegar o filho deles para passar um fim de semana e não devolver. Com o pretexto de rever o filho, ela foi ao encontro do ex-marido, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e desapareceu.

“Foi a última vez [que a vi]. Depois, só pelo telefone, ela pedindo para a Janaina, a minha filha do meio. Pedia para que fosse na cidade onde ela estava, que ela estava presa em uma casa e que o Marcos não queria que ela fosse embora”, contou Maria Salvadora para os repórteres.

Maria Salvadora procurou a polícia, e em novembro de 2008, regstrou o caso como sequestro e cárcere privado na Delegacia da Mulher de São Gonçalo (Deam).

Maria espalhou cartazes por várias cidades, com fotos da filha, do neto e do ex-genro. Além disso, juntou dinheiro para fazer buscas.

Dez anos depois, novas pistas

Dez anos depois, novas informações sobre o paradeiro da filha e do neto fizeram Maria procurar a polícia. O boletim de ocorrência foi feito na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.

No depoimento, ela contou aos investigadores que um parente do ex-genro “informou que procurasse Viviane nos necrotérios e hospitais”.

E que foi procurada por outra pessoa que dizia que Marcos havia matado sua filha. Mesmo com a nova denúncia, as investigações nunca andaram.

Ela só reencontrou o neto em maio desse ano, depois do telefonema de um parente do ex-genro, que contou que o neto estava passando necessidade.

Ela foi ao encontro do jovem e, em depoimento à polícia, ele contou detalhes da vida que levava.

Disse que morava em Cachoeiras de Macacu com o pai, os irmãos e a madrasta havia cinco meses. E que lembra apenas “que anteriormente morava em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, com as mesmas pessoas.”

Ele disse também que “não se recorda da mãe, pois desde que se entende por gente, não lembra de ter contato com ela, e sim com outras mulheres que seu pai teve ao longo da vida.”

Parte do depoimento do jovem embasa a denúncia do Ministério Público contra Marcos Paulo.

O garoto contou ainda que, sempre que ele perguntava pela mãe, apanhava ou era jurado de morte pelo pai.

Ele não tinha documentos, nunca tinha frequentado a escola, e disse que foi alfabetizado em casa, pela madrasta.

O jovem disse ainda que o pai está em uma cadeira de rodas, com sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2021.

Em busca de respostas
Na época, a reportagem foi até Cachoeiras de Macacu, a 100 quilômetros do Rio, e achou Marcos Paulo na varanda de uma casa, sem conseguir falar.

A mulher, que foi casada com ele por dez anos, disse que só recentemente havia percebido que Marcos Paulo contava mentiras, e que dizia que Viviane “tinha ido embora com outro homem e tinha abandonado eles.”

‘Vitória da sociedade contra a impunidade’, diz atriz após prisão de condenados por envolvimento na morte de seu filho

Cissa Guimarães comemorou a prisão de Roberto Bussamra e Rafael Bussamra. Eles se entregaram na Vara de Execuções Penais na noite desta quarta-feira (13).

A atriz Cissa Guimarães comemorou, na manhã desta quinta-feira (14), a prisão dos dois condenados por envolvimento na morte do seu filho Rafael Mascarenhas.

“Aliviada porque a justiça foi feita. Só Deus sabe o que eu passei nesses 13 anos com medo de que a impunidade vencesse. Ela não venceu. Essa vitória não é só minha ou da minha família. É de todos nós, da sociedade brasileira, contra a impunidade”, disse a atriz na manhã desta quinta-feira (14).

Na noite desta quarta (13), Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, condenados por envolvimento na morte do filho de Cissa em 2010, se entregaram na Vara de Execuções Penais.

“E eu me sinto agora tranquila. Eu me sinto saindo mais forte de todo esse processo que me causou a maior dor do mundo. Mas salve Rafael, salve Rafael e salve a justiça que foi feita. Muito obrigada a todos”, disse Cissa.

No fim do mês passado, uma decisão judicial determinou que Roberto Bussamra e Rafael Bussamra, pai e filho, voltassem à prisão pelo crime cometido em 2010.

Eles foram condenados por envolvimento na morte de Rafael Mascarenhas em janeiro de 2015 e, desde maio desse ano, não podiam mais recorrer a nenhuma instância da Justiça.

Rafael Bussamra vai cumprir pela por ter atropelado Rafael em uma área que estava fechada para carros e Roberto Bussamra por corromper policiais militares que estiveram na cena do atropelamento.

Dos 12 anos e nove meses a que estava condenado, Rafael Bussamra, o atropelador, vai cumprir três anos e seis meses pelo crime de homicídio culposo, sem intenção de matar. E o pai dele, Roberto Bussamra, condenado inicialmente a oito anos e 11 meses, vai cumprir três anos e 10 meses por corrupção – o regime determinado pela Justiça é semiaberto.

Assim que soube da decisão judicial, Cissa comemorou: “13 anos! TREZE ANOS! E depois de um fim de semana de muita dor, vem um acalento e a esperança de justiça finalmente”, escreveu a atriz em suas redes sociais.

O acidente ocorreu em 2010 no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul do Rio, que estava fechado para o tráfego de veículos. Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael andava de skate no local quando foi atropelado. A CET-Rio informou que, naquela noite, a pista ficou fechada ao tráfego de veículos das 1h10 às 4h10.

Caso Patrícia Amieiro: júri popular é antecipado para junho de 2024

Policiais são acusados de tentativa de homicídio e fraude processual. No mês passado, júri tinha sido marcado para julho de 2025.

A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, titular da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, antecipou para 20 de junho de 2024 o novo Júri Popular do caso da engenheira Patrícia Amieiro – que desapareceu em junho de 2008, após seu carro ser atingido por tiros de policiais.

“Diante da manifestação ministerial, em pasta 5824, bem como do assistente da acusação, em pasta 5826, antecipo a sessão plenária para o dia 20/06/2024, às 11 horas”, escreveu a juíza.

“Um ano também é muito tempo pra quem espera há 15 anos, mas acreditamos na Justiça. E que agora, realmente aconteça na data marcada, e não seja adiado por manobras da defesa”, comentou o irmão de Patrícia Adryano Amieiro.

Em agosto, a mesma juíza tinha marcado o júri para 24 de julho de 2025, o que gerou críticas da família da engenheira. Na decisão, porém, a magistrada já reconhecia que a data estava longe e não descartava uma mudança.

15 anos de luta
Em julho deste ano, a mãe de Patrícia disse que as esperanças foram renovadas com a decisão de um novo júri popular no caso.

“São 15 anos que estamos lutando. Meu marido faleceu antes de ver justiça. Mas eu e a minha família estamos aqui, continuando a lutar. E vamos ter essa justiça. E vamos conseguir essa vitória pela memória da minha filha e do meu marido”, disse Tânia Amieiro.
‘São 15 anos que estamos lutando’, diz mãe de Patrícia Amieiro sobre novo júri popular do caso

Os réus são os policiais militares Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento, que vão responder por tentativa de homicídio, e Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira, que passarão por um novo julgamento por fraude processual.

O primeiro júri ocorreu em 2019, mas com o surgimento de uma nova testemunha em setembro de 2020 o caso foi reaberto.

No primeiro julgamento, dois policiais militares foram condenados a três anos de prisão e 60 dias-multa por fraude processual. Outros dois policiais foram absolvidos.

Em setembro de 2020, uma nova testemunha do caso se apresentou para prestar depoimento ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A mãe de Patrícia agradeceu o relato da testemunha.

“Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer esta testemunha por ter a coragem de se apresentar e contar o que ela viu naquele dia. Para nós, foi importante aparecer esta testemunha que, pelo menos, prova que eles atiraram na minha filha e ainda tiveram a maldade dela estar viva, pedindo socorro. E eles a tiraram do carro e sumiram com o corpo dela. Isso dói muito na gente”, disse Tânia Amieiro.

Crime completou 15 anos
No dia 14 de junho de 2008, a engenheira Patrícia Amieiro foi vista com vida pela última vez. Segundo a denúncia, ela foi morta, aos 24 anos, na Barra da Tijuca, quando voltava de uma festa na Zona Sul do Rio e teve seu carro atingido por tiros de policiais.

Segundo as investigações, quatro policiais militares se envolveram com o crime. O corpo de Patrícia nunca foi encontrado.

Segundo a polícia, Patrícia perdeu o controle do veículo após os tiros e colidiu em dois postes e uma mureta. Na época, o carro foi encontrado na beira do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, com o vidro traseiro quebrado e o porta-malas aberto.

Para o Ministério Público, o corpo foi retirado do veículo e o carro jogado no canal pelos policiais envolvidos na ocorrência para impedir que o homicídio fosse descoberto.

No primeiro julgamento, em dezembro de 2019, os policiais militares Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento foram condenados a três anos de prisão por fraude processual. Também acusados de envolvimento no caso, os PMs Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira foram absolvidos.

Embora condenados, os policiais Marcos e William puderam recorrer em liberdade. Em relação a tentativa de homicídio, o júri votou pela absolvição de ambos. Logo em seguida, os advogados da família da engenheira entraram com recurso.

Nova testemunha
Em setembro de 2020, uma nova testemunha do caso se apresentou para prestar depoimento ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Segundo a família da engenheira, a testemunha é um taxista que estava atrás do carro de Patrícia e teria presenciado a ação dos policiais envolvidos.

A família diz que a testemunha afirmou categoricamente, “com riquezas de detalhes”, ter visto Patrícia Amieiro ser retirada do carro ainda viva e que ela ainda mexia os braços quando foi retirada pelos policiais do veículo.

Os acusados chegaram a solicitar o desentranhamento do depoimento do taxista, alegando ser inoportuno e que não poderia ser apresentado tanto tempo depois. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acolheu o depoimento que os advogados da família de Patrícia juntaram ao processo.

 

Advogado da Pasárgada volta a ser alvo da Polícia Federal

Preso durante a ‘Operação Pasárgada’ acusado de ser o mentor do esquema para liberação de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) retidas pelo INSS, o advogado Fabrício Alves Quirino, que prestou serviços à Prefeitura de Juiz de Fora durante a gestão Alberto Bejani (2005-2008), voltou a ser detido ontem pela Polícia Federal (PF). Batizada de ‘Convite certo’, a nova operação foi deflagrada na manhã de ontem com a prisão de oito pessoas e cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão em várias cidades mineiras. A proposta é combater a quadrilha suspeita de fraudar licitações para favorecer a contratação de escritórios de advocacia pelas prefeituras de Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas.

Além de Fabrício Quirino, que teve R$ 84 mil apreendido em seu apartamento em Belo Horizonte, foram presos outros advogados, procuradores de municípios, agentes públicos e assessores parlamentares. Um dos mandados de busca e apreensão foi feito no gabinete do deputado e primeiro-secretário da mesa da Assembleia de Minas, Dilzon Melo (PTB), onde os policiais encontram R$ 70 mil. Ele negou envolvimento e tratou como surpresa o fato de dois servidores de seu gabinete estarem envolvidos no esquema. Quanto ao dinheiro, o parlamentar justificou que faz parte de sua movimentação diária, devido aos seus muitos negócios. Ele disse ainda que toda a movimentação está devidamente declarada em seu Imposto de Renda. A Prefeitura de Nepomuceno enviou nota negando o envolvimento.

As investigações indicam que agentes públicos montavam licitações para a contratação de assessoria jurídica e direcionavam os resultados para os escritórios que participavam do esquema. Por ter a figura de Fabrício Quirino supostamente no centro do esquema, a PF tratou a operação como um desmembramento da Pasárgada, deflagrada em 2008. Em nota divulgada à imprensa, os agentes federais afirmam ter ficado “evidente” a participação de advogados associados a dois escritórios, que repartiam o loteamento de contratos de consultoria jurídica para as prefeituras . “A prestação dos serviços de consultoria em si não é ilícita, mas, neste caso, (é) repleta de nulidades, dada a origem criminosa que desencadeou a contratação administrativa”, revela um trecho da nota. Outros envolvidos auxiliavam o grupo criminoso, segundo a PF, na manipulação fraudulenta, emprestando suas empresas para figurarem como “concorrentes” ou formatando certidões falsas para comporem os atos dos procedimentos licitatórios.

Todos os envolvidos na “Convite certo” responderão pelos crimes de formação de quadrilha, visando à prática de fraudes licitatórias, além dos crimes de peculato e corrupção ativa e passiva, devido ao fato de que os autores propunham distribuição de propinas.

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Contratado por Bejani sem licitação
O advogado Fabrício Quirino, preso ontem na operação “Convite certo”, é um velho conhecido de Juiz de Fora. Ele desembarcou por aqui em 2005 a bordo da TCQ Consultoria Empresarial Simples Ltda, contratada sem processo licitatório pelo ex-prefeito Alberto Bejani (sem partido). O objetivo da contratação, que foi o carro-chefe da “Operação Pasárgada”, era pleitear na Justiça a devolução de R$ 34 milhões do FPM aos cofres municipais. De acordo com a Administração, a quantia havia sido retida indevidamente para pagamento de dívidas da Prefeitura com o INSS. Por esse serviço, a TCQ firmou com a Prefeitura um contrato de risco, que previa o pagamento dos honorários advocatícios somente após a liberação do dinheiro. O valor que caberia à empresa corresponde a 20% do montante, ou seja, R$ 6,8 milhões.

Na CPI criada pela Câmara de Juiz de Fora, o então procurador do município, Leon Gilson Alvim, relatou que o imbróglio do município com o INSS se resolveria sem necessidade de contratação da TCQ. Em seu depoimento, ele disse que, em 2006, uma liminar teria concedido à Prefeitura o direito de fazer depósitos espontâneos ao INSS, em vez da retenção compulsória do percentual do FPM. No entanto, ainda de acordo com Leon Gilson, teria havido uma duplicidade de pagamento: o município emitiu uma guia da Previdência Social (GPS) e, mesmo assim, o INSS fez a retirada compulsória. “O INSS reconheceu o erro e disse que iria devolver. Administrativamente isso já estava sendo providenciado”, explicou na época. Ainda assim, a TCQ assumiu a negociação, vindo a não obter êxito no processo.

Bejani defende contrato sem licitação
O atual advogado de Bejani, Ricardo Fortuna, informou que o contrato da TCQ (que mudaria de nome para PCM) foi feito sem licitação devido à notória especialização jurídica sobre a matéria. O argumento já havia sido questionado na CPI da Câmara de Juiz de Fora, pelo fato de a TCQ não possuir, naquela ocasião, sequer registro junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O advogado também justificou a origem do dinheiro encontrado na residência do ex-prefeito durante a “Operação Pasárgada”. Segundo ele, tratava-se de parte do montante originário da venda da Fazenda Liberdade, localizada no município de Ewbank da Câmara. A explicação dada ontem por Fortuna foi a mesma usada pelo próprio Bejani que atribui o dinheiro à compra do imóvel pelo advogado Marcelo Abdalla. O suposto comprador, no entanto, em depoimento ao delegado da Polícia Federal, Mário Veloso, em 2008, desmentiu a história sobre a compra de fazenda e revelou que, na verdade, o dinheiro seria proveniente de propinas pagas ao ex-prefeito por empresas de ônibus de Juiz de Fora. As novas informações levaram a Polícia Federal a deflagrar a operação “De Volta para Pasárgada”.

Quanto às sacolas de dinheiro que aparecem com Bejani em imagens de DVDs apreendidos pela PF, Fortuna informou que seu cliente “não reconhece a veracidade do conteúdo do vídeo.” Ele mencionou o fato de que o ex-prefeito “mantinha negócios de compra e venda de veículos com o proprietário da loja” onde foi feita a gravação. O vídeo ainda pode ser visto no Youtube, e nele não há referência a negócios com automóveis, mas a reajuste de tarifa de ônibus. A versão de Fortuna difere da primeira explicação apresentada pelo advogado Marcelo Leonardo, primeiro a defender o ex-prefeito, de que a gravação seria uma simulação para surpreender um adversário político. Sobre as investigações sobre enriquecimento ilícito propostas pelo Ministério Público, o advogado alega que, em matéria penal, os promotores não podem ser parte e investigarem ao mesmo tempo, que seria um procedimento inconstitucional.