Casal preso na Operação Eros comprava os medicamentos no Paraguai

O delegado da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, Carlos Eduardo Pezzette Loro, concedeu entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (8) sobre as prisões na cidade da Operação Eros. Em Foz do Iguaçu foram cumpridos dois mandados de prisão e busca e apreensão. Esses mandados foram em um apartamento luxuoso localizado em um bairro nobre da cidade. Flávia Conceição Ermácora e Antônio Sergio Marsola foram detidos no apartamento. Segundo o delegado, eles compravam os remédios ilegais no Paraguai e enviava para o Rio de Janeiro. Os mandados são de prisão temporária, prazo de 30 dias. Antônio Sérgio Marsola é Coronel da reserva da Policia Militar do Estado de São Paulo e seria o atual coordenador de segurança da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em nota, a Binacional informou que Marsola nunca fez parte do quadro pessoal da empresa, e que foi admitido há pouco mais de um mês e tinha somente função operacional. Ele fazia parte da equipe de segurança do PTI (Parque Tecnológico de Itaipu). Após o informativo sobre a prisão na Operação Eros, ele foi desligado do quadro de funcionários. Os medicamentos eram vendidos em um site, através de grupos de aplicativos de celular e através de site, no ar desde 2006. A arrecadação com a venda dos medicamentos ilegais, de acordo com a investigação seria de R$ 150 mil por mês. Parte dos lucros eram investidos na compra de imóveis para a lavagem de dinheiro. Como a investigação foi feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, o casal que foi preso em Foz deve ser encaminhado para o Rio, onde estão os outros detidos da operação.

Policial investigado em esquema de compra de drogas foi abordado em avião fretado por R$ 128 mil perto da fronteira com a Colômbia

Quando foi abordado, em abril, ele já era investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Avião e passageiros foram liberados. Esquema, que conta com elo entre PCC e Comando Vermelho, tem empresário de São Paulo apontado como principal suspeito.

O policial civil Paulo Rafael Fernandes, investigado por suspeita de participar de um esquema de compra de drogas que envolve o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, foi abordado por policiais civis do Amazonas em abril deste ano próximo à fronteira do Brasil com a Colômbia em um avião fretado.

Quando foi abordado, em abril de 2024, em uma aeronave que levava turistas para uma pescaria esportiva, ele já era investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco-IE).

Esta semana, uma operação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizada (Draco) e Corregedoria da Civil apreendeu, na casa de Paulo, celulares, um cofre e dinheiro em espécie. Ele não estava no local no momento da ação.

O policial é acusado de utilizar sua empresa, a PGR Consultoria, para fazer pagamentos de cargas de cocaína que são enviadas de São Paulo para o Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o traficante Marcos Antonio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, participa do esquema mesmo preso no sistema prisional do Rio, de acordo com as investigações.

O elo entre Paulo e My Thor, segundo a polícia, é Laércio Isidoro do Nascimento Júnior. Ele é apontado pela investigação como o homem que faz as remessas de cocaína do PCC em São Paulo chegarem às comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.

A empresa de Paulo, por sua vez, seria utilizada para “lavar” o dinheiro do tráfico de drogas.

“Esse policial civil utilizava-se de uma empresa fantasma com a finalidade de lavar capital e fazer o pagamento de grandes quantidades de cocaína”, explicou o delegado João Valentim, titular da Draco, no dia da operação.

A decisão judicial que autorizou os mandados de busca e apreensão contra ele também autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático de celulares, computadores e mídias apreendidas. Agora, a polícia vai analisar os dados nos celulares apreendidos.

Abordagem de aeronave
O g1 apurou que, na abordagem realizada em abril, Paulo Rafael estava na aeronave fretada com uma outra pessoa, além de piloto e copiloto.

O avião estava na cidade de São Paulo de Olivença, próxima à fronteira do Brasil e uma região conhecida como rota de tráfico de drogas.

Paulo disse que estava responsável pelo transporte de clientes que queriam fazer uma viagem de pesca esportiva. O fretamento da aeronave, segundo ele, custou R$ 128 mil, pagos através de pix. Ele e os outros que estavam no avião foram liberados.

‘Boyzão’, elo entre PCC e CV

Laércio já tem passagens pela polícia do Rio como suspeito de diversos casos de estelionato. Em 2017, foi acusado de agredir uma pessoa que o cobrou pelo não pagamento de uma dívida de R$ 11 mil. Em 2018, foi acusado de integrar uma quadrilha de estelionatários, utilizando principalmente cartões de crédito. Nos registros de ocorrência, ele era chamado pelo apelido de “Boyzão”.

Segundo a Polícia Civil, Laércio apresenta movimentação financeira incompatível com suas rendas declaradas, e recebe quantias expressivas através de depósitos bancários, principalmente em transferências entre contas de terceiros e empresas. Uma delas é a empresa de Paulo Rafael.

Para os investigadores, há indícios que Laércio possui contatos com diversas lideranças criminosas, e fez os contatos para que o esquema criminoso pudesse ser efetuado.

Ele é apontado como o responsável por enviar as drogas para as comunidades do Comando Vermelho mais influenciadas por My Thor, como por exemplo no Complexo da Penha, na Zona Norte do RIo.

Celulares em cela

Na cela do traficante, Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, os investigadores da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) encontraram 8 celulares de última geração.

Após a operação, a Secretaria de Administração Penitenciária, em nota, disse que transferiu diversas lideranças da facção criminosa para o presídio de Bangu 1, unidade de segurança máxima no complexo penitenciário de Gericinó.

Agentes da Draco e da Corregedoria Interna da Polícia Civil cumpriram três mandados de busca e apreensão.

Nesta quinta, os agentes cumprem mandados na casa do policial civil, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, no complexo penitenciário de Gericinó, no presídio Bangu 3, e no Itaim Bibi, área nobre da capital paulista. Neste último endereço, também foram apreendidos celulares.

A polícia pediu a transferência de My Thor no ano passado para um presídio federal, que no entanto foi negada pela Justiça.

 

O que se sabe e o que falta esclarecer sobre delegada morta por companheiro na Bahia

Corpo de Patrícia Neves Jackes Aires foi encontrado em área de mata no domingo (11). Tancredo Neves teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na segunda-feira (12).

A delegada Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi encontrada morta no domingo (11) dentro do próprio carro, em uma área de mata, no município de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador.

O companheiro dela, identificado como Tancredo Neves, de 26 anos, foi preso em flagrante e é o principal suspeito do crime. Ele admitiu que inventou para a polícia a versão que os dois teriam sido sequestrados.

Tancredo Neves falou que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” para se defender de supostas agressões durante uma discussão.

Veja abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o crime:

1. Como a delegada apareceu morta?
Patrícia Neves Jackes foi encontrada morta, no banco do carona do próprio carro, em uma área de mata, no município de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador.

2. Por que o namorado dela foi apontado como suspeito?
A Polícia Civil passou a considerar Tancredo Neves como suspeito de matar a companheira após ele procurar uma delegacia e informar que os dois tinham sido sequestrados. Inicialmente, ele disse que tinha sido liberado e que os criminosos tinha seguido com Patrícia no carro dela.

A polícia iniciou as investigações e ao encontrar o corpo de Patrícia, não encontrou indícios de um possível sequestro. Tancredo Neves passou a ser considerado suspeito de cometer feminicídio, porque ele já tinha sido preso em maio deste ano, suspeito de agredir a delegada fisicamente.

3. O suspeito confessou o crime?
Em depoimento na segunda-feira (12), Tancredo Neves admitiu que inventou para a polícia a versão que os dois teriam sido sequestrados. O suspeito falou que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” para se defender de supostas agressões durante uma discussão.

A causa da morte ainda é investigada, no entanto, a suspeita é de que ela tenha sido vítima de estrangulamento, pois o investigado confessou que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” e começou a enforcá-la, com o objetivo de fazer a mulher parar de bater nele.

4. Qual o relato do suspeito?
O suspeito contou para a polícia que os dois saíram para beber em Santo Antônio de Jesus, e Patrícia ficou alcoolizada, segundo ele. Na saída do estabelecimento, a delegada teria decidido viajar para Salvador a fim de comprar roupas.

Tancredo Neves relatou que durante a viagem eles pararam para urinar na BR-101, no trecho de Sapeaçu, no recôncavo. Ainda no trajeto, disse para a mulher que os dois precisavam repensar a relação.

O suspeito detalhou que a mulher “nunca saía armada e na noite do ocorrido não foi diferente”, contudo, já havia sido ameaçado com arma de fogo, e que ela perdia o controle emocional com frequência.

A reação de Patrícia, segundo Tancredo, foi de descontrole e ameaças de morte contra a família e a filha dele. Nesse momento, ela puxou o volante do carro, provocando a colisão contra uma árvore.

Depois, Patrícia começou a bater no companheiro, que usou enrolou o cinto de segurança no pescoço dela. Segundo ele, o objetivo não era matar a delegada, e sim fazer com que ela parasse as agressões.

O homem ainda disse que notou que Patrícia estava desacordada após menos de um minuto, saiu do carro e chamou a polícia. Conforme Tancredo Neves, ele não sabia que a mulher estava morta.

5. Qual o histórico policial do suspeito?

Antes de se relacionar com a delegada, Tancredo Neves já colecionava denúncias e processos apresentados por outras mulheres com as quais se relacionou. Em todos os casos, ele nega as agressões.

Questionado sobre o que explicaria o fato de “tantas mulheres terem registrado fatos” contra ele, o homem alegou apenas que “xinga muito”.

O investigado também é alvo de um inquérito por exercício ilegal da Medicina. Tancredo Neves reconheceu a existência do processo, contudo, nunca foi intimado, conforme ele.

O homem se apresenta como médico, formado no Paraguai, mas disse que não exerce a profissão. Os indiciamentos por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica aconteceram depois que a Polícia Civil de Euclides da Cunha concluiu as investigações em 2022. Os documentos foram remetidos ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que não há nenhum médico registrado com o nome de Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda.

6. Quem era a delegada?

Patrícia Neves Jackes Aires nasceu em Recife, capital pernambucana, e tinha um filho. Bacharel em Direito e especialista em Direito Penal e Processo Penal, a delegada tomou posse em 2016, sendo designada em seguida para a delegacia de Barra, no oeste da Bahia.

Depois, comandou as delegacias de Maragogipe e São Felipe, antes de ter sido lotada em Santo Antônio de Jesus, onde atuava como plantonista.

Patrícia Jackes tinha forte atuação na prevenção e enfrentamento às violências de gênero. Em 2021, ela passou pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (NEAM), da 4ª Coordenadoria de Polícia, no município de Santo Antônio de Jesus (BA).

Antes de se formar em Direito, Patrícia se graduou em Licenciatura Plena em Letras. Ela trabalhou por 12 anos como professora de língua portuguesa e língua inglesa.

 

Polion Gomes Tem Prisão Mantida por Suspeita de Desvio de R$ 2,5 Milhões em Medicamentos para Câncer

Após audiência de custódia, a Justiça decidiu manter a prisão de Polion Gomes Reinaux Gomes, empresário de 43 anos, suspeito de desviar R$ 2,5 milhões em remédios destinados ao tratamento de câncer. Ele foi preso em Caçapava, São Paulo, durante uma operação conjunta das Polícias Civis do Paraná e São Paulo na terça-feira, 16 de julho de 2024.

A audiência de custódia, realizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, concluiu que a prisão de Polion ocorreu de maneira legal. Como ainda não possui defesa constituída, ele foi representado por um defensor público na ocasião. Com a prisão mantida, Polion Gomes Reinaux Gomes deverá ser transferido para um presídio, aguardando o desenrolar das investigações.

Polion é proprietário da Blowout Distribuidora Importação e Exportação Eireli, uma empresa registrada em Joinville, Santa Catarina, e é acusado de desviar medicamentos importados essenciais para o tratamento de câncer. O caso ganhou destaque após a família de Yasmin, uma menina de 11 anos com neuroblastoma, entrar na Justiça para que o estado do Paraná comprasse os remédios. Apesar da empresa de Polion ter oferecido o menor preço, os medicamentos não foram entregues ao hospital.

Além de Polion, outras duas pessoas foram presas no Rio Grande do Sul por envolvimento no esquema.

Desdobramentos Recentes: Atualização sobre os Presos e Avanços na Investigação de Marielle

Seis anos após o trágico assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes, um novo capítulo se desenrola. Ronnie Lessa, responsável pelos disparos fatais, finalmente entregou informações cruciais sobre os mandantes por trás desse ato hediondo. A delação de Lessa foi oficialmente homologada nesta terça-feira (19) pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Lessa revelou detalhes das reuniões realizadas antes e depois do crime com os mandantes, que, segundo ele, fazem parte de um influente grupo político no Rio de Janeiro com interesses variados em diferentes setores do Estado. Até o momento, porém, os nomes dos mandantes não foram divulgados, deixando o mistério em torno desse caso que chocou o país.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completou seis anos no último dia 14 de março. Recentemente, no final de fevereiro, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi detido. Ele é apontado como responsável por desmanchar o veículo utilizado no dia do crime, um Cobalt prata.

Até o momento, quatro suspeitos estão sob custódia das autoridades:

  • Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, responsável pelo desmanche do veículo;
  • Ronnie Lessa, autor dos disparos fatais;
  • Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no atentado;
  • Suel, acusado de fornecer um veículo para que Lessa escondesse as armas utilizadas.

Ronnie Lessa, que foi expulso da Polícia Militar, já cumpre pena desde 2019. Sua condenação por ocultação das armas usadas no crime foi aumentada para cinco anos em 2021. Élcio de Queiroz, ex-sargento da Polícia Militar, também está detido desde o mesmo período e colaborou com informações cruciais sobre o caso.

Além disso, Suel, ex-sargento do Corpo de Bombeiros, é acusado de auxiliar na ocultação das armas após o crime, bem como de participar de uma tentativa anterior de assassinato da vereadora em 2017.

Enquanto aguardam julgamento, Lessa e Queiroz permanecem detidos em penitenciárias federais de segurança máxima. O caso está sendo acompanhado de perto pelo Tribunal do Júri, embora ainda não haja uma data definida para o julgamento.

Os desdobramentos recentes revelaram mais informações sobre o envolvimento de diferentes pessoas no crime, lançando luz sobre um dos casos mais emblemáticos e trágicos da história recente do Rio de Janeiro.

investigação policial sobre empresa de piscinas que não conclui obras após receber pagamentos

Loja de piscinas em Nova Iguaçu é investigada por suposto calote

Uma loja de piscinas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, está sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro após uma série de clientes denunciarem falta de cumprimento de contrato.

As denúncias, registradas na 56ª DP (Comendador Soares) e na 96ª DP (Miguel Pereira), apontam que a BG Piscinas, após firmar acordos, realiza algumas etapas do serviço, como medições e escavações, mas deixa as obras inacabadas.

Operando principalmente pela internet, a empresa tem uma loja física localizada na Avenida Abílio Augusto Távora, no bairro Valverde. O proprietário é Rafael Pereira Dias Veronezes, embora o CNPJ esteja registrado em nome do cunhado, Fabiano de Oliveira Simplicio.

Clientes insatisfeitos compartilham suas experiências

Uma cliente relatou que aguarda a instalação de sua piscina desde o final de 2022. Segundo ela, após negociar um desconto com Rafael, realizou o pagamento de R$ 9 mil pelo modelo desejado. No entanto, apesar da escavação do quintal, a instalação não foi concluída.

Outro cliente mencionou ter desembolsado R$ 8 mil em dois cartões de crédito por uma piscina adquirida em setembro do ano anterior. Após perceber que se tratava de um golpe, tentou cancelar a compra, mas não obteve sucesso.

Um irmão de um cliente lesado se passou por comprador recentemente e foi informado por Rafael que o modelo desejado estaria disponível para entrega em apenas 7 dias, levantando questionamentos sobre o tratamento diferenciado entre os clientes.

Outra família afirmou ter sido vítima de dois golpes, totalizando um prejuízo de R$ 20 mil desde setembro de 2022. Após uma série de promessas não cumpridas por parte de Rafael, optaram por fazer um acordo, que também não foi honrado.

Marcos Paulo dos Santos Fernandes, que investiu R$ 13 mil na BG, alega ter sido vítima de calote. Embora tenha ganhado um processo judicial contra Rafael, ainda não recuperou o dinheiro devido à ausência de bens em nome do devedor.

A empresa se pronuncia

A BG Piscinas justifica os atrasos alegando ter passado por um período de inadimplência devido a cheques não compensados. No entanto, afirma estar aberta para resolver eventuais pendências com os clientes prejudicados.

‘Japa do Crime’ tem histórico de relacionamentos com membros de facção criminosa executados

Karen de Moura Tanaka Mori foi detida por ser suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas para a principal facção criminosa do país, no estado de SP. Ela é viúva de Wagner Ferreira da Silva, executado em 2018, e também namorou com Marcos da Costa Caldeira, morto em 2011.

Karen de Moura Tanaka Mori, a mulher conhecida como ‘Japa’ que foi presa suspeita de lavagem de dinheiro, tem um histórico de relacionamentos com homens ligados ao crime organizado. O g1 apurou, nesta terça-feira (5), que, além de viúva de um dos chefes da principal facção criminosa no estado de São Paulo, executado em 2018, ela é ex-namorada de outro membro da organização, morto em 2011.

Segundo as investigações da Polícia Civil, ‘Japa’ namorou com Marcos da Costa Caldeira, também conhecido como ‘Juan’, antes de se casar com Wagner Ferreira da Silva, o ‘Cabelo Duro’. Ao g1, a defesa de Karen afirmou que ela desconhecia o envolvimento do ex-marido com o crime organizado.

De acordo com um relatório da polícia, ‘Juan’ foi executado com 12 tiros na porta de casa, em Santos, no litoral de São Paulo, em 9 de fevereiro de 2011. ‘Cabelo Duro’, por sua vez, foi morto com tiros de fuzil em frente a um hotel na Zona Leste de São Paulo, em 22 de fevereiro de 2018.

Assim, ainda segundo a Polícia Civil, os relacionamentos de Karen demonstram que o envolvimento dela com a organização criminosa é de longa data. Portanto, a alegação de que a mulher “desconhecia a vida criminosa de Wagner”, na visão da corporação, não é uma justificativa.

Patrimônio da ‘Japa’
O relatório também apontou que o patrimônio de Karen e da família dela teve um “aumento significativo” a partir da morte de Wagner (Cabelo Duro). ‘Japa’ teria se associado ao próprio pai e irmão para ocultar os bens adquiridos ilicitamente pelo ex.

No total, eles teriam movimentado cerca de R$ 35 milhões por meio de uma empresa ‘laranja’, criada após a morte do líder da facção.

Em entrevista ao g1 à época, o então advogado de defesa, João Armôa, disse que Karen não sabia sobre as conexões entre Wagner e o crime organizado. “Desconhecia totalmente as atividades ilícitas dele enquanto ele estava em vida aqui na Terra”, afirmou o defensor.

O g1 entrou em contato com a defesa de Karen, que disse que não irá se manifestar, por ora, sobre circunstâncias da investigação.

Morte de ‘Juan’

Conforme apurado à época, ‘Juan’ foi morto após deixar a casa dele em uma moto, em Santos (SP). Na ocasião, dois suspeitos em uma motocicleta dispararam contra o homem, que caiu do veículo. Ele ainda foi atingido por mais nove disparos na cabeça antes dos atiradores fugirem do local.

‘Juan’ chegou a ser socorrido ao Pronto-socorro Central da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O g1 apurou que o homem tinha uma ‘longa ficha criminal’, por exemplo de roubos a bancos e joalherias. Pouco antes de ser assassinado, em 2011, ele estava detido, sendo liberado no dia 29 de dezembro de 2010.

Prisão de ‘Japa’

Karen foi presa no dia 8 de fevereiro pela Polícia Civil suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Baixada Santista para a principal facção criminosa do estado. Na residência dela, foram apreendidos R$ 1 milhão e 50 mil dólares [cerca de R$ 249 mil na cotação atual] em dinheiro, além de um veículo da marca Audi.

Karen teve a prisão em flagrante convertida em preventiva por não apresentar condições financeiras compatíveis com o que foi apreendido em sua residência. Em entrevista ao g1, na época, o advogado de defesa João Armôa Junior disse que o dinheiro encontrado na casa é oriundo de meios lícitos.

Segundo ele, os valores são referentes a compra e venda de veículos e imóveis. Armôa ainda destacou que a acusada tem ensino superior e é ré primária. “A maior prova que ela está falando a verdade sobre esse tema é que nunca ela foi investigada por organização criminosa enquanto o marido era vivo e nem logo após a morte dele”, enfatizou.

No último dia 24, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) converteu a prisão preventiva de Karen em domiciliar monitorada. Ela seguirá cumprindo a determinação em sua residência na capital do estado, com a utilização de tornozeleira eletrônica.

Lavagem de dinheiro
O anúncio da prisão de Karen foi feito durante entrevista coletiva realizada pelo secretário de segurança pública do estado, Guilherme Derrite, e pelo delegado geral de São Paulo, Artur José Dian, na sede do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), em Santos (SP).

Segundo Dian, as investigações iniciadas em junho de 2023 apontam ‘Japa’ como uma das principais responsáveis pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas para a facção na Baixada Santista.

De acordo com as investigações, a suspeita continuaria atuando e tem grande prestígio junto a facção, administrando os bens ocultados das autoridades com a ajuda de outros suspeitos.

“Ela fazia a lavagem de dinheiro através de diversas empresas de ‘laranjas’. Pegava esse dinheiro e o fazia circular. Os relatórios de informações financeiras levam a milhões de reais”, explicou o delegado geral.
O relatório, elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), mostra que uma empresa criada por Karen logo após o falecimento de Wagner registrou uma movimentação de mais de R$ 35 milhões.

Ainda de acordo com Dian, foram cumpridos três mandados de busca, sendo um em uma residência em Bertioga (SP), outro em um escritório virtual que era utilizado por ‘Japa’ para fazer os acordos de lavagem de dinheiro, e o último no apartamento dela no bairro Tatuapé, em São Paulo.

Viúva de ‘Cabelo Duro’

O secretário de Segurança Pública de São Paulo e o delegado geral do estado revelaram que ‘Japa’ é viúva de Wagner Ferreira da Silva, o ‘Cabelo Duro’, com quem teve um filho, atualmente com 9 anos.

Wagner é suspeito de participar de roubos em marinas de luxo no litoral paulista e do assassinato de um policial militar. A polícia apura se Wagner desviou dinheiro ou estaria envolvido nos assassinatos de outros dois membros da facção: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.

Wagner Ferreira da Silva foi morto com tiros de fuzil aos 32 anos, em um ataque realizado na frente do hotel Blue Tree Towers, na Zona Leste de São Paulo, em fevereiro de 2018.

‘Madrinha da milícia’: gerente financeiro de Zinho pediu a Lucinha para soltar comparsas; ‘Fiz minha parte’, respondeu ela

Deputada estadual foi alvo nesta segunda-feira (18) de busca e apreensão pela PF e pelo MPRJ. Justiça também a afastou da Alerj.

A deputada Lucinha (PSD), alvo nesta segunda-feira (18) de busca e apreensão pela PF e pelo MPRJ, foi flagrada em dezenas de conversas com o miliciano Domício Barbosa de Souza, o Dom, um dos homens de confiança de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do RJ.

A força-tarefa tem indícios de que Lucinha intercedeu pela soltura de comparsas de Dom que tinham sido pegos em flagrante.

De acordo com a força-tarefa, Lucinha é chamada de “madrinha” pelos paramilitares de Zinho, que está foragido acusado de vários crimes.
A Justiça também afastou Lucinha da Alerj. Agentes foram ao gabinete dela e em outros endereços, como a residência, em Campo Grande, e apreenderam documentos e equipamentos.

Os diálogos
Nas investigações que ligam a milícia de Zinho à deputada, há fortes indícios de que a “Madrinha”, se valendo de sua influência, intermediou a soltura de milicianos subordinados a Domício que estavam sendo conduzidos em flagrante por PMs do Recom, o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões.

O caso ocorreu em novembro de 2021. Nas conversas, Dom pede à madrinha para ver “se consegue falar com alguém porque levaram os meninos”.

No dia seguinte, a deputada Lucinha envia mensagens escritas para Dom afirmando que “fez sua parte”. Diz ainda que quebraria seu telefone, para não deixar provas da participação na soltura dos criminosos no dia anterior.

As apurações identificaram ainda que Dom agradece, dizendo que ela “ajudou muito”.
Segundo ainda as investigações, no mesmo dia do diálogo entre a deputada e o miliciano Dom houve uma ocorrência policial na região de Campo Grande, tratando de milícia privada e envolvendo o Batalhão Especial da PM mencionado na conversa.

Foram apreendidos fuzis, pistolas, coletes, carro. Mas sem nenhum preso, de acordo com apontamento da investigação.

Quem é Dom
O Ministério Público imputou a Dom diversos crimes de receptação, extorsão, corrupção ativa, porte ilegal de arma de fogo e porte ilegal de artefatos explosivos. A denúncia foi recebida pela 1ª Vara Criminal Especializada do TJRJ, e o processo está em andamento.

Dom ocupa lugar de destaque na hierarquia da milícia chefiada por Zinho, sendo um dos responsáveis pela administração financeira da organização criminosa, segundo as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Federal (PF), que desencadearam a Operação Batismo.

Atualmente Dom é um dos foragidos da Operação Dinastia.

 

Cinco são presos em operação contra sobrepreço na compra de respiradores para a Covid em Carmo, RJ; ex-prefeito é alvo

Ladeira foi preso por pelo menos 2 vezes em 2021, por supostas fraudes em contratos para a limpeza urbana em Carmo.

Ex-prefeito de Carmo, na Região Serrana do RJ, Paulo César Ladeira (PT) é alvo de buscas nesta sexta-feira (10) da Operação Éolo, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do RJ, contra suspeita de superfaturamento na compra de respiradores durante a pandemia de Covid. Até a última atualização desta reportagem, 5 pessoas haviam sido presas, e 2 eram procuradas.

Um dos presos é Rui Tomé de Souza Aguiar. Na época da compra, ele era assessor da Presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) — hoje, está lotado no gabinete do deputado estadual Andrezinho Ceciliano (PT). Os demais presos são Alex Sachi da Silva, Jubert Silva Cardoso, Nielsei Souza de Melo e Thiago Cardoso de Castro.

Inicialmente, o MPRJ havia dito que Ladeira tinha sido preso, mas depois corrigiu a informação e disse que o mandado contra o ex-prefeito era de busca e apreensão.

Ladeira foi preso por pelo menos 2 vezes em 2021, por supostas fraudes em contratos para a limpeza urbana em Carmo. Em 2 fases, a Operação Chorume — da qual a Éolo é um desdobramento —, agentes apreenderam R$ 130 mil, achados enterrados em tubos de PVC no sítio do ex-prefeito. Segundo a polícia, o valor era oriundo de propina paga pela empresa que fazia a coleta de lixo na cidade.

Os mandados desta sexta foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital em endereços no Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba, Mangaratiba, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita, Laje do Muriaé e Carmo.

Respiradores caros e quebrados
Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) na Operação Éolo, Ladeira comprou, em 2020, 9 respiradores da empresa Sheridan Rio Comércio e Serviços. À época, a prefeitura usou recursos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O MPRJ descobriu que houve sobrepreço e que apenas 4 dos 9 aparelhos funcionavam.

A Sheridan tem como natureza principal a limpeza em prédios e domicílios. Entre as atividades secundárias da firma estão construção de rodovias, agência de viagens, produção musical e teatral, comércio de equipamentos hospitalares e fabricação de meias.

O Gaeco/MPRJ denunciou à Justiça 14 pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal e fraude nos contratos de licitação e lavagem de dinheiro.

 

Estupros, choques e cárcere no RS: suspeito de torturar companheira e enteado é procurado pela polícia

Mãe e filho foram violentados sexualmente pelo homem ao longo de um ano, em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, aponta a investigação. Suspeito está foragido da Justiça.

A Polícia Civil está à procura de um homem, de 42 anos, suspeito de torturar a companheira e o enteado ao longo de um ano em Taquara, a 90 km de Porto Alegre. Ele foi identificado pelo delegado Valeriano Garcia Neto como sendo Denerson Antonio Tomé Lourenço e é considerado foragido da Justiça. Há contra ele um mandado de prisão preventiva.

O caso chegou à Polícia Civil na última segunda-feira (28), depois que mãe e filho, de 7 anos, conseguiram fugir da casa onde eram mantidos em cárcere privado e pediram ajuda em uma escola próxima. Uma professora chamou um transporte por aplicativo para eles até Novo Hamburgo, onde o motorista acionou a Brigada Militar (BM). Os dois foram levados para uma delegacia de polícia, onde relataram o que aconteceu. Depois, foram levados para receber atendimento médico e, então, para um local onde foram acolhidos.

O delegado relata que as agressões começaram há cerca de um ano. O suspeito e a mulher teriam se conhecido pela internet e, após algum tempo de relacionamento, foram morar juntos – ela já tinha um filho. Pouco tempo depois, começaram as agressões.

Ela contou que, ao longo do ano em que esteve na casa, que fica no bairro Empresa, foi vítima, junto do filho, de estupros, espancamentos, tortura com choques elétricos e tentativas de afogamento, além de ameaças.

À polícia, a mulher relatou que ela e o filho eram impedidos de sair da residência sem a permissão do suspeito. Um sistema de câmeras de segurança foi instalado para monitorá-los. Também foram proibidos de informar a familiares o endereço do imóvel.

“O depoimento da vitima relata histórico de estupros brutais com [o uso de] instrumentos na mulher e também na criança. Espancamentos violentos. Sessões de tortura com choques elétricos e a vítima com o corpo molhado. Humilhações e espancamentos inimagináveis. Com 13 anos de polícia, nunca vi algo com tamanha brutalidade”, conta o delegado Neto.
A mulher conseguiu escapar enganando o suspeito das agressões. Disse que havia uma reunião na escola do filho e que precisava estar presente. Ele permitiu. Foi assim que conseguiu pedir socorro e fugir.

A Polícia Civil solicita que qualquer informação a respeito de onde está o suspeito seja repassada por meio do telefone 190.

Também é possível denunciar casos de violência contra a mulher das seguintes formas:

Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, do Governo Federal (o serviço registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes e fornece informações sobre os direitos das mulheres, bem como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso, como as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam).
Procure uma Delegacia Especializada da Mulher: a ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O contato pode ser feito pelas formas a seguir:
WhatsApp: mandar mensagem para (61) 99656-5008
Telegram: digitar “Direitoshumanosbrasilbot” na busca do aplicativo