Farol da Colina: delegado é preso acusado de avisar doleiro

Um delegado da PF (Polícia Federal) foi preso neste sábado em São Paulo pela ‘Operação Farol da Colina’. Iniciada na terça-feira, a ação ligada às investigações do caso Banestado já prendeu 64 pessoas acusadas de crimes de formação de quadrilha, evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

O delegado Carlos Fernando Braga, acusado de ter quebrado o sigilo da Operação, foi preso em seu apartamento. Braga teria telefonado para o doleiro Antônio Oliveira da Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, um dia antes do início dos trabalhos da PF. Toninho foi uma das primeiras pessoas presas, sob a acusação de evasão de divisas.

A operação Farol na Colina faz parte das investigações sobre o caso Banestado, que inclui mais de 100 inquéritos policiais e a identificação de organizações criminosas responsáveis pela transferência ilegal de aproximadamente de US$ 30 bilhões em divisas. A evasão teria ocorrido por meio de contas CC-5, abastecidas por valores remetidos por pessoas físicas e jurídicas de vários Estados, originalmente depositados em contas correntes tituladas por ‘laranjas’.

As pessoas já presas, a maioria doleiros, teriam movimentado em contas no exterior cerca de US$ 20 bilhões no período de 1997 a 2002, incluindo a participação de doleiros estrangeiros.

Lava Jato: Justiça do Rio mantém prisão do empresário Marco Antonio de Luca

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve a prisão preventiva do empresário Marco Antonio de Luca, que está detido desde o dia 1º de junho. Ele é acusado, pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro de crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Ratatouille. Em decisão unânime, os desembargadores concordaram com o Ministério Público Federal (MPF) de que não houve alteração nos fundamentos da prisão como a garantia da ordem pública e a gravidade das condutas.

No parecer do MPF apreciado na audiência, os procuradores regionais Mônica de Ré, Silvana Batini, Carlos Aguiar, Andréa Bayão e Neide Cardoso defenderam a necessidade da decretação de nova ordem de prisão para interromper a prática dos crimes de lavagem de dinheiro em curso e desmantelar a organização criminosa. Além disso, foram anexados à denúncia da Operação Ratatouille fatos novos que indicam delitos de lavagem de dinheiro obtido com o fornecimento de merenda escolar e alimentação em troca de vantagens indevidas para a organização do ex-governador Sérgio Cabral.

Os procuradores indicaram que o réu recebe dividendos das empresas Masan e Comercial Milano, mesmo não compondo formalmente o quadro societário das empresas. “Desta forma, além de simular seu afastamento da gestão das empresas, ele oculta o recebimento de valores, fato suficiente para caracterizar a prática de crime de lavagem de capitais”, destacaram no parecer.

Os procuradores contestaram ainda a alegação de ilegalidade da prisão preventiva. “Também se apurou que Marco Antonio de Luca passou a transferir bens para seus filhos e esposa, como um imóvel em Mangaratiba”, completaram.

Ainda hoje, a 1ª Turma do TRF2 julgou os pedidos de habeas corpus para os funcionários das transportadoras de valores Prosegur e TransExpert Márcio Miranda e David Augusto Sampaio, réus da Operação Ponto Final. Por dois votos a um, os desembargadores acolheram, em parte, os pedidos das defesas e estenderam as medidas alternativas à prisão fixadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em outros habeas corpus de réus da mesma operação. Miranda e Sampaio não poderão manter contato com os outros investigados, nem deixar o país e terão de se recolher à noite e em finais de semana.

TJ acolhe recurso do MP e recebe denúncia contra envolvidos em esquema de corrupção em Ribeirão Preto

O Tribunal de Justiça acolheu recurso do Ministério Público e recebeu a denúncia (acusação formal à Justiça) formulada pelos promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) contra o ex-prefeito de Ribeirão Preto Gilberto Sidnei Maggioni e outras oito pessoas por envolvimento em um esquema de corrupção na Prefeitura daquela cidade, que ficou conhecido como Caso “Mensalinho” porque a empresa Leão & Leão – que detinha o contrato de serviços de varrição e coleta de lixo na cidade – entregava ao governo mensal a importância mensal de R$ 50 mil.

A denúncia formulada em outubro de 2006 contra Gilberto Sidnei Maggioni, Isabel Fátima Bordini, Luciana Muscelli Alecrim, Nelson Colela Filho, Luiz Cláudio Ferreira Leão, Carlos Alberto Ferreira Leão, Wilney Márcio Barquete e Luiz Carlos Altimari foi rejeitada pela Justiça de Ribeirão Preto, mas o MP recorreu e a 15ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça modificou a decisão de primeira instância e determinou o prosseguimento da ação.

Na decisão, o relator desembargador Camilo Léllis escreveu que “há substrato probatório para o recebimento da denúncia, e a sua rejeição, sob o fundamento de ausência de justa causa, implicou em verdadeiro juízo de mérito, apreciação indevida e intempestiva das provas no tocante à configuração dos delitos e sua autoria, de modo que coarctou o direito do Ministério Público de provar a culpa dos denunciados na ação penal, desrespeitando o devido processo legal”.

O relator destacou que as condutas dos denunciados estão devidamente individualizadas na denúncia: “a de Gilberto Sidnei Maggioni, de que seria destinatário de repasses mensais e regulares da empresa Leão & Leão, para o que ele, antes, autorizava que a Prefeitura repassasse à autarquia municipal verbas irregulares a maior para pagamentos à mesma empresa; de Nelson Colela Filho, como responsável pela intermediação entre a referida empresa e prefeito Maggioni, de quem era assessor, negociando os repasses e o faturamento a maior de serviços prestados pela empresa; de Luciana Muscelli Alecrim, de forçar funcionários subalternos a aceitarem planilhas falsas do grupo Leão & Leão, em detrimento daquelas elaboradas pela autarquia municipal, fazendo-o subscreverem documentos falsos para ensejar pagamentos a maior para a citada empresa; de Luiz Cláudio e Carlos Alberto Ferreira Leão, diretores da Leão & Leão, coordenaram as atividades da empresa para que participasse irregularmente de certame público, angariando notas fiscais frias de serviços e produtos para justificar recebimentos ilícitos da administração pública local, possibilitando saques em dinheiro para serem repassados aos ex-prefeitos, por intermediários; a de Wilney Márcio Barquete, intermediando contatos entre a empresa e a Prefeitura para viabilizar as fraudes e possibilitar faturamento a maior para a empresa e recebimento de quantias mensais aos agentes municipais e; por fim, a de Luiz Carlos Altimari, que forneceu mais de mil notas fiscais que não correspondiam a produtos fornecidos à Leão & Leão”.

Todos foram denunciados por formação de quadrilha, peculato e falsificação de documento público, à exceção de Luiz Carlos Altimari, que foi denunciado por lavagem de dinheiro (1315 vezes).

Atuou em segunda instância o procurador de Justiça José Antonio Franco da Silva.

Nutricionista esportivo, educador físico e bodybuilder: saiba quem é o acusado de matar funcionário da Enel na Zona Leste de SP

Randal Rossoni, de 44 anos, atirou contra o colaborador da Enel que tentava cortar a energia da academia dele na Vila Marieta, por falta de pagamento. Após uma briga com agressão corporal, o empresário seguiu a equipe da empresa até um posto de gasolina, disparou e fugiu. Ele foi encontrado pela polícia em casa, sem a arma do crime.

Dono de uma academia fitness no bairro da Vila Marieta, o empresário e educador físico Randal Rossoni, de 44 anos, foi identificado pela Polícia Militar como o assassino de um funcionário da Enel.

O crime ocorreu na tarde desta quarta (14), na região de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, após o funcionário da Enel, Odail Maximiliano Silva Paula, tentar cortar a energia elétrica da academia de Rossoni, localizada na Rua Antônio Carlos Lamengo, por falta de pagamento.

Segundo o boletim de ocorrência, depois de uma discussão e luta corporal entre eles, Odail deixou o local para a realização de outro serviço na região.

Ele foi seguido por Randal Rossoni até um posto de gasolina na Avenida São Miguel. No local, o educador físico sacou uma arma e atirou contra o colaborador da Enel.

O tiro pegou na região da axila. Odail Maximiliano chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Randal Rossoni fugiu do local a bordo de um carro preto. Uma pessoa que estava no local – e viu o disparo – anotou a placa do carro e avisou os policiais militares, por meio do 190.

Os agentes foram até a casa do empresário e o encontraram no local sem a arma usada no crime. O acusado disse que tinha se livrado da arma no caminho entre o posto de gasolina e a residência dele.

Os policiais refizeram o percurso e não encontraram a arma. Na delegacia, o dono da academia ficou calado, mas foi reconhecido por um colega de trabalho da vítima, que presenciou a discussão e o disparo.

Em depoimento no DP, o funcionário que presenciou o crime afirmou que Randal Rossini abordou a equipe da empresa de forma violenta e tentou agredir Odail Maximiliano, que se esquivou para evitar a briga.

Por orientação do próprio Odail, a dupla deixou o local para continuar o dia de trabalho mas, ao chegarem no posto de gasolina, foram abordados pelo dono da academia que, sem falar nada, sacou uma arma de fogo cromada e atirou.

Preso em flagrante no 24º D.P. da Ponte Rasa, Randal Rossoni está na carceragem da delegacia, onde deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (14).

Quem é Randal Rossoni

Além de dono de academia desde 2004, Randal Rossoni se identificava nas redes sociais como nutricionista esportivo, educador físico e bodybuilder.

Ele também se diz tricampeão paulista e vice-campeão brasileiro pela Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação (CBCM).

Nas redes sociais da academia, o empresário compartilhava dicas de treinamento e também vendia produtos de suplementação alimentar para os frequentadores do espaço.

Após o crime, parte das redes sociais dele foram apagadas.

Polícia Civil identifica e tenta prender suspeitos de participar da execução de advogado no Centro

Um PM, lotado no Batalhão de Duque de Caxias, é um dos alvos. Investigadores descobriram ainda que dois carros foram utilizados no crime.

A Polícia Civil do RJ iniciou nesta segunda-feira (4) uma operação para prender 2 suspeitos de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Crespo foi executado com vários tiros na tarde do último dia 26, na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio de Janeiro — próximo às sedes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Os alvos da Delegacia de Homicídios da Capital são o policial militar Leandro Machado da Silva, de 39 anos, lotado no 15º BPM (Duque de Caxias), e Eduardo Sobreira Moraes, de 47. A Justiça expediu mandado de prisão temporária (30 dias) contra a dupla, além de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a eles. Ambos já são considerados foragidos.

A Polícia Civil ainda busca informações sobre o executor, o mandante e o motivo.

Carros iguais
De acordo com as investigações, pelo menos 2 veículos participaram da emboscada a Crespo. Os carros tinham as mesmas características: eram Gols brancos. No último sábado (2), um dos veículos utilizados no homicídio foi apreendido em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.

Segundo a polícia, Eduardo foi o responsável por vigiar e monitorar a vítima com um dos veículos. Na manhã do dia 26, Eduardo seguiu Crespo desde o momento em que o advogado saiu de casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, até chegar ao trabalho, no Centro da cidade.

Já o PM Leandro teria, também de acordo com a polícia, cuidado diretamente dos veículos usados na ação, tendo inclusive alugado um deles.

Motorista flagrado por câmeras
No dia do crime, Rodrigo saiu de casa, na Fonte da Saudade, na Lagoa, Zona Sul do Rio, pela manhã. Ele foi para o Centro da cidade em um carro de aplicativo e chegou ao escritório às 11h11 sem saber que estava sendo seguido de perto por um dos suspeitos pelo crime.

O Gol conduzido por Eduardo o acompanhou durante todo o trajeto e permaneceu estacionado na Avenida Marechal Câmara até as 14h27, quando cedeu a vaga a outro veículo da mesma marca e cor, placa RTP-2H78. Nele estava o assassino.

Através da rota de fuga do primeiro veículo, os investigadores começaram a descobrir detalhes sobre o assassinato.

Após a rendição, Eduardo seguiu no carro pela Avenida Franklin Roosevelt, pegou a Avenida Antônio Carlos e foi em direção ao Aterro do Flamengo. Na região, passou devagar por um posto de gasolina. E a polícia identificou a placa do veículo: RKS-6H29.

Com a informação, os investigadores passaram então a detalhar as rotas feitas pelo carro e a analisar câmeras próximas à residência de Rodrigo.

O veículo, que pertence a uma locadora de automóveis, na Taquara, foi devolvido no último dia 29, três dias após o crime. Quando os policiais o encontraram, ele já havia sido alugado por outra pessoa na sexta-feira (1).

O que dizem os citados
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação apoia a operação da Polícia Civil:

“Dentre os alvos, um policial militar lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). O envolvido já estava afastado do serviço nas ruas, pois responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021.
A Corregedoria já havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão das fileiras da corporação. O comando da SEPM reitera seu impreterível compromisso com a transparência e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
A Corregedoria da corporação segue colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil”.
A reportagem procura pelas defesas Leandro Machado da Silva e de Eduardo Sobreira Moraes.

 

Tio de cantor sertanejo morto durante churrasco diz que suspeito atirou contra crianças na piscina: ‘Falou que ia matar todo mundo’

Em depoimento, tio do cantor afirmou que o suspeito do crime chegou a disparar contra os filhos do cantor, além de outras crianças e adolescentes que estavam na piscina, em Votuporanga (SP). Homem foi preso horas depois do crime.

O tio do cantor sertanejo Gustavo Caporalini, morto a tiros durante um churrasco em Votuporanga (SP), no domingo (25), disse à polícia que o suspeito também atirou contra os filhos da vítima e outras crianças e adolescentes que estavam na casa da família no momento em que ele invadiu a casa.

Gustavo, de 39 anos, foi atingido por três tiros, após o agente penitenciário Rodrigo Marques, de 42 anos, invadir a casa dele se apresentando como policial. Para defender o sobrinho, Odair Antônio Caporalini, que é policial militar, chegou a brigar com o suspeito.

“Ele veio correndo, e o Gustavo veio correndo pedindo: ‘tio, me socorre, me socorre pelo amor de Deus’. E eu tinha escutado um pouco antes ele falando: ‘para, cara. Não faz isso, pelo amor de Deus’. Ele veio correndo [Gustavo] e aí tomou um tiro, que acredito ter sido nas costas, porque ele já passou caído por mim”, relata.

“Eu vi aquilo, e a gente meio sem saber o que estava acontecendo. Na hora que eu olhei, eu vi o cara com a arma e falei: ‘não faz isso, não faz isso, por favor, não faz isso’. Ele começou a dar tiro em mim. Empurrei ele, ele foi para frente e falou: ‘eu vou te matar, eu vou matar todo mundo. Vou acabar com vocês. Vou acabar com essa família’, e deu um tiro nas crianças, nas crianças dentro da piscina. Como um cidadão desse faz isso?”, continua Odair.

De acordo com o advogado da família, Carlos Silvério, no momento dos disparos, Gustavo estava com os filhos e outras crianças e adolescentes no churrasco da família.

“Ficam claros diversos outros crimes, além da ameaça e homicídio qualificado, que seriam as tentativas contra as crianças, porque a própria perícia identificou o tiro que foi realizado em torno da piscina”, afirma.

Suposto envolvimento amoroso
Segundo o delegado responsável pela investigação, Marco Tirapelli, o assassinato teria sido motivado por ciúmes após um suposto envolvimento amoroso da ex-esposa de Rodrigo com o cantor.

Horas antes do crime, o agente penitenciário agrediu a ex-mulher. A Polícia Militar foi acionada para socorrer a vítima, que passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Conforme apurado pela TV TEM, Rodrigo e a esposa estavam em processo de separação havia 40 dias. A mulher conheceu Gustavo, que também era corretor de imóveis, ao colocar à venda a casa onde morava com o criminoso.

O suspeito foi preso preventivamente em Campina Verde (MG). Ele confessou o assassinato e foi encaminhado para a penitenciária de Paulo de Faria (SP).

Gustavo foi enterrado no Cemitério e Crematório Jardim das Flores, em Votuporanga.

 

Oito viram réus por desmatamento e grilagem na região da Praia do Puruba, em Ubatuba, SP

Justiça acatou denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o grupo de invadir, desmatar e comercializar terras em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo.

Oito pessoas viraram réus por participação em um esquema de desmatamento e grilagem na região da Praia do Puruba, em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Acatada pela Justiça Federal, a denúncia aponta que o crime acontecia desde 2010.

A decisão é do juiz federal Carlos Alberto Antônio Júnior e acontece após denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o grupo de invadir, desmatar e comercializar terras na área- leia mais detalhes abaixo.

Os réus são:

Arthur Eduardo Paes Leme Medeiros
Constantino Orivaldo Leite
Edson Geraldo dos Santos
Egídio Braga da Silva
Gervásio Marciano Leite
Getúlio Rodrigues de Araújo Leite
Jorge Venâncio
Paulo Henrique Leite

Os denunciados responderão por crimes ambientais e contra a Administração Pública, constituição de organização criminosa, falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e fraude processual.

De acordo com o documento ao qual o g1 teve acesso, a denúncia foi aceita pela justiça pois ‘vem embasada em provas da existência de fatos que constituem crimes em tese e indícios da autoria’.

Práticas criminosas
O Ministério Pública Federal denunciou, no início de novembro do ano passado, oito pessoas por invasão, desmatamento e comercialização de terras em Ubatuba (SP).

Segundo a denúncia, o crime acontecia desde 2010 na região da Praia do Puruba. Uma parte da região que foi alvo dos crimes do grupo fica no Parque Estadual da Serra do Mar, maior reserva de Mata Atlântica do Brasil.

De acordo com a denúncia, feita pela procuradora da República Walquiria Imamura Picoli, o grupo invadia áreas privadas e públicas para comercializá-las de forma ilegal. Para isso, os suspeitos usavam processos judiciais fraudados.

O MPF aponta que as ações criminosas causaram a remoção de mais de 22 mil metros quadrados de vegetação nativa na Mata Atlântica.

Desse total, quase três mil metros quadrados são de terrenos da marinha do país, que pertencem à União. Além disso, quase quatro mil metros quadrados fazem parte de áreas de preservação permanente.

Após invadir as áreas, o grupo tentava conseguir o reconhecimento da posse delas por meio de processos judiciais com documentos falsos.

Segundo o Ministério Público Federal, inúmeras ações de usucapião, reintegração de posse e indenização foram feitos com uso de contratos forjados e certidões falsas de cartórios de Taubaté e Cruzeiro, no Vale do Paraíba.

O MPF afirma que os suspeitos tinham como objetivo produzir provas de que exerciam posse legal das áreas que haviam invadido e desmatado para comercializar.

Em um dos processos, de 2013, um dos criminosos pediu indenização de R$ 87,5 milhões por desapropriação após o Parque Estadual da Serra do Mar ter sido oficialmente estabelecido, em 1977.

No processo, ele alegou que sofreu prejuízos com a perda de um sítio que teria posse no local – o imóvel, porém, nunca existiu. Apesar disso, os documentos falsos que foram apresentados induziram a Justiça ao erro.

O pedido foi indeferido, mas a Justiça confirmou indiretamente a suposta posse ao citar que o requerente não sofreu nenhum dano, pois “continua a ocupar a área normalmente”.

Ainda segundo o órgão federal, as invasões cometidas pelo grupo compreendem o trecho entre os rios Puruba e Quiririm, além da faixa de areia da Praia do Puruba.

No local, foram construídas vias de acesso, casas e até estabelecimento comerciais, como empreendimentos turísticos irregulares, campings, estacionamentos, restaurantes e quiosques.

Danos ambientais
A prática provocou consequências à natureza local. Laudos produzidos durante as investigações mostram impactos ambientais, como perda de vegetação, prejuízos à fauna, aumento no número de erosões e alteração na drenagem natural do solo.

Além disso, a ocupação causou problemas na regeneração da mata removida e aumento da produção de lixo e poluição sonora por conta do maior número de pessoas e veículos na região.

O que dizem os réus?
O g1 entrou em contato com o advogado Aguimael Ângelo de Sousa, que defende os réus Jorge Venâncio, Constantino Orivaldo Leite, Gervásio Marciano Leite, Edson Geraldo dos Santos, Paulo Henrique Leite e Getúlio Rodrigues de Araújo Leite.

O advogado informou apenas que a inocência de seus clientes será comprovada no curso do processo.

A reportagem tenta contato também a defesa de Arthur Eduardo Paes Leme Medeiros e Egídio Braga da Silva, mas não conseguiu contato até a última atualização.

Segundo suspeito é preso por tentativa de assalto a turistas em duna no Ceará

A tentativa de assalto ocorreu na manhã de terça-feira (9) na praia do Cumbuco, uma das mais visitadas por turistas no Ceará.

Um segundo homem foi preso suspeito de participar na tentativa de assalto a turistas em uma duna do Cumbuco, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele foi identificado como Francisco Jamerson Alves Barro. Ele foi preso nesta sexta-feira (12), na casa de familiares, no Centro do mesmo município onde aconteceu o crime.

Anteriormente, um primeiro suspeito foi preso nesta quinta-feira (11). Ele foi identificado como Antônio Carlos da Silva, conhecido como “Kekel”, de 25 anos, com antecedentes criminais por homicídio, porte ilegal de arma e 12 processos por roubo. Na imagem dele preso, ele usava as mesmas roupas do dia do crime.

A primeira prisão ocorreu na Praia do Icaraí, a poucos quilômetros de onde ocorreu o crime. A tentativa de crime ocorreu na terça-feira (9), quando dois homens armados surgem nas areias do Cumbuco e tentam fazer com que um bugueiro conduzindo turistas pare o veículo.

No vídeo, é possível ver o momento em que turistas percebem que ação dos ladrões não era brincadeira.

Antes do passeio, os visitantes pediram uma rota “com emoção”, um sinal indicando que o motorista faça manobras radicais. Quando avistaram os criminosos, alguns deles acharam se tratar de uma pegadinha que fazia parte do passeio.

“Muito bom”, diz um turista, após dar risadas. “Eles estavam com um revólver, vocês viram?”, responde uma colega. “Ah! Não era encenação, não?”, diz a pessoa que filmava a viagem. “Sério que não era brincadeira?”, questiona outra.

Os dois assaltantes apontaram as armas em direção ao veículo com os turistas. O motorista acelerou e fugiu dos bandidos. Os suspeitos seguem foragidos.

Imagens mostram também um segundo buggy, também conduzindo visitantes, fugindo dos criminosos armados.

‘Passeio com emoção’
“A gente pediu que nosso passeio fosse com emoção, e a nossa ingenuidade foi tão grande que primeiro a gente achou que fosse encenação, fazia parte do passeio”, revelou o turista de Santa Catarina.

Conforme o turista, estavam ele e três familiares divididos em dois buggys. O pai dele vinha em um buggy atrás, em menor velocidade, o que permitiu ao bugueiro identificar o que estava ocorrendo e desviar a rota, sem passar perto dos assaltantes.

Segundo o homem, a polícia chegou rapidamente após o fim do passeio e colheu o depoimento das vítimas. “Espero que isso venha para um bem maior, que tomem mais cuidado, seja mais fiscalizado, mais orientado, tenha mais segurança para gente voltar sempre”, comentou o turista.

Em nota, a Secretaria da Segurança do Ceará afirmou que investiga o crime e “imagens de câmeras auxiliam os trabalhos policiais.”

A Polícia Civil destacou que é importante que as vítimas da tentativa do crime registrem boletim de ocorrência e repassem informações que possam ajudar a chegar até os criminosos. A denúncia pode ser feita de forma anônima.

‘Massacre de Paraisópolis’: Justiça ouve testemunhas para decidir se leva a júri 13 PMs acusados de matar nove jovens em baile funk

Policiais são réus acusados de participar do homicídio de vítimas que se divertiam em festa na Zona Sul de São Paulo. Crime ocorreu em 1º de dezembro de 2019. Justiça ouvirá entre 12 a 25 testemunhas do caso nesta segunda (18) para decidir se levará PMs a júri popular.

A Justiça de São Paulo deve ouvir na tarde desta segunda-feira (18) entre 12 a 25 testemunhas do caso que ficou conhecido como “Massacre de Paraisópolis”.

Nove jovens morreram em 1º de dezembro de 2019 após ação da Polícia Militar (PM) durante um baile funk na comunidade da Zona Sul da capital paulista. Outras 12 pessoas que estavam na festa ficaram feridas e sobreviveram.

Ao todo, 13 policiais militares são acusados de participar dessas mortes. Doze dos PMs são réus por homicídio por dolo eventual das vítimas (por terem assumido o risco de matá-las quando as encurralaram num beco em Paraisópolis). Um 13º agente é réu por expor pessoas a perigo ao soltar explosivos nelas (quando estavam sem saída). Todos eles respondem aos crimes em liberdade.

Essa etapa do processo é chamada de audiência de instrução. Acontecerá no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste. A sessão está marcada para começar às 13h30. Ela será presidida pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri.

O processo apura as responsabilidades dos PMs pelas mortes das vítimas. Na primeira audiência, em julho deste ano, foram ouvidas dez testemunhas de acusação. A expectativa é a de que mais 12 testemunhas da acusação sejam ouvidas na segunda audiência.

Ainda não há informações sobre quando os PMs serão interrogados.

A audiência de instrução é uma etapa do processo que serve para a Justiça decidir se há elementos suficientes de que os réus cometeram algum crime. Se isso for confirmado, o juiz levará os acusados a júri popular e marcará uma data para o julgamento.

De acordo com o Ministério Público (MP), há quatro anos os agentes da Polícia Militar (PM) entraram em Paraisópolis e encurralaram as vítimas num beco sem saída, provocando as mortes de oito delas por asfixia e uma por traumatismo. A acusação é feita pela promotora Luciana Jordão.

Nenhum dos mortos morava no bairro. Os nove também tinham sinais de que foram pisoteados.

Os PMs alegaram que perseguiam dois suspeitos de roubo que estavam numa moto — que nunca foram encontrados. Em suas defesas, disseram ainda que as vítimas morreram acidentalmente ao serem pisoteadas após um tumulto provocado pelos bandidos.

Mais de 5 mil pessoas estavam se divertindo no local e saíram correndo após a intervenção policial, segundo mostram vídeos gravados por testemunhas e câmeras de segurança e acabaram compartilhados à época nas redes sociais (veja nesta reportagem).

O que diz o MP

Segundo a Promotoria, os PMs fecharam as vias de acesso ao baile e impediram os frequentadores de deixar uma viela da comunidade. Depois jogaram bombas em direção às vítimas. Laudo necroscópico confirmou que a maioria delas morreu asfixiada por sufocação indireta.

Atualmente todos os PMs réus no caso do Massacre de Paraisópolis estão afastados do patrulhamento de rua, mas continuam trabalhando administrativamente na corporação.

Somente um dos PMs acusados não continua mais na corporação: foi expulso por ter cometido uma infração disciplinar grave que não tem relação com as mortes dos nove jovens. A Polícia Militar não informou qual foi a irregularidade.

Ainda de acordo com a denúncia da Promotoria, os PMs agrediram os jovens com golpes de cassetetes, garrafas, bastões de ferro e gás de pimenta. Um dos policiais lançou um morteiro contra a multidão. Além da condenação, o MP requer a fixação de valor mínimo para reparação dos danos materiais e morais causados pelas infrações.

13 PMs réus

Veja abaixo quem são os 12 PMs e um ex-PM réus acusados de envolvimento nas mortes das vítimas em Paraisópolis e por quais crimes respondem:

tenente Aline Ferreira Inácio – acusada de homicídio
subtenente Leandro Nonato – homicídio
sargento João Carlos Messias Miron – homicídio
cabo Paulo Roberto do Nascimento Severo – homicídio
Luís Henrique dos Santos Quero – homicídio (ex-cabo da PM; foi expulso da corporação por outros motivos não informados)
cabo Gabriel Luís de Oliveira – homicídio
soldado Anderson da Silva Guilherme – homicídio
soldado Marcelo Viana de Andrade – homicídio
soldado Mateus Augusto Teixeira – homicídio
soldado Rodrigo Almeida Silva Lima – homicídio
soldado José Joaquim Sampaio – homicídio
soldado Marcos Vinicius Silva Costa – homicídio
soldado José Roberto Pereira Pardim – acusado de explosão

9 vítimas mortas

Eles são acusados de participar dos assassinatos de nove pessoas; veja quem são as vítimas e como morreram:

Mateus dos Santos Costa, 23 anos, morreu por traumatismo
Gustavo Xavier,14 anos, morreu por asfixia
Marcos Paulo Oliveira, 16 anos, morreu por asfixia
Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos, morreu por asfixia
Eduardo Silva, 21 anos, morreu por asfixia
Denys Henrique Quirino, 16 anos, morreu por asfixia
Dennys Guilherme dos Santos, 16 anos, morreu por asfixia
Luara Victoria de Oliveira, 18 anos, morreu por asfixia
Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, morreu por asfixia

“É o cúmulo ter seu filho assassinado pela polícia que deveria protegê-lo. Desde a morte dele, eu e outras mães, pais e familiares estamos unidos para pedir Justiça e a punição dos PMs responsáveis por esse massacre”, disse Maria Cristina Quirino, de 43 anos, mãe de Denys Quirino. “A PM fechou dois lados de uma viela e tacou bombas, gás e spray pimenta nos jovens que só tinham ido ao baile para se divertir, mas morreram asfixiados por causa dessa ação policial.”

Justiça comum x Justiça militar

O caso envolvendo as mortes ocorridas em Paraisópolis é apurado em duas esferas criminais: a da Justiça comum e a da Justiça Militar.

Na Justiça comum, 13 policiais militares são réus no processo por homicídio e explosão. Essa etapa do processo é chamada de audiência de instrução e serve para que o juiz decida depois se há elementos para levar os réus a júri popular. Se tiver, os acusados serão pronunciados, e o magistrado marcará uma data para o julgamento. Crimes dolosos contra a vida, como homicídio, são julgados por sete jurados.

Na esfera da Justiça Militar, a Corregedoria da PM apurou a conduta dos 31 policiais militares que participaram da ação em Paraisópolis.

Procurado para comentar o assunto, o Tribunal de Justiça Militar (TJM) informou, por meio de sua assessoria, que o órgão havia pedido mais diligências para a Corregedoria da Polícia Militar. O órgão concluiu que os agentes não causaram as mortes dos frequentadores.

Apesar disso, a Justiça Militar aguarda a conclusão do caso na Justiça Comum para poder dar continuidade ao processo dos PMs e tomar uma decisão, segundo informou a Defensoria Pública.

O que diz a Defensoria

De acordo com a Defensoria Pública, testemunhas e sobreviventes contaram que ao menos nove PMs teriam chegado primeiro ao local. Depois vieram mais policiais. Eles encurralaram as vítimas em um beco sem saída conhecido como Viela do Louro. Depois passaram a agredir os jovens, provocando tumulto. Vídeos gravados por moradores mostram as agressões durante a dispersão.

Muitas pessoas não conseguiram sair do beco e morreram sufocadas, prensadas umas às outras. Exames apontaram ainda que as vítimas chegaram mortas aos hospitais, algumas com lesões compatíveis com pisoteamento.

“A Defensoria Pública de SP, por meio dos seus Núcleos Especializados de Direitos Humanos e de Infância e Juventude faz a assistência de acusação”, informa nota divulgada em julho deste ano pelo órgão, que busca garantir participação das famílias das vítimas e auxiliar o MP no caso.

Ainda segundo a Defensoria, as famílias das vítimas já foram indenizadas pelos assassinatos cometidos pelos PMs. Os pagamentos ocorreram em 2021 por determinação do governo de São Paulo após representação do órgão.

O que dizem as defesas

De maneira geral, os PMs réus no processo alegam que dois suspeitos na moto, que nunca foram identificados ou presos, teriam entrado na festa e atirado na direção das viaturas que os perseguiam, provocando pânico entre os frequentadores, que correram para uma viela onde teriam tropeçado uns sobre os outros. O lugar não tem saída e é conhecido como Viela do Louro.

Segundo os policiais, houve resistência dos frequentadores, que teriam agredido os agentes com paus, pedras e garrafadas. Os policiais disseram que, por segurança, foi preciso usar cassetetes, balas de borracha, bombas de gás e de efeito moral para dispersar a multidão que participava do evento.

Entre 5 mil e 8 mil pessoas participavam do tradicional Baile da DZ7 naquela madrugada na comunidade de Paraisópolis. O ritmo do funk ecoava nas caixas de som animando uma juventude que se reuniu para celebrar a vida na periferia em três ruas: Rodolfo Lutze, Iratinga e Ernest Renan.

“Anderson não sofreu qualquer tipo de prejuízo em seu trabalho operacional, haja vista que a própria Corregedoria da instituição apurou os fatos e entendeu pela inexistência de prática criminosa. Na audiência que se aproxima e na instrução do processo iremos demonstrar que as mortes não foram causadas pela ação da Polícia Militar”, falou em julho João Carlos Campanini, advogado de Anderson Guilherme.

O advogado Fernando Fabiani Capano, defende oito réus: Aline Inácio; Leandro Nonato; João Miron; Paulo Severo; Marcelo Andrade; Mateus Teixeira; Rodrigo Lima e José Sampaio.

“A defesa mantém sua posição, colocada como pressuposto desde o início dos trabalhos: não há qualquer nexo de causalidade entre as lamentáveis mortes ocorridas naquele 1º de dezembro de 2019 e a conduta de qualquer dos policiais injustamente denunciados pelos homicídios”, disse o advogado também em julho.

“Os incidentes ocorreram apesar da operação conduzida pelos militares que, na oportunidade, apenas acautelaram o cenário após a tragédia consumada, exatamente para evitar que outras pessoas pudessem se vitimizar.”

“Tudo isto foi demonstrado na investigação conduzida através dos inquéritos policiais (comum e militar). Conclusão distinta é apenas uma tentativa de emplacar uma narrativa que, mesmo em face de tudo o que já foi apurado, procura sempre atribuir para a Polícia Militar uma indevida pecha de violência e abuso.”

“Isto, aliás, acaba por afastar as autoridades dos verdadeiros responsáveis pelo trágico episódio, a começar pela apuração de quem são os organizadores do baile na comunidade que, cotidianamente (ainda hoje, de forma reiterada), insistem em descumprir posturas mínimas de segurança e cumprimento de normas para eventos desta natureza, que reúnem grande quantidade de pessoas.”

A defesa de José Pardim não foi encontrada para comentar o assunto.

Marcos Manteiga, advogado de Marcos Costa, eximiu seu cliente e a corporação de envolvimento nas mortes dos frequentadores. “O soldado continua afastado do serviço operacional, trabalhando no âmbito administrativo. E essa situação dessa ocorrência, não vejo como justa, imputar aos policiais militares a responsabilidade”, falou em julho.

“E agora a responsabilidade recaindo sobre o mais fracos, ou seja, sobre os policiais militares. Em momento algum os policiais confinaram aqueles jovens. Aquele jovens, muitos não eram daquela região. E começaram a percorrer caminhos junto com a multidão, e deu no que deu. Sem responsabilidade alguma da Polícia Militar. E ali no final havia um afunilamento do corredor. Isso aí não foi provocado pela Polícia Militar”, comentou Manteiga.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar a advogada Ana Maria Monteferrario, que defende o ex-PM Luis Quero e o PM Gabriel Oliveira, para comentar o assunto.

O que dizem SSP e PM

Procurada pelo g1, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os agentes da PM que são réus na Justiça comum acusados de matar os nove jovens em Paraisópolis permanecem afastados dos patrulhamentos de rua e estão trabalhando administrativamente:

“Os inquéritos civil e militar sobre o respectivo caso foram concluídos e remetidos ao Poder Judiciário. Um dos indiciados não mais integra os quadros da Polícia Militar e os outros 12 seguem afastados das atividades operacionais de policiamento até a conclusão do trabalho judicial”, informa comunicado da pasta.

 

Justiça interroga homem acusado de queimar cachorra viva em São João da Boa Vista

Testemunhas também serão ouvidas, mas não haverá decisão de pena porque Justiça aguarda laudo sobre insanidade mental do réu. Café foi socorrida, mas não resistiu, em abril.

A Justiça de São João da Boa Vista (SP) realiza audiência, na tarde desta segunda-feira (13), para interrogar o acusado de espancar e colocar fogo em uma cachorra viva. O crime aconteceu em abril.

Também serão ouvidas testemunhas. De acordo com Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, não haverá decisão sobre o caso nesta audiência, pois a defesa de Antonio Carlos Zogbi Perette alegou insanidade mental do réu.

Com isso, a Justiça irá aguardar perícia do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC). O g1 não conseguiu contato com a defesa até a última atualização da reportagem.

Comoção

O caso causou comoção em São João da Boa Vista. O crime de maus-tratos aconteceu em 30 de abriu em uma loja de roupas onde a cadela Café, de 8 anos, vivia.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o homem invadiu o comércio e espancou a cachorra, que correu para a casinha. Em seguida, ele prendeu a entrada da casinha na parede e ateou fogo no objeto.

Após fechar o estabelecimento, a dona da loja viu pela janela da sua residência o momento em que Perette ateou fogo no animal e fugiu por uma escada colocada na parede.

A cachorra foi levada em estado grave para uma clínica veterinária e não resistiu aos ferimentos.

O réu era vizinho do imóvel onde vivia a cachorra, foi identificado durante as investigações. Ele chegou a ser preso preventivamente, mas foi solto pouco mais de um mês depois.