TCE do Piauí altera regras e aumenta benefícios para autoridades

O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) flexibilizou normas internas para facilitar a venda de folgas a conselheiros e procuradores, gerando um impacto financeiro de R$ 7,1 milhões nos contracheques do órgão, incluindo pagamentos a aposentados. A medida, que vigorou retroativamente desde 2023, beneficiou autoridades como a conselheira Rejane Dias, esposa do ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias, e ex-deputada federal.

Pagamentos detalhados

Em 2024, o TCE-PI pagou a seguinte quantia em valores acumulados pela venda de folgas:

Nome Cargo Valor Recebido (R$)
Abelardo Pio Vilanova E Silva Conselheiro 481 mil
Jackson Nobre Veras Conselheiro 481 mil
Joaquim Kennedy Nogueira Barros Conselheiro 481 mil
José Araújo Pinheiro Júnior Procurador 481 mil
Waltânia Maria Nogueira de Sousa Leal Alvarenga Conselheira 481 mil
Jaylson Fabianh Lopes Campelo Conselheiro Substituto 477 mil
Plínio Valente Ramos Neto Procurador-Geral 464 mil
Raíssa Maria Rezende de Deus Barbosa Procuradora 464 mil
Delano Carneiro da Cunha Câmara Conselheiro Substituto 463 mil
Kleber Dantas Eulálio Conselheiro 450 mil
Leandro Maciel do Nascimento Procurador 447 mil
Lilian de Almeida Veloso Nunes Martins Conselheira 434 mil
Márcio André Madeira de Vasconcelos Procurador 434 mil
Alisson Felipe de Araújo Conselheiro Substituto 422 mil
Flora Izabel Nobre Rodrigues Conselheira 334 mil
Rejane Ribeiro Sousa Dias Conselheira 210 mil
Olavo Rebelo de Carvalho Filho Conselheiro aposentado 118 mil
Luciano Nunes Santos Conselheiro aposentado 58 mil

Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Piauí / *Valores pagos em 2023 e 2024 incluem gastos retroativos a 2021

Mudanças nas regras e aumento de pagamentos

Em outubro de 2023, o TCE-PI reduziu de 300 para 220 o número de processos anuais necessários para justificar o benefício. Além disso, ampliou a possibilidade de acumular cargos que dão direito à “licença compensatória”. O benefício permite até dez dias de folga mensais ou sua conversão em dinheiro, pagos sem incidência de Imposto de Renda.

Em 2024, cinco autoridades receberam R$ 306 mil pela venda de folgas, o equivalente a oito salários brutos adicionais. Conselheiros e procuradores têm remuneração-base de R$ 39 mil mensais, enquanto os substitutos recebem R$ 37 mil. Esses valores, somados aos penduricalhos, superam o teto constitucional de R$ 44 mil.

Pagamentos retroativos e ajustes nas normas

As mudanças também possibilitaram pagamentos retroativos desde 2015. Apenas em 2024, dois conselheiros aposentados receberam R$ 176 mil. A regra de sobrecarga para justificar folgas passou de um dia a cada seis trabalhados para um a cada três, com a justificativa de equiparação a outros tribunais.

Transparência questionada

Por mais de um ano, o portal de transparência do TCE-PI ocultou os valores individualizados recebidos pelas autoridades, divulgando apenas despesas globais. Após questionamento da imprensa, os dados foram atualizados.

O tribunal justificou os pagamentos com base em legislações federais e estaduais, bem como atos normativos do CNJ, CNMP e outros órgãos. Apesar disso, especialistas como Sérgio Praça, da Fundação Getulio Vargas, criticam a violação do teto constitucional e apontam a necessidade de punições para evitar abusos.

Impactos e debates

As alterações no TCE-PI refletem uma prática crescente em tribunais de contas e outros órgãos públicos, mas levantam questionamentos sobre transparência e uso de recursos públicos. O caso acendeu o debate sobre os limites legais para benefícios a autoridades e o papel das cortes de contas na defesa do interesse público.

Sargento dos Bombeiros é Detido por Suposto Incêndio de Carro com Ex-Esposa no Rio de Janeiro: Vídeo Revela Sequência do Sequestro

Um vídeo chocante capturou o momento em que Rafaela Torres, de 35 anos, foi violentamente retirada de seu próprio veículo durante a madrugada de domingo (17), no bairro Vilatur, em Saquarema.

O sargento do Corpo de Bombeiros, Silvio Denis Cabral de Oliveira, de 42 anos, foi detido na tarde de segunda-feira (18) sob a acusação de incendiar um carro com sua ex-esposa dentro, na região dos Lagos do Rio de Janeiro, conforme declarações da Polícia Civil.

Embora os resultados dos exames de DNA ainda estejam pendentes, as autoridades suspeitam fortemente que o corpo carbonizado encontrado seja o de Rafaela Torres, ex-parceira do sargento e proprietária do veículo incendiado.

As imagens das câmeras de segurança revelam a vítima no interior de seu carro na companhia de um homem. Subsequentemente, outro veículo, identificado pela polícia como pertencente ao sargento, se aproxima. O sargento então sai do carro e retira à força Rafaela Torres de dentro de seu veículo. Enquanto o homem que estava com ela consegue escapar, a vítima é levada para dentro do outro carro, que parte com um segundo indivíduo ao volante.

Minutos depois, os suspeitos retornam para recuperar o carro da vítima, que posteriormente foi encontrado carbonizado.

“A vítima estava claramente dentro de seu próprio veículo nas imagens. O outro veículo preto é claramente identificado como pertencente ao ex-marido dela, com as placas confirmadas. Ele abordou a vítima, quebrando o vidro com uma arma e a arrancando do veículo. Ele teve ajuda, pois outra pessoa estava dirigindo o carro. Depois, ele volta correndo e pega o carro dela para levá-lo embora. Nesse ponto, ela já havia sido sequestrada e estava no banco de trás com outro cúmplice. Posteriormente, ela desapareceu e o carro foi encontrado carbonizado com restos mortais dentro”, detalhou a polícia.

A polícia suspeita da participação de pelo menos uma ou até duas pessoas adicionais no crime.

De acordo com as autoridades, o bombeiro detido também estava com queimaduras em seu corpo. Ele foi preso na presença de um advogado e, por ser militar, permanecerá detido no quartel dos Bombeiros.

O suspeito, após se apresentar espontaneamente, prestou depoimento na 124ª DP (Saquarema). Durante o interrogatório de 40 minutos, Silvio alegou estar sob efeito de medicamentos controlados e afirmou não se lembrar dos acontecimentos, atribuindo-os a um surto psicótico.

Em um mês, casos de violência contra a mulher aumentam quase 16% no interior de SP, aponta SSP

Orientação das autoridades é denunciar qualquer tipo de agressão, seja física ou psicológica. Foi o que fez a apresentadora Ana Hickmann, que denunciou o marido por agressão neste fim de semana em Itu (SP).

O número de casos de violência contra as mulheres aumentou quase 16% em setembro, quando comparados com os casos registrados em agosto no interior de São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

A orientação das autoridades é denunciar qualquer tipo de agressão, seja física ou psicológica. Foi o que fez a apresentadora Ana Hickmann, que denunciou o marido por agressão neste fim de semana em Itu (SP). A Polícia Civil tem até 30 dias para instaurar o inquérito.

“Eu, pessoalmente, achei que ela teve muita coragem de vir até a delegacia e registrar a ocorrência, apesar de toda a exposição que ela está tendo na imprensa por ser uma pessoa famosa”, disse a delegada Márcia Pereira Cruz, da delegacia de Itu, à TV TEM.

Segundo o Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a cada quatro horas, uma mulher é agredida no Brasil. Para a polícia, casos em que pessoas públicas denunciam a violência doméstica encorajam outras mulheres a denunciarem.

O que se sabe sobre a queixa de agressão de Anna Hickmann contra Alexandre Correa
Segundo dados da SSP, os casos de agressão contra mulheres aumentaram 15,80% de agosto para setembro desde ano no interior de São Paulo. Confira:

Julho – 2.164 casos registrados;
Agosto – 2.221 casos registrados;
Setembro – 2.506 casos registrados.
“Acredito que as mulheres têm que registrar a ocorrência, tem que procurar a Delegacia da Mulher ou qualquer outra delegacia sempre que forem vítimas, tanto de violência física quanto psicológica”, ressalta a delegada Márcia Pereira Cruz.

O caso de Ana Hickmann será investigado pela Delegacia da Mulher de Itu. Segundo a Polícia Civil, o marido dela, Alexandre Correa, vai ser intimado a prestar depoimento. Além dele, funcionários do casal também devem ser ouvidos. A polícia não informou quando isso deve acontecer.

Ana foi orientada a fazer o exame de corpo de delito após ser ouvida e o laudo deve sair em até 20 dias. O inquérito policial tem 30 dias para ser concluído, mas o prazo pode ser prorrogado.

Na segunda-feira (13), a apresentadora postou fotos com o filho dela nas redes sociais, Na postagem, ela homenageia o pequeno Alexandre, de 10 anos, e dizendo que “hoje é um novo dia”.

Entenda o caso

Ana Hickmann registrou um boletim de ocorrência contra o marido por lesão corporal e violência doméstica neste sábado, em um caso que foi registrado na delegacia de Itu (SP), onde o casal mora.

Por causa da agressão, a apresentadora procurou atendimento médico e precisou colocar uma tipoia em um dos braços.

Conforme o boletim de ocorrência que o g1 teve acesso, a Polícia Militar foi chamada para ir até o condomínio e no local conversou com Ana Hickmann, que relatou aos policiais que, por volta das 15h30, estava na cozinha da sua casa, junto com o esposo, com o filho do casal, de 10 anos, e de funcionários, quando ela e Alexandre começaram a discutir. A situação teria assustado o menino, que saiu do ambiente.

Conforme o BO, após a discussão, Alexandre pressionou Ana Hickmann contra a parede e ameaçou agredi-la com cabeçadas.

Ainda segundo o relato da apresentadora, ela conseguiu afastar Alexandre e ao tentar pegar o celular, que estava em uma área externa da casa, para ligar para a polícia, ele fechou repentinamente uma porta de correr, pressionando assim o braço esquerdo da mulher. A Polícia Militar foi até a casa, mas Alexandre já tinha saído do local.

Segundo a PM, Ana Hickmann foi sozinha até a Santa Casa, em Itu, passou pelo atendimento médico e foi liberada. A apresentadora foi escoltada pela polícia até a delegacia e preferiu não solicitar medida protetiva.

O que dizem os envolvidos?
Ana Hickmann
Em nota enviada ao g1, a assessoria de imprensa de Ana Hickmann confirmou que houve um desentendimento entre a apresentadora e Alexandre Correa, e que a Polícia Militar foi acionada para esclarecimentos dos fatos.

“Ana Hickmann agradece o carinho e a solidariedade dos fãs e informa que está em casa, bem e felizmente não sofreu maiores consequências em sua integridade física”, diz o comunicado.

Alexandre Correa
Através de uma postagem nas redes sociais, Alexandre Correa afirmou que o desentendimento foi uma situação isolada e que não gerou maiores consequências.

Leia a nota completa:

“Nota de esclarecimento: De fato, na tarde de ontem, tive um desentendimento com a minha esposa, situação absolutamente isolada, que não gerou maiores consequências. Gostaria de esclarecer também que jamais dei uma cabeçada nela, como inveridicamente está sendo veiculado na imprensa, e que tudo será devidamente esclarecido no momento oportuno. Aproveito a oportunidade para pedir minhas mais sinceras desculpas a toda minha família pelo ocorrido. São 25 anos de matrimônio, sem que tivesse qualquer ocorrência dessa natureza. Sempre servi a Ana como seu agente, com todo zelo, carinho e respeito, como assim trato as 7 mulheres com quem trabalho no meu escritório”.

 

Delegado preso após dar tapa em mulher já é réu por violência doméstica e embriaguez ao volante

Vídeo flagrou momento em que delegado agrediu mulher em uma discussão de trânsito na madrugada. Governador do Ceará determinou ‘afastamento imediato’ do delegado, alvo de processo disciplinar.

O delegado de Polícia Civil Paulo Hernesto Pereira Tavares, preso após ser flagrado dando tapa no rosto de uma mulher depois um acidente de trânsito, já é réu pelos crimes de violência doméstica e embriaguez ao volante.

No sábado (11), o delegado se envolveu em um acidente de trânsito depois de perseguir um adolescente e discutiu com moradores, no que foi filmado dando o tapa na mulher. No mesmo dia ele foi detido e solto mediante pagamento de fiança. No domingo (12), o delegado teve a prisão preventiva decretada pela Justiça cearense a pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE).

Conforme despacho da Justiça e o pedido de prisão, aos quais o g1 teve acesso, Paulo Hernesto é réu em um processo pelo crime de embriaguez ao volante referente a um acidente de trânsito em que se envolveu em fevereiro de 2022. Desde outubro de 2020, o delegado também é réu pelo crime de violência doméstica contra a então companheira.

“Como se percebe, há reiteração delitiva, há dois fatos criminosos já apurados em ação penal em curso, um em 2022, outro em 2020. Agora em 2023, há grave reiteração”, aponta o Ministério Público no pedido de prisão preventiva.
Além dos processos em que é réu, o delegado também é investigado pelo crime de prevaricação, que é um crime praticado quando funcionário público deixar de cumprir sua função ou retarda seus atos de trabalho indevidamente para satisfazer interesses pessoais.

Após a repercussão do caso, Paulo Hernesto foi afastado das funções e impedido de exercer o cargo de delegado durante a investigação do caso. Também foram retidos a identificação funcional, o distintivo, a arma, a algema e instrumentos funcionais.

Como foi a agressão
O homem atuava como delegado nas cidades de Aurora e Barro. Ele se envolveu em acidente de trânsito e passou a discutir com outras pessoas presentes no local. Conforme apurações iniciais da Polícia, ele estaria perseguindo um adolescente e tentava atropelá-lo antes de subir a calçada com o carro e bater em uma árvore e no muro da residência.

Na sequência, ele se envolveu em uma briga com moradores que estavam no local. Enquanto era filmado por testemunhas, ele agrediu uma das mulheres presentes com um tapa. Ainda conforme a apuração que baseou o seu afastamento, ele aparentava estar embriagado nesse momento.

Policiais militares da Força Tática e do Batalhão de Rodas e Ações Intensivas e Ostensivas estavam presentes e tentaram acalmar os ânimos, mas não intervieram diretamente depois da agressão.

Após dar o tapa na mulher, Paulo Hernesto ainda proferiu vários xingamentos em direção à vítima e a um homem, que se identificou como tio dela. O homem questionou o delegado sobre a agressão. No vídeo, é possível ver que os policiais tentam evitar que o delegado e o tio da mulher se aproximem.

Uma terceira pessoa, não identificada, acompanhava o delegado e teria tentado agredir os policiais militares presentes, sendo algemada e conduzida à Delegacia Regional de Brejo Santo.

Antes de ser conduzido à delegacia, Paulo Hernesto ainda foi levado para o posto da Polícia Rodoviária Federal para realizar o teste do bafômetro. Ele se recusou a realizar o exame, mas teria sido filmado pelos policiais afirmando que tinha bebido.

Apesar da agressão filmada contra a mulher e as agressões contra outras duas pessoas testemunhadas por moradores, na delegacia o auto de prisão em flagrante lavrado contra Paulo Hernesto foi apenas o de embriaguez ao volante.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará informou que repudia os fatos ocorridos, afirmando que eles “não condizem com as diretrizes da instituição”. Segundo a nota, o delegado-geral Márcio Gutierrez determinou apuração do caso pela Assessoria de Apuração de Transgressões Disciplinares da Polícia Civil.

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) também determinou instauração imediata de procedimento disciplinar para devida apuração. O procedimento está em andamento na Delegacia Municipal de Brejo Santo.

Governador determina afastamento
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, se manifestou nas redes sociais após a circulação do vídeo que mostra a agressão e informou que determinou o afastamento do delegado.

“Determinei o afastamento imediato dele das funções e submeti o caso à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD). Um processo disciplinar, inclusive, já foi aberto pelo órgão. O Governo do Estado do Ceará não admite esse tipo de comportamento, principalmente por parte de um agente de segurança, que tem por dever zelar pela segurança da nossa população”, publicou Elmano de Freitas.

Em nota, o Governo do Ceará e suas Forças de Segurança reforçaram a mensagem de repúdio à ação do delegado. “O respeito ao próximo e a defesa da sociedade são valores indispensáveis aos servidores da Segurança Pública do Ceará e desvios não serão tolerados”, diz a nota, que também confirma que Paulo Hernesto já foi afastado de suas funções.

Na portaria publicada no Diário Oficial, a CGD instaurou procedimento administrativo-disciplinar e determina que sejam retidos do delegado a identificação funcional, o distintivo, a arma, a algema e qualquer outro instrumento funcional.

Advogado da vítima diz ter sido ameaçado

Na tarde deste sábado (11), o advogado Glêdson Carlos, contratado para defender vítimas da agressão, relatou que foi ameaçado pelo delegado. Segundo Glêdson, isso aconteceu quando chegou à delegacia de Brejo Santo, ainda pela manhã.

“Ao cumprimentar os clientes e buscar entendimento do que estava acontecendo, fomos interpelados pelo próprio delegado de Polícia, que circulava nas dependências da delegacia livremente e que tentou nos encostar na parede, fazendo algumas explanações de ameaça… Perguntando se (eu) já tinha andado de viatura. Ao responder negativamente, ele disse que, na próxima semana, eu iria andar de viatura numa viagem bem conturbada”, relatou o advogado.
Glêdson afirmou que Paulo Hernesto ainda seguiu proferindo xingamentos contra ele e contra as vítimas, com palavras como “vagabundo” e “pilantras”.

Ainda de acordo com o advogado, algumas vítimas estavam em estado de choque. Uma das pessoas que estava nesta condição era a mulher que levou o tapa do delegado. Ela preferiu não ter a identidade revelada por temer pela própria segurança.

Diante da tentativa de intimidação, o advogado solicitou a presença de representantes da OAB Ceará – Subsecção Cariri Oriental, que foram até a delegacia e estão acompanhando o caso.

O advogado detalha que o delegado poderá responder pelos crimes de ameaça, calúnia, injúria, difamação, violação às prerrogativas da advocacia e até tentativa de homicídio, com base no relato de testemunhas de que ele teria tentado atropelar um adolescente antes do acidente.

Jovem é preso suspeito de matar amigo, enrolar corpo a lençol e jogar em parque de Goiânia; vídeo mostra crime

Ao ser interrogado, Hittalo Gomes Costa negou qualquer crime contra a vítima, Armando Silva. Homem estava escondido no apartamento de outra amiga, em Caldas Novas.

Um jovem de 22 anos foi preso suspeito de matar o amigo com quem morava, enrolar o corpo em um lençol e jogar no Jardim Botânico, em Goiânia. Ao ser interrogado, Hittalo Gomes Costa negou qualquer crime contra a vítima, Armando Silva, de 27 anos. Um vídeo registrou quando um homem sai da casa carregando o corpo do rapaz morto (veja acima).

O delegado Vinícius Teles explicou que os dois amigos moravam juntos há cerca de 1 mês quando o crime aconteceu, no dia 5 de setembro deste ano.

“Ainda não temos a motivação do crime, pois o suposto autor nego a prática do crime. Eles moravam juntos e, por conta dos vídeos captados, não há dúvida de que fora ele o autor do fato. Portanto, somente ele pode explicar a motivação”, disse.

Teles explicou ainda que Hittalo matou Armando e saiu de casa. Momentos depois. Uma câmera de segurança mostra quando um homem sai da casa carregando o corpo da vítima em um lençol.

“Certamente ele fez isso para dificultar a identificação dele, já que o corpo no bosque geraria outras possibilidades, além de dar maior tempo para fuga, pois o corpo só foi descoberto no dia 8. Se o corpo ficasse na casa, todas as suspeitas cairiam diretamente para ele. Até por isso ele chegou a lavar o local”, contou o delegado.

Hittalo foi preso em Caldas Novas. Ele estava escondido no apartamento de outra amiga.

Família encontrou corpo
O tio de Armando disse que seguiu os vestígios de sangue que estavam na casa para encontrar o corpo do sobrinho. A família, que mora em Uberlândia (MG), veio a Goiânia em busca do rapaz, que não respondia as tentativas de contato por dias.

A casa estava arrombada, mas parentes do jovem assassinado não perceberam o desaparecimento de qualquer objeto.

 

Criminalista explica supostos crimes cometidos por Najila Trindade no caso Neymar

A modelo Najila Trindade depôs na tarde da última quarta-feira (11) na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. A mulher acusa o jogador Neymar de divulgar suas imagens íntimas na internet.

A Polícia Civil de São Paulo indiciou Najila Trindade Mendes de Souza por fraude processual, denúncia caluniosa e extorsão no caso em que a modelo acusou o jogador Neymar de estupro durante encontro em Paris no dia 15 de maio. O ex-marido dela, Estivens Alves, foi denunciado por fraude processual e divulgação de conteúdo erótico.

“O indiciamento não quer dizer que ela seja considerada culpada, a culpa só decorre de uma ação penal transitada em julgado em que a responsabilidade criminal dela fique demonstrada. O indiciamento é tão somente o ato pelo qual a autoridade policial entendeu que os fatos apurados na investigação levam a concluir que houve alí uma tentativa de extorsão por parte dela em relação ao Neymar”, destaca o especialista em Direito e Processo Penal, sócio da Pantaleão Sociedade de Advogados, Leonardo Pantaleão.

Ele explica que o crime de extorsão, neste caso específico, pode ser interpretado pelo fato de que que ela, supostamente, agiu mediante uma ameaça, no sentido de criar sérios problemas para a carreira do atleta – que depende de sua imagem até para fins de patrocínio e para exercício pleno de sua profissão – buscando obter uma vantagem indevida, que seria um ressarcimento financeiro.

No que se refere também à denunciação caluniosa, o especialista destaca que isso ocorre toda vez que a autoridade policialentende que houve o crime de falsa atribuição a uma pessoa-no caso Neymar – e o uso da máquina do estado, para apurar algo que, segundo a polícia, sabia ser inverídico, e a fraude processual decorre de mecanismos de burla durante todo o procedimento de investigação.

“No caso concreto isso, sem dúvida, diz respeito ao tablet e ao celular, que ela, de acordo com a polícia, intencionalmente, não teria entregue para frustrar ou dificultar a apuração. Aqui, ninguém diz que houve ou não houve a prática do estupro por parte do Neymar, o que se percebe é que ela não conseguiu demonstrar, e para o direito penal quem alega tem a obrigação de provar”, diz Pantaleão.

O jurista complementa que, como ela não apresentou o tablet, telefones, e as imagens que foram obtidas nos hotéis, a convicção da autoridade policial foi no sentido de que ela realmente teria praticado esses crimes de extorsão, denunciação caluniosa e fraude processual, o que pode, sem dúvida, avançar para uma ação penal, com posterior condenação pela prática.

Esposa de motorista assassinado no litoral diz que recebeu ameaças após denunciar suposto esquema de ‘rachadinhas’

Apesar disso, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania diz que não vê relação entre o assassinato e o suposto esquema envolvendo vereadores em Ubatuba.

A esposa do motorista de aplicativo William Germano, de 44 anos, que foi assassinado em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, afirma que dois meses antes da morte do marido recebeu ameaças após denunciar um suposto esquema de ‘rachadinhas’.

O boletim de ocorrência foi registrado no dia 2 de junho. No documento, a esposa, que é funcionária pública do município, relata que uma pessoa havia questionado se ela havia “falado sobre rachadinhas com alguém” e que ela “não sabia o dia de amanhã e o que poderia acontecer”.

O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania não vê relação entre a morte e o suposto esquema de rachadinha em Ubatuba, mas destaca que a apuração é feita pela Delegacia de Ubatuba. Até o momento, três pessoas foram presas.

Crime e prisões
De acordo com a Polícia Civil, o corpo de William Germano foi encontrado no dia 17 de agosto com sinais de violência física, incluindo marcas de espancamento e mãos amarradas.

Ele era motorista de aplicativo e, segundo a família, o último contato foi na noite do dia anterior, em 16 de agosto, quando ele retornava do trabalho para casa.

O corpo foi encontrado na Praia Vermelha do Norte. Já o carro da vítima foi encontrado a 7 km de distância, na Rua dos Nazarenos, no centro de Ubatuba.

Os dois primeiros suspeitos do crime foram detidos no dia 24 de agosto. Celio Pereira Santos Junior, de 21 anos, foi encontrado em Ubatuba em uma operação da Polícia Civil. Também no dia 24, Diego Felipe da Silva Messias Moraes, de 40 anos, foi preso em Guarulhos, na Grande SP.

O terceiro suspeito de envolvimento no crime, Thiago Alves Freitas, de 19 anos, se apresentou na última terça-feira (29), na Delegacia de Ubatuba.

Para a polícia, Thiago disse que foi o autor do disparo de arma de fogo que, em tese, tirou a vida de William, e que matou, amarrou, amordaçou, vendou e descartou o corpo da vítima sozinho. Ele afirmou que decidiu se apresentar à polícia para esclarecer que seu amigo, Célio Pereira, não participou do crime.

Ele reafirmou à polícia que o crime foi motivado por questões de foro íntimo e que não teve nenhuma relação com as denúncias da suposta rachadinha.

A Rede Vanguarda tentou contato com a defesa dos presos, mas, até o momento, não obteve retorno.

 

Gaeco cumpre 40 mandados de busca e apreensão em sete municípios maranhenses

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MPMA) deflagrou, na manhã desta terça-feira, uma operação que cumpre 40 mandados de busca e apreensão em sete municípios do estado.

A ação foi autorizada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão, por determinação da desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim.

Empresas investigadas e municípios envolvidos

Segundo o MPMA, há indícios de ilegalidades na contratação de empresas pelo Município de Turilândia. As empresas sob investigação são:

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Turilândia, Santa Helena, Pinheiro, São Luís, Governador Nunes Freire, Carutapera e Luís Domingues.

Bloqueio de bens e apoio na operação

A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 33.979.768,02 das contas bancárias dos investigados, valor correspondente ao levantamento parcial do dano causado ao erário.

A operação conta com o apoio de promotores de justiça do Gaeco dos núcleos de São Luís, Timon e Imperatriz, além de integrantes da Polícia Civil e Militar do Maranhão. Também participam promotores da Assessoria Especial de Investigação do procurador-geral de justiça e das comarcas de Santa Helena, Açailândia, Lago da Pedra, Santa Inês, Anajatuba, Viana, Colinas e São Luís. A Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência do MPMA (Caei) auxilia nos trabalhos.

Investigação e análise de provas

Os documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos serão analisados pelo Gaeco e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). O material coletado servirá para compor o conjunto probatório necessário para subsidiar a acusação contra os investigados.

Operação Tântalo: o significado do nome

Batizada de Operação Tântalo, a ação faz referência à mitologia grega. Na lenda, Tântalo foi condenado a passar a eternidade com sede e fome, vendo água e frutos ao seu alcance, mas nunca conseguindo tocá-los.

A metáfora representa o esquema criminoso investigado: recursos públicos foram destinados a contratos para bens e serviços essenciais, como fardamento, materiais de limpeza, obras e combustíveis, mas nunca chegaram ao seu real destino. Assim como Tântalo via os alimentos e a água sem poder acessá-los, a população testemunha o dinheiro sendo gasto, mas não recebe os benefícios prometidos.

Com a Operação Tântalo, a investigação busca romper esse ciclo de corrupção, punir os responsáveis e garantir que os recursos públicos sejam usados de forma adequada, atendendo às necessidades da sociedade.

Polícia Apreende Carro de Luxo de Médico Suspeito de Participar de Racha e Atropelar Pedestre no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal apreendeu, na segunda-feira (26), uma BMW avaliada em R$ 500 mil, pertencente a um médico da rede pública de saúde, suspeito de participar de um racha que resultou no atropelamento de um pedestre. O incidente teria ocorrido na noite de quarta-feira (21), próximo à penitenciária da Papuda, em São Sebastião.

Segundo informações da polícia, após o atropelamento, o médico Humberto de Carvalho Barbosa, de 50 anos, não acionou o socorro. Ele próprio levou a vítima ao Hospital de Base, localizado na Asa Sul. O caso foi inicialmente revelado pelo portal Metrópoles e posteriormente confirmado pela TV Globo.

“Identificamos que o mesmo indivíduo que causou o atropelamento foi o responsável por retirar a vítima do local e levá-la ao Hospital de Base. Depois, ele ainda retirou a vítima desse hospital e a transportou para outro, cuja localização estamos investigando,” afirmou o delegado Ulysses Luz.

A polícia ainda não conseguiu identificar a vítima do atropelamento. Um vídeo divulgado pelos investigadores mostra o médico dirigindo em alta velocidade em outra ocasião.

O delegado Ulysses Luz informou que a BMW passará por uma perícia. Até o momento da publicação desta reportagem, o médico ainda não havia prestado depoimento à polícia.

“Ele foi intimado e, segundo seu advogado, comparecerá à delegacia nos próximos dias para apresentar sua versão dos fatos,” acrescentou o delegado.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que está colaborando com as investigações, mas não comenta processos internos relacionados a servidores. A TV Globo tentou contato com a defesa do médico, mas não obteve resposta.

Outro Caso

Na noite de segunda-feira (26), uma jovem de 20 anos morreu após o carro em que estava colidir com um poste na EPIA Sul, no Distrito Federal. A Polícia Civil está investigando o acidente como um possível racha.

A vítima, Lettycia Maria Rodrigues Menezes, era passageira no veículo. O motorista, Emerson Maciel Moreira, namorado de Lettycia, sofreu fraturas no fêmur, na costela e é suspeito de traumatismo cranioencefálico. Ele foi levado ao Hospital Regional do Gama e, de acordo com a polícia, não possuía carteira de motorista.

Henrique Vieira Cavalcante, o motorista do outro carro envolvido no suposto racha, se apresentou à delegacia, onde foi preso, mas optou por permanecer em silêncio.

Ambos os motoristas, Emerson Maciel Moreira e Henrique Vieira Cavalcante, realizaram o teste do bafômetro, que deu resultado negativo, segundo a Polícia Civil. A delegacia do Núcleo Bandeirante indiciou os dois por homicídio culposo e participação em disputa automobilística.

Responsável pelo centro cultural Casa das Águas usou dinheiro público para contratar a própria empresa e de sua mulher

O objetivo de Jefferson Mello era construir um local dedicado a exaltar a água, com museu, cinema, auditório etc. Com mais de R$ 10 milhões em recursos provenientes de leis de incentivo à cultura, ele ainda não finalizou o projeto depois de 12 anos.

Um centro cultural em homenagem a água, com arquitetura imponente, cinema, museu, exposições imersivas, auditório e um bar revolucionário. Essa era a ideia do empresário Jefferson Mello, que batizou seu projeto de Casa das Águas.

Doze anos depois do anuncio do projeto, o empreendimento ainda não ficou pronto, mesmo após a captação de mais de R$ 10 milhões em recursos provenientes de leis de incentivo à cultura. Jefferson agora é suspeito de ter utilizado a verba pública para contratar sua própria empresa e a firma de sua mulher para prestar serviços no local.

Atualmente, a Casa das Águas só faz jus a esse nome por conta das infiltrações e pelo chão molhado no casarão histórico. Uma fiscalização realizada pelo deputado estadual Alan Lopes (PL) registrou os problemas da construção localizada na região da Cruz Vermelha, no Centro do Rio.

O projeto teve início em 2011, quando o empresário começou a buscar patrocinadores. Um ano depois, ele passou a receber verba pública, via renúncia fiscal, para reformar e instalar os equipamentos necessários para o centro cultural interativo.

A todo, a captação autorizada foi de R$ 10,8 milhões pela Lei de Incentivo à Cultura, que autoriza que empresas repassem o valor que seria gasto com impostos para financiar projetos culturais.

Com os recursos, Jefferson além de contratar a própria empresa também gastou dinheiro público para contratar a chefe de cozinha Roberta Luz de Barbosa, sua esposa. Segundo a investigação, a primeira nota fiscal emitida pela empresa de Roberta foi para um serviço prestado para o projeto do marido.

Endereços suspeitos
A maior parte dos recursos obtidos através de lei de incentivo foi para o Instituto de Sustentabilidade e Novos Talentos do Esporte e da Cultura (Intec). O homem por trás do instituto é o próprio Jefferson Mello.

Ainda em 2011, Jefferson enviou um ofício à Cedae pedindo patrocínio para a empresa. O empresário, que já foi diretor de Marketing do Botafogo, também está por trás da Jeff & Sports Marketing e comunicação.

Essa empresa dele também foi contratada pelo Intec para prestar serviços no projeto do museu. O levantamento do RJ2 mostrou que a Jeff & Sports Marketing e Comunicação recebeu pelo menos 42 pagamentos nos últimos anos, totalizando mais de R$ 730 mil.

A empresa que contratou o Intec fica na rua Jardim Botânico, 674, na Zona Sul do Rio. A empresa contratada também usa o mesmo endereço como sede.

A companheira de Jefferson, a chefe de cozinha Roberta Luz de Barbosa, foi contratada pelo Intec para prestar serviços em outra área. O instituto pagou pelo menos R$ 760 mil para a Tina Produções Artísticas, por serviços de cenografia e registro videográfico, entre outros.

A empresa era registrada em um endereço na Gávea, na Zona Sul. O local é um prédio residencial, onde o próprio Jefferson já declarou morar.

Investigações
Em 2020, a Cedae já havia ligado o alerta em relação a construção da Casa das Águas. A empresa encontrou possíveis irregularidades nas contratações e notificou o Intec. No ofício, eles relataram inconsistências no relatório de prestação de contas.

O Ministério da Cultura informou que a prestação de contas do projeto está em análise.

O que dizem os envolvidos
Em nota, a Cedae informou que o casarão pertence à companhia e que foi cedido pra construção do museu. A empresa disse que a contrapartida era de que o imóvel fosse restaurado e transformado em centro cultural.

A Cedae disse que pagou R$ 3,8 milhões para o projeto e que, em função do não andamento, iniciou procedimentos jurídicos para pegar o casarão de volta.

O Intec alegou ao RJ2 que não recebeu nenhuma notificação da Cedae e que a primeira captação foi destinada à restauração emergencial do imóvel e que os valores gastos com as obras foram todos comprovados.

Segundo o Intec, a segunda captação compreende o desenvolvimento de projetos executivos do centro cultural, mas não houve captação de 100% dos valores.

O Intec informou que é importante ressaltar que mantém o casarão com seguro, limpeza, câmeras de segurança e vigias noturnos.

A reportagem perguntou sobre o fato de Jefferson Mello contratar a própria empresa e a da mulher para prestação de serviços, mas o Intec não comentou o assunto.