Bruno D’Angelo Cozzolino: as denúncias contra médico que agrediu zelador

Bruno D’Angelo Cozzolino, 40, que foi flagrado agredindo funcionários do prédio onde mora, em um bairro de luxo em São Paulo, já foi preso duas vezes por ameaçar ex-namoradas.

O médico tem pelo menos dez denúncias por agressão em seu nome, algumas feitas por outros trabalhadores atacados por ele, inclusive no prédio em que o profissional mantém um consultório.

Entenda as denúncias contra o médico:

Perseguição contra ex-namoradas

D’Angelo foi preso pela primeira vez em 2012 após ameaçar a então namorada, mas ficou apenas um dia preso.

Na segunda detenção, foram dez dias na cadeia por descumprir uma medida protetiva.

Ele tem ao menos dez outras denúncias por agressão investigadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo.

Uma das denunciantes se relacionou com ele por dois anos e pediu ajuda à polícia em 2021. A mulher disse que ele a ameaçou com uma faca.

À época, a defesa do médico apresentou um relatório psiquiátrico que afirmava que ele tem transtorno de humor bipolar, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo grave — e que não teria seguido com os devidos tratamentos.

Racismo

Em 2019, D’Ângelo ofendeu um funcionário do prédio em que seus pais vivem: “Lugar de macaco é no zoológico”, teria dito.

O médico fez um acordo com a vítima e pagou uma indenização de R$ 5 mil, segundo o Fantástico, da TV Globo.

Ofensas gordofóbicas

Duas mulheres que trabalharam com o médico relataram ao UOL que foram perseguidas, ofendidas e discriminadas por ele em 2022. Segundo elas, D’Angelo as ofendeu com expressões como “putinhas gordas”, “vadias gordas” e “hipopótamos”.

Nayane Jane Rodrigues de Queiroz e Joyce Nato Alves decidiram ir à polícia após uma tentativa de agressão. Ambas trabalhavam na recepção do prédio em que Bruno operava um consultório.

Um dia ele chegou muito nervoso. Perguntei: ‘O que foi doutor?’. Ele me mandou chamar a polícia e disse que uma pessoa na frente do prédio tentou agredi-lo. (…) Como ele não estava nas dependências do prédio, achei que não fazia sentido. Quando negamos, começou a gritaria. Ele quebrou a câmera de identificação e começou a gritar ‘suas gordas, hipopótamos'”.Joyce Nato Alves, funcionária ofendida pelo médico

Bruno começou a caminhar em direção a Nayane para agredi-la, segundo o BO. Um faxineiro que trabalhava no local tentou ajudar as mulheres, mas também teria sido ameaçado: “Eu vou dar um tiro na sua cara, seu negro faxineiro, safado, nojento.”

Os funcionários acionaram a Polícia Militar, mas D’Angelo fugiu. Apenas um dia depois do episódio, ele voltou ao trabalho no prédio.

Joyce conta que o médico debochava das funcionárias. “Ele passava na recepção rindo, encarando a gente. Como se a gente não fosse ninguém. Sofri muito dentro da minha casa, sozinha.”

Já Nayane afirma que toma remédios para ansiedade há dez meses. “Ele provocava a gente a distância, fazia gestos para dizer que estávamos loucas e nos chamando de gordas”, diz.

Agressão contra zelador

Câmeras de segurança flagraram o médico batendo no zelador do prédio onde mora, nos Jardins, após o funcionário pedir que ele ajustasse o carro na vaga do estacionamento.

Apesar das imagens, Bruno registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte, alegando que havia sido agredido pelo funcionário. “Ele disse que o zelador tentou matá-lo com um facão. Quem vê esse relato e vê as imagens… É uma coisa completamente absurda”, disse o síndico do prédio, Flávio Oliva, ao Fantástico.

Bruno D’Ângelo tentou explicar ao síndico a versão apresentada à polícia, mas, após ser confrontado, também o agrediu. “Ele começou a pegar o boné dele e me chicoteava com ele”, relatou Flávio, que reagiu com um tapa no rosto do médico.

O condomínio contratou seguranças para o prédio e registrou queixa na delegacia.

Pai de Vitória Gabrielly Encontra Alívio na Condenação do Último Acusado pelo Assassinato

Pai de Vitória Gabrielly Vaz fala sobre condenação do último réu pelo assassinato da filha

Beto Vaz, pai de Vitória Gabrielly Vaz, expressou uma mistura de sentimentos após a condenação do quarto e último réu envolvido no assassinato brutal de sua filha em 2018. Embora reconheça que a justiça está sendo feita, ele ressalta que isso não diminui a dor pela perda irreparável.

Emocionado, Beto compartilhou que, mesmo após seis anos desde o trágico acontecimento, sua filha permanece congelada no tempo, eternizada na memória como a garotinha de 12 anos que foi brutalmente tirada de sua vida em Araçariguama (SP). Ele descreve os áudios e fotos guardados como tesouros que capturam a essência de sua filha, uma lembrança dolorosa de uma vida que parou enquanto o mundo continuava em movimento.

“Os áudios que nós temos guardados dela, as fotos… São de uma menina. A vida de todo mundo está seguindo, preso ou não. A nossa parou lá atrás. Tanto é que hoje a gente está revivendo esse momento. Então, é difícil, mas, ainda assim, a gente pode acreditar que há possibilidade de justiça nesse país, que as coisas ainda estão acontecendo. Enquanto família, não é uma cura, mas é um remédio”, lamentou.

Rosana Guimarães, mãe de Vitória, ecoou esse sentimento, destacando que, embora o veredicto traga um senso de justiça, é pequeno e indiferente diante da perda devastadora que eles enfrentaram.

O último réu, Odilan Alves Sobrinho, foi condenado a 36 anos e três meses de prisão por homicídio e sequestro em um julgamento popular realizado no Fórum de São Roque (SP). Odilan foi identificado como o suposto mandante de uma cobrança de dívida que culminou na morte da adolescente.

O sábado (23) será marcado por uma última homenagem à Vitória Gabrielly no ginásio onde ela foi vista pela última vez, deslizando de patins. Essa tragédia ocorreu quando Vitória tinha apenas 12 anos e desapareceu após sair para andar de patins em Araçariguama, seu corpo sendo encontrado oito dias depois em um matagal.

Odilan Alves Sobrinho foi o quarto e último réu a ser julgado por seu envolvimento no crime. Ele se juntou a outros três indivíduos, Bruno Oliveira, Mayara Abrantes e Júlio César Lima Ergesse, que foram condenados por participação direta no assassinato de Vitória Gabrielly.

O julgamento de Odilan ocorreu seis anos após o homicídio, e ele já cumpria uma sentença de 25 anos de prisão por outros crimes relacionados ao tráfico de drogas na região. A polícia afirmou que Odilan era o líder do tráfico em Araçariguama e foi reconhecido por testemunhas como o mandante da cobrança de dívida que resultou na morte de Vitória.

O caso de Vitória Gabrielly mobilizou uma grande comoção pública, com buscas intensivas realizadas pela região após seu desaparecimento em 8 de junho de 2018. Infelizmente, seu corpo foi encontrado oito dias depois, amarrado a uma árvore em uma mata próxima à cidade.

A tragédia revelou que Vitória foi sequestrada por engano em uma tentativa de quitar uma dívida de drogas, e sua morte foi resultado de um erro trágico cometido por criminosos que confundiram sua identidade.

MPRJ mira comércio ilegal de armas de milícia de Ronnie e Suel; 4 são presos

A ação desta sexta é um desdobramento da Operação Jammer, de agosto do ano passado, que mirava a imposição de internet clandestina pela milícia.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu nesta sexta-feira (1º), 4 homens na Operação Rede, contra o comércio ilegal de armas e munição da quadrilha do ex-PM Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel.

Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir, no total, 5 mandados de prisão e 8 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal da Regional de Madureira.

A ação desta sexta é um desdobramento da Operação Jammer, de agosto do ano passado, que mirava a imposição do sinal de internet e TV clandestinas pela milícia de Ronnie e Suel na região de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF) buscavam o PM Sandro Franco, que fugiu ao ver as equipes e só foi capturado no fim do mês.

Ronnie e Suel estão presos pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No mês passado, Ronnie também foi condenado por tráfico internacional de armas.

De gatonet a armas de uso restrito
Um dos alvos desta sexta é Welington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça, um dos gerentes da gatonet de Suel e Lessa. Manguaça já estava encarcerado, e o mandado de prisão contra ele foi cumprido na Cadeia Pública Isap Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo.

Os outros presos são Paulo Sérgio Ladi Pereira, Roberto Pinheiro Mota e Uellington Aleixo Vitória Coutinho. Erick Bruno Alves da Silva é considerado foragido. Agentes ainda apreenderam R$ 7 mil e celulares.

A operação desta sexta-feira teve por base provas obtidas em apreensões realizadas na Operação Jammer, que revelaram novos contornos e outros integrantes da organização criminosa.

O MPRJ descobriu que a milícia de Ronnie e Suel não só vendiam gatonet, como também comercializava diversas armas de fogo de uso restrito.

O Gaeco, a partir dessas investigações, denunciou os 5 por comércio ilegal de armamentos.

Deputado estadual e secretário de Maricá viram réus em caso de suspeita de propina na construção de hospital

Dez pessoas foram denunciadas por associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio contra o ex-secretário de governo de Maricá e atual deputado estadual Renato da Costa Machado (PT), o secretário de Planejamento município, Leonardo Alves, e outras oito pessoas.

Eles são suspeitos de receber pagamentos de propina nos contratos de construção do Hospital Municipal Che Guevara, em Maricá, na Região dos Lagos.

O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou dez pessoas por associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. São eles:

Renato da Costa Machado, ex-secretário de governo de Maricá e atual deputado estadual (PT)
Leonardo de Oliveira Alves, secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Maricá
Marcos Câmara Rebelo, então secretário de Obras, na época da construção
Bruno Duarte Rodrigues, ex-diretor operacional do serviço de obras
Dalton Nobre Vilela, ex-diretor operacional do serviço de obras
Karina Braga Benigno da Silva, ex-assessora
Jorge Tadeu Ribeiro Osório, ex-assessor
Sandro Pereira Gomes, empresário da Ghimel Construções e Empreendimentos
Flávio Magalhães de Almeida, responsável técnico pela construtora
Camilla Bittencourt, empresária
A Ghimel construiu o hospital e, segundo a denúncia, pagou propina aos agentes públicos. A investigação apontou que os crimes começaram logo depois da contratação da empresa, em 2016.

O MPRJ afirma que a empreiteira repassava aos agentes públicos 6% do valor bruto que recebia para a obra e que as negociações criminosas chegaram a acontecer até no canteiro de obras do hospital.

Propina
Ainda de acordo com o MPRJ, os 6% de propina foram solicitados por Marcos Câmara Rebelo, então secretário de Obras de Maricá, a Flávio Magalhães de Almeida, representante da Ghimel Construções.

Os promotores afirmam que, só entre março de 2017 e fevereiro de 2018, a Ghimel pagou mais de R$ 2 milhões em propina para a empresa V81 Consultoria Serviços e Equipamentos.

Na época, a V81 era administrada por Bruno Duarte Rodrigues, que tinha cargo comissionado na Secretaria Municipal de Saúde de Maricá.

A investigação apontou que Bruno atuava como intermediário entre os representantes da Ghimel e o então secretário de governo e atual deputado estadual Renato Machado, e o então secretário de Planejamento Leonardo Alves, que eram os responsáveis por liberar os recursos.

O valor da construção era de R$ 43,9 milhões, mas três termos aditivos aumentaram o contrato com a Ghimel para quase R$ 48 milhões.

A denúncia afirma que os pagamentos de propina foram feitos com o pretexto de uma fictícia locação de máquinas e equipamentos para a construtora, para dar aparência de legalidade ao esquema criminoso. E que a maior parte dos valores era sacada em dinheiro vivo, para ocultar a destinação ilícita, lavando o dinheiro.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também fez um relatório que constatou superfaturamento na construção do hospital.

Em 2016, segundo a promotoria, a suspensão de pagamentos do município à Ghimel gerou insatisfação nos dirigentes da construtora. Por causa da suspensão, de acordo com o MPRJ, a obra do hospital foi paralisada.

A construção do hospital começou no fim da segunda gestão do então prefeito Washington Quaquá e atual deputado federal (PT-RJ). O nome dele não aparece nas investigações.

Meses antes do fim do mandato, o grupo investigado se demonstrou preocupado com a transição de governo.

Em mensagens anexadas à denúncia, o gerente de contratos da Ghimel, Sandro Gomes, contou que o engenheiro da empresa foi procurado pelo secretário adjunto de obras Marcos Câmara Rebelo, que pediu que a propina continuasse sendo paga no ano seguinte.

A denúncia do MPRJ cita o atual prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT). Na época da construção, Horta era deputado federal.

Os promotores afirmam que ele recebeu, no gabinete da Câmara, em Brasília, um vereador, dois secretários e um representante na empresa para uma reunião. O objetivo era garantir que a propina continuasse sendo paga.

A Justiça analisou, aceitou a denúncia e determinou o sequestro de bens de todos os denunciados para ressarcir o município: carros, caminhões, barcos, imóveis e contas bancárias.

A decisão é do juiz titular de Maricá, Felipe Carvalho Gonçalves da Silva, que também afastou o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do município, Leonardo de Oliveira Alves.

O que dizem os citados
O deputado estadual Renato Machado disse que todos os atos dele na Prefeitura de Maricá seguiram à risca o que manda a lei. E que, por isso, recebeu com surpresa a informação de que a denúncia foi aceita pela Justiça.

O deputado afirmou que nunca foi chamado pelo Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento. Disse que continua à disposição das autoridades, e que confia na Justiça.

O secretário Leonardo Alves disse que também recebeu com surpresa e indignação a denúncia. Declarou que não foi intimado e que está colaborando com a Justiça, porque é o maior interessado em esclarecer os fatos, e está disponibilizando todas as informações para a investigação.

A Prefeitura de Maricá informou que afastou o secretário imediatamente depois de ser comunicada da decisão da Justiça. E afirmou que se trata do início da apuração de uma denúncia, e que o município está colaborando para esclarecer os fatos. A prefeitura não respondeu sobre a reunião de Fabiano Horta.

O RJ1 também entrou em contato com a empresa Ghimel Construções e Empreendimentos e com o empresário Bruno Duarte Rodrigues, mas não teve retorno. A produção não conseguiu localizar as defesas dos outros citados na reportagem.

Delegado Maurício Demétrio é condenado por obstrução de justiça e perde cargo público

Servidor da Polícia Civil é acusado de comandar uma organização criminosa na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, quando era o titular em 2021. Ele só poderá recorrer preso.

Preso desde 2021, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves foi condenado, na última quinta-feira (4), a quase 10 anos de prisão por obstrução de justiça em regime fechado. A decisão é do juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Demétrio só poderá recorrer da decisão preso.

Na sentença, o magistrado ainda determinou a perda da função pública do delegado e destacou que ele terá que ser demitido imediatamente da Polícia Civil. O g1 entrou em contato com a corporação, que informou que aguarda o trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso) da sentença (veja mais abaixo a nota completa).

A Justiça do Rio também determinou que Demétrio pague uma multa de R$ 367 mil. Rulière ainda decidiu que os R$ 240 mil em dinheiro que foram apreendidos na casa do delegado no dia de sua prisão devem ser depositados em uma conta do estado.

O magistrado afirmou que o desvio de finalidade das operações policiais feitas por Demétrio e sua equipe foi “o ponto central da questão posta em julgamento”.

“Aponte-se que os crimes são gravíssimos e foram praticados justamente valendo-se da função pública que exerce e da estrutura que a Polícia Civil lhe confere”.
Atualmente, Demétrio também responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual.

Ele foi preso na Operação Carta de Corso por suspeita de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas.

O que diz a sentença:

condenação a 9 anos, 7 meses e 6 dias de prisão;
condenação a 52 dias-multa, totalizando R$ 367.120;
cumprimento da pena em regime fechado;
perda do cargo de delegado e qualquer outra função;
imediata demissão;
negado o direito de recorrer em liberdade.

Acusação

Segundo o Ministério Público do Rio (MPRJ), para tentar impedir as investigações da Corregedoria da Polícia Civil contra o esquema da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Demetrio, Alexsandro Gonçalves Simoneti e Rodrigo Ramalho Diniz armaram um inquérito contra a delegada Juliana Ziehe.

Os promotores sustentam que foram forjados flagrantes, e evidências apreendidas foram destruídas. Demétrio iniciou um inquérito baseado em uma falsa narrativa de crimes, para combater as investigações contra policiais de sua própria delegacia.

Thalles e Mauro Marques Ramos atuavam como advogados de Simoneti e Diniz, de acordo com a denúncia, para acusar a delegada Juliana Ziehe de crimes.

Alexsandro alegou que teria sofrido tortura quando foi conduzido até a delegacia de Petrópolis para prestar depoimento. Ele também afirmou que era vítima de perseguição por parte da delegada.

O esquema também resultou na Operação Raposa no Galinheiro, que prendeu o delegado Marcelo Machado por suspeita de confeccionar roupas piratas. A ação, segundo as investigações, foi forjada.

Segundo o MPRJ, o policial civil Celso de Freitas Guimarães Junior, chefe da DRCPIM que “gozava da total confiança de Demétrio”, já tinha conhecimento da investigação contra o esquema da especializada desde agosto de 2020. “Evidente, portanto, que Demétrio também sabia”, destacaram os promotores na prisão de Demétrio.

Um dos denunciados, Thalles WIldhagen Camargo, estava envolvido em um esquema para prejudicar Eduardo Paes quando ele foi candidato ao governo do estado em 2018.

A denúncia do MP indica que Demétrio e o ex-secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, conversavam sobre um inquérito que poderia atingir o prefeito do Rio e o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ambos adversários políticos de Turnowski.

Nota da Polícia Civil
“A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) esclarece que será aguardado o trânsito em julgado do decreto condenatório. A instituição reforça que há Processos Administrativos Disciplinares (PADs) em andamento na Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) e que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas.”

Justiça determina prisão preventiva de policial suspeito de atirar em vigilante na Pampulha

Vítima foi baleada na tarde do último sábado (30), dentro de um posto da Guarda Municipal, em frente à Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a prisão preventiva do policial militar suspeito de ter atirado no vigilante Bruno Adão Gomes da Silva. A vítima foi baleada na tarde do último sábado (30), dentro de um posto da Guarda Municipal, em frente à Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.

Em audiência de custódia nesta segunda-feira (2), a juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto ordenou que o policial Aldir Gonçalves Ramos permaneça preso preventivamente, argumentando que os fatos registrados no boletim de ocorrência demandam o aprofundamento das investigações.

“[…] denotando-se o fato de que o autor, cabo da Polícia Militar, durante entrevero aparentemente relacionado a briga de trânsito, envolvendo a vítima, motorista de Uber, sacou sua arma de fogo, sendo efetuado disparo contra a cabeça da vítima, região vital, sendo submetida a cirurgia, em tese, sofrendo lesão gravíssima, a par do que ainda será elucidado nos autos”, disse trecho da sentença.

A magistrada também considerou que os acontecimentos foram em um sábado à tarde, em uma praça pública de lazer, frequentada por crianças e adultos, “potencialmente colocados em risco”.

“Resguardando-se, portanto, a integridade física da vítima e da própria ordem pública, considerando-se que a pena máxima cominada em abstrato para o crime de lesão corporal gravíssima é de oito anos de reclusão, cometida a conduta com o emprego de violência real e efetiva contra a pessoa, diante dos expressos permissivos legais contemplados no artigo 312 e artigo 313, I, ambos do CPP, verifica-se o cabimento da prisão preventiva para a garantia da ordem pública”, concluiu a juíza.

Duas versões
De acordo com o boletim de ocorrência, o militar alegou que estava perseguindo Bruno por tentativa de roubo. Porém, pessoas que passavam pelo local contaram que a confusão começou após uma briga de trânsito entre os dois. A mesma versão foi contada pela vítima aos familiares.

“Ele contou que estava indo jogar futebol e sem querer fechou o motorista no trânsito. O homem desorientado foi tentar pegar ele, tiveram uma luta corporal. Ele jogou a arma do motorista para outro lado e correu para a unidade, onde ele foi alvejado”, disse a Cintia Maria Arcanjo, tia de Bruno Adão Gomes da Silva.
Imagens mostram o momento que o Aldir Gonçalves Ramos dá um soco no vidro do carro da vítima, o vigilante Bruno Adão Gomes da Silva. Em seguida, o vigilante sai do carro e eles caem no chão durante uma briga. Bruno chega a jogar a arma do militar na via.

Testemunhas afirmaram que a vítima fugiu do militar e tentou se esconder em uma base da Guarda Municipal, mas o PM entrou no local e atirou nele.

Segundo a família, Bruno perdeu a visão de um dos olhos, por causa do tiro. Ele passou por uma cirurgia de reconstrução de face e continua internado no Hospital João XXIII.

O que diz a Guarda Municipal?
“Por volta das 14h deste sábado, um homem invadiu a Unidade de Segurança Preventiva (USP) da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) instalada na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na Pampulha. Quando o guarda municipal que estava de plantão no local iria abordar o desconhecido, um segundo homem invadiu a unidade, alegando ser um policial militar à paisana do Batalhão de Choque e que estava perseguindo o primeiro, por tentativa de roubo. O militar entrou então em luta corporal com o suposto foragido, dentro da unidade da Guarda Municipal. Um disparo da arma do militar atingiu o homem na testa. O SAMU foi acionado e encaminhou o desconhecido para o Pronto-Socorro do Hospital João XXIII.”

O que diz a Polícia Militar?
“A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que o policial militar da ativa, de folga e à paisana, envolvido no REDS nº 2023-045849646-001, foi conduzido à Delegacia da Polícia Civil, por tratar-se de crime comum e não militar. Após ratificação da prisão em flagrante pelo crime de lesão corporal, o militar segue preso em uma unidade da corporação. A PMMG informa, ainda, que a Corregedoria da instituição acompanha o caso”.

 

Policial militar é suspeito de atirar em vigilante dentro de posto da Guarda Municipal, em BH

O homem foi encaminhado a pronto atendimento de hospital. De acordo com a família, ele perdeu a visão do olho direito.

Um cabo da Polícia Militar (PM) é suspeito de atirar em um vigilante dentro de um posto da Guarda Municipal, em frente à Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (30). De acordo com pessoas que passavam pelo local, tudo começou após uma briga de trânsito.

Imagens mostram o momento que o cabo Aldir Gonçalves Ramos dá um soco no vidro do carro da vítima, Bruno Adão Gomes da Silva. Em seguida, o vigilante sai do carro e eles caem no chão durante uma briga. Bruno chega a jogar a arma do militar na via.

Testemunhas afirmaram que a vítima fugiu do militar e tentou se esconder em uma base da Guarda Municipal, mas o PM entrou no local e atirou nele.

Segundo a família, Bruno perdeu a visão de um dos olhos, por causa do tiro que levou. Ele vai passar por uma cirurgia na noite deste sábado.

“Ele é casado, tem três filhos, estava indo jogar futebol e sem querer fechou o motorista no trânsito. O homem desorientado foi tentar pegar ele, tiveram uma luta corporal. Ele jogou a arma do motorista para outro lado e correu para a unidade, onde ele foi alvejado. Mas o meu sobrinho é trabalhador, ele é vigilante noturno, não tem nada na polícia dele”, disse Cintia Maria Arcanjo, tia da vítima.
As primeiras informações da PM eram de que a confusão aconteceu por conta de uma tentativa de roubo.

O que diz a Guarda Municipal
“Por volta das 14h deste sábado, um homem invadiu a Unidade de Segurança Preventiva (USP) da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) instalada na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na Pampulha. Quando o guarda municipal que estava de plantão no local iria abordar o desconhecido, um segundo homem invadiu a unidade, alegando ser um policial militar à paisana do Batalhão de Choque e que estava perseguindo o primeiro, por tentativa de roubo. O militar entrou então em luta corporal com o suposto foragido, dentro da unidade da Guarda Municipal. Um disparo da arma do militar atingiu o homem na testa. O SAMU foi acionado e encaminhou o desconhecido para o Pronto-Socorro do Hospital João XXIII.”

O que diz a Polícia Militar
“A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que o policial militar da ativa, de folga e à paisana, envolvido no REDS nº 2023-045849646-001, foi conduzido à Delegacia da Polícia Civil, por tratar-se de crime comum e não militar. Após ratificação da prisão em flagrante pelo crime de lesão corporal, o militar segue preso em uma unidade da corporação. A PMMG informa, ainda, que a Corregedoria da instituição acompanha o caso”.

 

‘Ele não gosta de pretas e gordas’, diz mulher sobre médico agressor em SP

Duas mulheres que trabalharam com o médico Bruno D’Angelo Cozzolino, flagrado em imagens de câmeras de segurança agredindo funcionários do prédio em que vive nos Jardins, em São Paulo, relatam que foram perseguidas, ofendidas, discriminadas e ameaçadas por ele no ano passado.

Segundo elas, D’Angelo as ofendeu com expressões como “vão tomar no cu”, “putinhas gordas”, “vadias gordas” e “hipopótamos”. “Ele não gostava de pessoas pretas e gordas”, afirmou Nayane. A reportagem entrou em contato com o médico por telefone, e-mail e WhatsApp, mas não obteve retorno. À TV Globo, a defesa do médico disse que não iria se manifestar.

O que dizem as vítimas

Nayane Jane Rodrigues de Queiroz e Joyce Nato Alves fizeram um boletim de ocorrência contra D’Angelo em outubro por injúria, calúnia e ameaça. Elas decidiram ir à polícia após uma série de ofensas contra ambas e uma tentativa de agressão contra Nayane, enquanto trabalhavam na recepção de um prédio onde o médico atendia em uma sala alugada para consultório, conforme relatam.

As ofensas e a tentativa de agressão ocorreram após as recepcionistas terem se negado a acionar a polícia, a pedido do médico. Ele teria sido ameaçado por um rapaz em uma rua próxima ao edifício.

Um dia ele chegou muito nervoso no prédio. Perguntei: ‘O que foi doutor?’. Ele me mandou chamar a polícia. Perguntei por qual motivo, e ele disse que uma pessoa na frente do prédio tentou agredi-lo. Era na calçada ao lado. Mas como ele não estava nas dependências do prédio, eu achei que não fazia sentido.Joyce Nato Alves, funcionária ofendida pelo médico

“Ele dizia que tínhamos a obrigação de chamar a polícia. Quando negamos, começou a gritaria”, relatam no BO. “Ele quebrou a câmera de identificação e começou a gritar ‘suas gordas, hipopótamos'”.

Irritado, o médico começou a caminhar em direção a Nayane para agredi-la. “Ele mandou a gente ‘tomar no cu’, ‘se foder’. Aí ele começou a bater no balcão… ‘Putinha gorda, vadia, vagabunda’. A Nayane saiu do balcão para pedir ajuda, e ele foi atrás dela. Aí o faxineiro disse: ‘não precisa disso’. [Ele ameaçou] ‘Você quer apanhar também?'”

“Nunca ouvimos relatos de ameaças de ninguém”, disse Joyce, sobre a suposta ameaça ao médico na rua. Segundo as funcionárias, garotos costumam pedir comida ao redor do prédio.

O funcionário da limpeza afirmou que chamaria a polícia. Nesse momento, D’Angelo passou a ofendê-lo e ameaçá-lo. “Eu vou dar um tiro na sua cara, seu negro faxineiro, safado, nojento”.

O médico também tentou agredir o funcionário, mas foi contido pelo gerente do edifício. Os funcionários acionaram a Polícia Militar, mas relatam que, quando a equipe chegou ao prédio, D’Angelo havia fugido. “Depois, ele ligou para o gerente e disse: ‘É a palavra de um médico contra a de vocês”’, afirma Joyce.

Racismo e perseguição

Joyce afirma que D’Angelo é violento, sobretudo com mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Já Nayane declarou que chegou a pensar que o comportamento do médico seria um “episódio de fúria isolado”. Contudo, passou a observar que fazia parte de um conjunto de ações racistas e preconceituosas.

Eu sou gorda, a Joyce é negra e gorda. Ele só trabalha com pacientes magras.

Nayane

“Ele não encostava nas coisas que a gente entregava.” Joyce e Nayane eram responsáveis pela entrega de correspondências aos locatários das salas.

As funcionárias do prédio afirmam que D’Angelo era racista e gordofóbico. “Quando ele fazia uma reclamação, dizia ‘a menina da noite’. Sou gorda e sou preta. Ele também chamou o faxineiro de ‘preto safado'”.

Nayane lembra que o médico encarava as funcionárias sempre que estavam sozinhas. “Ele evitava fazer isso na frente dos outros.”

Mulheres relatam crise de ansiedade após ofensas

Joyce relata que teve uma crise de ansiedade e medo de retornar à rotina de trabalho. Isso aconteceu um dia após a tentativa de agressão. “Quando cheguei na terça-feira, ele saiu pela lateral do prédio e voltou pela porta da frente. Eu estava sozinha na recepção. Ele passou pela catraca e ficou esperando o elevador com olhar de ódio. Avisei meu chefe, e ele me deixou ir embora.”

Eu tinha que abrir as portas para os visitantes passarem. Quando o Bruno ia passar, a sensação era de pavor. Eu abria a porta e ia para perto dos meninos do estacionamento. Era uma insegurança muito grande, porque a gente não sabia o que poderia acontecer.

Joyce

Após as ofensas, Joyce afirma que ficou sem dormir por dias. “A voz do Bruno ecoava na minha cabeça. Tinha medo de ficar no escuro, de sair na rua, ficava em alerta o tempo todo. Doeu porque a gente não merecia aquilo. Me senti dilacerada. Passar por tudo aquilo e continuar convivendo com ele foi horrível.”

Passado o episódio, ela conta que o médico debochava das funcionárias. “Ele passava na recepção rindo, encarando a gente. Como se a gente não fosse ninguém. Sofri muito dentro da minha casa, sozinha.”

Nayane afirma que toma remédios para ansiedade há dez meses. “Ele provocava a gente a distância, fazia gestos para dizer que estávamos loucas e nos chamando de gordas”, diz.

Pedi demissão por não conseguir mais lidar com isso. Psicologicamente não conseguia mais trabalhar lá. Ele encarava a gente todos os dias.

Nayane

Ela afirma que as ofensas desencadearam uma crise de autoestima. “Estou separada desde junho. Me olhava no espelho e questionava se ele tinha razão ou não. Foi muito difícil passar por esse processo.”

Quem é ele

Cozzolino se formou em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 2008, segundo informações do site de sua clínica. No mesmo portal, ele cita que é pós-graduado em dermatologia, medicina estética e medicina do esporte pela Fundação Souza Marques; pós-graduado em medicina legal pela USP; e pós-graduado em nutrologia pela Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).

Fundou em 2022 o Instituto D’Angelo, “para auxiliar pessoas a esculpirem seus corpos e assim fazerem deles a imagem impecável de sua saúde e a marca pela qual elas serão lembradas no mundo”, também conforme divulgado em seu site. 

Em 2021, a defesa do médico apresentou um relatório psiquiátrico que apontava que ele sofria de transtorno de humor bipolar, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo grave. O documento foi apresentado após uma mulher com quem ele manteve relacionamento prestar queixa à polícia e afirmar que já teria sido enforcada e levado socos, chutes, empurrões e puxões de cabelo.

A reportagem também entrou em contato com a advogada Samantha Di Carlo, que já representou o médico. Mas também não obteve retorno.

Chalé onde casal ficou hospedado em Monte Verde já foi usado por mais de 100 casais, diz polícia

Assessoria da Polícia Civil informou que além de alugar a propriedade, o dono do chalé teria se hospedado no local na última semana com a família.

O quarto do chalé onde um casal do interior de São Paulo foi encontrado morto neste fim de semana, em Monte Verde, já foi usado por mais de 100 casais, de acordo com a Polícia Civil.

O chalé fica nos fundos de uma residência na cidade. O proprietário oferece a hospedagem em plataformas online e as diárias nesta época chegam a R$ 500.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os registros da pousada constam que além de alugar para outras pessoas, o dono do chalé teria se hospedado no local na quarta-feira (21) com a família.

O caso
O casal foi encontrado morto no último sábado (24) dentro de um chalé em Monte Verde, no Sul de Minas. O dono do imóvel contou à Polícia Militar que percebeu o barulho da bomba de água do aquecedor da banheira ligado por mais tempo do que o comum.

Por isso, foi ao chalé de onde vinha o barulho e bateu na porta por diversas vezes, sem ser atendido. Em seguida ligou para os números de celulares informados pelo casal hospedado e não foi atendido.

Ainda de acordo com a nota da PM, o dono do estabelecimento pegou uma chave reserva e abriu o chalé, visualizando o casal caído no chão. Já a Polícia Civil informou que a mulher foi encontrada no chão e homem deitado na cama. A banheira estava cheia.

A bomba de água do aquecedor da banheira estava ligada quando o proprietário entrou no local. A informação consta em uma nota enviada pela Polícia Militar. A água do quarto era aquecida a gás.

Os corpos de Walther Reis Cleto Junior e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto não apresentavam sinais de violência. A família suspeita de intoxicação por monóxido de carbono.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a água utilizada no banheiro, hidromassagem e chuveiro do chalé é aquecida a gás.

A Polícia Civil também informou que a lareira foi acesa pelo casal, mas estava apagada quando o dono do chalé entrou no local. Ainda de acordo com a Civil, o aquecimento do ambiente é feito apenas com a lareira.

Investigação

A Polícia Civil ouviu o depoimento do dono do chalé nesta segunda-feira (26). O teor do depoimento não foi divulgado, porém, a polícia informou que será feito exame toxicológico.

O material foi encaminhado nesta segunda-feira para Belo Horizonte e o prazo é 10 dias.

A Polícia Civil também informou que apura as circunstâncias que envolveram o fato e aguarda a conclusão dos laudos periciais que vão atestar as circunstâncias e causa das mortes.

Chalé não faz parte de cadastro oficial
Segundo a assessoria de imprensa da Move, Agência de Desenvolvimento de Monte Verde, o estabelecimento não está cadastrado na lista de acomodações oficiais da entidade. A assessoria informou que o chalé “Aroma de Jasmim” é usado como casa de aluguel e não um meio de hospedagem.

“Não é irregular, ele alugou uma casa, ele alugou um chalé. Só que ele exerce a atividade dele como sendo um chalé de aluguel, que é a lei do inquilinato. Ele não é um meio de hospedagem, eles seguem outras diretrizes. Ele não está exercendo uma atividade irregular, ele não está exercendo uma função de prestação de serviço, ele está alugando um chalé”, explicou a presidente da Move, Rebecca Wagner.

Conforme a Move, todo meio de hospedagem precisar ter laudo do Corpo de Bombeiros, autorização da Vigilância Sanitária, CNJP, inscrição municipal e alvará de funcionamento. Além disso, precisam estar cadastrados no Ministério do Turismo (Cadastur). Além de recolher impostos municipais e federais, os meios de hospedagem geram empregos. O secretário de Turismo de Camanducaia, Bruno Alves, também confirmou que a hospedagem não tem CPNJ e nenhum cadastro junto aos órgãos oficiais.

Ainda de acordo com a Move, as casas de aluguel não possuem nenhuma dessas exigências, não existindo fiscalização ou regulamentação.

Por meio de nota, a agência informou que “reforça a orientação aos turistas para buscarem acomodações em estabelecimentos cadastrados nos órgãos reguladores, que exigem uma série de requisitos que garantem a segurança dos hóspedes”.

A Move conta atualmente com 33 estabelecimentos associados do ramo hoteleiro. A agência lamentou o ocorrido e se solidarizou com os familiares e amigos.

A Prefeitura de Camanducaia informou que o distrito de Monte Verde possui mais de 7 mil leitos de hospedagem, sendo que cerca de 95% deles têm lareira e sistema de aquecimento e nunca houve nenhum caso como o deste fim de semana. A administração também afirmou que intensificou a fiscalização e segue ajudando nas investigações.

A Polícia Civil informou que aguarda a conclusão do laudo para atestar as causas das mortes. O g1 procurou o proprietário, mas ele não quis se pronunciar sobre o ocorrido.

As mortes

Walther Reis Cleto Junior, de 51 anos, e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, de 49, chegaram ao Chalé Aroma de Jasmim, em Monte Verde, na tarde de sexta-feira (23) para passar o fim de semana. De acordo com o proprietário, a última vez que foram vistos com vida foi ainda na sexta, quando receberam um saco com lenha no quarto.

De acordo com o boletim de ocorrência, eles foram encontrados mortos pelo dono do chalé, no sábado pela manhã quando ele tentou entrar em contato, não conseguiu e entrou no quarto.

Segundo a Polícia Civil, o proprietário da pousada disse que o local não tinha alvará dos Bombeiros.

Namorada de jogador acusado por fraude o repreendeu após ele desabafar ao ser ameaçado com arma: ‘Você procurou isso sozinho’

Na conversa, a mulher ainda disse que o atleta teria ‘acabado com tudo por achar que dinheiro fácil é melhor que batalhar por ele’. Romário é réu por aceitar ou pedir propina duas vezes pra alterar o resultado do jogo.

Prints mostram parte de conversa entre o ex-jogador do Vila Nova, Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como ‘Romário’, com a namorada após ele receber ameaças para continuar com a suposta fraude em resultados de jogos (veja diálogo abaixo). Em resposta, a mulher teria dito já tê-lo avisado sobre a situação.

“Os caras me ameaçaram e me mandaram vídeo de arma falando que se eu não trabalhar para eles até abril eles vão me matar”, disse Romário à namorada.
“Marcos, você procurou isso sozinho. Eu te avisei. Você acabou com tudo porque acha que dinheiro fácil é melhor do que batalhar para ter”, respondeu a mulher.

O jogador está entre os acusados pelo MPGO por aceitar ou pedir propina duas vezes pra alterar o resultado do jogo. Ao g1, a defesa do atleta, representada pelo advogado Odair de Meneses, informou que o jogador não foi denunciado por crime de associação ou organização criminosa e que a inocência dele “será provada no curso do processo” (veja nota completa ao final da reportagem).

Na conversa realizada com o contato identificado como ‘amor’ no celular do atleta, o jogador detalha que estaria devendo um valor de R$ 500 mil.

“Eu não quero trabalhar, então está me ameaçando todo dia. Então prefiro ficar só do que fazer algo com vocês e ficar fazendo o que eles me pedem no jogo até pagar os R$ 500 mil”, disse o jogador.
Dias depois, a mulher conta para o jogador que uma tia dela havia ligado para ela para contar que um homem estaria falando do fato do atleta estar envolvido no esquema para uma outra pessoa.

“[Estava falando] que você estava mexendo com esquema de jogo e tudo. Quando falou que você namorava comigo o cara pediu o endereço lá de casa”, escreveu a mulher.

Atuação em núcleos
Segundo o MP, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos – como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time. Diante dos resultados previamente combinados, os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas.

Segundo o Ministério Público, o esquema era dividido em quatro núcleos: de apostadores, financiadores, intermediadores e administrativo. Bruno Lopez, segundo a denúncia do órgão, era o líder do núcleo de apostadores.

Os núcleos funcionavam da seguinte forma: o “Núcleo Apostadores” era formado por responsáveis por contatar e aliciar jogadores para participação no esquema delitivo. Eles também faziam pagamentos aos jogadores e promoviam apostas nos sites esportivos.

Também havia o “Núcleo Financiadores”. Eles eram os responsáveis por assegurar a existência de verbas para o pagamento dos jogadores aliciados e também nas apostas manipuladas.

Além disso, havia o “Núcleo Intermediadores”, estes eram responsáveis por indicar contatos e facilitar a aproximação entre apostadores e atletas aptos a promoverem a manipulação dos eventos esportivos.

Também havia o “Núcleo Administrativo”, que era responsável por fazer as transferências financeiras a integrantes da organização criminosa e também em benefício de jogadores cooptados.

Como a operação começou
A Operação Penalidade Máxima já fez buscas e apreensões nos endereços dos envolvidos. As investigações começaram no final de 2022, quando o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Romário recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os outros R$ 140 mil após a partida, com o pênalti cometido. À época, o presidente do Vila Nova-GO, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar, investigou o caso e entregou as provas ao MP-GO.

Nota da defesa de Marcus Vinicius Alves, conhecido como Romário:
A defesa do atleta Marcos Vinicius Alves Barreira, vulgo “Romarinho”, com referência às acusações contidas e veiculadas na operação “penalidade máxima”, vem informar que a investigação criminal envolvendo o atleta já foi concluída pelo Ministério Público do Estado de Goiás e encaminhada ao Poder Judiciário, com o oferecimento de denúncia por suposta infração ao art. 41-D da Lei nº 10.671/03(Estatuto de Torcedor), cuja defesa já apresentou respota à acusaçãp, estando o processo aguardando a manifestação dos demais corréus para designação de audiência de instrução. Destacando que o mesmo não foi denunciado por crime de associação ou organização criminosa. Cuja inocência será provada no curso do processo. Não tendo o atleta firmado acordo de delação premiada ou de não persecução penal com o Ministério Público.