Justiça torna réu casal suspeito de matar jovens degolados no interior de SP

Jimmy Pereira da Silva, de 21 anos, e Caroline Batista Froes, de 22, foram encontrados mortos sem as roupas, enrolados em lençol e escondidos por colchão. Crime foi registrado em novembro de 2023, em Birigui (SP).

A Justiça tornou réu o casal preso por matar dois jovens que foram encontrados nus, degolados e enrolados em um lençol. O crime aconteceu em novembro de 2023, em Birigui, interior de São Paulo.

Conforme o Tribunal de Justiça (TJ), Washington Elias Reliquias de Souza Sarmento, de 29 anos, e Kathlen da Silva Ferreira, de 24, foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Conforme apurado pelo g1, Washington Elias Relíquias de Souza Sarmento está preso preventivamente em Penápolis (SP), enquanto Kathlen da Silva Ferreira foi levada para Lavínia (SP).

O crime

As vítimas Caroline Batista Froes e Jimmy Pereira da Silva, de 22 e 21 anos, foram achadas mortas na casa dos presos, em 23 de novembro, um dia após o crime. Elas estavam degoladas e sem roupas, enroladas em um lençol e escondidas por um colchão.

A polícia foi acionada pela irmã de um dos presos, que confessou o crime por telefone.

Segundo a polícia, o corpo da mulher apresentava um corte profundo no pescoço e vestígios de secreção no órgão genital. Já o corpo do homem, por sua vez, tinha sinais de facadas no peito e também um corte profundo no pescoço.

Ambos estavam com toalhas enroladas no pescoço e nus. Na casa, a polícia encontrou roupas sujas de sangue em um saco de lixo, além de documentos de dois moradores, Washington e Kathlen, que foram apontados como principais suspeitos.

A mulher foi presa no dia 27 de novembro. Ela relatou à Polícia Civil que fugiu para o Paraguai com o companheiro, Washington, logo após o crime. Contudo, negou ser autora das facadas, afirmou que desistiu da fuga e voltou para Birigui, onde foi presa.

Ainda à polícia, Kathlen informou que Jimmy, uma das vítimas, tentou abusar sexualmente dela, por isso foi degolado por Washington. A outra jovem foi morta por ele ao tentar ligar para a polícia.

Já Washington foi preso no Paraguai, no dia 1º de dezembro, durante o cumprimento de um mandado de prisão temporária.

A polícia suspeita que os jovens e os assassinos usavam drogas antes do crime. As vítimas não possuíam antecedentes criminais.

Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Araçatuba (SP), onde passaram por exames necroscópicos e toxicológicos. A Polícia Civil aguarda os resultados de laudos complementares para concluir a investigação do caso.

Kat Torres, a ex-modelo e influencer brasileira condenada por tráfico humano e escravidão

Mulheres contam como foram traficadas e escravizadas pela ex-modelo e influenciadora, recém-condenada a 8 anos de prisão; BBC entrevista Kat dentro de presídio em Bangu.

Quando duas jovens brasileiras foram consideradas desaparecidas em setembro de 2022, suas famílias e o FBI (polícia federal dos EUA) iniciaram uma busca desesperada para encontrá-las.

Tudo o que sabiam era que elas estavam morando com a influenciadora brasileira Kat Torres nos EUA.

Em 28 de junho de 2024, Kat foi condenada a oito anos de prisão por submeter uma dessas mulheres a tráfico humano e condições análogas à escravidão.

Uma investigação sobre acusações de outras mulheres contra Kat está em curso no Brasil.

O tema é objeto do documentário “Do like ao cativeiro: ascensão e queda de uma guru do Instagram”, publicado no canal da BBC News Brasil no YouTube.

“Para mim ela era uma pessoa de confiança que entendia a minha dor, entendia o que eu estava passando”, diz Ana ao descrever o início de sua relação com Kat após conhecê-la pelo Instagram, em 2017.

Ana não era uma das mulheres desaparecidas que motivaram a busca do FBI – mas também foi vítima da coerção de Kat e foi fundamental no resgate dessas mulheres.

Ela diz que se sentiu atraída pela trajetória de Torres, da infância numa favela em Belém até as passarelas internacionais e as festas com celebridades de Hollywood.

“Ela dizia que já tinha superado vários relacionamentos abusivos e era justamente isso que eu tava buscando”, disse Ana a uma equipe da BBC Eye Investigations e da BBC News Brasil.

Ana estava numa situação vulnerável. Ela diz que teve uma infância violenta, mudou-se sozinha do sul do Brasil para os EUA e já enfrentou um relacionamento abusivo.

Kat Torres havia publicado recentemente o livro autobiográfico A Voz, no qual afirma poder fazer previsões e ter poderes espirituais, e já havia aparecido em programas de TV no Brasil.

“Ela estava em capas de revistas, ela foi vista com pessoas famosas como Leonardo DiCaprio, tudo o que eu vi parecia confiável”, diz ela.

Ana diz que ficou especialmente atraída pela abordagem de Torres sobre espiritualidade.

O que Ana não sabia é que a história inspiradora que Kat contava se baseava em meias verdades e mentiras.

O ator e escritor Luzer Twersky, que dividiu um apartamento com Kat em Nova York, nos contou que a brasileira mudou após frequentar círculos de ayahuasca com amigos em Hollywood.

Originária da Amazônia, a ayahuasca é uma bebida psicodélica considerada sagrada por algumas religiões e povos indígenas.

“Foi quando ela começou a perder o controle”, diz ele.

Twersky disse que também acreditava que Kat estava trabalhando como sugar baby, recebendo dinheiro por envolvimentos amorosos com homens ricos e poderosos – e que bancavam o apartamento que ele dividia com a amiga.

O site de Kat tinha um serviço de assinatura e prometia aos clientes “amor, dinheiro e autoestima com que você sempre sonhou”.

Vídeos dela ofereciam conselhos sobre relacionamentos, bem-estar, sucesso nos negócios e espiritualidade – incluindo hipnose, meditação e programas de exercícios.

Por US$ 150 adicionais (R$ 817), os clientes podiam agendar consultas em vídeo individuais com Kat, com as quais ela dizia ser capaz de resolver qualquer problema.

Amanda, outra ex-cliente, diz que Kat a fez se sentir especial.

“Todas as minhas dúvidas, meus questionamentos, minhas decisões: sempre levava primeiro para ela, para que pudéssemos tomar decisões juntas”, diz Amanda.

Mas os conselhos de Kat podiam levar a mudanças radicais.

Ana, Amanda e outras ex-seguidoras dizem que se viram cada vez mais isoladas psicologicamente de amigos e familiares e dispostas a fazer qualquer coisa que Kat sugerisse.

Quando Kat pediu a Ana em 2019 que se mudasse para a casa dela em Nova York para trabalhar como sua assistente, ela concordou.

Ela estava cursando uma faculdade de Nutrição em Boston, mas, em vez disso, decidiu fazer as aulas virtualmente e diz que aceitou uma oferta para cuidar dos pets de Kat, cozinhar, lavar e limpar por cerca de US$ 2.000 (R$ 10.900) por mês.

Ao chegar ao apartamento de Kat, porém, ela logo percebeu que as condições não correspondiam à perfeição exibida no Instagram.

“Foi chocante porque a casa estava muito bagunçada, muito suja, não cheirava bem”, diz ela.

Ana diz que Kat parecia incapaz de fazer até mesmo as coisas mais básicas, como tomar banho, sozinha, porque não suportava ficar sem a companhia de alguém.

Ela diz que tinha de estar constantemente à disposição de Kat e só podia dormir algumas horas por vez num sofá sujo com urina de gato.

Ela diz que, às vezes, se escondia na academia do prédio para dormir no colchonete de exercícios.

“Agora vejo que ela estava me usando como uma escrava”, diz Ana.

Ela diz ainda que nunca foi paga.

“Senti como se estivesse presa”, diz ela. “Provavelmente fui uma das primeiras vítimas de tráfico humano da Kat.”

Ana havia desistido de sua acomodação universitária em Boston, então não tinha para onde voltar e não tinha renda para pagar por uma moradia alternativa.

Ana conta que Kat, ao ser confrontada, ficou agressiva, o que fez Ana relembrar períodos em que viveu violência doméstica.

Depois de três meses, Ana encontrou uma maneira de escapar e foi morar com um novo namorado.

Mas esse não foi o fim da participação de Ana na vida de Kat.

Quando as famílias de outras duas jovens brasileiras relataram seu desaparecimento em setembro de 2022, Ana sabia que precisava agir.

Naquele momento, Kat estava casada com um homem chamado Zach, um jovem de 21 anos que ela conheceu na Califórnia, e eles moravam numa casa alugada de cinco quartos nos subúrbios de Austin, no Texas.

Repetindo o padrão usado com Ana, Kat tinha como alvo suas seguidoras mais dedicadas, tentando recrutá-las para trabalharem para ela.

Em troca, ela prometeu ajudá-las a realizar seus sonhos, se valendo de informações pessoais íntimas que haviam compartilhado com ela durante suas sessões de coaching.

Desirrê Freitas, uma brasileira que morava na Alemanha, e a brasileira Letícia Maia – as duas mulheres cujo desaparecimento motivou a operação liderada pelo FBI – mudaram-se para morar com Kat.

Outra brasileira, que chamamos de Sol, também foi recrutada.

Kat apresentou nas redes sociais o que chamou de seu “clã de bruxas”.

A BBC descobriu que pelo menos mais quatro mulheres foram quase convencidas a se mudar para a casa de Kat, mas desistiram.

Algumas das mulheres entrevistadas estavam receosas de aparecer num documentário da BBC, temendo receber agressões on-line e ainda traumatizadas por suas experiências.

Mas conseguimos verificar seus relatos usando documentos judiciais, mensagens de texto, extratos bancários e um livro de Desirrê sobre suas experiências, @Searching Desirrê, publicado pela DISRUPTalks (2023).

Desirrê conta que, no caso dela, Kat lhe comprou uma passagem de avião para que deixasse a Alemanha e fosse encontrá-la, citando pensamentos suicidas e pedindo ajuda.

Kat também é acusada de convencer Letícia, que tinha 14 anos quando iniciou sessões de coaching com ela, a se mudar para os EUA para um programa de au pair (babá que mora na residência da família atendida) e depois morar e trabalhar com ela.

Quanto a Sol, ela diz que concordou em ir morar com Kat depois de ficar sem teto e que foi contratada para fazer leituras de tarô e dar aulas de ioga.

Mas não demorou muito para que as mulheres descobrissem que a realidade era muito diferente do conto de fadas que lhes tinha sido prometido.

Em poucas semanas, Desirrê diz que Kat a pressionou a trabalhar em um clube de strip e disse que, se não obedecesse, teria que devolver todo o dinheiro gasto com ela em passagens aéreas, hospedagem, móveis para seu quarto e até mesmo rituais de “bruxaria” feitos por Kat.

Desirrê diz que, além de não ter esse dinheiro, também acreditava na época nos poderes espirituais que Kat dizia ter. Por isso, quando Kat ameaçou amaldiçoá-la por não seguir suas ordens, ela ficou apavorada.

A contragosto, Desirrê então concordou em trabalhar como stripper.

Um gerente do clube de strip-tease, James, disse à BBC que ela trabalhava muitas horas por dia, sete dias por semana.

Desirrê e Sol dizem que as mulheres na casa de Kat em Austin eram submetidas a regras rígidas.

Elas afirmam que foram proibidas de falar entre si, precisavam da permissão de Kat para sair de seus quartos – até mesmo para usar o banheiro – e foram obrigadas a entregar todo o dinheiro que recebiam.

“Era muito difícil sair da situação porque ela ficava com nosso dinheiro”, disse Sol à BBC.

“Foi assustador. Achei que algo poderia acontecer comigo porque ela tinha todas as minhas informações, meu passaporte, minha carteira de motorista.”

Mas Sol diz que percebeu que precisava fugir depois de ouvir um telefonema no qual Kat dizia a outra cliente que ela deveria trabalhar como prostituta no Brasil como “castigo”.

Sol conseguiu sair com a ajuda de um ex-namorado.

Enquanto isso, as armas que o marido de Kat mantinha em casa começaram a aparecer regularmente em posts no Instagram e se tornaram uma fonte de medo para as mulheres.

Nessa época, Desirrê conta que Kat tentou convencê-la a trocar o clube de strip-tease pelo trabalho como prostituta. Ela diz que recusou e, no dia seguinte, Kat a levou de surpresa para um campo de tiro.

Assustada, Desirrê diz que acabou cedendo à exigência de Kat.

“Muitas perguntas me assombravam: ‘Será que eu poderia parar quando quisesse?'”, escreve Desirrê em seu livro.

“E se a camisinha estourasse, eu pegaria alguma doença? Poderia [o cliente] ser um policial disfarçado e me prender? E se ele me matasse?”

Se as mulheres não cumprissem as metas de dinheiro estabelecidas por Kat, que subiram de US$ 1 mil dólares (R$ 5,45 mil) para US$ 3 mil (R$ 16,35 mil) por dia, não eram autorizadas a voltar para casa naquela noite, dizem.

“Acabei dormindo várias vezes na rua porque não consegui bater a meta”, diz Desirrê.

Extratos bancários obtidos pela BBC mostram que Desirrê transferiu mais de US$ 21.000 (R$ 114,5 mil) para a conta de Kat somente em junho e julho de 2022.

Ela diz que foi forçada a entregar uma quantia ainda maior em dinheiro.

A prostituição é ilegal no Texas, e Desirrê diz que Kat ameaçou denunciá-la à polícia quando ela cogitou parar.

Em setembro, amigos e familiares de Desirrê e Letícia no Brasil criaram campanhas nas redes sociais para encontrá-las depois de meses sem contato com as duas.

Nesta altura, elas estavam quase irreconhecíveis. Seus cabelos castanhos foram tingidos de loiro platinado para combinar com os de Kat.

Desirrê afirma que, nesse período, todos seus contatos telefônicos foram bloqueados e que ela obedeceu às ordens de Kat sem questionar.

À medida que a página do Instagram @SearchingDesirrê ganhava força, a história chegou ao noticiário no Brasil.

Os amigos de Desirrê temiam que ela tivesse sido assassinada, e a família de Letícia fez apelos desesperados para que as duas voltassem para casa.

Ana, que morou com Kat em 2019, disse que ficou alarmada assim que viu as notícias. Ela diz ter logo percebido que Kat “estava retendo outras meninas”.

Junto com outras ex-clientes, Ana começou a contatar o maior número possível de agências de segurança, incluindo o FBI, na tentativa de prender a influenciadora.

Cinco meses antes, ela e Sol haviam denunciado Torres à polícia dos EUA – mas dizem que não foram levadas a sério.

Num vídeo que gravou na época como prova e partilhado com a BBC, ouve-se Ana dizendo, em inglês: “Esta pessoa é muito perigosa e já ameaçou me matar”.

Em seguida, foram encontrados perfis das mulheres desaparecidas em sites de acompanhantes e prostituição. As suspeitas de exploração sexual, que circulavam nas redes sociais, pareciam se confirmar.

Em pânico com a atenção da mídia, Kat e as mulheres viajaram mais de 3 mil quilômetros do Texas até o Estado de Maine.

Em vídeos no Instagram, Desirrê e Letícia negaram estar ali contra sua vontade e exigiram que as pessoas parassem de procurá-las.

Mas uma gravação obtida pela BBC indica o que realmente estava acontecendo naquele momento.

A polícia nos EUA monitorava o grupo, e um policial conseguiu entrar em contato com Kat por videochamada para avaliar a situação das mulheres.

Pouco antes do início da conversa, Kat diz no vídeo:

“Ele vai começar a fazer perguntas. Gente, eles são truqueiros. Ele é um detetive, muito cuidado. Pelo amor de Deus, vou te chutar se alguém disser alguma coisa. Eu vou dar um grito.”

Em novembro de 2022, a polícia convenceu Kat e as outras duas mulheres a comparecerem pessoalmente a uma delegacia no Condado de Franklin, no Maine.

O policial que interrogou Kat, Desirrê e Letícia – o detetive David Davol – disse à BBC que ele e seus colegas ficaram preocupados após notarem uma série de sinais, como desconfiança das mulheres em relação aos policiais, seu isolamento e relutância em falar sem a permissão de Kat.

“Traficantes de pessoas nem sempre são como nos filmes, onde você tem uma gangue que sequestra pessoas. É muito mais comum que seja alguém em quem você confia.”

Em dezembro de 2022, as duas mulheres haviam retornado em segurança ao Brasil.

Segundo a ONU, o tráfico de pessoas é um dos crimes que mais crescem no mundo, gerando cerca de US$ 150 bilhões (R$ 817 bilhões) em lucros por ano no mundo.

Ele acredita que as redes sociais oferecem uma plataforma para que traficantes encontrem e seduzam vítimas.

Em abril deste ano, nossa equipe recebeu uma permissão judicial para entrevistar Kat na prisão – a primeira entrevista presencial que ela concede desde que foi presa.

Naquela época, Kat ainda aguardava o resultado de um julgamento relacionado ao caso de Desirrê.

Sorrindo, Kat se aproximou de nós com uma atitude calma e serena.

Ela se disse completamente inocente, negando que qualquer mulher tivesse vivido com ela ou que ela tivesse forçado alguém a se prostituir.

“Eu tive crises e mais crises de riso com tanta mentira que eu escutei. Todo mundo na sala podia ver que as testemunhas estavam mentindo”, afirmou..

“As pessoas me chamam de guru falsa, mas ao mesmo tempo elas falam: ela é muito perigosa. Cuidado com ela, porque ela pode mudar o que as pessoas pensam.”

Quando a confrontamos com as provas que tínhamos visto, ela ficou mais hostil, acusando-nos de também mentir.

“Você pode me ver como Katiuscia, você pode me ver como Kat, você pode me ver como Deus, você pode ver como o que você quiser ver. E você pode pegar o meu conselho ou não, é um problema, uma escolha toda sua”, afirmou.

Ao se levantar para voltar para sua cela, ela sugeriu que logo descobriríamos se ela tinha poderes ou não. Depois apontou para mim e disse: “Eu não gostei dela”.

Em 28 de junho, Kat foi condenada pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a oito anos de prisão por submeter Desirrê a tráfico humano e condições análogas à escravidão.

O juiz concluiu que Kat atraiu a jovem para os EUA para fins de exploração sexual.

Mais de 20 mulheres relataram terem sido enganadas ou exploradas por Kat – muitas das quais compartilharam suas experiências com a BBC.

Algumas ainda estão em tratamento psiquiátrico para se recuperarem do que dizem ter experimentado em suas relações com Kat.

O advogado de Kat, Rodrigo Menezes, disse à BBC que recorreu da condenação e insiste que ela é inocente.

Uma investigação baseada em denúncias de outras mulheres contra Kat está em curso no Brasil.

Ana acredita que ainda mais vítimas poderão se apresentar, assim que lerem sobre os crimes de Kat. Esta foi a primeira vez que Ana falou publicamente.

Ela diz que seu objetivo é fazer com que pessoas reconheçam que as ações de Kat constituem um crime grave e não um “drama de Instagram”.

Nas páginas finais de seu livro, Desirrê também reflete sobre suas experiências.

“Ainda não estou totalmente recuperada, tive um ano desafiador. Fui explorada sexualmente, escravizada e presa. Espero que minha história sirva de alerta.”

Suspeito de matar companheira e fazer chamada de vídeo com corpo estava em liberdade condicional em Franca, SP

Kaio Ignácio da Rocha, de 27 anos, respondia em liberdade por um crime de roubo desde outubro de 2023. À polícia, homem confessou ter matado e carbonizado jovem de 24 anos.

O homem preso suspeito de matar a companheira Sara Cristina Candeias Carvalho, de 24 anos, encontrada morta carbonizada dentro da casa onde vivia em Franca (SP), estava em liberdade condicional quando o crime aconteceu, na manhã da última quarta-feira (21).

De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Kaio Ignácio da Rocha, de 27 anos, respondia em liberdade por um crime de roubo desde o dia 28 de outubro de 2023.

Nesta segunda-feira (26), Walter Portela de Carvalho, pai de Sara, prestou depoimento na Delegacia Investigações Gerais (DIG). De acordo com ele, a filha e o genro viviam um relacionamento conturbado e brigas entre o casal eram frequentes.

O corpo de Sara foi encontrado queimado entre dois colchões no bairro Jardim Aeroporto II. Uma ex-namorada do suspeito foi quem avisou a polícia sobre o crime depois de receber videochamada onde o homem teria mostrado o corpo da vítima carbonizado.

Rocha passou por audiência de custódia neste sábado (24) e permanece preso na cadeia de Franca.

Liberdade condicional

Em 2021, Kaio foi preso em flagrante após praticar um roubo a uma farmácia de Franca. Na ocasião, de acordo com a ocorrência, o homem teria invadido o local armado com uma faca e chegou a entrar em luta corporal com um funcionário da unidade.

Após o flagrante, o homem foi condenado a 5 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto. O início da pena foi cumprido no Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis, até que, em 2022, durante uma revista ao voltar do trabalho, Rocha foi pego com sinais de embriaguez.

Um procedimento interno foi instaurado para apurar a falta considerada grave no âmbito do regime semiaberto. Em agosto do mesmo ano a apuração concluiu que ele estava embriagado e foi determinado que Kaio cumprisse o restante da pena em regime fechado.

Encaminhado a uma penitenciária em Marília (SP), a previsão era de que ele permanecesse preso até 2026, mas, em agosto de 2023, a defesa do detento entrou com um pedido para que ele conseguisse o livramento condicional. Neste período, ele já havia cumprido 44% da pena preso.

O Ministério Público pediu à Justiça que determinasse o exame criminológico dele, para que as condições psicológicas e o comportamento do preso fossem analisadas por psicólogos e assistentes sociais.

Apesar do pedido do MP, a Justiça não determinou o exame e por meio de um atestado de bom comportamento, emitido pela direção da penitenciária de Marília, Kaio conseguiu a condicional e retornou às ruas em outubro de 2023.

Tentativa de femincídio
No dia 6 de janeiro deste ano, uma ocorrência de tentativa de feminicídio foi registrada envolvendo Kaio e Sara no mesmo endereço onde a vítima foi encontrada morta pouco mais de um mês depois.

Na ocasião, a mulher ficou ferida após ser agredida pelo companheiro com golpes de faca e martelo. O homem ainda tentou enforcar a vítima, de acordo com a polícia.

Uma irmã do suspeito chegou a flagrar a vítima sendo agredida com marteladas enquanto estava desmaiada. Uma faca, uma talhadeira e um martelo foram apreendidos.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública (SSP), o boletim de ocorrência do casos foi registrado, mas a vítima não compareceu à unidade policial para representação criminal, pois convivia com o autor.

Chamada de vídeo com o corpo
Na manhã de quarta-feira (21), um vizinho viu uma fumaça escura saindo da casa do casal, localizada na Rua Hercílio Rosa de Azevedo, no bairro Jardim Aeroporto II. Cerca de duas horas depois, a polícia arrombou o portão e encontrou Sara.

“Umas 10h50 eu saí pra buscar minha menina e vi o policial chegando e arrombando o portão. Na hora que ele abriu o portão, eu vi aquela cena. Uma tragédia anunciada”, aponta o técnico de informática Cleber Alexandre da Silva.

A polícia foi chamada por uma ex-namorada de Kaio. De acordo com a PM, a mulher contou que recebeu uma videochamada dele mostrando o corpo da vítima e assumindo o crime.

O homem fugiu da casa onde a jovem foi encontrada antes da chegada dos agentes.

Homicídio qualificado e feminicídio
Na tarde da última sexta-feira (23), Kaio se entregou à Polícia Civil. De acordo com delegado Márcio Murari, ele confessou o crime e alegou ter brigado com Sara na noite anterior após ambos terem consumido bebidas alcoólicas e drogas.

Ao delegado, Kaio também afirmou que apertou o pescoço da companheira com a intenção de fazê-la desmaiar, mas que ela acabou morrendo.

Ao ver que a mulher tinha morrido, o suspeito teria colocado um colchão sobre o corpo e ateado fogo, antes de fugir.

Kaio foi indiciado por homicídio qualificado e feminicídio.

 

 

Fuga em Mossoró: policiais intensificam buscas de fugitivos em cidade na divisa com o Ceará

Esse é o sexto dia da operação de buscas que mobiliza 500 homens das forças de segurança.

As forças de segurança intensificaram as buscas por Rogério Mendonça e Deibson Nascimento – fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró – na região de Baraúna, cidade na divisa com o Ceará. Esta segunda-feira (19) é o sexto dia de buscas.

A fuga aconteceu na última quarta-feira e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006.

As buscas acontecem em uma área de mata na zona rural. Em visita a Mossoró neste domingo (18), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, alegou que a complexidade do terreno é um ponto de dificuldade para os trabalhos. Também afirmou que não há prazo para a captura dos presos.

“O terreno é complexo, coberto por mata, em uma zona rural e com uma área extensa. Além de ter rodovias, existem vias e pequenas estradas. O local tem casas esparsas. É um trabalho de busca complexo.”
A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 500 homens das forças de segurança estaduais e federal.

No fim da tarde de domingo (18), houve uma intensa movimentação de policiais, inclusive com uso do helicóptero, em uma propriedade privada em Baraúna, mas nada foi encontrado.

Os criminosos foram vistos pela última vez na noite de sexta-feira (16) quando invadiram uma casa, fizeram os moradores reféns, jantaram e fugiram levando dois celulares, comida e água.

Pistas
Na quarta-feira (14) – mesmo dia da fuga – uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.

A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira (15) objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.

A Polícia Federal recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.

Já na sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.

Na noite de sexta os fugitivos invadiram uma casa na zonra rural, fizeram os moradores reféns, comeram, beberam água e roubaram dois celulares.

Buraco usado para fuga
Uma imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).

As investigações apontam que eles teriam usados barras de ferro para “rasgar” a parede.

Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Rogério da Silva Mendonça é acusado de assaltos no Acre. Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.

Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.

Justiça decide que acusado de matar mulher em hotel de Piracicaba vai a júri popular

Corpo de Laise Vieira de Andrade, de 33 anos, foi encontrada no quarto onde estava hospedada com Marcelo Maciel, em novembro de 2022. Ele foi preso três dias depois.

A Justiça de Piracicaba (SP) decidiu que Marcelo Maciel, acusado de matar Laise Vieira de Andrade, de 33, anos, em um quarto de hotel da cidade, vai ser levado a júri popular. Ele responde pelo crime na prisão e a defesa informou que vai recorrer contra a pronúncia.

O crime ocorreu em 29 de novembro de 2022. De acordo com funcionários, o casal iniciou a hospedagem no hotel em 17 de novembro e prorrogou a estadia por algumas vezes sob justificativa de que a casa deles estava em obra.

Câmeras de segurança às quais a polícia teve acesso mostram o homem de saída, no térreo do hotel. Segundo relatos à Polícia Civil, ele afirmou a funcionários do estabelecimento que Laise estava descansando e não era para incomodá-la.

Após deixar a hospedagem, imagens de outra câmera mostram ele correndo por uma rua nas imediações.

A vítima foi encontrada no quarto, já sem vida, com sinais de asfixia. De acordo com relato dos policiais civis que localizaram o corpo, o cômodo estava bastante bagunçado e o interfone estava com os fios cortados.

De acordo com a Polícia Civil, após sair do hotel, Maciel foi ao escritório de seu advogado, onde assumiu o crime, e depois fugiu.

O advogado ligou para a delegada Olívia dos Santos Fonseca, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, e informou sobre a confissão.

A prisão
O suspeito foi preso três dias depois. Segundo o cabo Padron, da Força Tática da Polícia Militar, ele ficou escondido em uma casa abandonada e sem móveis, dormindo em um colchão, até decidir se entregar.

“Chegou a informação pra gente de que ele estava disposto a se colocar à disposição da Justiça, porém, queria que a Polícia Militar fosse fazer a captura. Com base nesses dados, nós levantamos o endereço onde ele poderia estar, fomos até lá, conseguimos localizá-lo, dar ciência que havia um mandado de prisão em desfavor dele e efetuar a prisão”, explicou.

De acordo com o militar, o homem afirmou que cometeu o crime por causa de um desentendimento que teve com a vítima e decidiu se entregar por acreditar que seria localizado pela polícia.

“Ele viu que não tinha saída, viu que tinha toda a polícia atrás dele e ele ia ser preso uma hora ou outra e resolveu fazer contato com essa pessoa que entrou em contato com a gente, e a gente juntou as informações dessa pessoa com o dos sistemas de inteligência da Polícia Militar, conseguimos localizar a residência, fomos lá e fizemos a prisão”.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por homicídio qualificado. A data júri ainda não foi definida.

O que dizem os advogados do caso
Advogado de defesa de Maciel, José Silvestre da Silva afirma que ele admite o crime, está arrependido e alega que foi extorquido pela vítima. Também diz que o desentendimento não foi conjugal, como afirmado pela polícia, mas por causa das supostas extorsões.

“O que nós pretendemos é até que se instaurasse um incidente para que uma junta de psiquiatras pudesse dizer até que ponto essas ameaças influenciaram no homicídio”, acrescenta.

Os advogados Rita de Cássia Barbuio, José Roberto Pereira e Natália de Paula Medeiros, que são assistentes de acusação e representam a família de Laise no caso, ressaltaram que foi comprovado que o caso se trata de homicídio e que foi identificado o autor. Também afirmaram que a vítima foi “cruelmente morta”.

Ainda relataram que antes dos fatos, a vítima já havia solicitado medida protetiva diante da violência do acusado e que os argumentos apresentados em sua defesa não foram provados durante o andamento do processo.

Medida protetiva
A Polícia Civil localizou um boletim de ocorrência de ameaça registrado pela vítima em 2022, quando ela solicitou medidas protetivas de urgência.

No entanto, também conforme o boletim de ocorrência, a medida protetiva foi revogada pela Justiça após informação da Ronda Patrulha Maria da Penha de que o casal estava mantendo contato por livre e espontânea vontade de ambos.

Jovem de 18 anos é baleada pelo próprio pai no DF

Crime ocorreu em Taguatinga; homem atirou 5 vezes contra carro e 3 tiros atingiram adolescente. Segundo bombeiros, vítima estava consciente no momento do socorro.

Uma jovem, de 18 anos, foi baleada pelo próprio pai, nesta quinta-feira (5), em Taguatinga Sul, no Distrito Federal. Os disparos ocorreram por volta das 12h, quando a jovem entrava no carro da família.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o homem atirou cinco vezes contra o veículo. e a filha foi atingida por três disparos. Segundo os bombeiros, ela estava consciente e foi levada pelo Samu ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

A mãe da vítima disse à polícia que a jovem passou por cirurgia no HRT. O irmão dela, de 20 anos, e a namorada dele, de 19 anos, também estavam no veículo, mas não foram atingidos.

O autor dos disparos é Geraldo Jorge de Oliveira, de 48 anos. Depois de atingir a filha, ele fugiu. Conforme a polícia, o homem tem passagens criminais por roubo, furto e tráfico de drogas. Até a publicação desta reportagem ele permanecia foragido.

Em depoimento, a mãe contou à polícia que o homem passou a semana ingerindo bebida alcoólica e usando cocaína dentro de casa. A mulher afirmou que o marido a ameaça.

A namorada do filho do casal contou que as brigas são frequentes entre a família e que, nesta quinta-feira (5), o suspeito tinha discutido com a esposa e a filha e ameaçado as duas de morte. Depois de uma discussão, a mãe saiu de casa e o marido a seguiu.

Os filhos resolveram ir para outro local e, no momento que estavam entrando no carro, o pai voltou armado. De acordo com a namorada do filho, depois de disparar contra a filha, o homem disse que “a culpa é da sua mãe”.

A mãe tem registro de Colecionador, Atirador e Caçador – CAC – e tem duas armas em casa trancadas em um cofre. Segundo a mulher, Geraldo não tem acesso às armas. A 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) investiga o caso.

Armas apreendidas na casa da família
Na semana passada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) esteve no endereço da família. Os policiais apreenderam um fuzil, uma pistola e 123 munições – uma das armas foi encontrada debaixo de um colchão.

A PMDF também apreendeu drogas, uma balança de precisão e celulares. Nesta operação anterior, o irmão da vítima foi preso em flagrante por porte de arma de fogo.

 

Polícia prende namorado de jovem encontrada morta na Rocinha; perícia afirma que cena do crime foi manipulada

De acordo com os policiais, o corpo foi movimentado e a arma colocada na mão da vítima, para simular que ela teria tirado a própria vida.

A Polícia Civil prendeu, na manhã deste sábado (23), Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, namorado de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, encontrada morta em uma casa da Rocinha no fim de agosto. De acordo com as investigações, ele tentou fazer com que o crime parecesse um suicídio. Porém, o trabalho dos peritos desmantelou a hipótese de que a jovem teria tirado a própria vida.

A perícia mostrou que Jenifer foi morta com um tiro disparado a curta distância. De acordo com os policiais, o corpo foi movimentado e a arma colocada na mão da vítima, para simular que ela teria tirado a própria vida.

Jenifer foi encontrada morta na casa onde vivia com Gabriel, que foi encontrado pelos policiais em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

A Polícia Civil indiciou Gabriel pelos crimes de feminicídio agravado por motivo fútil, fraude processual, violência psicológica e posse de arma de uso restrito. O caso foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de prisão preventiva.

De acordo com a perícia, a posição em que Jenifer estava não era compatível com a marca do disparo na parede e com o sangue no colchão.

“Havia sangue no final do colchão e a vítima foi encontrada no início dele, mostrando de forma inequívoca que Gabriel transportou o corpo da vítima e montou a cena do suicídio, colocando a arma na mão da vítima”, afirmou a delegada Flávia Monteiro, titular da 11ª DP (Rocinha).

A marca do disparo encontrada no cadáver também não é compatível com a de uma arma encostada ao corpo, como em casos de suicídio. A queimadura causada pelo disparo, conhecida como “tatuagem” é compatível com a de um tiro disparado a curta distância.

O exame residual na mão da vítima mostrou que quantidade de pólvora encontrada não é compatível com a de uma pessoa que tenha utilizado a arma do crime.

“Isso mostra de forma patente que Gabriel colocou a arma contaminada na mão da vítima para simular um suicídio”, disse a delegada.

Partículas de pele também foram encontradas nas unhas de Jenifer. O material é compatível com o de uma pessoa do sexo masculino, mostrando que houve luta corporal momentos antes do crime.

Em depoimento, Gabriel afirmou que o caso foi um suicídio e exibiu como prova um vídeo onde ele, com o próprio celular, Jenifer descontrolada e dizendo que ele não iria se livrar dela.

“Isso demonstrou que ele estava premeditando o crime pois, no mesmo vídeo, ele aparece dizendo que aquela era a última vez que a vítima falava isso para ele”, ressaltou Flávia Monteiro.

 

Pastor que ‘discutia sexualidade’ com jovens é preso por abusos sexuais

Religioso, que é casado e não tem passagens pela polícia, comandava uma espécie de grupo de estudos, quando os crimes sexuais teriam acontecido em SP

A Polícia Civil de Guarulhos, na Grande São Paulo, prendeu o pastor evangélico identificado como Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos. Suspeito de ter abusado sexualmente de crianças e adolescentes da Igreja Batista da Lagoinha, ele foi localizado em seu apartamento pelas autoridades nessa quarta-feira (7/6). 

Conforme apurado pelo 5º DP de Guarulhos, o religioso, que é casado e não tem passagens pela polícia, comandava uma espécie de grupo de estudos sobre sexualidade. A polícia investiga uma possível conivência da mulher, já que os crimes aconteciam no apartamento do casal. As informações são do ‘Estadão’. 

Nesse sentido, o pastor obrigava as vítimas a pesquisarem vídeos e fotos pornográficos na internet e as chantageava, chegando a manter relações sexuais com elas.

Segundo a polícia, um jovem de 16 anos denunciou a violência em 1º de junho na portaria do prédio onde reside Joilson. A partir daí, um boletim de ocorrência foi registrado. 

Outras duas vítimas, de 17 e 13 anos, foram descobertas posteriormente, o que levou o delegado responsável pelo 5º DP de Guarulhos, Fulvio Mecca, a requerer a prisão do pastor. 

Durante o cumprimento do mandado de prisão, os policiais ainda apreenderam memórias de computador, celulares, um tablet, um notebook e o colchão onde os estupros teriam sido consumados. 

À ‘TV Globo’, o advogado da igreja disse que o suspeito não era pastor da igreja. 

 

Pastor é preso suspeito de estuprar adolescentes da igreja evangélica Lagoinha Global em Guarulhos, na Grande SP

Polícia ouviu vítimas de 13 a 16 anos e o prendeu em casa na quarta-feira (7). Igreja disse que acusado foi excluído da instituição.

O pastor Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, foi preso nesta quarta-feira (7) suspeito de estuprar adolescentes frequentadores da Igreja Batista Lagoinha de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, ele era responsável por cuidar da célula de crianças e adolescentes da instituição, sendo comum receber parte desses menores na casa onde morava com a esposa e o filho recém-nascido.

Em 1º de junho, um adolescente de 16 anos saiu do apartamento do suspeito e foi até a portaria pedir ajuda, contando que havia sido estuprado. A Polícia Militar foi acionada e todos foram encaminhados para a delegacia, onde um boletim de ocorrência foi registrado.

Na sequência das investigações, a Polícia Civil teve contato com outras duas vítimas, uma de 16 anos e outra de 13 anos, que relataram a prática do estupro com detalhes. Com todo o material em mãos, o delegado responsável pediu a prisão de Joilson.

De acordo as autoridades, o pastor levava os adolescentes para a casa dele e, no local, tinham conversas sobre sexo. Quando as vítimas começaram a consumir pornografia, ele as ameaçava dizendo que, se não houvesse troca de “favores sexuais”, ele contaria aos pais e responsáveis que estavam assistindo a vídeos pornôs.

Na casa de Joilson foram apreendidos um colchão, supostamente utilizado para as práticas criminosas, passaporte, celular, computador e tablet, que serão analisados. A polícia pretende ouvir mais testemunhas.

O investigado não tinha passagem pela polícia e trabalhava exclusivamente com a igreja. Em depoimento, a esposa do pastor contou que chegou a ouvir algumas vezes os atos sexuais, mas que nunca disse nada, pois não tem ninguém e depende financeiramente do marido.

Em nome do pastor André Valadão, a igreja Lagoinha Global enviou nota à TV Globo expressando surpresa e indignação pelo caso.

“Nos colocamos à disposição dos órgãos responsáveis para todo e qualquer auxílio nas investigações. Tanto o acusado como sua esposa já foram excluídos da instituição”, diz o comunicado.

A Igreja Batista da Lagoinha Guarulhos também se manifestou por meio de nota, enviada por seu advogado à reportagem. Nela, a instituição diz que Joilson “não era pastor da Igreja e nunca foi ordenado ou consagrado ao ministério pastoral. Não exercia função oficial, não era líder responsável pelas crianças e/ou adolescentes, e não detinha autorização para ‘discipular’ ou atender pessoas em sua residência”.

Contudo, publicações nas redes sociais de Joilson comprovam o vínculo entre ele e a igreja. Em agosto de 2022, por exemplo, ele comemorou o trabalho que realizava na superintendência dos chamados GC’s ou Grupos de Crescimento, que são reuniões de fiéis realizadas em casa, sob direcionamento de um lídeo, com objetivo de evangelizar novos discípulos.

Em seu site oficial, a Igreja Batista Lagoinha diz que os GC’s são o coração da instituição. “É nos lares que a Igreja acontece, de casa em casa, um tempo de comunhão, relacionamento, crescimento espiritual e fortalecimento do propósito de Deus para cada vida.”

Ainda no comunicado enviado pelo advogado, a igreja informa que segundo informações preliminares, os fatos ocorreram, exclusivamente, na residência de Joilson, que não tinha seu aluguel pago pela instituição.

O caso está sendo investigado pelo 5º Distrito Policial de Guarulhos.

 

Homem é preso suspeito de estuprar enteada de 5 anos em Contagem, na Grande BH

Crime aconteceu neste domingo (28) no bairro Novo Eldorado.

Um homem de 33 anos foi preso, neste domingo (28), suspeito de estuprar a enteada, de 5, no bairro Novo Eldorado, em Contagem, na Grande BH.

A mãe da vítima, de 22, disse à Polícia Militar (PM) que dormia com o companheiro e a filha em um colchão na sala de casa e, ao acordar, percebeu que a criança e o homem já não estavam no espaço. Ao ir até um dos quartos e abrir a porta, viu que o suspeito estava “esfregando o pênis nas partes íntimas da vítima”.

Ainda segundo a mulher, Silvester Stalone da Silva Afonso tentou fugir, mas ela o segurou, tentou ligar para a PM e foi impedida. Ela, então, começou a gritar por socorro e acredita que os vizinhos tenham chamado a polícia.

A menina contou que o homem esfregou o pênis nas partes íntimas dela, que já havia feito outras vezes e pediu que a menina não dissesse nada a ninguém.

A criança foi encaminhada à pediatria do Hospital Municipal de Contagem, onde foi atendida e constatou-se que não houve penetração.

O suspeito foi levado para a delegacia. Em nota, a Polícia Civil disse que Silvester Stalone foi conduzido e ouvido na Central Estadual de Plantão Digital.