Guarda municipal é preso em operação contra suspeita de pirâmide financeira; colegas da corporação alegam calote

O caso foi mostrado pelo RJ2 em março. Segundo as investigações, o agente Rodrigo Cesar de Souza da Silva e Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves, donos da Investimento Confiança, ofereciam até 5% de rendimento ao mês, mas não pagaram os valores.

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta terça-feira (7) o guarda municipal Rodrigo Cesar de Souza da Silva na Operação Alta Confiança, contra um golpe financeiro que, segundo a força-tarefa, lesou colegas da própria corporação. Sócio de De Souza, Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves era considerado foragido até a última atualização desta reportagem. O caso foi mostrado pelo RJ2 em março.

A 57ª DP (Nilópolis) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) abriram investigações contra De Souza e Jadson, donos da Investimento Confiança, ou IC Invest, por suspeita de pirâmide financeira.

Na Justiça, há 60 processos contra os dois. Segundo o Gaeco, que denunciou De Souza, Jadson e outras 6 pessoas, a organização criminosa movimentou, entre 2021 e 2022, pelo menos R$ 134 milhões.

A 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa expediu 2 mandados de prisão e 8 de busca e apreensão em endereços na Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande, na Zona Oeste. A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 500 mil em bens.

O delegado Deoclécio Francisco de Assis Filho, titular da 57ª DP, disse que a quadrilha estava em expansão. “Esse grupo estava expandido a atuação criminosa em outros estados. Chegaram a montar um escritório na Bahia”, afirmou.

Como era o esquema
O RJ2 detalhou as denúncias de 12 servidores da Guarda Municipal à Corregedoria da autarquia e ao MPRJ. Segundo os depoimentos, as transferências de recursos eram feitas para 3 contas bancárias: uma da Investimento Confiança, uma da IC Invest e outra de Jadson.

De acordo com as vítimas, De Souza atraía os investidores dentro da Guarda oferecendo Day Trading, uma operação financeira baseada na oscilação do preço de ativos, ao longo do dia.

Para entrar no negócio, os investidores adquiriram empréstimos em bancos ou efetuaram o aporte de valores via cartão de crédito de até R$ 40 mil.

A dupla oferecia 5% de rentabilidade ao mês, mas os valores nunca foram pagos.

“Eu me atraí porque seria um valor razoável, 10%, ia me ajudar financeiramente. Acabei cedendo a essa ilusão, a gente sabe que não existe esse tipo de investimento hoje em dia. Fiz o primeiro contrato de R$ 30 mil. Vendi um carro na época”, contou uma das vítimas. Ela também vendeu uma casa e perdeu, ao todo, R$ 110 mil.

“Para dar credibilidade à atividade, os denunciados simulavam cenário de operações na bolsa, alugavam helicópteros e ostentavam em redes sociais um estilo de vida luxuoso, com carro importado, viagens e passeios de alto valor e residência em bairro nobre da capital fluminense”, afirmou o MPRJ.

A denúncia do Gaeco narra ainda que os investidores perceberam que tinham sido vítimas do golpe da pirâmide quando receberam um comunicado das empresas informando sobre a diminuição da taxa de lucros e rendimentos. Segundo os relatos, as promessas de rendimentos caíram de 5%ao mês para 2% e até 1% ao mês, chegando à completa interrupção dos pagamentos.

Em nota, o Guarda Municipal informou que De Souza foi afastado. “O caso está sendo acompanhado pela Corregedoria, e a instituição está colaborando com as investigações do Ministério Público e da Polícia Civil”, disse.

Homem que estuprou funcionária em delegacia do litoral de SP tem extensa ficha criminal; entenda

André Luiz Souza Santos, de 52 anos, passou por diversas penitenciárias e casas de custódia de tratamento psiquiátrico do estado de São Paulo.

O homem que estuprou uma funcionária dentro da Delegacia Sede de Guarujá, no litoral de São Paulo, tem um extenso histórico criminal. Conforme apurado pelo g1, nesta terça-feira (27), André Luiz Souza Santos, de 52 anos, é acusado por crimes desde 1990.

O estupro aconteceu na última terça-feira (20). A vítima, de 40 anos, trabalha na parte administrativa da delegacia por meio de uma empresa terceirizada. Ela foi agredida e estuprada dentro da própria sala, e André foi preso por policiais que ouviram os gritos de socorro da mulher, que foi afastada do serviço.

Segundo apuração feita pela equipe de reportagem, André possui registros na Polícia Civil pelo artigo 157 (roubo) em 1990 e 1991. Dois anos depois, ele foi acusado de tentativa de homicídio. Já em 1994, há registro novamente por roubo e 2000 outro por tentativa de homicídio.

O g1 ainda apurou que, desde 1998, André passou por penitenciárias de Mongaguá e São Vicente, no litoral de São Paulo, além unidades prisionais na capital e em municípios do interior paulista.

Em 2013, ele esteve em casas de custódia de tratamento psiquiátrico em Franco da Rocha (SP). A última passagem de André pelo sistema penitenciário foi no Hospital de Custódia de Tratamento Psiquiátrico (HCTP) de Taubaté (SP). A desinternação condicional ocorreu em novembro de 2022.

Relembre o caso
O dia do crime foi a terceira vez em que o homem esteve na delegacia. A primeira aconteceu na sexta-feira (16), quando a vítima foi informada por colegas de que um desconhecido a procurava.

Na manhã de segunda-feira (19), assim que ela chegou para trabalhar, o agressor a esperava com cartas de amor em mãos. A funcionária o atendeu na sala, ele entregou o material, falou coisas sem sentido e deixou a delegacia.

O estupro aconteceu na manhã de terça, quando o homem voltou à delegacia, entrou na sala da profissional e fechou a porta. A vítima, em depoimento na própria Delegacia Sede de Guarujá, contou aos policiais que o agressor deu um tapa em seu rosto, passou as mãos nos seios, nádegas e esfregou o órgão genital nela. Ela reagiu e chegou a entrar em luta corporal com o agressor.

Segundo o boletim de ocorrência (BO), dois policiais foram até a sala após ouvirem os gritos por socorro. Eles contaram que a porta estava fechada, mas destrancada. Ao abrirem, eles se depararam com o homem sobre a funcionária caída no chão, e com objetos revirados.

Os agentes prenderam o homem, que reagiu. Eles tiveram que retirá-lo à força da sala. O delegado determinou a prisão em flagrante.

 

Homem é preso após fingir ser policial enquanto vivia ‘vida de luxo’ no litoral de SP

Suspeito levava anabolizantes, drogas e medicamentos ilegais em um carro avaliado em aproximadamente R$ 500 mil. Prisão aconteceu em Santos (SP).

Um homem, de 34 anos, foi preso em flagrante após fingir ser um investigador da Polícia Civil. Segundo apurado pelo g1, Hélcio Aurélio Magalhães vivia com a família em um apartamento de luxo em Guarujá, no litoral de São Paulo, e dirigia um carro de aproximadamente R$ 500 mil quando foi detido.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), os policiais receberam uma denúncia anônima sobre a comercialização de substâncias anabolizantes ilícitas. As investigações levaram ao carro de luxo do suspeito, que estava com anabolizantes, drogas e medicamentos ilegais.

A abordagem aconteceu na Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó, em Santos (SP). Em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada da Globo, a delegada do 2º Distrito Policial (DP) da cidade, Débora Lázaro, disse que o suspeito alegou aos policiais que fazia parte da corporação.

“Ele falou: ‘Espera aí, colegas. Eu sou investigador’. Ele saiu do veículo com a arma, que foi apreendida, sob uma das pernas, estava com o bolachão [distintivo] da Polícia Civil e se intitulando investigador”, explicou a delegada.
O suspeito usava documentos de identidade funcional e distintivos falsificados, além de uma pistola 9mm. De acordo com o delegado de Polícia Seccional de Santos, Rubens Barazal Teixeira, Hélcio não podia estar armado.

“A licença dele como CAC [Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador] está vencida. Evidentemente, não houve a renovação […]. Ele passa, então, a ficar em uma condição de ilegalidade com relação ao porte dessa arma”, explicou o delegado.

Investigações
De acordo com a SSP-SP, as investigações apontaram que o suspeito fingia ser policial para obter alguma vantagem, que ainda não foi revelada. A Polícia Civil, portanto, busca descobrir de que forma e o que ele ganhava ao se intitular investigador.

O suspeito foi preso em flagrante e deve responder pelos crimes de corrupção e adulteração de produtos terapêuticos ou medicinais, falsificação de documento público, uso de documento falso, usurpação de função pública, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

O delegado Rubens Barazal pediu para as pessoas entrarem em contato com a autoridade policial, caso tenham tido qualquer tipo de contato com Hélcio quando ele se intitulou investigador.

 

Militares dizem que sargento que matou soldado já havia ameaçado outros colegas no DF

PMs contaram à TV Globo que caso ocorreu no batalhão do Gama, onde Paulo Pereira de Souza trabalhou durante 9 anos. Militar teria passado por junta médica e transferido para o Recanto das Emas.

Policiais militares que trabalharam com o sargento Paulo Pereira de Souza, de 46 anos, contaram à TV Globo que ele já havia ameaçado outros colegas de corporação. No último domingo (14), o militar matou o soldado Yago Monteiro e, em seguida, tirou a própria vida no Recanto das Emas (veja detalhes abaixo).

Os PMs, que preferem não se identificar, afirmam que as mortes poderiam ter sido evitadas. De acordo com eles, Souza passou pela junta médica da corporação, no entanto, foi apenas transferido do batalhão do Gama para o Recanto das Emas.

No Gama, onde trabalhou durante 9 anos ele teria feito ameaças a colegas de farda.

“A tropa toda sabia das ameaças. Todos do batalhão sabiam que ia matar pelo menos dois e se matar”, conta um militar.
A viúva do sargento, que também não quer ser identificada, tem opinião parecida com a dos militares. Nas redes sociais, ela chegou a criticar a corporação.

“E o que fizeram com você quando você mais precisou? Deixaram você sem nenhuma assistência, deixaram você trabalhar doente. Acharam que transferir você para outro batalhão seria a solução. Agora, duas famílias choram e o estado é o maior culpado”, diz o texto da viúva.
A investigação
O delegado Fernando Fernandes, da 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, responsável pela investigação da morte dos PMs, diz que as denúncias estão sendo apuradas.

“A gente está tentando ouvir alguns colegas que trabalharam com ele, tanto lá no antigo batalhão quanto no novo, para saber se existia algum tipo de ameaça, de situação que colocasse em risco os colegas que acompanhassem uma eventual guarnição”, afirma.
Relembre o caso
O sargento Paulo Pereira de Souza atirou no colega de trabalho Yago Monteiro dentro de uma viatura da PMDF na manhã de domingo (14), no Recanto das Emas. Depois, Souza atirou em si mesmo e morreu no local.

Yago Monteiro foi levado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu.

O sargento Paulo Pereira de Souza, autor dos disparos, trabalhou durante 23 anos na corporação. A Polícia Civil investiga se o policial estava com problemas de saúde mental.

Um terceiro policial estava dentro da viatura. Diogo Carneiro dos Santos foi atingido por estilhaços do para-brisa quebrado por conta do disparo. Ele foi atendido na UPA do Recanto das Emas e liberado.

Militar morto por colega de corporação é seputaldo no DF

Sargento Paulo Pereira de Souza atirou contra Yago Monteiro Fidelis no domingo (14). Familiares e amigos prestam últimas homenagens.

O corpo do soldado da Polícia Militar Yago Monteiro Fidelis foi sepultado na manhã desta terça-feira (16), no cemitério do Gama, no Distrito Federal. Familiares e amigos se reúnem para se despedir e prestar as últimas homenagens ao militar.

Colegas de corporação estão no velório para se despedir do militar. Yago morreu após ser baleado pelo colega, o sargento Paulo Pereira de Souza, na tarde de domingo (14). Ambos estavam em uma viatura da Polícia Militar, no Recanto das Emas (veja detalhes abaixo).

Emocionada, Maria dos Reis, tia do militar, disse que espera que a data seja um marco e pediu para que haja mais eficácia no amparo de policias militares.

“O Yago era humilde, inteligente. Quando nós recebemos as notícias nós passamos mal. Ele entrou [na PM] contra a vontade da mãe e do pai, mas realizou esse sonho muito bem”, disse Maria dos Reis.

Durante a cerimônia, um carro do Corpo de Bombeiros levou o corpo de Yago até o local do sepultamento. Os militares fizeram disparos em homenagem ao colega. O helicóptero da corporação sobrevoou o local no momento e jogou rosas.

A Polícia Civil investiga se militar que fez os disparos tinha algum desvio de conduta ou de comportamento por conta de doença de saúde mental.

A comandante-geral da PMDF, Ana Paula Barros Habka, afirmou que está comprometida a cuidar da saúde mental dos policiais e lamentou por não ter evitado a morte do soldado.

“Eu tenho obrigação de cuidar dos meus policiais. Eu sinto muito não ter evitado”, afirma a comandante.

Relembre o caso

O sargento Paulo Pereira de Souza atirou em um colega de trabalho dentro de uma viatura na manhã de domingo (14), no Recanto das Emas. O sargento depois atirou em si mesmo e morreu no local. Em nota, Polícia Militar do Distrito Federal afirma que saúde mental de policiais é prioridade para a corporação.

Yago Monteiro foi levado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O policial não resistiu e morreu no HRT, segundo o delegado-chefe da 27ª Delegacia de Polícia, Fernando Fernandes.

O sargento Paulo Pereira de Souza, autor dos disparos, trabalhou durante 23 anos na corporação e a PCDF investiga se o policial estava com problemas de saúde mental.

Um terceiro policial estava dentro da viatura. Diogo Carneiro dos Santos foi atingido por estilhaços do para-brisa quebrado por conta do disparo. Ele foi atendido na UPA do Recanto das Emas e liberado.

O que diz a PMDF?
“A Polícia Militar do Distrito Federal informa a respeito do grave incidente na manhã deste domingo (14), no Recanto das Emas, envolvendo dois de seus membros. A ocorrência, classificada como homicídio, seguido de suicídio, está sob investigação conjunta da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Corregedoria da PMDF.

O policial alvejado foi socorrido pelos bombeiros, mas, com pesar, informamos, que ele foi ao óbito após atendimento no Hospital Regional de Taguatinga.

Diante do ocorrido, ressaltamos que a saúde do policial militar é prioridade da Comandante-Geral da PMDF, Coronel Ana Paula. Inclusive, com reunião pré-estabelecida, desde o dia 09/01/2024, quando da sua a assunção. O assunto será tratado de forma transversal abrangendo todos os departamentos para alcançar o objetivo da segurança em relação a saúde policial militar, bem como perpetuar e otimizar a segurança da sociedade de todo o Distrito Federal.

Dessa forma, ressaltamos nosso compromisso contínuo com o bem-estar e a saúde mental dos integrantes de nossa instituição, empenhados em criar um ambiente de trabalho onde o cuidado com a saúde mental é uma prioridade. Acreditamos que apoiar a saúde mental de nossos policiais é fundamental para manter uma força de trabalho resiliente, eficaz e compassiva

Enquanto prosseguem as investigações sobre o incidente, pedimos respeito e sensibilidade à privacidade e dignidade de todos os envolvidos. A PMDF está trabalhando em estreita colaboração com a PCDF e a Corregedoria para garantir uma investigação completa e justa.

Agradecemos a compreensão da comunidade e reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de todos no Distrito Federal.”

Delegado-geral da PCDF e diretor do DPE devem prestar depoimento em caso de supostas ameaças de Robson Cândido a ex-amante

Ainda será decidido se José Werick de Carvalho e Victor Dan de Alencar serão considerados como testemunhas ou investigados no caso. 

O delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, José Werick de Carvalho, e o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), Victor Dan de Alencar, foram intimados a prestar depoimento no Ministério Público do Distrito Federal ainda essa semana.

De acordo com apuração da TV Globo, eles serão ouvidos no inquérito que investiga o ex-diretor geral Robson Candido e o ex-delegado da 19ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia, Thiago Peralva por uso da estrutura da corporação para perseguir a ex-amante de Robson (veja detalhes abaixo).

Após o primeiro depoimento, será decidido se Carvalho e Alencar serão considerados como testemunhas ou investigados. O processo corre em sigilo. Em nota, a Polícia Civil informa que a atual gestão está à disposição para prestar depoimento. O g1 tenta contato com o delegado-geral da corporação e o diretor da DPE.

Em depoimento, a vítima afirma que o diretor do Departamento de Polícia, Victor Dan, teria a coagido, dizendo para que ela não fizesse o boletim de ocorrência contra Robson Cândido, de acordo com apuração da reportagem.

A investigação é coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT.

Operação Vigia

No sabado (4), o MP-DF cumpriu quatro mandados, incluindo o de prisão preventiva do ex-delegado-chefe da Polícia Civil Robson Cândido. Segundo as investigações, a estrutura da Polícia Civil — como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais — era usada para fins ilícitos e particulares. A defesa de Robson Cândido disse que não vai se manifestar.

O MP também cumpriu três mandados de busca e apreensão: na casa de Robson Cândido, na casa de Thiago Peralva e na 19ª DP, chefiada pelo delegado afastado pela Justiça no sábado.

Segundo os promotores, os investigados na operação interceptaram as ligações telefônicas da ex-amante de Robson Cândido para monitorar a localização dela em tempo real. Dessa forma, teriam sido praticados os crimes de stalking e violência psicológica, aponta a investigação.

A operação é coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do MPDFT.

Denúncias
O delegado foi denunciado pela esposa e pela ex-amante. Depoimentos prestados pelas vítimas e por uma testemunha contra o ex-diretor geral da Polícia Civil citam perseguições e ameaças.

“Vou te ferrar de verde e amarelo”, teria dito Robson à sua esposa, quando os dois decidiram pôr fim ao casamento.
A TV Globo teve acesso aos relatos das duas mulheres e de uma testemunha. Veja o que disseram:

Esposa do ex-diretor da PCDF

À polícia, a esposa de Robson Cândido disse que desde 2014 vem enfrentando dificuldades no relacionamento “por causa de traições”. Segundo ela, no último domingo (1º), em mais uma discussão do casal, quando decidiram se separar definitivamente, Robson a ameaçou e disse: “Vou te ferrar de verde e amarelo”.

Na ocorrência registrada pela ex-amante do delegado, que tem 25 anos, a mulher afirma que ele não aceitou a decisão de terminar o relacionamento e passou a persegui-la “em todos os locais que frequentava”. Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Segundo ela, o ex-diretor da PCDF ameaçava prejudicá-la no trabalho, o que a amedrontava bastante, “por ele ser uma pessoa influente e ter intercedido para que ela conseguisse o cargo que ocupa” (veja imagem acima).

A jovem é assessora especial do Metrô-DF, função comissionada com salário bruto de R$ 13 mil. Ainda em depoimento, ela contou que, “recentemente, após pouco mais de um mês sem ceder às tentativas insistentes de contato de Robson, foi surpreendida com a notícia de que seria exonerada do cargo.”

Ela diz que suspeitou de que o ex-diretor da PCDF estaria por trás da exoneração e comentou com colegas de trabalho. O cargo, porém, foi restituído antes mesmo da exoneração ser publicada.

Testemunha

Em seu depoimento, a testemunha confirmou que Robson Cândido ofereceu cargos à ex-amante. Disse que, no início do relacionamento, ele teria proposto à mulher um cargo na Terracap.

Conforme depoimento, Cândido teria dito à ex-amante que havia vários inquéritos instaurados contra servidores da Terracap e que, “para segurar esses inquéritos”, iria exigir um alto cargo para ela (veja imagem acima).

No fim da negociação, ficou definido que ela ocuparia um cargo no Metrô e que provavelmente uma servidora do metrô acabaria se beneficiando com o cargo na Terracap. Laércio de Carvalho também falou sobre o relacionamento de Robson com a esposa. Segundo ele, uma amiga da mulher o procurou com medo, dizendo que a esposa de Robson “corria risco de morte”.

Além disso, a mulher contou a ele que Robson Cândido teria feito um disparo de arma de fogo contra a cama do casal, provavelmente com intenção de intimidá-la.

Justiça mantem prisão preventiva de ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF suspeito de perseguir ex-amante

Robson Cândido passou por audiência de custódia e segue preso no DCCP. Defesa disse que não vai se manifestar.

O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido, que foi preso na manhã deste sábado (4), passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pela justiça. Ele segue preso na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), e aguarda transporte para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Segundo o juiz do processo, Frederico Ernesto Cardoso Maciel, Robson Cândido mantinha o monitoramento da ex-amante, mesmo após deixar a direção da corporação em outubro deste ano. “Há grave risco à integridade da vítima, o que justifica a decretação da prisão preventiva”.

De acordo com o juiz monitoramento ilegal da vítima ainda está em vigência. O que significa que Robson Cândido continua descumprindo as medidas protetivas de urgência aplicadas em favor da ex-amante (veja parte da decisão abaixo).

A prisão foi cumprida pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que também cumpriu mandados de busca e apreensão na 19ª Delegacia de Polícia, na casa do delegado Thiago Peralva e de Robson Cândido. Foram apreendidos celulares, notebooks e pendrives. A Corregedoria da corporação acompanhou as buscas na delegacia.

Segundo as investigações, a estrutura da Polícia Civil — como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais — era usada para fins ilícitos e particulares. Ao g1, a defesa de Robson Cândido disse que não vai se manifestar.

Ainda segundo os promotores, os investigados na operação deste sábado interceptaram as ligações telefônicas da ex-amante de Robson Cândido para monitorar a localização dela em tempo real. Dessa forma, teriam sido praticados os crimes de stalking e violência psicológica, aponta a investigação.

Estão sendo investigados os crimes de interceptação telefônica ilegal, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, invasão de dispositivo de informática e descumprimento de medida protetiva de urgência.

Denúncias
O delegado foi denunciado pela esposa e pela ex-amante. Depoimentos prestados pelas vítimas e por uma testemunha contra o ex-diretor geral da Polícia Civil citam perseguições e ameaças.

“Vou te ferrar de verde e amarelo”, teria dito Robson à sua esposa, quando os dois decidiram pôr fim ao casamento.

A TV Globo teve acesso aos relatos das duas mulheres e de uma testemunha. Veja o que disseram:

À polícia, a esposa de Robson Cândido disse que desde 2014 vem enfrentando dificuldades no relacionamento “por causa de traições”. Segundo ela, no último domingo (1º), em mais uma discussão do casal, quando decidiram se separar definitivamente, Robson a ameaçou e disse: “Vou te ferrar de verde e amarelo”

Na ocorrência registrada pela ex-amante do delegado, que tem 25 anos, a mulher afirma que ele não aceitou a decisão de terminar o relacionamento e passou a persegui-la “em todos os locais que frequentava”. Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Segundo ela, o ex-diretor da PCDF ameaçava prejudicá-la no trabalho, o que a amedrontava bastante, “por ele ser uma pessoa influente e ter intercedido para que ela conseguisse o cargo que ocupa” (veja imagem acima).

A jovem é assessora especial do Metrô-DF, função comissionada com salário bruto de R$ 13 mil. Ainda em depoimento, ela contou que, “recentemente, após pouco mais de um mês sem ceder às tentativas insistentes de contato de Robson, foi surpreendida com a notícia de que seria exonerada do cargo.”

Ela diz que suspeitou de que o ex-diretor da PCDF estaria por trás da exoneração e comentou com colegas de trabalho. O cargo, porém, foi restituído antes mesmo da exoneração ser publicada.

Testemunha

Em seu depoimento, a testemunha confirmou que Robson Cândido ofereceu cargos à ex-amante. Disse que, no início do relacionamento, ele teria proposto à mulher um cargo na Terracap.

Conforme depoimento, Cândido teria dito à ex-amante que havia vários inquéritos instaurados contra servidores da Terracap e que, “para segurar esses inquéritos”, iria exigir um alto cargo para ela (veja imagem acima).

No fim da negociação, ficou definido que ela ocuparia um cargo no Metrô e que provavelmente uma servidora do metrô acabaria se beneficiando com o cargo na Terracap. Laércio de Carvalho também falou sobre o relacionamento de Robson com a esposa. Segundo ele, uma amiga da mulher o procurou com medo, dizendo que a esposa de Robson “corria risco de morte”.

Além disso, a mulher contou a ele que Robson Cândido teria feito um disparo de arma de fogo contra a cama do casal, provavelmente com intenção de intimidá-la.

Quem é Robson Cândido
O nome de Robson Cândido para o comando da PCDF foi o primeiro colocado em uma lista tríplice feita por policiais e referendado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em 2019. O governador manteve o delegado à frente da corporação ao ser reeleito para o governo de Brasília, no ano passado.

Antes da direção da Polícia Civil, ele chefiava a 11ª DP, no Núcleo Bandeirante. Por causa das denúncias, o delegado vai responder a três processos na Corregedoria da Polícia Civil: dois inquéritos policiais – um para cada vítima – e um processo disciplinar. Robson Cândido já foi ouvido e entregou suas armas.

O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), disse que “tomou ciência apenas da exoneração do então Diretor-Geral da PCDF e já instaurou procedimento interno para a devida apuração”. O MP também pediu esclarecimentos à Corregedoria-Geral da PCDF.

Dalmir Barbosa e o filho Taillon, presos pela PF, estão à frente de milícia na Zona Oeste; saiba quem são

Ex-sargento da PM do Rio expulso em 2011, Dalmir foi citado na CPI das Milícias, em 2008. Filho foi preso em 2020 em operação do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio.

Preso nesta terça-feira (31) pela Polícia Federal, o ex-sargento da PM Dalmir Pereira Barbosa é apontado em diversas investigações como um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, pioneira no Rio de Janeiro. Dalmir também atua em outras favelas próximas, como Tijuquinha e Muzema.

Seu filho, Taillon Alcântara Pereira Barbosa, também foi preso na mesma ação da PF. Tanto o pai quanto o filho são conhecidos pelo perfil violento na atuação à frente organização criminosa.

Segundo investigações das polícias Civil e Federal, Taillon foi o pivô da morte de três médicos na Barra da Tijuca, no início do mês.

A principal linha de investigação é que executores, ligados ao Comando Vermelho, confundiram um dos médicos com Taillon. Perseu Ribeiro Almeida aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas. O médico morreu na hora.

Dalmir, também conhecido como Barriga, foi citado na CPI das Milícias em 2008 como um dos chefes de Rio das Pedras. Ele foi denunciado pelo MPRJ em 2009 por integrar a milícia.

Em 2020, ele também foi denunciado com outras 44 pessoas por organização criminosa.

As investigações tratavam do domínio do criminoso sobre a comunidade na exploração de serviços como transporte alternativo, venda ilegal de gás e internet e serviços de “segurança”.

Dalmir foi investigado em diversos inquéritos policiais de crimes como tentativa de homicídio, lavagem de dinheiro e extorsão qualificada.

Em 2011, a PM publicou no boletim da corporação a sua expulsão, por violar a ética e o dever policial.

O texto citava um inquérito da Polícia Federal que investigava Dalmir “por envolvimento com a milícia na Comunidade do Rio das Pedras e por possuir bens incompatíveis com os vencimentos de policial militar reformado.”

Na denúncia da Operação Intocáveis, de 2019, Dalmir foi diversas vezes citado em ligações no Disque Denúncia como uma das lideranças da organização criminosa. Seu irmão, Dalcemir, também já foi acusado de integrar o mesmo grupo. Ambos negam as acusações.

Dalmir é ainda réu pelo assassinato do ex-chefe de gabinete da extinta Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Paulo Roberto da Costa Paiva, em 2003.

Prisão e condenação de Taillon
Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020, numa operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio.

Em julho do ano passado, foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão por organização criminosa, devido à sua participação em uma milícia na Zona Oeste.

“Há o registro de uma série de recentes ‘disque-denúncias’ que indicam que Taillon apresenta comportamento extremamente violento e exerce proeminente função de comando na organização criminosa”, diz um trecho da sentença.
Taillon ficou preso até março deste ano, quando foi colocado em prisão domiciliar. Em setembro deste ano, ele conseguiu liberdade condicional, que permitia que o restante da pena fosse cumprida em liberdade. Agora, foi preso novamente.

Ex-marido de estudante encontrada carbonizada na Zona Oeste do Rio é preso

Raphaela Salsa Ferreira foi abordada na porta de casa depois de chegar do curso. Corpo dela foi encontrado carbonizado em Santa Cruz. Wagner Dias nega o crime, mas a polícia diz que há fortes indícios de que ele foi o autor do feminicídio.

Wagner Dias, ex-marido da estudante Raphaela Salsa Ferreira, de 38 anos, foi preso na manhã desta terça-feira (31) por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital. Wagner é considerado o principal suspeito de matar carbonizada a jovem, e teve prisão temporária expedida pela Justiça do Rio de Janeiro.

Na segunda-feira (30), ele prestou depoimento à polícia e a prisão foi pedida logo depois.

À polícia, o suspeito negou o crime, mas os agentes destacaram que há fortes indícios de que ele tenha matado a ex-mulher e ainda tentou ocultar provas do crime.

Wagner tem uma anotação criminal por injúria, ameaça, lesão corporal contra Raphaela, em 2014, na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, segundo a polícia.

O corpo de Rahaela foi encontrado carbonizado em Santa Cruz, na Zona Oeste do RJ, na noite da última sexta-feira (27).

Segundo a Delegacia de Homicídios, Raphaela foi queimada viva. De acordo com o inquérito policial, Wagner não aceitava o fim do casamento de 14 anos que teve com a vítima. Testemunhas disseram à polícia que ela temia que Wagner descobrisse que ela estava se relacionando com uma nova pessoa.

O g1 apurou que, de acordo com as investigações, Wagner pegou um carro emprestado com um amigo e, na noite da quinta-feira (26), seguiu Raphaela da saída do curso até a casa dela, na Praça Seca. Uma câmera no entorno registrou quando a estudante entra, sem resistência, nesse veículo, sentando-se no banco do carona.

Além do ex, também foram convocados pela polícia a prestar depoimento o atual namorado de Raphaela, o amigo que emprestou o carro ao ex e o homem que teria comprado a gasolina para queimar a vítima.

O carro que pegou Raphaela na porta de casa antes de ela desaparecer passou por perícia.

O corpo carbonizado de Raphaela — que estava a 40 quilômetros de casa — foi reconhecido no IML pela arcada dentária e por tatuagens.

No domingo (29), o Disque Denúncia divulgou um cartaz em que pedia informações sobre os assassinos de Raphaela.

A família acreditava que Wagner, pai dos filhos mais novos de Raphaela, não tinha feito nada contra ela. A estudante estava separada há pouco tempo dele.

“Ela estava separada do marido, mas tinha um relacionamento muito amistoso com ele. Era uma coisa legal, ela precisava dele, ele estava sempre disponível. E assim foi, era isso. Que a justiça seja feita, a justiça seja feita”, disse uma parente.

Perseguição

Raphaela foi seguida do curso onde estudava até em casa. Imagens mostram a estudante saindo do curso de enfermagem às 21h20 da última quinta-feira (26), no bairro Pechincha. Ela entra num carro de aplicativo com destino à Praça Seca, onde morava.

Logo depois um carro que estava estacionado em frente desde as 20h sai atrás.

Uma outra imagem, 15 minutos depois, mostra Raphaela no portão de casa. O mesmo carro para em frente à vila, e ela entra do lado do carona. Pelas imagens não é possível identificar a placa do carro.

Como Raphaela não chegou em casa no horário de sempre, a família desconfiou.

“Ela saiu do curso, entrou no ‘Uber’ e não retornou para casa. A gente suspeitou porque nove e meia da noite, que é o horário que ela costuma chegar, ela ainda não tinha chegado. Começamos a ficar preocupadas. Desde então não dormimos”, disse a filha mais velha em um áudio.

O corpo de Raphaela foi encontrado na noite de sexta-feira (27), 24 horas depois do desaparecimento, carbonizado em Santa Cruz.

“Quem conhecia sabe que ela era de dentro de casa. Era mãe, cuidava dos filhos dela, estava fazendo o curso dela. Não tinha problema e nem envolvimento com nada. Estava só querendo voltar pra casa do curso dela. Mas infelizmente a notícia que a gente recebeu é que encontramos o corpo dela sem vida.”

O professor do curso de enfermagem disse que Raphaela era uma mulher alegre.

“Uma menina de extrema felicidade, muito alegre, muito amiga de todos os colegas. Todos gostavam dela dentro da sala de aula. Ela se destacava pela felicidade dela e alegria de estar estudando, de estar correndo atrás de uma coisa melhor para ela e para a família dela”, falou Wagner Santos Batista.

Raphaela era filha única e deixa quatro filhos, a mais nova com 1 ano e 10 meses.

Polícia Civil do DF aposenta ex-diretor investigado por crimes ligados à Maria da Penha

Robson Cândido foi denunciado pela esposa e pela ex-amante. No dia 3 de outubro, delegado pediu para deixar cargo; defesa disse que foi ‘por respeito à instituição policial e para fazer sua defesa’.

A Polícia Civil do Distrito Federal concedeu, nesta terça-feira (17), aposentadoria ao ex-diretor da corporação, o delegado Robson Cândido. Ele é investigado por crimes de ameaça e agressão relacionados à lei Maria da Penha.

A aposentadoria do delegado foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Cândido deixou o cargo de diretor no dia 3 de outubro após ser denunciado pela esposa e pela ex-amante.

As duas foram juntas à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, na Asa Sul. À época, a defesa do delegado diz que ele deixou o cargo “por respeito à instituição policial e para fazer sua defesa”, e que não fará comentários sobre os fatos.

Depoimentos
A TV Globo teve acesso aos relatos das duas mulheres e de uma testemunha, o delegado licenciado Laércio de Carvalho.

Veja o que disseram:

O que diz a esposa do ex-diretor da PCDF

À polícia, a esposa de Robson Cândido disse que desde 2014 vem enfrentando dificuldades no relacionamento “por causa de traições”. Segundo ela, no último domingo (1º), em mais uma discussão do casal, quando decidiram se separar definitivamente, Robson a ameaçou e disse: “Vou te ferrar de verde e amarelo”.

O que diz a ex-amante

Na ocorrência registrada pela ex-amante do delegado, que tem 25 anos, a mulher afirma que ele não aceitou a decisão de terminar o relacionamento e passou a persegui-la “em todos os locais que frequentava”. Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Segundo ela, o ex-diretor da PCDF ameaçava prejudicá-la no trabalho, o que a amedrontava bastante, “por ele ser uma pessoa influente e ter intercedido para que ela conseguisse o cargo que ocupa” (veja imagem acima).

A jovem é assessora especial do Metrô-DF, função comissionada com salário bruto de R$ 13 mil. Ainda em depoimento, ela contou que, “recentemente, após pouco mais de um mês sem ceder às tentativas insistentes de contato de Robson, foi surpreendida com a notícia de que seria exonerada do cargo.”

Ela diz que suspeitou de que o ex-diretor da PCDF estaria por trás da exoneração e comentou com colegas de trabalho. O cargo, porém, foi restituído antes mesmo da exoneração ser publicada.

O que diz o delegado Laércio de Carvalho

Em seu depoimento, o delegado licenciado Laércio de Carvalho confirmou que Robson Cândido ofereceu cargos à ex-amante. Disse que, no início do relacionamento, ele teria proposto à mulher um cargo na Terracap.

Conforme o delegado licenciado, o colega teria dito à ex-amante que havia vários inquéritos instaurados contra servidores da Terracap e que, “para segurar esses inquéritos”, iria exigir um alto cargo para ela.

No fim da negociação, ficou definido que ela ocuparia um cargo no Metrô e que provavelmente uma servidora do metrô acabaria se beneficiando com o cargo na Terracap. Laércio de Carvalho também falou sobre o relacionamento de Robson com a esposa. Segundo ele, uma amiga da mulher o procurou com medo, dizendo que a esposa de Robson “corria risco de morte”.

Além disso, a mulher contou a ele que Robson Cândido teria feito um disparo de arma de fogo contra a cama do casal, provavelmente com intenção de intimidá-la.

No dia 6 de outubro, o g1 conversou com o delegado Laércio de Carvalho, que preferiu não comentar o assunto. Em uma rede social, ele repudiou o vazamento das informações e disse que vai pedir que a Corregedoria da Polícia Civil apure a divulgação dos depoimentos.

Quem é Robson Cândido

O nome de Robson Cândido para o comando da PCDF foi o primeiro colocado em uma lista tríplice feita por policiais e referendado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em 2019. O governador manteve o delegado à frente da corporação ao ser reeleito para o governo de Brasília, no ano passado.

Antes da direção da Polícia Civil, ele chefiava a 11ª DP, no Núcleo Bandeirante. Por causa das denúncias, o delegado vai responder a três processos na Corregedoria da Polícia Civil: dois inquéritos policiais – um para cada vítima – e um processo disciplinar. Robson Cândido já foi ouvido e entregou suas armas.

O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), disse que “tomou ciência apenas da exoneração do então Diretor-Geral da PCDF e já instaurou procedimento interno para a devida apuração”. O MP também pediu esclarecimentos à Corregedoria-Geral da PCDF.