Paciente reclama de infiltração e mofo em enfermaria do Hospital Municipal Salgado Filho

Doente que passou semanas internado na unidade disse que a água da chuva chegava a cair nos leitos.

Mofo, infiltração nas paredes e falta de ar-condicionado são reclamações de um paciente que passou semanas internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio. Segundo ele, há graves problemas estruturais em uma enfermaria.

A área de internação conta com cinco leitos, e água chega a cair de uma infiltração perto das camas.

“As condições da enfermaria que eu estava eram desumanas. A parede quase que por inteira mofada, exalando cheiro de mofo. São cinco leitos nessa enfermaria e a gente todo dia cobrava, porque a parede minava água, principalmente quando chovia”, relata ele.

No vídeo gravado pelo homem é possível ver bolor e umidade nas paredes. Ele afirma que reclamações eram feitas para a equipe de manutenção, mas a resposta obtida era que a responsabilidade era da equipe de engenharia.

“Ninguém resolvia nada. Cada um joga pra um. A manutenção joga pro engenheiro, o engenheiro joga pra direção, e fica nesse jogo de empurra-empurra e quem sofre é quem tá lá pra se tratar”, critica o paciente.

O paciente teve alta nesta quarta-feira (25), e diz que nada tinha sido feito até então.

“Caía água no leito que estava rente ali, próximo ao ar-condicionado, e era todo dia reclamação da gente em relação a isso”, conta.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde disse que as enfermarias da unidade passam por manutenção predial regularmente e que alguns andares estão recebendo obras de melhorias, mas não informou o prazo da obra, nem se o mofo está sendo combatido.

Vereador pede retirada de monumento de Câmara para defender negros, mas acaba acusado de racismo; entenda

Parlamentar solicita retirada de objeto chamado de ‘Pelourinho’ em frente à sede do Legislativo de Mogi Mirim, em o que ele chamou de ‘ato antirracista’, mas usou sacos de lixo para representar escravos e foi encaminhado à delegacia.

Uma polêmica envolvendo um suposto caso de racismo na Câmara de Vereadores de Mogi Mirim (SP) provocou uma confusão durante uma audiência pública, na noite de quinta-feira (14).

O vereador Tiago Costa (MDB) foi acompanhado pela Polícia Militar até a delegacia após um pedido de prisão feito por um advogado que estava na sessão. Entenda o caso abaixo ponto a ponto.

 Por que o vereador foi acusado de racismo?

A audiência havia sido convocada pelo próprio parlamentar para discutir a remoção de um monumento chamado de “Pelourinho”, que fica em frente à sede do Legislativo. Costa entende que a presença do objeto no local simboliza a escravidão e, por isso, ele defende a retirada, em o que ele chamou de “ato antirracista”.

No entanto, o vereador amarrou um boneco na estrutura com sacos de lixo para simbolizar um escravo, o que fez parte das pessoas que estavam na audiência pública, inclusive membros da comunidade negra da cidade, entender a atitude como racista.

“Você usar sacos de lixo para representar a raça negra, isso para mim é mais do que evidente de que se trata de um crime de racismo”, disse o advogado Paulo Mena Barreto, que solicitou à Polícia Militar e à Guarda Municipal que fizessem a prisão do parlamentar.

O que disse a Polícia Civil?

Na delegacia, a Polícia Civil não entendeu o caso como racismo. De acordo com o delegado, será necessária uma análise mais minuciosa da situação e o vereador foi liberado.

📌 Quem mais estava na audiência?

Integrantes da comunidade negra da cidade também estavam no local e se espantaram com a atitude do vereador.

“Ele convocou as pessoas para discutir a situação do Pelourinho e nos deparamos com um boneco preto, de lixo, isso me doeu totalmente. Eu falei que ele não nos representa, que não passa por metade do que o povo preto passa. E pedi para ele tirar o boneco, mas ele não tirou”, afirmou a educadora social Érica Cândido.

O presidente da Câmara de Vereadores de Mogi Mirim, Dirceu Paulino (Solidariedade), também discutiu com Tiago Costa durante a sessão e disse que foi ofendido pelo parlamentar. Imagens gravadas por celular mostram o momento da discussão.

“Ele chamou eu e alguns outros vereadores de ‘passador de pano para racista’. Eu me senti muito ofendido, porque sou negro, tenho uma filha negra, e eu jamais passaria pano para racista”, explicou o presidente da Casa.

📌 O que diz o vereador?

Tiago Costa conversou com a EPTV, afiliada da TV Globo, se defendeu das acusações e reforçou que vai continuar lutando pela causa antirracista.

“Pelourinho é um símbolo racista e ele tem que sair da frente da Câmara Municipal. Minha intenção foi combater o racismo, como tenho combatido em uma bandeira antiga e vou defender essa luta contra o racismo”, pontuou o vereador.

O que é o monumento e por que o vereador defende a retirada?

Costa defende a retirada do monumento do local por entender, segundo ele, que o Pelourinho era um lugar de exploração de escravos.

No entanto, segundo o presidente da Câmara, o monumento em frente à sede da Casa é um obelisco simboliza a emancipação dos escravos e não faz referência ao local de exploração. “Se fosse o pelourinho onde o escravo tinha sido açoitado eu era o primeiro a querer tirar de lá”, finalizou.