Polícia faz operação no entorno do Parque Piedade e pede prisão de bandido que cobrou R$ 1 milhão para obra continuar

Traficantes do Morro do 18 estão ligados às ameaças aos funcionários da empreiteira. Prefeito diz que criminosos exigiram meio milhão de reais para que empreendimento fosse finalizado.

A Polícia Militar faz uma operação na manhã desta quinta-feira (11) no Morro do 18, Caixa D’Água, Morro do Urubu, Saçu e Fubá, comunidades que ficam entre Quintino e Piedade, na Zona Norte do Rio.

De acordo com informações do setor de inteligência da Polícia Militar, criminosos dessas comunidades estariam envolvidos na extorsão de R$ 1 milhão para que obra do Parque Piedade fosse concluída. Por sua vez, a Polícia Civil identificou o bandido responsável por ordenar a cobrança.

As cinco favelas ficam no entorno do Parque Piedade, obra do governo municipal que está sendo erguida em uma área de 18 mil metros quadrados onde funcionava a Universidade Gama Filho.

Nesta semana, segundo o prefeito Eduardo Paes, bandidos teriam cobrado meio milhão de reais para que o empreendimento fosse concluído. No entanto, segundo advogado das empresas do Consórcio Parque Piedade HFB os criminosos chegaram a exigir R$ 1 milhão.

Nesta quinta, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) informou que identificou o traficante que exigiu pagamento.

O criminoso é Jean Carlos Nascimento dos Santos, o Jean do 18. Ele é o chefe da organização criminosa que explora o Morro do Dezoito, na Zona Norte do Rio.

Segundo a Polícia Civil, os investigadores da Draco pediram a prisão de Jean Carlos.

Saiba quem é o traficante responsável pelas extorsões
Segundo a polícia, Jean Carlos é um dos chefes de uma das facções mais perigosas do Rio de Janeiro. Ele fugiu da Penitenciária Lemos Brito, no Complexo Gericinó, em Bangu, há um ano. O criminoso estava preso desde 2017.

De acordo com os investigadores, em 2013, ele comandou a invasão ao Fórum de Bangu e, em 2016, mandou matar o próprio advogado. O criminoso estava preso desde 2017.

Mas, Jean conseguiu escapar com dois comparsas. Ele fugiu com a ajuda de uma corda feita com lençóis (teresa) jogada ao lado da base do Serviço de Operações Especiais, nos fundos do complexo de presídios. Atrás fica um lixão.

Além de Jean, também fugiram Lucas Apostólico da Conceição e Marcelo de Almeida Farias Sterque — também classificados como presos de alta periculosidade.

 

MPE-SP abre inquérito para investigar ‘censura’ da Prefeitura de Presidente Prudente ao Conselho Municipal de Educação

Promotoria relatou que, “apesar de alguns avanços”, ainda constata-se que o Poder Executivo nega, dificulta ou embaraça a atuação fiscalizatória do Comed.

O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), Marcelo Creste, instaurou um inquérito civil contra a Prefeitura de Presidente Prudente (SP) para apurar o alijamento, ou seja, a redução da participação do Conselho Municipal de Educação (Comed) das discussões sobre a política municipal de educação e não reconhecimento da função fiscalizatória do órgão.

Conforme o documento, a instauração do inquérito civil decorre da representação formulada pelo Comed contra a Secretaria Municipal de Educação (Seduc).

“Em resumo, alega-se que o Comed é alijado dos debates sobre a formulação e da execução da política educacional do município de Presidente Prudente, com empecilhos e obstáculos colocados contra a sua plena atuação, em especial a atuação fiscalizatória”, alegou a portaria.

Além disso, o promotor disse que “várias diligências foram feitas, inclusive audiências, que comprovaram, data venia, que a gestão municipal trata o Comed como ente figurativo”.

O documento traz ainda que “apesar de alguns avanços”, ainda constata-se que a prefeitura nega ou dificulta ou embaraça a atuação fiscalizatória do Comed.

Um exemplo colocado pelo promotor Marcelo Creste é a forma como o Poder Executivo se prontificou a atender a solicitação do Comed de acesso à documentos sobre gastos da educação.

Foi informado pela Prefeitura que os arquivos, como notas de empenhos e notas fiscais, estão à disposição na Secretaria de Finanças, onde há uma sala de reunião para análise destes documentos mediante agendamento prévio.

O documento do MPE-SP alegou que “sobre a aludida sala foi dito que é pequena e sem cadeiras, entre outras deficiências”.

Por fim, o promotor questiona: “o Poder Executivo teme ação fiscalizatória do Comed?” e elenca quatro pontos que chamaram sua atenção, que estão elencados abaixo:

Censura ao Comed em inserções de documentos na página do órgão;
Ausência de login e senha para que os integrantes do Comed fizessem a inserção de documentos relacionados ao exercício de sua função;
Má vontade em garantir acesso de integrante do Comed, não servidores, à plataforma ONE DOC;
Não consulta ao Comed sobre o uso do currículo paulista.

O promotor ressaltou que “o Poder Executivo ainda precisa ser mais transparente e aceitar a atuação do Comed” e instaurou o inquérito civil com base no artigo 129 da Constituição Federal.

Outro lado
Em nota ao g1, a Prefeitura informou que “recebe com certa surpresa as alegações do Conselho Municipal de Educação feitas ao Ministério Público. Isso porque a Secretaria de Educação vem mantendo canal aberto de diálogo tanto com o Comed como com o CACS-Fundeb [Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], tendo, ainda, providenciado estrutura física e servidor efetivo à disposição exclusiva dos conselhos para auxiliar nas suas atividades”.

“A Secretaria de Educação vem realizando reuniões periódicas com o Comed, inclusive na presença do Ministério Público e todas as reivindicações do conselho estão sendo analisadas e atendidas, caso estejam em conformidade com sua lei de criação. A atual gestão reconhece a importância do conselho na política educacional do município e nunca criou ou criará empecilho ao desempenho das atribuições do órgão, o que será claramente demonstrado ao Ministério Público”, finalizou o Poder Executivo.

Em entrevista à TV Fronteira, a secretária municipal de Educação, Sirlei Aparecida Gomes dos Santos Oliveira, informou que a educação de Presidente Prudente conta com a atuação do Comed “em todas as esferas”, inclusive nos ensinos superior e particular.

“O Comed não é submisso à [Secretaria de] Educação. Nenhum conselho é. Eles são órgãos fiscalizadores”, reforçou Sirlei.
Além disso, a secretária também informou que o Comed pode, a qualquer momento, fazer proposituras.