Falso entregador de aplicativo é preso menos de dois meses após sair da cadeia e voltar a assaltar no Rio

Homem usava roupas e mochila de entregador para praticar assaltos, segundo a polícia. Ele é suspeito de balear um cliente de uma barbearia no final de janeiro, na Tijuca, durante um assalto.

Um homem foi preso nesta sexta-feira (2) por policiais do 2º BPM (Botafogo) e da 18ª DP (Praça da Bandeira) suspeito de cometer vários assaltos em bairros do Rio. De acordo com a PM, ele usava uniforme de entregador de aplicativo do iFood para distrair as vítimas.

O homem foi preso em novembro do ano passado, também por roubo. Ele foi solto em dezembro e, segundo a polícia, voltou a praticar os crimes.

Ygor da Silva Gomes, conhecido como Índio, de 23 anos, já acumula outras sete anotações criminais – entre elas, três por roubo a mão armada e um homicídio. Nesta sexta, ele foi localizado no Estácio, na Zona Norte do Rio.

De acordo com a Polícia Militar, os investigadores chegaram até o suspeito após perceberem o aumento do número de roubos praticados com a mesma forma de atuação do acusado na Grande Tijuca.

Segundo a corporação, é Ygor quem aparece em uma imagem de câmera de segurança assaltando o cliente de uma barbearia em janeiro desde ano.

No último dia 27, segundo os investigadores, Índio roubou e baleou um homem na Tijuca, na Zona Norte. A vítima esperava para cortar cabelo quando o suspeito chegou em uma moto com roupa de entregador do iFood.

Após anunciar o assalto, a vítima reagiu, e o criminoso atirou duas vezes. Um disparo atingiu o abdômen do cliente, que precisou passar por uma cirurgia no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Após o crime, Índio fugiu. O caso é investigado pela 19ª DP (Tijuca),

A ocorrência desta sexta será registrada na 18ª DP (Praça da Bandeira).

Em nota, o iFood disse que “repudia o uso indevido da sua marca e qualquer tipo de conduta criminosa de terceiros que não possuem relação com a empresa e que contribuem para a depreciação da imagem e trabalho dos entregadores.”

A empresa disse também que “não exige dos entregadores que usem a mochila com a logo da empresa para fazer entregas pela plataforma. Portanto, o fato de uma pessoa estar usando uma mochila da marca não significa que ela esteja fazendo uma entrega pelo iFood ou que seja um entregador cadastrado.”

A TV Globo tenta contato com o Tribunal de Justiça do Rio.

A Secretaria de Administração Penitenciaria (Seap) informou que o suspeito foi posto em liberdade após relaxamento da prisão no dia 20 de dezembro.

 

Operação Ouro Verde II: cinco pessoas são condenadas por fraudes na comercialização de madeira

A Justiça Federal no Pará condenou, na última quarta-feira (7), cinco pessoas a mais de 40 anos de prisão, somadas as penas, por fraudes na comercialização de madeiras. A denúncia foi feita, em 2007, pelo Ministério Público Federal (MPF), a partir da operação Ouro Verde II deflagrada também pela Polícia Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O principal objetivo da organização, conforme a denúncia, era o enriquecimento criminoso de seus integrantes e a exploração ilegal de recursos florestais, causando danos ao meio ambiente. Os réus Anderson Coelho Braga, Gildenísio José Varela, Dalton Pedroso Aranha e Abimael Negrão dos Santos foram condenados à pena de oito anos e quatro meses de reclusão. Já Maurício Olívia Santos, a dez anos de prisão.

De acordo com o MPF, os denunciados integravam uma rede criminosa especializada em fraudar o Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Ibama. O documento representa a licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos florestais.

Na sentença, o juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira considerou que os ilícitos descobertos pela operação Ouro Verde configuram o maior crime ambiental já julgado pela 3ª Vara (especializada no julgamento de ações criminais), “que envolveu empresários, servidores públicos, estelionatários e hackers (crackers)”.

Relembre o caso – Segundo a denúncia do MPF, a fraude consistiu em várias inserções de dados falsos no sistema DOF, gerido pelo Ibama, e posteriormente no sistema Sisflora, de responsabilidade da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), para criar créditos irreais em favor de diversas empresas, inclusive “fantasmas”, possibilitando, mediante acesso ao Cadastro Técnico Federal (CTF), a transferência de créditos para “clientes” da organização.

O MPF informou ainda que outro modo de atuação da organização criminosa foi a utilização do “ajuste” de créditos sem prévio procedimento administrativo, resultando no lançamento de créditos no banco de dados do sistema virtual do DOF. Com essas condutas, possibilitou-se a emissão irregular de inúmeros DOFs com a finalidade de dar aparência de legalidade ao transporte de madeira e carvão, provenientes de desmatamento ilegal realizado na Região Amazônica.

Resultados da Operação Ouro Verde II – Além dos cinco réus condenados na sentença, outros 22 foram pegos na Operação e respondem à ação penal em separado, como é o caso do técnico em contabilidade Menandro Souza Freire, denunciado como chefe da quadrilha que praticava as fraudes, e que foi punido, no ano de 2012, com 24 anos e oito meses de prisão.

Em 2017, após recurso do MPF e do Ibama ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a empresa D.M.E Indústria e Comércio de Carvão e os empresários Domingos Santos Lima, Esaú Gomes Ferreira, Francisco Bezerra da Silva e Maria do Carmo Rodrigues dos Santos foram condenados ao pagamento de R$ 10,2 milhões em indenizações por danos materiais e morais coletivos.

MPF denuncia Edir Macedo por evasão de divisas

O bispo e outras três pessoas foram acusadas também de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e estelionato contra fiéis para obter recursos para a Igreja Universal.

São Paulo – O bispo Edir Macedo Bezerra, líder religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), e outras três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a IURD.

Os três dirigentes da igreja denunciados são o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa. Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da Iurd, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.

Segundo a denúncia, do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da Iurd, por meio do “oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja”.

Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da Iurd composições societárias diversas das verdadeiras. O objetivo dessa prática era ocultar a real proprietária de diversos empreendimentos, qual seja, a Iurd.

O Procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira também encaminhou cópia da denúncia à área Cível da Procuradoria da República em São Paulo, solicitando que seja analisada a possibilidade de cassação da imunidade tributária da Iurd.