Ministério Público da Bahia acusa deputado Binho Galinha de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro

Parlamentar é apontado como chefe de um grupo miliciano que atua na região de Feira de Santana

O Ministério Público da Bahia apresentou denúncia contra o policial militar José Hildon Brandão e o deputado estadual Binho Galinha, suspeitos de participarem de um esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o parlamentar seria o líder de uma organização paramilitar que opera na área de Feira de Santana.

A denúncia faz parte de um novo desdobramento da Operação El Patrón, iniciada em dezembro de 2023, cuja apuração gira em torno de crimes de lavagem de dinheiro, extorsão e exploração do jogo do bicho em Feira de Santana e municípios vizinhos.

No documento, o Ministério Público da Bahia pede a continuidade do afastamento cautelar do policial militar e a indisponibilidade de bens dos envolvidos, visando garantir a reparação dos danos ocasionados. Segundo os promotores, os acusados teriam ocultado a procedência ilícita de um lote situado no Bairro Papagaio, cuja aquisição supostamente teria sido financiada com recursos de atividades criminosas lideradas pelo deputado.

A compra teria ocorrido em setembro de 2022, com pagamento feito em espécie e sem documentação que comprovasse a posse legítima do vendedor, configurando indícios de lavagem de dinheiro. Além disso, o Gaeco identificou outras evidências relacionadas ao oficial da PM, como a compra de um automóvel em que parte do valor também foi paga em dinheiro vivo.

Apontado há mais de dez anos como líder de uma organização criminosa dedicada a crimes como agiotagem, receptação qualificada e jogo do bicho, o deputado Binho Galinha teria no policial militar um facilitador para disfarçar a origem de bens obtidos de forma ilícita.

Faraó dos Bitcoins: delegada e policiais civis são condenados por corrupção

Quatro agentes da lei foram condenados por envolvimento em esquema de corrupção vinculado à Operação Novo Egito, desdobramento da Operação Kryptos, que em 2021 levou à prisão de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins“.

A delegada Daniela dos Santos Rebelo Pinto e os policiais Roberto Nogueira Alves, Marcelo Meireles Pinto e Raphael Vasques Jorge Macedo receberam penas de dois anos e oito meses de prisão cada, além da perda de seus cargos.

Esquema de corrupção revelado

De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), os condenados receberam propinas para favorecer as operações ilegais de Glaidson, que movimentaram cerca de R$ 38 bilhões em transações financeiras irregulares. A delegada, à época na Delegacia de Defraudações (DDEF), teria facilitado as atividades criminosas em troca de pagamentos ilícitos.

Os policiais civis, também lotados na DDEF, foram acusados de permitir o funcionamento da organização criminosa liderada por Glaidson, que atraiu investidores com promessas de lucros exorbitantes em operações de criptomoedas.

Provas e condenação

A condenação foi baseada em evidências reunidas pelo MPRJ, incluindo interceptações telemáticas, registros financeiros e depoimentos. As acusações incluíram crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e organização criminosa.

As penas destacam o desdobramento de uma das maiores investigações relacionadas a esquemas fraudulentos no mercado de criptomoedas no Brasil, reafirmando o compromisso das autoridades em combater a corrupção e crimes financeiros.

Vereador de Sorocaba Tem Ligações com Empresário Preso em Operação Contra o PCC

O vereador Cícero João (Agir), de Sorocaba (SP), está envolvido em uma controvérsia após a revelação de que recebeu doação de campanha de Ademir Pereira de Andrade, empresário preso na Operação Tacitus, da Polícia Federal, por suspeita de atuar como operador financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Detalhes da Ligação

Doação de Campanha:
Ademir doou R$ 16 mil para a campanha eleitoral de Cícero em 2020, quando o vereador foi eleito. A doação foi registrada na prestação de contas à Justiça Eleitoral, com o CPF do empresário, que também está associado ao mandado de prisão emitido pelo TJ-SP.

Interações Recentes:
Além da doação, as redes sociais mostram que os dois tinham contato frequente. Ademir curtia postagens de Cícero, incluindo uma interação registrada dois dias antes da prisão do empresário, em um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Negócios em Sorocaba:
Ademir, que também possui imóveis de aluguel na cidade, era conhecido no setor de construção e imobiliário.

A Operação Tacitus

A Operação Tacitus, coordenada pelo Gaeco e pela Polícia Federal, investiga um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos por integrantes do PCC.

Resultados da Operação:

  • Prisão de 7 dos 8 investigados;
  • Indícios de movimentação de R$ 72 milhões por meio de contratos fraudulentos;
  • Envolvimento de policiais civis e outros empresários.

Contexto:
A operação é um desdobramento de investigações sobre o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, em novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ademir é acusado de usar seu negócio imobiliário para lavar dinheiro do PCC, inclusive na compra de imóveis no Tatuapé (SP) e na Riviera de São Lourenço (litoral paulista).

Defesas

Vereador Cícero João:
Em nota, o vereador negou ter negócios com Ademir, afirmando que o conhecia apenas como empresário do setor imobiliário. Ele disse não se lembrar da doação e destacou que sua campanha foi de baixo custo e com tudo devidamente declarado.

Defesa de Ademir Pereira de Andrade:
Até o momento, não houve manifestação oficial da defesa do empresário.

Repercussões e Próximos Passos

Para o Vereador:
Cícero João, que não foi reeleito, é suplente do partido Agir e pode retornar à Câmara Municipal de Sorocaba. A relação com Ademir pode afetar sua reputação política e abrir espaço para investigações adicionais.

Para Ademir:
O empresário responde por lavagem de dinheiro e ligação com o PCC. Ele terá que esclarecer a origem dos recursos utilizados nas transações suspeitas e sua relação com os outros investigados.

Conclusão

A conexão entre o vereador e um empresário acusado de operar financeiramente para o PCC levanta preocupações sobre possíveis influências ilícitas em campanhas políticas e gestão pública. O caso destaca a importância de maior rigor na fiscalização de doações eleitorais e na investigação de vínculos entre agentes públicos e organizações criminosas.

Ação Criminosa: Médica Planeja Emboscada para Matar Marido Advogado

O trágico caso do advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior, morto em uma emboscada em Aracaju, Sergipe, trouxe à tona uma complexa trama de traição, disputa de patrimônio e alegações de premeditação envolvendo a esposa, a cirurgiã plástica Daniele Barreto. Presa na última terça-feira, Daniele é acusada de coordenar o assassinato do marido, marcando um episódio de impacto na mídia e na sociedade sergipana.

O Contexto do Crime

José Lael, de 49 anos, foi vítima de uma emboscada na noite de 18 de outubro de 2024. De acordo com as investigações, ele foi atraído ao local do crime sob o pretexto de comprar açaí, atendendo a um pedido feito por sua esposa. Daniele teria passado a localização exata do advogado para os assassinos. No local, o advogado foi alvejado por diversos tiros enquanto estava dentro do carro, acompanhado de seu filho de 20 anos, que também foi atingido, mas sobreviveu.

Apesar dos esforços do filho para dirigir até o hospital, Lael não resistiu aos ferimentos e faleceu. O crime abalou a comunidade local, chocando amigos, familiares e colegas de profissão do advogado.

Investigação e Prisão dos Suspeitos

Após a morte de Lael, a polícia iniciou uma investigação intensa, revelando indícios de premeditação e possíveis conflitos familiares. A operação policial resultou na prisão de Daniele e de mais cinco suspeitos, incluindo uma amiga da médica, a secretária dela, um motoboy e um intermediário que teria contratado o atirador. As investigações apontam que a execução do crime foi minuciosamente planejada, com cada um dos envolvidos desempenhando um papel específico.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Juliana Alcoforado, o assassinato estaria relacionado a uma série de conflitos no casamento, incluindo um pedido de divórcio rejeitado e uma disputa patrimonial complexa. Informações indicam que o casal possuía cerca de R$ 10 milhões em bens, depositados na conta do filho mais novo, o que dificultava a divisão do patrimônio sem um acordo mútuo.

Motivações e Conflitos

Os relatos apontam que a relação entre Lael e Daniele estava estremecida há algum tempo. A delegada Alcoforado revelou que Daniele mantinha um relacionamento extraconjugal com uma amiga próxima, também presa na operação. Além disso, os conflitos pela divisão de bens e a negativa de Lael em oficializar o divórcio teriam acirrado as tensões entre o casal.

O casamento de mais de 10 anos entre Lael e Daniele estava cercado por divergências e discussões, especialmente em relação ao patrimônio acumulado ao longo dos anos. Lael teria resistido ao processo de separação, o que, de acordo com os investigadores, pode ter motivado Daniele a tomar medidas extremas.

Comoção e Repercussão

A notícia da prisão de Daniele e dos demais envolvidos repercutiu fortemente nas redes sociais e nos veículos de comunicação. Amigos, familiares e colegas de José Lael expressaram pesar e indignação pela brutalidade do crime. A comunidade jurídica de Aracaju se manifestou em solidariedade à família do advogado, destacando a perda de um profissional respeitado e dedicado.

A comoção social e a gravidade do caso aumentaram o clamor por justiça, com muitas pessoas acompanhando de perto os desdobramentos das investigações. Com as prisões já efetuadas, as autoridades seguem em busca de mais provas para sustentar as acusações e garantir que todos os responsáveis respondam judicialmente pelo assassinato.

O Processo Judicial e Expectativas

Agora, com Daniele Barreto e os demais suspeitos sob custódia, o processo judicial promete atrair grande atenção. A acusação deverá apresentar provas contundentes que conectem cada um dos envolvidos ao planejamento e execução do crime. O advogado de defesa da médica afirmou que ela é inocente, mas os elementos coletados até o momento reforçam a tese de um crime premeditado.

As etapas futuras do processo serão decisivas para esclarecer todos os detalhes da ação criminosa e confirmar o papel de cada suspeito. A população aguarda, com expectativa, o desfecho do caso e o julgamento dos envolvidos.

O caso de José Lael de Souza Rodrigues Júnior expõe as complexas dinâmicas de relações conturbadas e o impacto devastador que uma disputa familiar pode causar. A trágica perda do advogado serve como um lembrete sobre a necessidade de abordagens pacíficas na resolução de conflitos e a importância de ações de justiça rápida e imparcial em casos de violência planejada. A sociedade aguarda que o tribunal possa oferecer a resposta necessária para os familiares e colegas que hoje lamentam a perda de José Lael.

Investigado, Amigo de Gusttavo Lima Possui 10 Empresas, R$ 40 Milhões em Carros e Intermediou Venda para Carlinhos Maia

Boris Padilha, empresário e amigo próximo do cantor Gusttavo Lima, está no centro de uma investigação policial relacionada a um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo apostas online e jogos de azar. Embora sua prisão preventiva tenha sido revogada recentemente, ele continua sendo alvo da Operação Integration, conduzida pela polícia civil de Pernambuco. O foco das investigações é a ligação de Padilha e de Gusttavo Lima com empresas como Vai de Bet e Esportes da Sorte, que operam no mercado de apostas.

Um Estilo de Vida Luxuoso e Ostentação

Boris Padilha, frequentemente associado ao sertanejo Gusttavo Lima, leva uma vida de extremo luxo e não esconde sua ostentação. Em suas redes sociais, ele compartilha momentos de sua rotina repleta de extravagâncias, incluindo compras em marcas de grife, como Cartier e Hermès. Em um dos vídeos publicados no TikTok, Padilha aparece carregando sacolas de uma joalheria em um shopping de alto padrão em São Paulo. Segundo o empresário, ele foi ao local apenas para “tomar um café”, mas saiu com itens de luxo, incluindo um relógio Cartier.

A relação entre Padilha e Gusttavo Lima vai além da amizade. Boris atua como uma espécie de agente do cantor, intermediando a compra de itens de luxo como carros, lanchas e jatinhos. Recentemente, ele participou da venda de um carro de luxo para o influenciador Carlinhos Maia, conforme divulgado no Instagram de sua empresa Padrão Boris Padilha.

Investigação e Operação Integration

A Operação Integration investiga um esquema de lavagem de dinheiro que envolve apostas online, uma prática cada vez mais comum no Brasil, mas que também tem atraído a atenção das autoridades devido ao risco de atividades ilícitas. Boris Padilha é um dos nomes centrais na operação, e sua prisão preventiva foi revogada na última terça-feira, embora ele ainda esteja sob investigação.

As empresas de Gusttavo Lima também estão sendo analisadas, com a suspeita de que tenham ocultado aproximadamente R$ 50 milhões provenientes de casas de apostas. O envolvimento de Padilha e Lima nesse esquema ainda está sendo apurado, mas a suspeita é de que ambos tenham utilizado suas conexões empresariais para movimentar recursos de maneira ilícita.

Diversos Negócios e Fortuna de Carros Luxuosos

Boris Padilha aparece como proprietário ou sócio de 10 CNPJ em empresas que operam em diversas áreas, principalmente na construção civil e na revenda de veículos e barcos no litoral catarinense. Grande parte de seus negócios está localizada em Blumenau e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, regiões conhecidas por abrigarem empresários e figuras públicas com estilos de vida luxuosos.

Na garagem de Boris, encontra-se uma coleção impressionante de carros de luxo, avaliada em cerca de R$ 40 milhões. Entre os veículos estão três Ferraris, dois Rolls-Royce e dois Bentley, reforçando o perfil de ostentação que ele projeta em suas redes sociais. Além disso, ele também é dono de dois jatinhos, usados para viagens pessoais e empresariais.

Conexões com Celebridades

Além de sua proximidade com Gusttavo Lima, Boris Padilha mantém relações com outras personalidades do meio artístico, como o influenciador Carlinhos Maia. A venda do carro de luxo para Maia foi um dos negócios recentes de Boris que ganhou destaque, demonstrando sua influência e envolvimento no círculo de celebridades.

O Desdobramento da Operação

As investigações da Operação Integration continuam a apurar o envolvimento de Boris Padilha e seus associados no esquema de lavagem de dinheiro. A operação mira tanto os negócios ligados a Boris quanto as empresas de seus amigos e parceiros de negócios. O caso ainda está em fase de desenvolvimento, e novos detalhes podem emergir nas próximas semanas, à medida que a polícia civil de Pernambuco avança com as investigações.

Enquanto isso, Boris Padilha segue desfrutando de seu estilo de vida luxuoso, mantendo suas atividades empresariais e suas conexões com figuras influentes do meio artístico. No entanto, seu envolvimento com apostas online e suas ligações suspeitas com operadores do mercado de jogos de azar podem colocar sua liberdade e reputação em risco.

Delegado é Preso Suspeito de Manipular Investigação de Assassinato de Empresário em Alagoas

O delegado Daniel Mayer, que ocupava o cargo de diretor da Diretoria de Polícia Judiciária (DJP1), foi preso nesta quarta-feira, 18 de setembro, em Maceió pela Polícia Federal. Ele é acusado de desaparecer com documentos cruciais para a investigação do assassinato do empresário Kleber Malaquias, ocorrido em Rio Largo. Malaquias, conhecido por suas denúncias contra figuras políticas e autoridades, foi vítima de um homicídio em julho de 2020.

A promotora Lídia Malta confirmou a prisão do delegado, que estava à frente da investigação do caso. A Polícia Civil, através de sua assessoria, afirmou não ter informações adicionais, enquanto a Polícia Federal ainda não se pronunciou oficialmente.

Documentos Cruciais Desaparecidos

A investigação sofreu um revés quando foi descoberto que documentos essenciais ao caso haviam desaparecido. Em agosto de 2024, a juíza Eliana Augusta Acioly Machado de Oliveira, da 3ª Vara Criminal de Rio Largo, determinou a reintegração desses documentos, destacando a importância deles para o inquérito policial. A defesa de um dos réus, Marcos Maurício Francisco dos Santos, alegou que o tribunal havia sido induzido ao erro por informações apresentadas pelo delegado Mayer, o que prejudicou o andamento do processo.

Providências Judiciais

Além de ordenar o retorno dos documentos ao inquérito, a juíza decidiu que o delegado Daniel Mayer será ouvido como testemunha em audiência, marcada para 19 de setembro. O caso também gerou uma recomendação à Corregedoria-Geral da Polícia Civil para investigar a atuação de Mayer no processo.

Contexto e Implicações

Kleber Malaquias era conhecido por suas denúncias públicas contra políticos, o que levanta a hipótese de motivação política por trás de seu assassinato. Três acusados — José Mário de Lima Silva, Edinaldo Estevão de Lima, e Fredson José dos Santos — serão julgados no Tribunal do Júri de Maceió na quinta-feira, 19 de setembro, pela morte de Malaquias. Eles responderão por homicídio qualificado, e o julgamento será presidido pelo juiz José Braga Neto, da 8ª Vara Criminal.

Desdobramentos

O caso Malaquias atrai grande atenção devido à sua complexidade e à possível interferência em sua investigação. A prisão de um delegado responsável por esconder documentos-chave levanta questões sobre corrupção e manipulação dentro das forças policiais, e o julgamento dos réus será um marco no desenrolar desse trágico caso.

Desdobramentos Recentes: Atualização sobre os Presos e Avanços na Investigação de Marielle

Seis anos após o trágico assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes, um novo capítulo se desenrola. Ronnie Lessa, responsável pelos disparos fatais, finalmente entregou informações cruciais sobre os mandantes por trás desse ato hediondo. A delação de Lessa foi oficialmente homologada nesta terça-feira (19) pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Lessa revelou detalhes das reuniões realizadas antes e depois do crime com os mandantes, que, segundo ele, fazem parte de um influente grupo político no Rio de Janeiro com interesses variados em diferentes setores do Estado. Até o momento, porém, os nomes dos mandantes não foram divulgados, deixando o mistério em torno desse caso que chocou o país.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completou seis anos no último dia 14 de março. Recentemente, no final de fevereiro, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi detido. Ele é apontado como responsável por desmanchar o veículo utilizado no dia do crime, um Cobalt prata.

Até o momento, quatro suspeitos estão sob custódia das autoridades:

  • Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, responsável pelo desmanche do veículo;
  • Ronnie Lessa, autor dos disparos fatais;
  • Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no atentado;
  • Suel, acusado de fornecer um veículo para que Lessa escondesse as armas utilizadas.

Ronnie Lessa, que foi expulso da Polícia Militar, já cumpre pena desde 2019. Sua condenação por ocultação das armas usadas no crime foi aumentada para cinco anos em 2021. Élcio de Queiroz, ex-sargento da Polícia Militar, também está detido desde o mesmo período e colaborou com informações cruciais sobre o caso.

Além disso, Suel, ex-sargento do Corpo de Bombeiros, é acusado de auxiliar na ocultação das armas após o crime, bem como de participar de uma tentativa anterior de assassinato da vereadora em 2017.

Enquanto aguardam julgamento, Lessa e Queiroz permanecem detidos em penitenciárias federais de segurança máxima. O caso está sendo acompanhado de perto pelo Tribunal do Júri, embora ainda não haja uma data definida para o julgamento.

Os desdobramentos recentes revelaram mais informações sobre o envolvimento de diferentes pessoas no crime, lançando luz sobre um dos casos mais emblemáticos e trágicos da história recente do Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa é condenado pela Justiça Federal por contrabando de peças de armas de fogo

Na sentença, a Justiça Federal afirma que o ex-PM Ronnie Lessa importou ilegalmente produtos controlados pelo Exército.

O ex-policial militar Ronnie Lessa foi condenado pela Justiça Federal a seis anos e oito meses de prisão, em regime semi-aberto, por contrabando de peças de armas de fogo.

O processo é um desdobramento da apreensão de peças de 117 fuzis desmontados em 2019 na Zona Norte do Rio. Na época, a investigação da Polícia Civil apontou Lessa como o responsável pelo arsenal.

A sentença determina a pena de 6 anos e 8 meses de reclusão em regime semi-aberto para o ex-policial. Ronnie Lessa já está preso desde 2019 pela acusação de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

A decisão detalha que as peças foram importadas dos Estados Unidos em quatro ocasiões, entre 2017 e 2018.

Na denúncia, o Ministério Público Federal apontou que, entre os itens importados, estão tambores para revólveres e um trilho para fixação de luneta telescópica em armas de fogo. A investigação afirma que Lessa comprava as peças pela internet e contava com a ajuda da filha, que morava nos Estados Unidos e enviava as encomendas para o Brasil.

Em depoimento à Justiça Federal, Lessa negou as acusações de contrabando, argumentou que não há provas de que as peças chegaram ao Brasil, e alegou que os acessórios citados na denúncia do Ministério Público Federal são usados em armas de airsoft.

A decisão da 5ª Vara Federal destacou que “as consequências do delito também são especialmente graves” e que todas as provas indicam que “o acusado importava tais componentes com o objetivo de efetuar a montagem de armas de fogo que seriam inseridas na clandestinidade, o que afeta e coloca em risco milhares de pessoas, representando uma grave ameaça à segurança pública”.

 

Irmão de Cláudio Castro é alvo de buscas da PF em operação contra fraudes em programas assistenciais do estado

Agentes saíram para cumprir 3 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, na cidade do Rio de Janeiro.

Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é alvo nesta quarta-feira (20) da Operação Sétimo Mandamento, da Polícia Federal (PF) — com mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) —, dentro da investigação sobre possíveis fraudes em programas assistenciais do estado.

“Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões”, afirmou a PF.

Outros alvos
Além de Sarciá, que é presidente do Conselho de Administração da Agerio (a Agência Estadual de Fomento), também sofreram buscas Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae. Os nomes foram revelados pelo Blog da Andréia Sadi. Cláudio Castro não é alvo de buscas nesta quarta, mas é investigado.

Sarciá é irmão de criação de Castro. A mãe dele se casou com o pai do governador.

Policiais federais cumprem ainda nesta quarta-feira 7 medidas de afastamento de sigilo bancário e fiscal e 6 medidas de afastamento de sigilo telemático.

O g1 e a TV Globo tentam contato com citados. O governo do estado e a Cedae ainda não se pronunciaram.

O advogado Carlo Luchione, que representa Castro e Sarciá, informou estar buscando uma cópia da decisão “para se inteirar dos motivos da busca e apreensão, haja vista que fatos noticiados na imprensa remontam anos”.

Programas investigados
Na Operação Sétimo Mandamento (não furtar), a PF investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020.

Em abril, o ministro Raul Araújo, do STJ, autorizou a abertura de um inquérito PF para investigar Castro pelo suposto envolvimento dele em um esquema de corrupção na época em que ele era vereador e vice-governador — também entre 2017 e 2020.

De acordo com as investigações da PF que levaram à operação desta quarta, “a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais do estado e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de propinas aos envolvidos nos esquemas”.

“O grupo obteve vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada”, afirmou a PF.

Desdobramento da Operação Catarata
A ação desta quarta é um desdobramento da investigação da Operação Catarata, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que apurava em 2020 um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão estadual responsável por políticas de assistência social.

Na ocasião, o MPRJ denunciou 25 pessoas — entre elas, a ex-deputada federal Cristiane Brasil e o ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes. Os dois sempre negaram as acusações.

Também na Operação Catarata foi preso o empresário Flávio Chadud, dono da Servlog, acusado de pagar propina em troca de contratos públicos e gravado no episódio da mochila com Cláudio Castro.

A investigação do MP do Rio apontou que esse esquema causou um prejuízo de até R$ 32 milhões aos cofres públicos.

O processo criminal estava na 26ª Vara Criminal da Justiça do Rio, mas foi encaminhado ao STJ depois que um dos réus fechou acordo de delação premiada e fez acusações contra o governador Cláudio Castro.

O delator é o empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva. Ele contou ao MPRJ que ajudou a financiar a campanha de Castro a vereador, em 2016, e depois virou assessor dele na Câmara Municipal do Rio.

No depoimento, Marcus Vinícius afirmou que Castro recebeu propina em contratos da Prefeitura do Rio quando era vereador, em 2017, com dinheiro desviado da então Subsecretaria da Pessoa com Deficiência (SubPD).

“Dois contratos na SubPD passaram a dar capital político e propina para o então vereador Cláudio Castro lá na SubPD, em 2017 pra 2018”, disse o delator.

Com a eleição de Wilson Witzel, Cláudio Castro assumiu o cargo de vice-governador em janeiro de 2019. E a Fundação Leão XIII passou a ser subordinada diretamente a ele.

Marcus Vinícius contou ao Ministério Público que Castro participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Leão XIII. E que até recebeu propina em dólar, nos Estados Unidos.

“(Castro) foi fazer uma viagem com a família pra Orlando. Ele, a atual primeira-dama, os filhos, cunhado, foi uma galera junto. Parte dos recursos que pagaram a viagem do Cláudio e da família lá em Orlando saiu dos cofres, da contabilidade do [programa da Leão XIII] Novo Olhar [alvo da investigação desta quarta] e foi direto pra Orlando. Quando ele chegou lá, o dólar tava lá. Não precisou sacar aqui. A pessoa só chegou e entregou pra ele. Na época foi o equivalente a 20 mil dólares, se eu não me engano. Dei uma parte, Flávio (Chadud, dono da empresa Servlog) deu outra”, revelou o delator.

Marcus Vinícius também falou sobre a visita que o então vice-governador fez à Servlog, empresa que tinha contratos com a Leão XIII, em julho de 2019. O delator trabalhava no escritório dessa empresa, num shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

A visita de Castro carregando uma mochila, ao lado de Flávio Chadud, foi registrada por câmeras de segurança do shopping. Segundo o delator, naquela visita, Cláudio Castro recebeu R$ 120 mil de propina em dinheiro vivo, de Flávio Chadud. Veja o que ele disse ao MP:

Promotor: “Aquela imagem dele no escritório, então…”.
Delator: “120 mil reais”.
Promotor: “Ele tinha recebido 120 mil reais naquela ocasião?”.
Delator: “Uma parte dos recursos que haviam sido liberados atrasados”.
Um dia depois dessa visita, Chadud foi preso na Operação Catarata.

Um outro alvo da Operação Catarata foi Bruno Selem, que trabalhava na Servlog. Ele também fechou um acordo de delação premiada, e afirmou que Cláudio Castro recebeu cerca de R$ 100 mil de propina nesse encontro com Flávio Chadud no escritório da Servlog.

Com o impeachment de Wilson Witzel, Cláudio Castro assumiu o governo do estado interinamente em agosto de 2020; em maio de 2021, tomou posse definitivamente.

No documento enviado ao STJ em novembro do ano passado, a PGR pediu autorização para que a Polícia Federal investigasse Cláudio Castro a partir do momento em que se tornou governador.

No pedido ao STJ, a PGR diz que “o modo de execução dos crimes, a forma com que a organização criminosa se instalou na Prefeitura e no Estado do Rio e a continuidade delitiva durante período considerável permitem juízo preliminar de que os crimes continuaram mesmo durante o exercício do novo cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro”.

A PGR afirma ainda que “ao menos nesta fase inicial da investigação, os elementos probatórios convergem para a continuidade da atuação criminosa no novo cargo, justificando, portanto, o reconhecimento do Superior Tribunal de Justiça como foro competente para investigação dos crimes indicados pelo colaborador Marcus Vinícius Azevedo da Silva”.

 

Coronel alvo de CPI e ex-auditor fiscal preso: irmãos suspeitos de fraude na intervenção também foram investigados na pandemia

Glaucio e Glauco Octaviano Guerra, os irmãos Guerra, voltam a ser investigados em denúncias de fraudes em licitações com o poder público. Terceiro irmão foi expulso da PF e também já foi preso.

Os agentes da Polícia Federal que investigam a suspeita de corrupção durante o período de intervenção militar no Rio de Janeiro se debruçaram, nos últimos meses, sobre a vida dos irmãos Glaucio e Glauco Octaviano Guerra, os irmãos Guerra.

Glaucio, conhecido Coronel Guerra, é coronel da Aeronáutica reformado desde 2016. Seu irmão mais novo, Glauco, é ex-auditor fiscal. Alvos da Operação Perfídia, os dois também foram investigados por contratos suspeitos durante a pandemia da Covid (veja detalhes abaixo).

A operação desta terça também mirou outros militares e empresários suspeitos de fraudes com verbas do Gabinete da Intervenção Federal (GIF). Entre os investigados está o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor, que teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.

Segundo a decisão assinada pela juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, os irmãos Guerra são donos da MHS Produtos e Serviços, empresa que representou a norte-americana CTU Security LLC no Brasil.

A PF apura os crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da CTU para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões durante a intervenção federal no Rio.

Coronel alvo de CPI por venda de vacinas
Na decisão da Justiça Federal, Glaucio é apontado como “responsável por todo o estudo financeiro, confecção dos contratos, documentos e prospecção de empresas estrangeiras para fornecimento de materiais diversos” da MHS.

O documento ainda cita que ele também tem a função de captar investidores para financiar os custos de produção da MHS.

Essa não é a primeira vez que Glaucio se envolve com problemas na Justiça. Nascido em 1970, no Rio de Janeiro, ele ficou conhecido no Brasil como Coronel Guerra, ao ser citado em mensagens com o representante da empresa americana Davati Medical Supply, o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti.

Os dois foram personagens da CPI da Covid, em 2021, quando Dominguetti teve o celular apreendido pelos parlamentares. Na ocasião, o Fantástico revelou as mensagens que indicavam que o PM negociava por cada dose de vacina vendida uma comissão de 25 centavos de dólar.

Em uma das mensagens, Dominguetti escreve para o coronel Guerra: “Podemos falar com Serafim e ajustar ambos os assuntos: Vacina e AU”.

Glaucio então responde: “Vamos sim. Deixa eu sair do DOD. Não dá para usar telefone aqui”.
Em outra troca de mensagens, essa no dia 31 de maio de 2021, Dominguetti demonstra preocupação com o desfecho de um suposto acerto na venda de vacinas.

“Acredito que seria bom o senhor dar uma ligada ao Serafim. Estão bastante descontentes com a falta de comunicação. Estou tentando ajustar para não cair”, teria escrito o PM.

O coronel Guerra responde de forma direta: “Dominguetti, tá tudo alinhado”.
No dia 7 de junho daquele ano, algumas mensagens de Guerra apontaram que ele tinha contato direto com o presidente da Davati, Herman Cárdenas.

“Bom dia. O Herman e isolou das calls com a AZ (a CPI suspeita que a sigla AZ refere-se à Astrazeneca) desde quinta-feira. Acredito que ele esteja analisando a documentação (…) Estou no aguardo da call dele. Americano é um pouco fdp”, acrescentou o coronel.

Cargo oficial e empresas nos EUA
Atualmente na reserva, Glaucio foi coronel da Aeronáutica até setembro de 2016. Antes de se aposentar, o investigado ocupou um cargo internacional de bastante relevância na estrutura militar.

Em 2013, Guerra foi designado para ser chefe da Divisão de Logística da Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington, na capital dos Estados Unidos. A portaria foi assinada pelo então ministro da Defesa, Celso Amorim.

Desde fevereiro de 2014, o então tenente-coronel tinha autorização das Forças Armadas para se ausentar do país. A partir de março do mesmo ano, ele já começaria a receber os encargos da nova função.

Além da MHS, o coronel também é proprietário da empresa Guerra International Consultants, no estado de Maryland, Estados Unidos. A cidade é famosa por abrigar empresas da indústria de defesa dos EUA e diversas companhias internacionais ligadas ao setor militar.

Preso por compras suspeitas na pandemia
Irmão do coronel, Glauco Octaviano Guerra é um ex-auditor da Receita Federal e chegou a ser preso em maio de 2020 durante a Operação Mercadores do Caos, que investigou suspeitos de fraudes na saúde do Rio de Janeiro.

Um dos processos investigados pelo Ministério Público e pela polícia do Rio é o da compra de 300 respiradores mecânicos. A empresa responsável pelo fornecimento e a MHS, que tem como sócio Glauco.

No desdobramento das investigações, foram presos nomes como os dois ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves e Gustavo Borges da Silva.

Segundo os investigadores, a proposta da MHS foi entregue menos de uma hora depois do documento de referência ser assinado por Gustavo. A agilidade, de acordo com a decisão judicial que determinou as prisões, levou à suspeita de direcionamento.

As investigações apontaram ainda que o suspeito aceitou a proposta da MHS sem analisar a capacidade técnica e econômica de fornecer os produtos ao governo do Estado.

Por conta da investigação, Glauco foi preso em Belém, no Pará. Segundo os procuradores do MP, uma das empresas investigadas por fraude na venda de respiradores para o governo do RJ no combate à Covid-19 fez a subcontratação dos aparelhos de outra empresa, que enfrenta acusações semelhantes no Pará, para fechar o negócio. Os aparelhos nunca foram entregues.

Glauco Guerra também fez parte de um grupo de auditores da Receita Federal investigados pela Corregedoria do órgão por enriquecimento ilícito. Meses depois, Glauco foi exonerado pelo ministro Paulo Guedes por ato de improbidade administrativa.

Outro irmão preso
Além dos dois irmãos alvos da operação sobre suspeita de corrupção durante intervenção militar no RJ, a família Guerra conta com mais um integrante envolvido com possíveis crimes.

Fora dessa investigação, o irmão mais velho dos Guerra é o ex-policial federal Cláudio Octaviano Guerra, que foi expulso da corporação por acusação de corrupção.

Em 2007, ele foi preso por suspeita de favorecer presos durante a escolta em operação que mirava o jogo do bicho.

Segundo a Polícia Federal, na época, os agentes aproveitavam as ocasiões que deveriam fazer escoltas e levavam os presos para churrascarias e outros programas. Os fatos apurados pela PF apontaram para os crimes de formação de quadrilha, prevaricação e corrupção, pelos quais foram condenados.

O que dizem os citados
Na época da CPI da Covid, Glaucio Octaviano Guerra afirmou, em nota, que não teve vínculo empregatício nem contrato assinado com a Davati e que não é porta-voz da empresa.

“Nunca recebi nenhuma remuneração da empresa por qualquer tipo de negociação ou serviço prestado”, afirmou.

Ele se disse amigo há dois anos de Herman Cardenas, dono da Davati, que tem sede nos Estados Unidos. Afirmou que apresentou Cristiano Carvalho a Cardenas em 25 de fevereiro deste ano, “compartilhando o telefone de um com o outro”.

Ele afirmou que eventualmente atua como tradutor para o empresário. “Por vezes, a pedido do Herman, atuo como tradutor nas ligações comerciais com pessoas que não dominam a língua inglesa”, disse.