BR Distribuidora é novo alvo da Operação Lava-Jato

Empresa de Santa Catarina teria sido usada para distribuição de propina; esquema é ‘atual porque contratos vigoram até hoje’, diz procurador

CURITIBA e FLORIANÓPOLIS – O alvo da Polícia Federal nesta nova fase da Operação Lava-Jato é a BR Distribuidora, além da Diretoria de Serviços, comandada pelo ex-diretor Renato Duque. Em Santa Catarina, foi identificada a empresa Arxo, de grande porte, fabricante de tanques de combustíveis e caminhões para abastecimento de aeronaves, que teria sido usada para distribuição de propina e lavagem de dinheiro no esquema da distribuidora. Logo que teve o nome divulgado, a empresa encerrou o expediente e dispensou os funcionários do setor administrativo.

Segundo balanço da PF divulgado na tarde desta quinta-feira, em São Paulo todos os mandados da Operação “My Way” foram cumpridos (duas conduções coercitivas e 10 mandados de busca e apreensão). No Rio, uma prisão preventiva, a do consultor Mario Goes, proprietário da Rio Marines, não foi cumprida, assim como uma condução coercitiva. Na Bahia, uma condução coercitiva foi cumprida. Em Santa Catarina, duas prisões temporárias foram cumpridas e uma, não. Além disso, agentes cumpriram sete conduções coercitivas.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrantes da Força-Tarefa da Lava-Jato, afirmou que a arrecadação de propina de fornecedores da Petrobras continuou a ocorrer até o fim de 2014, nove meses depois da deflagração da operação, em março do ano passado. Segundo ele, a cobrança de propina atingia as áreas de Serviço e a BR Distribuidora.

— O Ministério Público é conservador. Temos prova concreta de pagamento em dezembro. Mas é claro que é atual. Há contratos em andamento. Nenhuma razão para ter parado — disse um procurador integrante da força-tarefa.

Um dos sócios e um diretor da Arxo foram presos temporariamente. O outro está nos Estados Unidos e deve retornar ao Brasil nesta quinta-feira, segundo o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, que, ao lado do procurador Lima, detalhou as investigações em andamento na sede da PF do Paraná em Curitiba, nesta quinta-feira.

De acordo com as investigações, a Arxo assinou contrato no valor de R$ 85 milhões em outubro de 2014 para fornecer 80 caminhões para abastecer aviões em aeroportos, trabalho feito pela BR Distribuidora. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, um grande volume de dinheiro (parte no cofre e o restante escondido) foi apreendido na Arxo em Santa Catarina. Havia, entre o volume, moeda estrangeira. Parte estava no cofre da empresa e outra, escondida.

A Arxo divulgou uma nota para explicar as atividades suspensas nesta quinta-feira: “o setor administrativo da empresa está com atividades suspensas, no momento, para que nossos profissionais possam prestar informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal. A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário. A produção fabril opera sem alterações”.

A Arxo, ainda em nota, informa que na operação desta quinta-feira foram detidos temporariamente para prestar esclarecimentos o diretor financeiro da empresa, Sérgio Marçaneiro, e o sócio-proprietário, Gilson Pereira. “O procurador jurídico da companhia, Charles Zimmermann, esclarece que João Gualberto Pereira, também proprietário da empresa que estava em viagem aos Estados Unidos, será apresentado à Polícia Federal, em Curitiba, amanhã à tarde. “Nós apenas estamos prestando esclarecimentos à polícia e contribuindo o trabalho de investigação”, enfatiza o advogado”, diz a nota.

Diz ainda a empresa que todos os contratos da Arxo estão contabilizados e que o dinheiro encontrado no cofre durante a ação desta quinta-feira “era para pagamentos da empresa”.

Nesta nona etapa, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a operação visa produzir provas de participação de pessoas e empresas. Os investigadores chegaram a essas empresas ligadas a BR após depoimentos de Pedro Barusco, ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras. Barusco e Paulo Roberto Costa são os únicos funcionários da Petrobras que assinaram acordos de delação premiada.

Lima afirmou que até agora não há provas efetivas contra as empresas. Há entre elas empresas que existem e outras, chamadas “gêmeas”, que servem apenas para lavagem de dinheiro. Ao todo foram realizadas apreensões em 26 empresas, sendo 24 de fachada. Somente a Arxo e uma outra, cujo nome não foi revelado é que não seriam de fachada.

Sete das empresas de fachada estavam localizadas num único endereço em São Paulo, onde não havia nada quando a Polícia Federal chegou no início da manhã.

RENATO DUQUE APARECE NO RELATO DE VÁRIOS COLABORADORES

Segundo Lima, os indícios são de que até o fim do ano passado as empresas operaram na área de Serviços e na BR Distribuidora. No total, foram identificados 11 operadores, com atuação semelhante à do doleiro Alberto Youssef, de intermediar a arrecadação do dinheiro e distribuir entre agentes políticos. O tesoureiro do PT João Vaccari Neto é um dos operadores.

O procurador afirmou que o décimo primeiro operador, que teve prisão preventiva decretada, a ser cumprida no Rio de Janeiro, é a conexão do esquema entre a área de Serviços e a BR Distribuidora e foi apontado tanto por Pedro Barusco quanto por um ex-funcionário da empresa de Santa Catarina, que relatou fatos à PF.

Esperamos ter alcançado o controle da propina — disse Lima, ao comentar sobre a ação na Arxo.

Para o procurador, a principal diferença entre o esquema da Diretoria de Abastecimento é que não havia cartel entre as empresas. O crime, neste caso, é de fraude à licitação.

Lima explicou que a prisão de Renato Duque depende do Supremo Tribunal Federal e que a Procuradoria Geral da República já se manifestou favorável à prisão do ex-diretor da Petrobras. Segundo ele, Duque aparece no relato de vários colaboradores e provas devem ser colhidas no decorrer da operação.

Larissa Manoela consegue sair da empresa que mantinha com os pais

Atriz tentava deixar a sociedade desde março de 2023, mas os pais se recusavam a permitir. A artista abriu mão de patrimônio estimado em R$ 18 milhões, que ficou com os pais.

A atriz Larissa Manoela conseguiu formalizar a saída da empresa que mantinha com os pais. Ela tentava deixar a sociedade desde março de 2023, mas os pais se recusavam a permitir. A artista abriu mão de patrimônio estimado em R$ 18 milhões, que ficou com os pais.

A juíza Andréa Galhardo Palma determinou que a Junta Comercial do Estado de São Paulo registrasse que Larissa tinha o direito de sair do quadro de sócios, com data de saída de 2 de setembro de 2023.

A crise com os pais veio à tona em entrevista de Larissa ao Fantástico, em agosto. Ela contou que não tinha acesso no dia a dia ao próprio dinheiro e relatou brigas envolvendo, entre outras coisas, pedidos negados de transferência por PIX.

Os pais foram notificados pela defesa da artista em 2 de agosto sobre a decisão da saída do quadro de sócios. A notificação extrajudicial foi recebida e os pais concordaram. A Receita Federal e “eventuais órgãos pertinentes” também precisam ser informados sobre a decisão.

A empresa em questão, Dalari Produções e Eventos, foi aberta em 8 de outubro de 2014 e teve o início das atividades em 15 de setembro daquele ano, em Cotia, na Grande São Paulo.

O objetivo registrado na Junta Comercial era de agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas, edição de livros, gestão de ativos intangíveis não-financeiros, produção de filmes para publicidades e serviço de dublagem.

Na sociedade estavam Silvana de Jesus (49%), Gilberto Elias (49%) e Larissa Manoela (2%), à época. Em 19 de junho de 2017, uma redistribuição passou para 33% para cada uma das partes em uma alteração de sócios/titular/diretoria.

Já em março de 2020, as quotas passaram novamente a 49% para cada um dos pais e 2% para Larissa.

Os advogados que representam os pais, a empresa e Larissa não haviam se pronunciado até a última atualização desta reportagem.

Rompimento com os pais
Larissa decidiu renunciar ao patrimônio para evitar a briga judicial com os pais, que por questões contratuais tinham poder sobre tudo.

Em nota anterior, a defesa de Gilberto e Silvana Elias dos Santos, pais da atriz, afirmou que Larissa Manoela faltou com a verdade quando disse que não sabia qual era o percentual dela na empresa Dalari, já que assinou uma alteração contratual em janeiro de 2020, na qual constava o percentual de 2%.

Segundo o advogado, também não era verdade que Larissa não tinha acesso a dinheiro no dia a dia, porque “ela sempre teve e utilizou seus cartões de crédito com os quais sempre pôde comprar tudo que desejou”.

O advogado afirmou que Larissa era quem se recusava a conversar com a mãe e sequer respondia as mensagens do pai. Por fim, a defesa disse que os pais acreditam ser “extremamente triste e lamentável a opção de Larissa pela ingratidão, pela indiferença e pelo desrespeito. E que a atriz é amada incondicionalmente”.

 

Preso empresário suspeito de comandar organização criminosa

Operação Entre Rios

Operação Entre Rios
 

 A Delegacia Prevenção e Repressão a Entorpecentes (DEPRE) deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a Operação Entre Rios e até o momento já prendeu 15 pessoas acusadas de tráfico de drogas. Entre os presos está um empresário que tem um sítio em Timon (MA) e usava para esconder drogas. O objetivo da operação é identificar e localizar os integrantes de organização criminosa, responsável pela prática dos crimes de tráfico e associação para o tráfico em Teresina e Timon (MA). 

Segundo informações repassadas pela DEPRE, a quadrilha atua nos bairros Dirceu Arcoverde I, Jardim Europa, Planalto Bela Vista, São Joaquim, em Teresina, e também no residencial Novo Tempo e no Povoado São Gonçalo na cidade vizinha, em Timon (MA). Em Timon foram identificadas duas propriedades rurais para armazenar os entorpecentes. Parte da droga comercializada era oriunda do Estado do Pernambuco. 

Presos 

Entre os investigados está Carlos Roberto dos Santos, vulgo baixinho, que já é sentenciado pela infração penal de tráfico de drogas em processo do ano de 2006 pelo Estado do Piauí, bem como pelo Estado da Bahia em ação penal de 2005. Segundo as investigações,  Carlos Roberto seria o chefe da organização, atuando no abastecimento e distribuição dos entorpecentes. Cabe destacar que Carlos, nos últimos anos, mantinha uma vida empresarial, em Teresina e Timon. Em Teresina ele atua no ramo de autopeças, mais precisamente no Bairro Tabuleta, no Posto Magnólia, onde funciona, em seu nome, a C R DOS SANTOS PEÇAS PARA VEÍCULOS, e em Timon como produtor rural de melancia. 

Os demais participantes são Francisco Dalton de Araújo Oliveira e José Terto da Silva Filho (atuam na venda de drogas ilícitas), Fabricia Abreu Fernandes Noronha, David dos Santos Bonfim, Sebastião Rodrigues Marques e Daniela Rodrigues Marques de Oliveira, pai e filha respectivamente (responsáveis pela guarda e deposito dos entorpecentes). Todos os investigados tiveram expedidos em seus desfavores Mandados Judicias de prisão e busca e apreensão, ambos determinados pelo Juiz de Direito, Luiz de Moura Correia da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina-PI. 

Na tarde de ontem (13), Carlos Alberto, Francisco Dalton, Hailton da Silva Marques e Manoel Alcides da Silva, foram presos em flagrante pelo crime de transporte de drogas ilícitas, na Cidade de Timon-MA, com o auxílio da SENARC-MA e PRF-PI. 

A Operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, por meio da e Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí, e apoio da Polícia Militar. Os Delegados da Polícia Civil responsáveis pelo Inquérito Policial, que resultou na referida operação, são Matheus Lima Zanatta e Walter Pereira da Cunha Junior, ambos lotados Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes.  

Operação “My Way” da Lava-Jato investiga 11 operadores e 25 empresas

PF investiga empresas e intermediários que, supostamente, agiam em esquemas de corrupção tocado dentro da Diretoria de Engenharia da Petrobras

Investigadores da Lava-Jato deflagraram a operação ;My Way; nesta quinta-feira (5/2) atrás de 11 operadores e 25 empresas. Os intermediários agiam em esquemas de corrupção na Petrobras. A suspeita é de que eles atuavam em frentes diferentes na Diretoria de Engenharia da estatal, à época comandada por Renato Duque, e na BR Distribuidora. Duque era apelidado de ;My Way; pelo subordinado Pedro Barusco, mas não foi alvo da operação.

Ao todo, a PF cumpriu mandados em 26 empresas. Dessas 24 são firmas de fachada ou utilizadas no esquema de corrupção; uma é considerada de grande porte, em Piçarras (SC); e uma responsável por armazenar documentos.

A PF cumpriu dois mandados de busca em Piçarras. Lá, uma grande empresa fornecedora de tanques de combustível e de caminhões para abastecimento de aviação fechou contratos com a BR Distribuidora. Segundo o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, há suspeita de que esses negócios envolveram o pagamento de propina.

[SAIBAMAIS]Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná, Igor de Paula Romário, há suspeita de que essa firma pagou a funcionários da Petrobras por informações privilegiadas que lhe garantiram contrato com a BR Distribuidora. O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os operadores ;têm muitas ligações com agentes públicos dentro da Petrobras; .

Segundo Carlos Fernando, os operadores tinham proximidade com a Diretoria de Serviços e Engenharia, que foi comandada por Duque. Apesar disso, os investigadores não pediram a prisão dele, ao menos por enquanto, por não terem provas suficientes.

Os supostos crimes aconteceram até 2014, quando Duque não estava mais na diretoria, mas os delegados e procuradores ainda não têm certeza de quando começaram. ;Essa é a importância desse fato, que não envolve só a Diretoria de Abastecimento (antes comandada por Paulo Roberto Costa) e Internacional (antes dirigida por Nestor Cerveró);, explicou Carlos Fernando.

As suspeitas ainda precisam ser confirmadas. Parte das acusações é baseada na palavra de criminosos colaboradores em regime de delação premiada. ;Buscar documentos é essencial;, completou o procurador. ;Essa operação se destina a produzir provas.; Por isso, os investigadores não divulgaram nomes. A prisão preventiva no Rio de Janeiro não tinha sido cumprido até as 10h.