Renato Cariani: quem é o influencer fitness indiciado pela PF por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Fisiculturista tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube. Ele é sócio de uma empresa investigada por desviar produtos químicos para produção de crack. PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa e na casa do influenciador em dezembro de 2023.

Indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, o influencer Renato Cariani, de 47 anos, é um dos principais nomes do mundo fitness e conhecido por ser o maior apoiador do fisiculturismo brasileiro.

Segundo a PF, o indiciamento dele e de outros dois amigos ocorreu com a conclusão do inquérito contra o influenciador, neste mês, por suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico.

A investigação não pediu as prisões dos três investigados. Todos respondem em liberdade.

Uma operação com mandados de busca a preensão ocorreu em dezembro de 2023 (veja mais abaixo). Na época, ele negou nas redes sociais o envolvimento no esquema e disse ter sido surpreendido pela operação.

Cariani tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões de seguidores no YouTube. Os vídeos sobre o mundo da dieta e do culto ao corpo acumulam 1 bilhão de visualizações.

Nas redes sociais, ele se apresenta como professor de química, professor de educação física, atleta profissional, empresário e youtuber.

Site e eventos de fisiculturismo
Cariani ainda tem um site oficial, onde oferece cursos, entre eles de nutrição, musculação, investimento, inglês e até sobre como montar canal no YouTube.

“Nação Renato Cariani é o lugar onde você encontra tudo o que precisa para sua transformação pessoal. Aqui, você terá acesso a conteúdos online que acelerará a sua evolução. Aulas semanais com Renato Cariani, módulos completos com especialistas e uma comunidade onde milhares de pessoas com o mesmo objetivo que você”, diz o site.

Em outubro, o influencer conversou com o ge durante a realização do Mr. Olympia Brasil, evento de prestígio na área fitness que ocorreu em São Paulo.

Na entrevista, o fisiculturista disse que transformou o bullying sofrido na infância em combustível para adotar hábitos alimentares mais saudáveis e ganhar a vida promovendo o mercado que movimenta centenas de milhões de reais.

“O meu amor pelo fisiculturismo veio pelo amor que eu tive pela musculação. A musculação transformou a minha vida. Eu era um garoto que sofria muito bullying na escola por ser obeso e entrei na academia para fugir do bullying. Descobri que a academia me deixava mais forte, mas não era apenas no corpo, mas forte na mente. Me deixou mais disciplinado, concentrado e resiliente”, disse.
Ao ge, Cariani ainda contou que as formações em três áreas distintas – química, administração de empresas e educação física – o ajudaram a se tornar um empresário de sucesso do ramo fitness.

Operação da PF

Ao todo, a operação da PF cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná.

O grupo foi investigado por suspeita de desviar toneladas de um produto químico para produzir entre 12 e 16 toneladas de crack.

A operação foi realizada em conjunto com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) de São Paulo e a Receita Federal.

Histórico
A investigação começou em 2022, depois que uma empresa farmacêutica multinacional avisou a PF de que havia sido notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela com pagamento em dinheiro não declaradas.

A farmacêutica alegou que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes.

A partir de tais informações, a Polícia Federal iniciou a investigação e identificou que entre 2014 e 2021 o grupo emitiu e faturou notas em nome de três empresas grandes de forma fraudulenta: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica.

A PF pediu prisão dos envolvidos, o Ministério Público foi favorável, mas a Justiça negou.

Indiciamento

Após dez meses de investigações, a Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu em janeiro o inquérito contra o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico.

O relatório final terminou com o indiciamento dele e de mais dois amigos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A investigação não pediu as prisões dos três investigados. Todos respondem em liberdade. A conclusão da PF foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), que poderá ou não denunciar o grupo pelos crimes. Caberá depois à Justiça Federal decidir se o trio deverá ser julgado pelas eventuais acusações. Se forem condenados, eles poderão ser punidos com penas de prisões.

A TV Globo e g1 não conseguiram localizar as defesas deles para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.

Além de Renato, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth são acusados pela PF de usar uma empresa química para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Mas os insumos não iam para essas empresas. Eles eram desviados para a fabricação de cocaína e crack. Essas drogas abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

 

Artistas de rua acusados de matar advogado espancado são absolvidos em júri popular

Advogados de Fernando de Oliveira Grossi e Carlos Frederico alegaram que as provas obtidas durante o inquérito policial não comprovavam a participação dos clientes no crime. Cláudio Topgian Rollemberg foi encontrado ferido em uma rua de São José do Rio Preto (SP).

A Justiça de São José do Rio Preto (SP) absolveu, na noite de terça-feira (27), os dois artistas de rua acusados de matar espancado o advogado Cláudio Topgian Rollemberg. A sentença foi proferida pelo juiz Cristiano Mikhail, após mais de 10 horas de júri popular.

Segundo o processo, Fernando de Oliveira Grossi e Carlos Frederico foram denunciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Durante o júri popular, os advogados dos réus alegaram que os clientes eram inocentes, e que as provas obtidas durante o inquérito policial não comprovavam a participação de ambos no crime.

Após mais de 10 horas de júri popular, o conselho de sentença decidiu, mediante a falta de provas, absolver Fernando e Carlos da acusação de homicídio triplamente qualificado. Diante do parecer, a Justiça expediu alvará de soltura dos artistas de rua. O Ministério Público já recorreu da decisão.

Morte e investigação
Cláudio Rollemberg foi encontrado com ferimentos no dia 17 de julho de 2021, entre as ruas Delegado Pinto de Toledo e XV de Novembro, em Rio Preto.

Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tangará e transferido ao Hospital de Base, mas não resistiu e morreu nove dias depois.

Os artistas de rua foram presos em datas diferentes e encaminhados à carceragem da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC).

Os dois trabalhavam com pinturas de azulejos e residiam em uma casa a três quarteirões de distância do imóvel do advogado. Eles costumavam beber cerveja em um posto de combustíveis, onde conheceram a vítima e passaram a manter relação de amizade.

Conforme sustentou o Ministério Público, Cláudio teria sido agredido pelos artistas por conta de uma dívida de R$ 40.

 

Empresário que ameaçou Randolfe Rodrigues é solto após pagar R$ 60 mil

O empresário Júlio Farias, preso em flagrante ontem em Macapá após ter ameaçado o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), recebeu liberdade provisória após pagar fiança de 50 salários mínimos, o equivalente a R$ 60,6 mil.

Farias foi detido em operação conjunta da PF (Polícia Federal) e da Polícia Legislativa do Senado Federal por posse ilegal de um silenciador para fuzil, comprado na internet. Foram apreendidas na casa dele dez armas de fogo, como fuzil, espingardas, revólver e pistolas, bem como 3.153 munições de diversos calibres. Segundo a PF, a pena pode chegar a até seis anos de prisão.

De acordo com a decisão de soltura, Farias deve manter distância de ao menos 200 metros do senador. Ele já foi condenado anteriormente por crime contra o meio ambiente.

O empresário, que é dono de postos de combustíveis, publicou mais de um vídeo nas redes sociais xingando e dizendo que agrediria Randolfe. A Polícia Legislativa apontou que há “fortes indícios de ameaça e crimes contra a honra” do senador.

No Facebook, além de demonstrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o empresário fazia posts contra o PT e membros da legenda.