TCU condena Alexandre de Moraes Hissa ex-gerente do Banco do Nordeste por desviar recursos.

Corte apontou operações de crédito fictícias, com uso de documentos falsos, que deram prejuízo de R$ 2,6 milhões ao banco

O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) condenou nesta 4ª feira (12.jul.2023) um ex-gerente de agência do BNB (Banco do Nordeste) por desvios de recursos do banco e do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste). As irregularidades ocorreram entre 2017 e 2019 na unidade de Santa Cruz do Capibaribe (PE). O prejuízo somado é de R$ 2,6 milhões.

Foram condenados Alexandre de Moraes Hissa, gerente-geral da agência na época, e Jeferson Pereira de Oliveira, empresário individual que, segundo a Corte de Contas, agiu em conluio com o gerente na prática de fraudes visando à obtenção de vantagens financeiras.

Dentre as irregularidades praticadas estão operações de crédito fictícias, uso de documentos falsos, emissão de aval cruzado entre clientes e operacionalização de um extenso fluxo de compensações financeiras.

Eles foram condenados a ressarcir solidariamente os cofres do banco das quantias desviadas, acrescidas dos juros, e pagar multa no valor de R$ 270 mil cada. Eles deverão cumprir as decisões em até 15 dias depois de serem notificados. Por considerar graves as irregularidades, o TCU também inabilitou ambos de exercerem cargo de confiança ou em comissão na administração pública por 5 anos.

O ESQUEMA

Segundo o ministro Weder de Oliveira, relator do caso, foram concedidos créditos de operações fictícias, com recursos do FNE e recursos internos, e apropriação indevida dos valores, que eram transferidos a terceiros, familiares dos envolvidos e aos próprios responsáveis. Trecho do acórdão explica como eram feitas as operações de crédito irregulares.

“[Eram] contratadas mediante fraude materializada pelo uso de documentação inidônea, utilização de recursos de um grupo de operações para saldar dívidas de outro grupo de operações, por atos praticados em nome dos titulares das operações (inclusive aval cruzado), aceite de notas fiscais canceladas, bem como remessa e recebimento de valores para contas de terceiros, com fito de obter vantagem financeira indevida, para si e para terceiros“.

Foram obtidas provas como trocas de mensagens eletrônicas entre os condenados, onde foram encontradas demonstrações  do fornecimento de notas fiscais fraudulentas para fundamentar os empréstimos bancários.

Ao perceber os desvios, o BNB notificou os responsáveis, mas eles não conseguiram explicar as irregularidades nem devolveram os recursos. Eles também foram citados no processo do TCU, mas não se manifestaram.

OUTRO LADO

O Poder360 entrou em contato com o empresário Jeferson Pereira de Oliveira, que afirmou que vai recorrer da decisão por considerar que há “muita coisa errada nesse processo“.

O Banco do Nordeste informou que “tomou todas as providências nas esferas disciplinares e de ordem legal, sendo o senhor Alexandre de Moraes Hissa demitido por justa causa em 2019“.

A reportagem não conseguiu localizar Alexandre de Moraes Hissa ou a defesa dele.

Fonte: https://www.poder360.com.br/justica/tcu-condena-ex-gerente-do-banco-do-nordeste-por-desvios/

Policial civil denunciada por injúria racial contra garçom é indiciada, em Fortaleza

O caso aconteceu em março deste ano. O jovem disse que a policial o mandou ‘voltar para a senzala’ e que ele iria sempre ‘viver comendo milho de senzala’.

Uma inspetora da Polícia Civil denunciada por um garçom pelo crime de injúria racial foi indiciada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). O caso foi relatado ao g1 em março deste ano.

A atualização foi publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira (19). Agora, Janete de Almeida Fermon será investigada, já que um processo administrativo disciplinar foi instaurado.

Ao g1, a policial envolvida negou a denúncia e disse que houve uma troca de ofensas entre o garçom e um grupo de clientes.

O garçom de 26 anos denunciou o caso após uma discussão na churrascaria onde ele trabalha no Bairro Serrinha, em Fortaleza. A briga foi filmada por outra funcionária do estabelecimento (veja acima).

Relembre os fatos

A discussão começou após a inspetora e mais duas pessoas se recusarem a pagar a conta. Após a recusa dos clientes, o garçom pediu que eles conversassem com o gerente do local — que autorizou que o pagamento fosse feito em outro dia. No entanto, os três clientes (entre eles, a inspetora) passaram a ofender verbalmente o garçom.

“Ela disse que iria deixar os documentos, para amanhã [na quarta-feira] vir pagar. Mas eu disse que não concordava com isso”, relembrou o garçom sobre o início da discussão. Ele teve receio que, caso os clientes não pagassem, o valor seria descontado do salário dele.

No vídeo, é possível ouvir a inspetora, que tem 54 anos, falando que o garçom iria “viver comendo milho de senzala”. O g1 conversou com a vítima, que disse que a inspetora, em outro momento da discussão, disse para ele “voltar para a senzala”.

“Ela disse que eu era um porco, que eu nunca ia ser ninguém na vida. Aí, nessa hora, eu me exaltei. Ela mandou, pela primeira vez, para eu ir para a senzala, mas ainda não estava gravando”, comentou o garçom.
“Na hora que ela estava falando, eu estava tentando manter a calma pra não me descontrolar e perder a razão, mas depois que a ficha caiu, comecei a chorar de raiva”, lamentou a vítima. Ele disse, inclusive, que não conseguiu dormir após a discussão.

Um dos clientes do local que estava acompanhada da inspetora, que tem deficiência visual, afirma que o garçom iniciou os insultos e eles “reagiram” às provocações. “A gente já tinha combinado com o gerente e o subgerente que iríamos pagar no dia seguinte. O garçom pelo pela gente e chamou de caloteiro, pegou uma cadeira e fez que ia jogar, ameaçando a gente”, diz.

A Polícia Civil informou que repudia veementemente os fatos ocorridos envolvendo a inspetora. A Polícia disse ainda que a inspetora também registrou, um BO por difamação, na mesma delegacia.

 

Cliente denuncia policial por agressão em restaurante em Fortaleza: ‘Me deu soco e me estrangulou’

Vítima registrou um boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito que comprovou as agressões.

O cliente agredido por um policial em um restaurante após reclamar da qualidade de um sushi do estabelecimento afirmou que recebeu um soco no rosto, foi estrangulado e chegou a perder a respiração. O caso ocorreu no sábado (7), no Restaurante Ryokan, em Fortaleza.

Um vídeo gravado por outras pessoas que estavam no restaurante mostra o momento em que o segurança agride o homem com um soco e em seguida com um aperto no pescoço.

Outro cliente que estava no local separa a briga. A esposa do homem agredido chegou a bater nas costas do segurança para ele parar.

“Ele entrou bruscamente no local e me deu um soco na face. Me estrangulou e cheguei ao ponto de perder a respiração. O segurança estava portando uma arma. Nunca imaginei que fosse acontecer esse tipo de situação”, afirmou.
O cliente estava com a esposa e o filho, uma família de Portugal.

Segundo a denúncia, o policial que aparece no vídeo agredindo o cliente trabalhava como segurança do restaurante, o que é proibido para militares. O restaurante nega.

A Controladoria Geral de Disciplina, que investiga denúncias contra servidores que atuam na segurança do estado do Ceará, afirmou que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) apura o caso.

Reclamação do prato

Marcos Paulo Pedroso explicou ainda como iniciou a confusão. Ele afirma que só pediu para trocar o prato que havia pedido.

“Fiz a reclamação a um dos garçons que me atendeu e ele levou o prato novamente para cozinha. Aí veio o segundo garçom e perguntou o que se estava se passando. Eu expliquei novamente e pedi para ele trocar o prato. Aí depois veio o gerente. E disse que o prato estava no padrão e reforçou que o restaurante não ia fazer a substituição do prato”, afirmou.

O cliente explicou que só iria pagar o que a família havia consumido e foi o momento que o policial interfere na situação.

“E eu disse tudo bem. Você traz a conta apenas o que consumi. Aí o segurança veio e tirar satisfação, afirmar que eu tinha que pagar, que comi e disse que não. Expliquei que o prato não estava adequado e que iria pagar. E o segurança disse que eu tinha que pagar. E falei: ‘Você é segurança, quem tem que tratar comigo são os garçons. Não quero conversa com você’.

O cliente registrou boletim de ocorrência. E, na segunda-feira, fez exame de corpo de delito. O documento comprova a “ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente” e que o instrumento ou meio que produziu a ofensa foi “contundente”.

Conforme a Controladoria Geral de Disciplina, a ocorrência também é objeto de apuração na seara administrativa disciplinar.

O Restaurante Ryokan afirmou em nota que lamenta o ocorrido dentro do local. O estabelecimento afirma que a briga envolveu dois clientes. Estabelecimento disse que a briga começou “após um deles, visivelmente alterado, ter proferido agressões verbais aos nossos funcionários, o que resultou na revolta por parte de outros clientes”.

O restaurante reforçou que está à disposição da pessoa ofendida e das autoridades policiais para colaborar e fornecer todos os esclarecimentos necessários.

 

PF prende 12 acusados de fraudar INSS

A Polícia Federal prendeu ontem 12 pessoas acusadas de fraude contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no Amazonas. Foram presos o gerente-executivo do instituto no Estado, Alexandre Sampaio Caxias, outros sete funcionários do INSS, dois funcionários de prefeituras envolvidas na fraude e duas empresárias. Uma pessoa estava foragida até as 20h.
Escutas telefônicas, filmagens e quebra de sigilos fiscal e bancário embasaram as acusações de corrupção ativa e passiva, improbidade administrativa e formação de quadrilha, entre outras.
A ação foi executada por cem policiais vindos de outros Estados (MG, AC, RO e RR) e do DF, que cumpriram, a partir das 6h, ordens de prisão determinadas pelo juiz federal Dimis da Costa Braga. As investigações começaram em junho de 2003.
A operação foi batizada de Matusalém (nome do homem que mais viveu, de acordo com a Bíblia), em referência aos beneficiários do INSS, em geral, idosos.
De acordo com a Polícia Federal, a fraude começava quando a União fazia o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Do repasse, era descontado dinheiro para quitar eventuais dívidas das prefeituras com o INSS. Algumas prefeituras, depois de saldar os débitos, ficavam com crédito.
Sabendo do crédito, auditores fiscais elevavam os valores das restituições. Para agilizar os processos, cobraram propina de 15 a 20%, segundo as investigações.
As 62 prefeituras do Amazonas estão sendo investigadas por uma força-tarefa. Dessas, três foram alvos da Operação Matusalém: Humaitá, Coari e Anori.
Em 2003, a prefeitura de Humaitá, por exemplo, recebeu do INSS R$ 1,8 milhão. Os envolvidos no esquema, segundo as investigações, calcularam e chancelaram os créditos, recebendo uma propina de R$ 270 mil. O secretário de Finanças de Humaitá, Hélgio Coelho de Melo, está foragido.

Outro lado
Alberto Simonetti, advogado do gerente-executivo do INSS do Amazonas, Alexandre Sampaio Caxias, disse que o gerente nega envolvimento no esquema.
O advogado de Getúlio Rodrigues Lobo, ex-vice prefeito de Anori, disse que ingressaria ontem com pedido de habeas corpus a favor de seu cliente. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos demais acusados.

Força tarefa transfere mais oito presos para o sistema penitenciário federal

A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap-PB), em ação conjunta com equipes do Grupo Penitenciário de Operações Especiais (GPOE), Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, deu continuidade, na manhã desta terça-feira (31), à operação “Perseu III”. A ação tem o objetivo de transferir para o Presídio Federal de Mossoró oito presos recolhidos na Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes  (PB1 e PB2), em João Pessoa.

Os oito detentos foram escoltados para o Centro de Educação da Policia Militar, também em Mangabeira, para realizar exame de corpo delito e em seguida serem transferidos para a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

A transferência foi determinada pela Justiça Federal do Estado do Rio Grande do Norte, que acolheu decisão prolatada pela Vara de Execuções Penais da Comarca de João Pessoa, atendendo a um pedido conjunto formulado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds), com aval do Ministério Público Estadual, após mapeamento minucioso elaborado por agentes de inteligência da Seap, Polícia Militar e Polícia Civil.

Por determinação do secretário de Estado da Administração Penitenciária, coronel Washington França, a ação está sendo coordenada pelo gerente executivo do Sistema Penitenciário (Gesipe), tenente coronel Arnaldo Sobrinho, com apoio dos agentes penitenciários do GOE, integrantes da Polícia Militar (Choque, Gate, Rotam) e da Polícia Rodoviária Federal, num total de 73 policiais e agentes.

De acordo com o coronel Washington França, a operação “Perseu III” é um desdobramento da operação anterior, sendo resultado de ação integrada dos órgãos de inteligência da Polícia Militar, Civil e do Sistema Penitenciário, que fez um trabalho de investigação meticuloso, o que vai possibilitar desarticular possíveis ações delituosas de facções criminosas, narcotraficantes e homicidas, com ramificação interestadual.

Operações – A operação “Perseu I” aconteceu em julho de 2011, quando foram transferidos também oito presos de perfil semelhante ao desta operação. “A Perseu II” ocorreu no último dia 3 e, nesta terça-feira (31), a operação “Perseu III” fecha o ciclo de transferência do primeiro semestre de 2012, de acordo com o tenente coronel Arnaldo Sobrinho. “De modo geral, os transferidos integram organizações e facções criminosas responsáveis por narcotráficos na Paraíba e Estados vizinhos. Relatórios de inteligência submetidos à justiça conseguiram demonstrar essa articulação e a necessidade de custódia num presídio federal”, esclareceu o coronel Arnaldo Sobrinho.

Ele acrescentou que, além do envolvimento em tráfico e facções, há a extrema periculosidade de alguns presos, a exemplo do conhecido como “Dudu da morte”, que esquartejou outro preso dentro do Presídio do Roger. “Esse é um perfil de detento que não tem mais condição de convivência na Paraíba. São ações como a deste encarcerado que geram alto custo para o Estado. Um presídio federal funciona com custódia individual. Não há cela coletiva e possui um regime disciplinar diferenciado. Por não ter contato com outros apenados, manter uma organização criminosa fica mais difícil”, comentou o gerente executivo do Sistema Penitenciário.

Ele observou que nem todos os transferidos desta terça-feira (31) se encontravam custodiados no PB1 e PB2. Havia também presos de Guarabira (da “Operação Quark”), de Patos (“Operação Hidra”) e da Penitenciária Desembargador Silvio Porto. Após o exame médico – procedimento usual para a recepção de presos custodiados – seguiram para o Rio Grande do Norte.

Perfil dos presos transferidos

1. Carmésio Claudiano Leonardo (Arrepiado) – Traficante, homicida e assaltante com atuação no alto sertão do Estado da Paraíba. Comandava uma facção criminosa denominada de “O Cordão”, responsável por execuções ligadas a dívidas dependentes químicos. Foi preso durante a “Operação Hidra”, em março de 2012.

2. Carlito Claudiano Leonardo (Carlito) – Traficante, homicida e assaltante com atuação no alto sertão do Estado da Paraíba. Comandava com o irmão “Arrepiado” a facção criminosa denominada de “O Cordão”, responsável por execuções ligadas a dívidas dependentes químicos. Foi preso durante a “Operação Hidra”, em março de 2012. Suspeita-se que atuava distribuindo na Paraíba e em Pernambuco drogas adquiridas na Bolívia e no Paraguai.

3. Damião Barbosa de Lima (Damião de Araçagi ou Mião) – Comandava o tráfico de drogas na região do brejo paraibano, foi alvo de na operação Quark. Investigações indicam que “faz negócios” com as facções Okaida e Estados Unidos, fornecendo e alimentando o tráfico de drogas. É considerado um dos “cabeças” do presídio João Bosco Carneiro (Guarabira) , na gestão do ex-diretor Emilson, chegando a usar o dinheiro ganho com tráfico de drogas para comprar imóveis e veículos, patrocinava festas na unidade prisional para os outros apenados. Suspeita-se estar envolvido com os homicídios em série registrados na cidade de Mari-PB.

4. Sebastião de Azevedo Ferreira (Basto) – Fornecedor de drogas na Paraíba e Rio Grande do Norte. Era o dono de 21 Kg de Crack apreendidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) na capital e dos 10 kg apreendidos pela Policia Militar. Realiza grande movimentação de entorpecentes na grande João Pessoa.

5. Núbio Fernandes de Souza (Núbio) – Traficante que controlava pontos de venda de drogas em vários bairros de João Pessoa, bem como informações de possível envolvimento com ordens de execução de dependentes químicos.

6. Eduardo Ferreira dos Santos (Dudu da morte) – membro da facção “Okaida”, preso por homicídio e porte de arma, liderou as últimas rebeliões e escavações de túnel no presídio do Roger, há indícios de sua participação também nas mortes dos apenado dentro do presídio do Roger, atuava como traficante com pontos de vendas de drogas nos bairros do Valentina e loteamento Parque do Sol (zona sul da cidade), é temido pelos presos por ser agressivo cruel e frio nas suas ações.

7. Jonathan Ricardo de Lima Medeiros (Dom) – Assaltante e homicida, tem envolvimento direto com a tentativa de assalto frustrada à Distribuidora “Norece”; na cidade de Bayeux/PB. Tem envolvimento com ações delituosas na grande João Pessoa, crimes esses que vão desde homicídios, sequestro, roubo a casas lotéricas e tráfico de drogas. Foi preso pelo GOE/PB, logo em seguida a um assalto, com uso de explosivos, a um caixa eletrônico, sendo flagrado portando uma pistola Glock Calibre.40 (uso restrito) e bananas de dinamite. Segundo informações, o elemento possui ligações com a facção PCC.

8. Robério Figueiredo da Silva (Belo) – tem participação ativa no tráfico de drogas no conjunto Alto dos Mateus, Ilha do Bispo e região ribeirinha da cidade Bayeux. Atentou contra a vida do Capitão Antônio e policiais militares da Paraíba. É acusado de sequestrar, estuprar, matar e ocultar o cadáver de uma adolescente de 14 anos no Alto dos Mateus. É acusado de determinar a morte e esquartejamento do detento Rickson Henrique da Silva, ocorrido no dia 26/10/2011, no qual a vítima foi degolada e teve partes do corpo separadas.

Governador Wanderlei Barbosa exonera cúpula da SSP; Claudinei Quaresemin e Ineijaim Siqueira pedem demissão

O governador em exercício do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, aceitou o pedido de exoneração do secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Claudinei Aparecido Quaresemin, primo do governador afastado Mauro Carlesse; e do secretário Executivo da Administração, Ineijaim José Brito Siqueira. Os atos serão publicados na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira, 22.

O governador em exercício também determinou a exoneração dos cargos em comissão e dispensa das funções de confiança dos demais servidores afastados, pelo prazo de 180 dias, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão das operações Éris e Hygea, realizada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira, 20, sem prejuízo da remuneração oriunda de cargos efetivos.

A decisão ocorre em cumprimento à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e à “boa-fé processual da Chefia do Poder Executivo e a legalidade dos seus atos, além da necessidade de manutenção dos serviços prestados pelo Estado”, informa o governo em exercício por meio de nota.

Por fim, o Governo do Tocantins em exercício reitera o seu compromisso com a “transparência e a continuidade das ações em prol da população”.

Servidores exonerados:

Cristiano Barbosa Sampaio – Secretário de Estado da Segurança Pública;

Servilho Silva de Paiva – Secretário Executivo da Secretaria de Estado da Segurança Pública;

Dilma Caldeira de Moura – Secretária Executiva do Tesouro do Estado;

Raimunda Bezerra de Souza – Delegada-Geral da Polícia Civil – Secretaria de Estado da Segurança Pública;

Ronan Almeida Souza – Corregedor-Geral da Segurança Pública – Secretaria de Estado da Segurança Pública;

Cínthia Paula de Lima – Diretora da Escola Superior de Polícia – Secretaria de Estado da Segurança Pública;

José Mendes da Silva Júnior – Gerente de Núcleo de Inteligência – DAI-1 – Departamento Estadual de Trânsito (Detran-TO);

Rudson Alves Barbosa – Gerente de Inteligência – Casa Militar, na Governadoria;

Rodrigo Assumpção Vargas – Assessor de Gabinete I – Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes.

Servidores dispensados de função comissionada

Ênio Walcacer de Oliveira Filho, da função comissionada de Delegado-Chefe da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos / Denarc – Palmas (FCSP-4 da Secretaria de Estado da Segurança Pública);

Gilberto Augusto Oliveira Silva, da função comissionada de Delegado-Chefe da Divisão Especializada de Repressão à Corrupção / Decor / Decor-Palmas (FCSP-4 da Secretaria da Segurança Pública);

Victor Vandré Sabará Ramos, da função comissionada de Administração (FCSP-6 da Secretaria de Estado da Administração).

BR Distribuidora é novo alvo da Operação Lava-Jato

Empresa de Santa Catarina teria sido usada para distribuição de propina; esquema é ‘atual porque contratos vigoram até hoje’, diz procurador

CURITIBA e FLORIANÓPOLIS – O alvo da Polícia Federal nesta nova fase da Operação Lava-Jato é a BR Distribuidora, além da Diretoria de Serviços, comandada pelo ex-diretor Renato Duque. Em Santa Catarina, foi identificada a empresa Arxo, de grande porte, fabricante de tanques de combustíveis e caminhões para abastecimento de aeronaves, que teria sido usada para distribuição de propina e lavagem de dinheiro no esquema da distribuidora. Logo que teve o nome divulgado, a empresa encerrou o expediente e dispensou os funcionários do setor administrativo.

Segundo balanço da PF divulgado na tarde desta quinta-feira, em São Paulo todos os mandados da Operação “My Way” foram cumpridos (duas conduções coercitivas e 10 mandados de busca e apreensão). No Rio, uma prisão preventiva, a do consultor Mario Goes, proprietário da Rio Marines, não foi cumprida, assim como uma condução coercitiva. Na Bahia, uma condução coercitiva foi cumprida. Em Santa Catarina, duas prisões temporárias foram cumpridas e uma, não. Além disso, agentes cumpriram sete conduções coercitivas.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrantes da Força-Tarefa da Lava-Jato, afirmou que a arrecadação de propina de fornecedores da Petrobras continuou a ocorrer até o fim de 2014, nove meses depois da deflagração da operação, em março do ano passado. Segundo ele, a cobrança de propina atingia as áreas de Serviço e a BR Distribuidora.

— O Ministério Público é conservador. Temos prova concreta de pagamento em dezembro. Mas é claro que é atual. Há contratos em andamento. Nenhuma razão para ter parado — disse um procurador integrante da força-tarefa.

Um dos sócios e um diretor da Arxo foram presos temporariamente. O outro está nos Estados Unidos e deve retornar ao Brasil nesta quinta-feira, segundo o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, que, ao lado do procurador Lima, detalhou as investigações em andamento na sede da PF do Paraná em Curitiba, nesta quinta-feira.

De acordo com as investigações, a Arxo assinou contrato no valor de R$ 85 milhões em outubro de 2014 para fornecer 80 caminhões para abastecer aviões em aeroportos, trabalho feito pela BR Distribuidora. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, um grande volume de dinheiro (parte no cofre e o restante escondido) foi apreendido na Arxo em Santa Catarina. Havia, entre o volume, moeda estrangeira. Parte estava no cofre da empresa e outra, escondida.

A Arxo divulgou uma nota para explicar as atividades suspensas nesta quinta-feira: “o setor administrativo da empresa está com atividades suspensas, no momento, para que nossos profissionais possam prestar informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal. A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário. A produção fabril opera sem alterações”.

A Arxo, ainda em nota, informa que na operação desta quinta-feira foram detidos temporariamente para prestar esclarecimentos o diretor financeiro da empresa, Sérgio Marçaneiro, e o sócio-proprietário, Gilson Pereira. “O procurador jurídico da companhia, Charles Zimmermann, esclarece que João Gualberto Pereira, também proprietário da empresa que estava em viagem aos Estados Unidos, será apresentado à Polícia Federal, em Curitiba, amanhã à tarde. “Nós apenas estamos prestando esclarecimentos à polícia e contribuindo o trabalho de investigação”, enfatiza o advogado”, diz a nota.

Diz ainda a empresa que todos os contratos da Arxo estão contabilizados e que o dinheiro encontrado no cofre durante a ação desta quinta-feira “era para pagamentos da empresa”.

Nesta nona etapa, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a operação visa produzir provas de participação de pessoas e empresas. Os investigadores chegaram a essas empresas ligadas a BR após depoimentos de Pedro Barusco, ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras. Barusco e Paulo Roberto Costa são os únicos funcionários da Petrobras que assinaram acordos de delação premiada.

Lima afirmou que até agora não há provas efetivas contra as empresas. Há entre elas empresas que existem e outras, chamadas “gêmeas”, que servem apenas para lavagem de dinheiro. Ao todo foram realizadas apreensões em 26 empresas, sendo 24 de fachada. Somente a Arxo e uma outra, cujo nome não foi revelado é que não seriam de fachada.

Sete das empresas de fachada estavam localizadas num único endereço em São Paulo, onde não havia nada quando a Polícia Federal chegou no início da manhã.

RENATO DUQUE APARECE NO RELATO DE VÁRIOS COLABORADORES

Segundo Lima, os indícios são de que até o fim do ano passado as empresas operaram na área de Serviços e na BR Distribuidora. No total, foram identificados 11 operadores, com atuação semelhante à do doleiro Alberto Youssef, de intermediar a arrecadação do dinheiro e distribuir entre agentes políticos. O tesoureiro do PT João Vaccari Neto é um dos operadores.

O procurador afirmou que o décimo primeiro operador, que teve prisão preventiva decretada, a ser cumprida no Rio de Janeiro, é a conexão do esquema entre a área de Serviços e a BR Distribuidora e foi apontado tanto por Pedro Barusco quanto por um ex-funcionário da empresa de Santa Catarina, que relatou fatos à PF.

Esperamos ter alcançado o controle da propina — disse Lima, ao comentar sobre a ação na Arxo.

Para o procurador, a principal diferença entre o esquema da Diretoria de Abastecimento é que não havia cartel entre as empresas. O crime, neste caso, é de fraude à licitação.

Lima explicou que a prisão de Renato Duque depende do Supremo Tribunal Federal e que a Procuradoria Geral da República já se manifestou favorável à prisão do ex-diretor da Petrobras. Segundo ele, Duque aparece no relato de vários colaboradores e provas devem ser colhidas no decorrer da operação.