Deputado estadual e secretário de Maricá viram réus em caso de suspeita de propina na construção de hospital

Dez pessoas foram denunciadas por associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio contra o ex-secretário de governo de Maricá e atual deputado estadual Renato da Costa Machado (PT), o secretário de Planejamento município, Leonardo Alves, e outras oito pessoas.

Eles são suspeitos de receber pagamentos de propina nos contratos de construção do Hospital Municipal Che Guevara, em Maricá, na Região dos Lagos.

O Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou dez pessoas por associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. São eles:

Renato da Costa Machado, ex-secretário de governo de Maricá e atual deputado estadual (PT)
Leonardo de Oliveira Alves, secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Maricá
Marcos Câmara Rebelo, então secretário de Obras, na época da construção
Bruno Duarte Rodrigues, ex-diretor operacional do serviço de obras
Dalton Nobre Vilela, ex-diretor operacional do serviço de obras
Karina Braga Benigno da Silva, ex-assessora
Jorge Tadeu Ribeiro Osório, ex-assessor
Sandro Pereira Gomes, empresário da Ghimel Construções e Empreendimentos
Flávio Magalhães de Almeida, responsável técnico pela construtora
Camilla Bittencourt, empresária
A Ghimel construiu o hospital e, segundo a denúncia, pagou propina aos agentes públicos. A investigação apontou que os crimes começaram logo depois da contratação da empresa, em 2016.

O MPRJ afirma que a empreiteira repassava aos agentes públicos 6% do valor bruto que recebia para a obra e que as negociações criminosas chegaram a acontecer até no canteiro de obras do hospital.

Propina
Ainda de acordo com o MPRJ, os 6% de propina foram solicitados por Marcos Câmara Rebelo, então secretário de Obras de Maricá, a Flávio Magalhães de Almeida, representante da Ghimel Construções.

Os promotores afirmam que, só entre março de 2017 e fevereiro de 2018, a Ghimel pagou mais de R$ 2 milhões em propina para a empresa V81 Consultoria Serviços e Equipamentos.

Na época, a V81 era administrada por Bruno Duarte Rodrigues, que tinha cargo comissionado na Secretaria Municipal de Saúde de Maricá.

A investigação apontou que Bruno atuava como intermediário entre os representantes da Ghimel e o então secretário de governo e atual deputado estadual Renato Machado, e o então secretário de Planejamento Leonardo Alves, que eram os responsáveis por liberar os recursos.

O valor da construção era de R$ 43,9 milhões, mas três termos aditivos aumentaram o contrato com a Ghimel para quase R$ 48 milhões.

A denúncia afirma que os pagamentos de propina foram feitos com o pretexto de uma fictícia locação de máquinas e equipamentos para a construtora, para dar aparência de legalidade ao esquema criminoso. E que a maior parte dos valores era sacada em dinheiro vivo, para ocultar a destinação ilícita, lavando o dinheiro.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também fez um relatório que constatou superfaturamento na construção do hospital.

Em 2016, segundo a promotoria, a suspensão de pagamentos do município à Ghimel gerou insatisfação nos dirigentes da construtora. Por causa da suspensão, de acordo com o MPRJ, a obra do hospital foi paralisada.

A construção do hospital começou no fim da segunda gestão do então prefeito Washington Quaquá e atual deputado federal (PT-RJ). O nome dele não aparece nas investigações.

Meses antes do fim do mandato, o grupo investigado se demonstrou preocupado com a transição de governo.

Em mensagens anexadas à denúncia, o gerente de contratos da Ghimel, Sandro Gomes, contou que o engenheiro da empresa foi procurado pelo secretário adjunto de obras Marcos Câmara Rebelo, que pediu que a propina continuasse sendo paga no ano seguinte.

A denúncia do MPRJ cita o atual prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT). Na época da construção, Horta era deputado federal.

Os promotores afirmam que ele recebeu, no gabinete da Câmara, em Brasília, um vereador, dois secretários e um representante na empresa para uma reunião. O objetivo era garantir que a propina continuasse sendo paga.

A Justiça analisou, aceitou a denúncia e determinou o sequestro de bens de todos os denunciados para ressarcir o município: carros, caminhões, barcos, imóveis e contas bancárias.

A decisão é do juiz titular de Maricá, Felipe Carvalho Gonçalves da Silva, que também afastou o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do município, Leonardo de Oliveira Alves.

O que dizem os citados
O deputado estadual Renato Machado disse que todos os atos dele na Prefeitura de Maricá seguiram à risca o que manda a lei. E que, por isso, recebeu com surpresa a informação de que a denúncia foi aceita pela Justiça.

O deputado afirmou que nunca foi chamado pelo Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento. Disse que continua à disposição das autoridades, e que confia na Justiça.

O secretário Leonardo Alves disse que também recebeu com surpresa e indignação a denúncia. Declarou que não foi intimado e que está colaborando com a Justiça, porque é o maior interessado em esclarecer os fatos, e está disponibilizando todas as informações para a investigação.

A Prefeitura de Maricá informou que afastou o secretário imediatamente depois de ser comunicada da decisão da Justiça. E afirmou que se trata do início da apuração de uma denúncia, e que o município está colaborando para esclarecer os fatos. A prefeitura não respondeu sobre a reunião de Fabiano Horta.

O RJ1 também entrou em contato com a empresa Ghimel Construções e Empreendimentos e com o empresário Bruno Duarte Rodrigues, mas não teve retorno. A produção não conseguiu localizar as defesas dos outros citados na reportagem.

Homem que espancou, atropelou e matou mulher em BH é condenado a 22 anos de prisão

Wellington Moreira Bispo respondeu por homicídio qualificado como feminicídio e com agravantes de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Crime aconteceu em maio do ano passado.

Foi condenado a 22 anos de prisão Wellington Moreira Bispo, homem acusado de espancar, atropelar e matar uma garota de programa na Rua Ana Horta, no bairro Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Julgamento aconteceu na manhã desta terça-feira (21), no Fórum Lafayette.

O crime aconteceu no dia 17 de maio de 2022. As imagens do circuito de segurança registraram o momento em que Wellington Moreira Bispo jogou a vítima, Eurrane Alves Costa, para fora do carro. Ele agrediu a mulher, que ficou caída na rua e, em seguida, passou com o carro por cima dela por três vezes

O homem foi preso um mês depois, em Sarzedo, na Grande BH.

De acordo com a sentença, ele respondeu por homicídio qualificado como feminicídio, com agravantes de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

A defesa de Wellington Moreira Bispo afirmou que “vai analisar a sentença, para a interposição de eventual recurso”.

 

 

Trabalhadores morrem soterrados em construção de supermercado

Um talude cedeu, atingiu cinco funcionários e quatro deles morreram no local.

Trabalhadores ficaram soterrados na manhã desta terça-feira (17) no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Quatro pessoas morreram no local, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Segundo informações da corporação, um talude — encosta para conter a inclinação do terreno — de três metros estava trincado. Os funcionários tentaram controlar, mas não conseguiram e a estrutura desabou.

Ao menos cinco vítimas que trabalhavam na obra de construção civil foram atingidas. Uma sexta pessoa conseguiu sair antes do desmoronamento.

Quatro mortes
Três homens que morreram foram localizados nos escombros pelos bombeiros. São eles Zacarias Evangelista Fonseca, de 59 anos, Roberto Mauro da Silva, de 55, e Rafael Pereira Barbosa, de 35.

A engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos, chegou a ser resgatada pelo helicóptero Arcanjo e encaminhado para o Hospital João XXIII, mas acabou falecendo.

Um outro homem, de 23 anos, está ferido e com escoriações nas pernas, foi encaminhado para o Hospital Odilon Behrens.

Defesa Civil no local
Os detalhes sobre a dinâmica do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

“Um talude onde estava sendo feito um trabalho de fundação estava com um corte em 90°. A princípio sem escoramento e esse terreno veio a ceder e soterrar esses funcionários. Mas a obra tem responsável técnico, tem autorização da prefeitura, está em situação legal”, explicou o tenente do Corpo de Bombeiros Felipe Biasibetti.

Seis viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Samu foram empenhadas. A Defesa Civil da capital também está no local e isolou a área do acidente.

“Esses operários estavam trabalhando num escoramento perto desse local. Segundo o engenheiro da obra que está presente no local, todos os operários estavam com equipamentos de segurança, capacete”, completou o tenente Henrique Barcelos, porta-voz da corporação.
A obra fica localizada na Rua Jornalista Djalma Andrade na esquina com Diciolo Horta. Trata-se da construção de uma unidade do supermercado Verdemar.

Em nota, a rede diz que “lamenta profundamente o ocorrido” e que acompanha de perto a assistência às vítimas junto com a Construtora Kaeng, terceirizada responsável pela obra.

Homem ateia fogo na casa da ex-companheira e amiga da vítima fica com 70% do corpo queimado

Suspeito invadiu a casa da ex-companheira durante a madrugada com galão de gasolina. Uma amiga da vítima estava dormindo no quarto ficou gravemente ferida.

Um homem foi preso na madrugada deste sábado (16) após atear fogo na casa da ex-companheira no bairro Jardim Petrópolis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No incêndio, uma amiga da vítima ficou gravemente ferida e teve 70% do corpo queimado.

Vitor Manoel Moreira Silva da Horta, de 23 anos, foi preso por policiais militares no Hospital Regional de Betim depois que a ex-companheira informou à PM que ele também se feriu no incêndio. Ele tinha acabado de dar entrada na unidade com ferimentos de queimadura.

Ele é suspeito de ter arrombado o portão da casa da ex durante a madrugada com um galão de gasolina. A mulher ouviu o barulho e correu para acordar sua amiga, que estava no quarto. Em seguida, a vítima questionou o que Vitor fazia na casa, e ele a culpou por estar com outro homem e em seguida colocou fogo na residência.

No incêndio, a amiga da vítima, uma jovem de 22 anos, teve ferimentos graves e foi socorrida pelo Samu com mais de 70% do corpo queimado.

A PM localizou o suspeito e, segundo o registro dos militares, ele relatou de início que deixou gasolina cair na própria casa, e ao ser perguntado se esteve na casa da ex-companheira, apenas sorriu e ficou em silêncio.

Ainda de acordo com os policiais, ao ser informado que a amiga da vítima estava em estado grave, o suspeito demonstrou frieza e não pareceu estar arrependido de ter cometido o crime.

Ele foi preso por tentativa de feminicídio. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito será ouvido ainda neste sábado (16).

Operação Ilusão de Ótica cumpre mais sete mandados de prisão

A ação desmantelou, em março, esquema de contrabando de óculos que funcionava há 10 anos

Policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas começaram a cumprir, na manhã desta segunda-feira (30), 17 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão, em três estados. Até o fim da tarde, sete pessoas tinham sido presas na segunda fase da Operação Ilusão de Ótica, que desmantelou, em março, esquema de contrabando de óculos que funcionava há cerca de 10 anos no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Foram apreendidos na segunda operação R$ 100 mil e mais documentos utilizados pelas empresas para lavagem de dinheiro.

A operação envolveu a Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas do Paraná (DEDC), com o apoio da Delegacia de Furtos e Roubos, da Vara Inquéritos Policiais, da Promotoria de Inquéritos Policias e Receita Federal.

De acordo com as investigações, redes de óticas de Curitiba e Belo Horizonte (MG) receptavam mercadorias de origem chinesa, que entravam no Brasil pelo Paraguai. As redes Visomax (Curitiba), Grupo Vega (Curitiba), Centro Ótico (Minas Gerais), Vedere Indústria e Comércio Ltda (fabricante da marca Scudo), são suspeitas de alterar notas fiscais para legalizar os produtos e sonegar imposto de renda.

As investigações começaram há oito meses. Na primeira fase da operação, foram presas 25 pessoas e cerca de 90 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A quadrilha que trouxe prejuízo de aproximadamente R$ 50 milhões aos cofres públicos era chefiada, segundo a polícia, pelo ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara de Dirigentes Logistas de Belo Horizonte, Francisco Sales Dias Horta, e tinha como subchefes Adriana Dias Horta e Francisco Sales Dias Horta Neto. Funcionários e familiares serviam como laranjas para a criação de empresas de fachada.

LARANJAS – De acordo com o delegado-titular da DEDC, Cassiano Aufiero, com o balanço final da operação já foram identificados 40 laranjas e cerca 30 empresas criadas de forma fraudulenta. A finalidade dessas empresas era desviar e enganar os órgãos de controle brasileiro. E muitas destas empresas foram criadas ou constituídas com assinaturas falsas feitas por Adriana Dias Horta, afirma o delegado. Com o fim da segunda fase da operação, a DEDC finaliza as investigações e deve remeter o inquérito à Justiça Federal e à Estadual.

Segundo o delegado Cassiano Aufiero, a Polícia Civil do Paraná está atenta a falsos empresários que agem de forma criminosa, e vai reprimir rigorosamente estas atividades criminosas. Tais elementos causam prejuízos aos consumidores, fornecedores e principalmente a empresas que trabalham honestamente. Fica portanto o alerta aos consumidores para que pesquisem as empresas e produtos a serem adquiridos.