Homem que matou esposa na frente do filho é condenado a 24 anos de prisão em Uberlândia

Júri popular foi realizado nesta quarta-feira (27) e Diego Mendes Pireth foi condenado por feminicídio. Crime ocorreu em julho de 2022 e filho do casal tinha 8 anos na época.

Diego Mendes Pireth, acusado de matar a companheira Wellen Kássia Cardoso de Melo na frente do filho, foi condenado a 24 anos de prisão em um júri popular realizado nesta quarta-feira (27). O feminicídio ocorreu em julho de 2022, em Uberlândia.

Depois do crime, ele foi flagrado por câmeras de segurança do prédio onde morava, fugindo com o filho do casal, que tinha 8 anos na época. Diego foi preso horas depois, há 300 km de Uberlândia.

De acordo com a polícia e laudos psicológicos, a criança presenciou o pai matando a mãe.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Diego, que está no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, desde julho de 2022. A informação foi confirmada ao g1 pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nesta quinta (28).

Relembre o caso

Wellen foi encontrada morta com 5 facadas na região do pescoço no dia 12 de julho de 2022;
Após o crime, o envolvido tentou fugir e foi preso no Estado de Goiás, horas depois;
Pireth foi indiciado por feminicídio qualificado por motivo fútil, majorado (pela presença física do filho no momento da ação) e com impossibilidade de defesa da vítima;
Wellen já havia sido sequestrada por Diego Mendes Pireth em maio de 2020, com ajuda de comparsas.

Crime anterior

Pireth tinha dois registros no sistema prisional, um em 2011 e outro em 2020, quando foi preso por ter sequestrado Wellen;
Na época, o casal tinha terminado o casamento e, por não aceitar a separação, Diego sequestrou Wellen na casa da mãe dela e a manteve em cárcere privado por mais de 30 horas, junto com o filho que tinha 6 anos;
Dois meses antes do crime, ele teve progressão de pena, quando se reconciliou com Wellen e voltaram a morar juntos. A vítima pediu a retirada da medida protetiva.

 

Pâmela Volp, Paula Volp e Paula Coco, entenda quem são as investigadas no esquema de intercâmbio e exploração de travestis e transexuais em MG e SC

Oito mandados foram expedidos em Uberlândia e Bom Despacho, em Minas Gerais, e Criciúma (SC). Ação faz parte da 7ª fase da operação Libertas.

Mandados de prisão foram cumpridos nesta quarta-feira (6) em Uberlândia e Bom Despacho, em Minas Gerais, e em Criciúma (SC) durante a 7ª fase da operação “Libertas” que investiga a exploração sexual de travestis e transexuais.

Dos alvos, sete deles foram presos e uma está foragida. O esquema funcionava com dois núcleos, um em Uberlândia e outro em Criciúma, e contava com a participação das citadas.

A partir de Pâmela Volp, cada um dos investigados tinha uma função diferente no esquema criminoso, que é investigado desde 2021. O g1 e a TV Integração tentam contato com as defesas dos citados.

Pâmela Volp é suspeita de comandar um esquema criminoso desde 1992. Na denúncia do Gaeco, ela é apontada como o principal alvo do grupo.

Presa desde 2021 pela operação “Libertas”, ela também é investigada por criar um sistema de extorsão dentro do Presídio Professor Jacy de Assis.

Na ocasião, foi apurado que ela vendia produtos como cigarros, material de limpeza, comida e estabelecia juros para os “clientes”. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, Pâmela também causou intenso sofrimento psicológico e físico a uma travesti dentro do presídio.

Ela chegou a ser vereadora em Uberlândia, mas teve o mandato cassado em 2020 após a operação “Má Impressão”, que apurou esquema de desvio de verbas de gabinete por meio de gráficas.

Paula Volp
De acordo com o Gaeco, Paula Volp é filha de Pâmela Volp. Ela foi presa na primeira fase da operação, em novembro de 2021, e aguardava o andamento do processo em liberdade desde março de 2023.

Conforme a investigação, ela era responsável por cuidar das questões financeiras do esquema. O Gaeco classifica que as duas têm um “elo estreito” e que entre 2005 e 2006, Paula já foi gerente de uma pensão de Pâmela em Milão, na Itália.

Luara Rodrigues da Silva
Luara é natural do Tocantins. Ela também fazia parte do núcleo financeiro e de fiscalização de Pâmela. Ela era uma das responsáveis por recolher os valores das diárias e fazer o controle dos pagamentos, além de organizar a divisão dos quatros nos alojamentos.

Segundo o Gaeco, ficou responsável por fazer a cobrança após a prisão de Pâmela e Paula Volp.

Em 2021, quando era presidente da Associação Triângulo Trans, Luara foi agredida na rua, em Uberlândia. O ataque foi filmado por colegas do agressor.

Marlon Francisco Pires
Marlon é o marido de Luara e também era responsável pelo recebimento dos pagamentos e organização deles. Com ele foi encontrado o caderno com o controle das diárias de travestis e transexuais de Uberlândia. Ele recebia os valores que Paula e Luara cobravam.

Paula Coco
Conforme o Gaeco, Paula Coco ajudou no esquema após a prisão de Pâmela Volp e depois retornou para Criciúma. Ela era uma das organizadoras do “intercâmbio” de travestis entre Minas Gerais e Santa Catarina.

Na primeira fase da operação, Coco estava na casa de Pâmela, mas não era alvo naquele momento. Além de cuidar da organização em Criciúma, ela prestava apoio em Uberlândia sempre que necessário.

Michelli Falcheti
Michelli é a esposa de Paula Coco e uma das responsáveis pelo núcleo de Criciúma. As duas espalharam alojamentos pela cidade catarinense, para realizar a exploração das travestis e transexuais.

Assim como Pâmela fez em Uberlândia, as duas implementaram a “franquia” para exploração na cidade, com pontos de prostituição e cobranças de diárias.

Gabriela Francisco Rodrigues

Gabriela trabalhou e morou na casa de Pâmela Volp em Uberlândia, mas depois foi transferida para Criciúma, onde se tornou o braço direito de Paula Coco e Michelli. Ela fazia a ronda e fiscalização em pontos da cidade, controlando brigas e até recebendo o dinheiro referente às diárias das vítimas.

Ela está foragida, após viajar para a França.

Mariana Tadeu Bettim Pinto
Mariana fez parte do núcleo do sul do país na tentativa de venda de uma propriedade de origem criminosa. A intenção era tornar um ativo ilícito em regular, manipulando o documento de venda.

Ela atuou como “testemunha” do negócio para dar suporte à organização criminosa, lavar dinheiro e dificultar as investigações.

Operação
No dia 8 de novembro de 2021, o Gaeco deflagrou a ação que visava combater uma organização criminosa e, entre os alvos, estava a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha Paula Volp e Lamar Bionda.

Além da exploração, também há registros de travestis e transexuais em situação de trabalho análogo à escravidão, que foram resgatadas.

Na mesma operação, Pâmela e Paula Volp foram denunciadas pelo MPMG por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti, em Uberlândia.

Entre os crimes cometidos pela quadrilha estão associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.

Ainda segundo o MPMG, há relatos de que o esquema criminoso tenha iniciado em 1992 e, assim, já dura 30 anos.

Polícia prende acusado de liderar bando do roubo de cargas

Fauze Youssef Skaff, apontado como chefe de uma quadrilha que faturou R$ 30 milhões com os assaltos, foi detido em Rio Preto

Fauze Youssef no momento em que foi detido, em loja de Rio Preto, cidade onde vivia como foragido (Divulgação PM)

Fauze Youssef no momento em que foi detido, em loja de Rio Preto, cidade onde vivia como foragido (Divulgação PM)

Uma operação conjunta da Polícia Militar de Minas Gerais e policiais do Caep (Companhia de Ações Especiais da Polícia Militar) prendeu, em Rio Preto, o empresário Fauze Youssef Skaff, 37 anos, apontado como líder de uma quadrilha especializada em roubo de cargas baseada no Triângulo Mineiro e com atuação em ao menos cinco Estados. Ele estava foragido da Justiça desde 2016. O prejuízo causado pelo bando chega a R$ 30 milhões.

Na tarde de quarta-feira, graças a informações dos serviços de inteligência da PM mineira, foi descoberto que Yousseff vivia escondido há meses em uma casa em Rio Preto. O empresário foi surpreendido pelos policiais do Caep quando fazia compra em uma loja na avenida Clovis Oger, próximo ao aeroporto. O sargento do Caep Milan Vavra afirma que o suspeito estava desacompanhado e desarmado.

“Ele não resistiu, mas não quis falar muito. Deu uma versão de que residia em São Paulo e estava só de passagem por Rio Preto, mas não acreditamos”, comenta o sargento.

Os policiais desconfiaram da versão de Yousseff porque o empresário teria aberto, há dois meses, uma loja de calçados no Calçadão, o que seria indício que ele vivia há mais tempo na cidade. Além disso, há suspeita de que o empresário tenha parentes aqui, porque ele nasceu em Rio Preto, mas depois a família foi para Uberlândia.

O Ministério Público de Minas Gerais acusa Yousseff dos crimes de sequestro, falsidade ideológica, cárcere privado e roubo de cargas e maquinários pesados. A quadrilha teria faturado R$ 30 milhões com as ações. Carregamentos de carne, café, remédios e eletrônicos eram os alvos dos criminosos.

O pai de Yousseff, o também empresário José Jorge Skaff, 53 anos, conhecido como Jorjão Corintiano, está preso desde 2016, acusado de receptação de mercadoria roubada. Há suspeita de ligação da quadrilha com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Para legalizar o lucro da venda dos produtos no mercado paralelo, a quadrilha teria montado empresas de fachada.

Durante as investigações da PF, foi descoberto que o empresário teria usado parte do dinheiro do crime numa extravagância: a compra de uma Lamborghini, por R$ 1,3 milhão, apreendida em São Paulo em novembro de 2015.

De Rio Preto, Yousseff foi transferido para o presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, onde aguardará a data de seu julgamento.