Justiça Federal decreta prisão preventiva de 10 pessoas envolvidas na Operação Zaqueu

O juiz substituto da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Jean Marcos Ferreira, atendendo pedido do delegado da Polícia Federal, Bráulio Cezar Galloni, decretou hoje a prisão preventiva de 9 das 17 pessoas presas durante a Operação Zaqueu, que investigou o contrabando de agrotóxicos, o tráfico de drogas e de armas e a lavagem de dinheiro em cinco estados do País: Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais. Também foi decreta a prisão preventiva de um foragido da Justiça.

Das 17 pessoas que foram presas inicialmente nesta operação, 15 permaneciam detidas na carceragem da Polícia Federal em Dourados. Destes, 9 tiveram a prisão preventiva decretada nesta terça-feira. São: os irmãos Nasser e Adib Kadri, que são acusados de liderarem a quadrilha, o policial Ademir Antônio de Lima, além de izael Batista de Souza, Valdir de Jesus Trevisan, Alessandro Ferreira, Roseno Caetano Ferreira, Marcelo Aparecido Alves e André Soares Costa. O juiz também expediu mandado de prisão preventiva para Kleber Aparecido Tomazin, que está foragido.

As outras seis pessoas que permaneciam presas na carceragem da Polícia Federal em Dourados deverão ser libertadas até a meia noite de hoje, quando vence o prazo da prorrogação da prisão temporária. Deverão ser libertados os pais de Nasser e Adib, Ramzia e Ali Kadri, além de José Iristide Cláudio, Gustavo Trevisan, Alexandre Gomes Patriarca e Adilson Pereira da Silva.

Outras duas pessoas que haviam sido presas já haviam sido liberadas anteriormente através de habeas corpus: Jamile Kadri Dona e Flávia Kadri Martinelli, que são respectivamente irmã e prima dos Nasser e Adib.

O empresário mato-grossense Elói Marchett, que também chegou a ter a prisão temporária decretada, se apresentou a Polícia Federal em Dourados, assim que a ordem de detenção foi revogada pela Justiça Federal e nem chegou a ficar preso.

Em relação ao pai de Nasser e Adib, Ali, e ao empresário Elói Marchett, o delegado da Polícia Federal também havia pedido a prisão preventiva, mas o juiz atendendo recomendação do Ministério Público Federal (MPF), negou.

O magistrado alegou que Ali é uma pessoa idosa e que não está claro na investigação se de fato ele dava suporte a quadrilha ou seria apenas um ‘laranja’ que era utilizado pelos filhos, quando ao empresário mato-grossense, o juiz argumentou que está colaborando nas investigações.

Sabinas: mãe e filha são presas em Dourados

A funcionária pública municipal Luiza Mara Rodrigues, 41, e sua filha, Geovana Francine Ramos, 23, foram presas pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, em Dourados, durante a “Operação Sabinas”, desencadeada em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão para combater tráfico internacional de pessoas, rufianismo, exploração de casa de prostituição, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

As duas mulheres foram levadas por volta de 10h30 por agentes federais ao Hospital Evangélico para exame de corpo de delito e já retornaram para a delegacia da Polícia Federal, onde ficarão presas. A PF ainda não detalhou o envolvimento delas com a quadrilha.

A Operação Sabinas é resultado de inquérito instaurado em fevereiro. Pelo menos 70 policiais federais cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão nos três Estados. Segundo a PF, a quadrilha fatura R$ 1 milhão por mês enviando mulheres para prostituição na Espanha.

Em Campo Grande, foi presa a advogada Rose Mari Lima Rizzo, apontada pela PF como responsável pela emissão dos passaportes das mulheres que eram enviadas à prostituição na Espanha. Até agora, no total, dez pessoas foram detidas nos três Estados. A operação foi desencadeada para desarticular quadrilha de tráfico de mulheres, droga e rufianismo.

Os mandados de prisão e apreensão foram expedidos pelo juiz da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado. Em Campo Grande, além da advogada Rose Rizzo, foram detidas Vilma do Santos Machado, Luciano dos Santos Machado e Márcio Neres Dias. Em Dourados, foram detidas Luiza Mara Rodrigues e Geovana Francine Ramos. Em São Paulo, foram presos Cristiana Fernandes Pinheiro, Maria Dalva Basílio de Jesus, Genival da Silva Miranda e, no Maranhão, a PF prendeu Maria do Perpétuo Socorro Freitas Silva.

Pelo menos trinta brasileiras foram aliciadas no esquema, que gerava lucro de R$ 1 milhão por mês para a quadrilha. O grupo seria liderado pelo espanhol Aldo Insalaco, que está sendo procurado. A PF também deve entrar em contato com a polícia espanhola, para agilizar a deportação das brasileiras prostituídas naquele país.