MPRJ denuncia casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet

Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso. Mulher denunciou o próprio irmão, que trabalha como motorista de aplicativo, mas ostentava vida de luxo.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou um casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet. Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso.

Segundo o promotor Sauvei Lai, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador/Bonsucesso, Tainara e Luiz Antonio geraram comoção pública com a criação do perfil falso, onde postaram fotos de uma criança e de documentos falsos que atestavam que uma menina tinha câncer.

“Embora a criança exibida na campanha exista e é doente, ela não tinha nenhum vínculo com os dois estelionatários, que recolheram para si todo o dinheiro arrecadado”, diz o promotor.

O MPRJ sustenta ainda que os denunciados são “criminosos habituais”, que já fizeram outras campanhas falsas com o mesmo propósito.

“A investigação apurou que na realidade os dois denunciados se apropriaram de publicações feitas tempos atrás por uma outra família, que solicitou contribuições para o tratamento de uma criança realmente acometida de doença grave.”

A denúncia foi recebida pelo Juízo da 27ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Mulher denunciou o próprio irmão
O caso foi investigado pela Polícia Civil do Rio. A suspeita é que o dinheiro esteja sendo usado em viagens e hotéis. O esquema foi denunciado pela irmã de Luiz Antonio.

Uma das vaquinhas falsas pedia dinheiro para os gastos com Laura Oliveira Santos. O texto, supostamente escrito pela mãe da criança, que se identificava como Leila, dizia que a menina sofre com um tumor nos olhos e que a família precisa de dinheiro para a realização de uma segunda cirurgia e exames.

Em uma rede social, o perfil “Todos pela Laura” atualizava o estado de saúde da menina e chegava até a protestar contra a política da plataforma que removeu um conteúdo.

“Se Deus permitir, contarei notícias maravilhosas e terei a cura desse tumor que tanto tem nos preocupado e incomodado”, dizia um trecho de um dos posts.

A vaquinha virtual para supostamente ajudar Laura a tratar o tumor contou com o apoio de mais de 680 pessoas e arrecadou quase R$ 35 mil.
Entretanto, a criança que aparece nas fotos, na verdade, se chama Nicole e tem 8 anos. Ela é gaúcha, e, atualmente, vive em Aracaju (SE), onde está fazendo tratamento, pelo SUS, contra um osteoblastoma, um tumor atrás dos olhos.

A família conta que já chegou a pedir apoio financeiro pelas redes sociais, mas que nada tem a ver com essa outra vaquinha que usa as imagens de Nicole.

Quem descobriu a farsa e alertou as vítimas foi a irmã de Luiz Antonio. A taxista Stephani Santos Barbosa conta que começou a desconfiar do irmão, que trabalhava como motorista de aplicativo. Segundo ela, Luiz e a mulher, Tainara, passaram a ostentar luxos que pareciam incompatíveis com o padrão de vida do casal.

“Começou a me chamar a atenção a maneira como ele vivia sem trabalhar, pagando a diária corretamente e passeando bastante, se hospedando em hotéis em Copacabana, pousadas na Região dos Lagos, roupas caras”, lembrou.

Durante um churrasco de família, Stephani conta ter visto a cunhada usando o perfil “Todos pela Laura”.

“Foi todo mundo lá pra fora, começamos a fazer lá carne e tal e ela sentou na rede. Então, eu dei a volta, e ela no celular o tempo todo. Eu saí ali fora na varanda e ela tava editando a foto da criança daquele perfil. Botando brilho, cortando, colocando a legenda comovente pra comover os seguidores”, lembrou.

“E o que eu mais imaginei, o que eu mais pensava naquele momento era a dor que aquela criança poderia estar sentindo. Porque eu não tinha conhecimento nenhum daquela menina”, lamentou.

Stephani decidiu ir em busca da verdadeira identidade da criança e, ao localizá-la, contou tudo o que sabia aos pais de Nicole.

Ela também descobriu que um laudo médico falso estava sendo usado para tentar dar veracidade à história e alertou a médica que teve o CRM usado na farsa.

Tanto a família de Nicole como a oncologista que teve os dados usados no falso laudo registraram queixa na polícia.

Tainara e Luiz Antônio foram à delegacia prestar depoimento. No depoimento à polícia, Tainara admitiu ter feito a vaquinha falsa, mas alegou ter agido sozinha. Segundo ela, o marido não sabia de nada.

A advogada que representa o casal disse que Tainara planejou a farsa porque estava com dificuldades financeiras.

MPF dá 10 dias para Prefeitura de SP esclarecer suspensão de aborto legal em hospital referência no procedimento

Prefeitura alega que o programa foi suspenso para realizar no local mutirões de cirurgias envolvendo a saúde da mulher.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Prefeitura de São Paulo explique por que o serviço de aborto legal do Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da capital, foi desativado.

O local era o único do estado que realizava o procedimento em casos em que a gestação passa de 22 semanas.

O órgão deu o prazo de 10 dias, a partir desta quinta-feira (11), para que a prefeitura preste esclarecimentos. A solicitação foi enviada à Secretaria Municipal da Saúde.

A Procuradoria quer saber os motivos que levaram a administração municipal a suspender esse serviço e mantê-lo indisponível no hospital desde o mês passado.

O aborto legal é um procedimento de interrupção de gestação autorizado pela legislação brasileira em casos específicos e que deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É permitido quando a gravidez é decorrente de estupro, quando há risco à vida da gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto.

Além do Cachoeirinha, o órgão também pediu informações sobre outros quatro hospitais que também realizam aborto legal para saber se os hospitais têm feito o procedimento, independentemente da idade gestacional, conforme prevê a legislação:

Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé);
Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo);
Hospital Municipal Tide Setúbal (São Miguel);
Hospital Municipal e Maternidade Mário Degni (Jardim Sarah).
Tanto as unidades quanto a secretaria têm 10 dias úteis para enviar as respostas.

A prefeitura informou ao g1 que a pasta “não foi notificada pelo Ministério Público Federal (MPF) até o momento, mas está à disposição do órgão para prestar todos os esclarecimentos necessários”.

Disse ainda que a reorganização promovida no Vila Nova Cachoeirinha “tem como objetivo realizar no local mutirões de cirurgias, como de endometriose e histerectomia, e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher a fim de atender à demanda necessária” e que o procedimento segue sendo realizado nos hospitais referência da capital.

‘Inadmissível’, diz professor que denunciou prefeito de Glicério por intolerância religiosa

Caso foi denunciado na terça-feira (12) e criação da CEI foi aprovada pelos vereadores nesta quinta-feira (13); boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil de Araçatuba (SP) vai investigar.

O professor que denunciou o prefeito de Glicério (SP), Ildo de Souza (PSDB), por intolerância religiosa disse em entrevista à TV TEM que se sentiu ofendido com a publicação do político nas redes sociais.

Souza atacou praticantes de religiões de matriz africana: “macumbeiros têm pacto com o Diabo (…) vão queimar no fogo do inferno junto com seus amiguinhos do Diabo (…) nunca vi macumbeiro fazer o bem (…) e quem faz macumba é gente do mal”

“Eu e os irmãos de fé já estamos cansados de ser taxados como pessoas do mal. Pessoas que incitam a violência e o ódio contra a religião de matriz africana são desagradáveis. O prefeito não tem o direito de condenar as pessoas que seguem essa religião como filhos do Diabo. Isso é inadmissível”, lamentou Paulo Javarezzi.

O caso foi denunciado na terça-feira (12). Nesta quinta (14), a Câmara de Vereadores de Glicério aprovou a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a denuncia.

A Polícia Civil de Araçatuba (SP) vai investigar o caso, que foi registrado na Delegacia de Glicério por crime de ultraje a culto, sentimentos religiosos e profanação de objeto de culto.

À TV TEM, Ildo disse que não vai se manifestar sobre a publicação, mas afirmou que respeita todas as religiões e negou ter ofendido qualquer crença.

Em nota nas redes sociais, publicada na quinta-feira, o prefeito escreveu que acredita que a diversidade de crenças e a liberdade para professar elas são pilares fundamentais para uma sociedade mais justa. Ele ainda ressaltou que desconhece a fundo as práticas e crenças de religiões de matriz africana.

“É de extrema importância ponderar que, na realidade, minha postagem visava destacar a manipulação das crenças legítimas por pessoas contrárias ao meu posicionamento político, que utilizam rituais inadequados para promover ataques direcionados a minha família”, escreveu Ildo.

 

Isis Valverde registra ocorrência após aparecer nua em montagens compartilhadas em redes sociais

Equipe da atriz percebeu que as imagens começaram a circular nesta quinta-feira (26). Em algumas delas, foram adulterados posts feitos pela atriz posando de biquíni.

A atriz Isis Valverde informou que registrou uma ocorrência na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, da Polícia Civil do Rio, depois que fotos suas, postas em redes sociais, foram adulteradas para simular o vazamento de “nudes”.

A equipe da artista percebeu que as imagens começaram a circular nesta quinta-feira (26) e acionou advogados para tomar providências.

“A atriz repudia as imagens, que são totalmente falsas e criadas através de recursos digitais com montagens artificiais. Adverte pela gravidade do assunto, pois o conteúdo é ilegal, inclusive para quem o reproduz. Informa, ainda, que procedeu o registro da ocorrência na Delegacia de Crimes de Informática para notificar e responsabilizar os provedores de internet que compartilharem às imagens fraudulentas. Por fim, tendo em vista que se trata de uma manipulação virtual e inventada, não se pronunciará mais sobre o assunto”, afirma a nota enviada pela assessoria da atriz.

Ao menos três montagens foram compartilhadas. A roupa – ou biquíni – usado pela atriz em fotos que ela mesmo havia postado foram mexidas digitalmente para que ela aparecesse com os seios ou até o corpo inteiro à mostra.

 

Filha presa por manter pai em cárcere privado e sob maus-tratos é solta em audiência de custódia em Campinas

O companheiro dela, que também havia sido preso pelos mesmos crimes, também teve liberdade provisória concedida. Eles deverão cumprir determinadas medidas cautelares.

Foi solta, em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (24), a mulher que foi presa suspeita de manter o próprio pai, um idoso de 74 anos, em cárcere privado e sob maus-tratos em Campinas (SP). O companheiro dela, que também havia sido preso em flagrante, também teve liberdade provisória concedida.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Débora Cristina Ferreira de Oliveira e Wellington Gomes de Queiroz deverão, contudo, cumprir medidas cautelares como:

Comparecimento mensal em Juízo para informar e justificar suas atividades, bem como eventual atualização de endereço;
Obrigação de manter o endereço atualizado junto à Vara competente (informando imediatamente eventual alteração);
Proibição de ausentar-se da Comarca de residência por mais de oito dias sem prévia comunicação ao Juízo.

O idoso foi resgatado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (23). Além de ser mantido em cárcere privado, o idoso sofria agressões físicas e psicológicas por parte da filha e do genro, segundo a polícia. Ele foi encontrado trancado em um quarto que tinha as trancas para fora e dormia dentro de um saco no chão, com duas alças próximas ao pescoço para que ele não levantasse.

Em entrevista ao g1, Luís Antônio Loureiro, delegado do 10º DP, disse que tanto a polícia, quanto a Guarda Municipal e até a prefeitura já haviam recebido denúncias sobre os maus-tratos contra o idoso.

A polícia solicitou ao poder judiciário um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido nesta segunda-feira.

“Na semana passada, nos procuraram dizendo que estavam dando banho de esguicho nele, que ele estava sofrendo danos psicológicos, uma tortura no sentido psicológico e até poderia ter agressões […] Fomos pegando depoimentos rapidamente para poder formalizar um pedido de mandado de busca e apreensão. Esse mandado foi deferido pelo poder judiciário e foi cumprido hoje de manhã”, informou o delegado Loureiro.

No cumprimento do mandado, ainda de acordo com o delegado, foi constatado que o idoso de fato vivia sob maus-tratos e em condições insalubres.

“[Ele] tinha vários ferimentos no corpo. Quando chegamos lá, a porta estava fechada por fora, com uma tranca por fora. Ele estava no quartinho deitado no chão dentro de um saco de dormir, esse saco tinha duas alcinhas próximas ao pescoço, e ali foram colocadas fraldas, a própria filha e o genro colocaram fraldas para que ele pudesse fazer suas necessidades no período noturno”, relatou o delegado.

Idoso confirmou agressões

Após ser resgatado do cárcere privado, segundo a Polícia Civil, o idoso foi levado para receber socorro em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campinas. Lá, em conversa com uma assistente social, ele revelou que de fato sofria maus-tratos e que a filha e o genro, em uma situação, chegaram a pegá-lo pelo pescoço.

O idoso deve receber alta médica nos próximos dias. Ele será levado para um abrigo de idosos da Prefeitura de Campinas.

Tanto a filha do idoso quanto o companheiro dela estavam em casa quando os policiais chegaram. Eles foram autuados pelos crimes de maus-tratos contra idosos e também por cárcere privado. No momento, ambos estão sendo ouvidos em uma delegacia.

Para se defender, a mulher disse à polícia que prendia o pai dentro do quarto por que ele “dava trabalho” e fugia de casa.

Ainda na residência, a polícia encontrou 16 cartões de crédito, todos no nome do idoso, em diferentes bancos. A filha e o companheiro estão desempregados e viviam da aposentadoria do idoso.

 

Ex-namorada de Antony vai à Inglaterra para ser ouvida pela polícia; jogador é investigado por lesão, cárcere, perseguição e violência

Gabriela Cavallin deverá prestar depoimento nesta quinta (12) na polícia britânica acompanhada da advogada. Polícia brasileira também investiga denúncias contra atleta. Seleção Brasileira cortou atacante após repercussão do caso. Ele nega os crimes.

Gabriela Cavallin, ex-namorada de Antony, viajou do Brasil para a Inglaterra para ser ouvida pela polícia de Manchester, que investiga o jogador de futebol por lesão, perseguição, violência doméstica e cárcere privado contra a influenciadora digital.

Os crimes de “injuries, harassment, domestic abuse e kidnapping” (como está na investigação inglesa) foram cometidos em Manchester, segundo a advogada dela, Vanessa Souza, que mora em Londres.

As duas disseram ao g1 que o depoimento está marcado para a tarde desta quinta-feira (12). Gabriela irá à delegacia na companhia de sua advogada. O inquérito foi aberto por Vanessa na Greater Manchester Police (Polícia da Grande Manchester, numa tradução livre).

“Acabei de pousar na cidade. Quinta irei depor em Manchester”, disse Gabriela nesta terça (10) ao g1. Ela já havia sido ouvida em setembro pela polícia inglesa, mas por videoconferência.
“Estamos muito confiantes. Temos novas provas”, disse Vanessa sobre a expectativa a respeito da investigação que está sendo feita pela polícia inglesa.

A influencer e o jogador namoraram por aproximadamente dois anos, entre meados de 2021 a 2023. Período em que Gabriela contou ter sido agredida e ofendida por Antony, tanto na Inglaterra quanto no Brasil. Ela tem 22 anos, ele 23.

Procurada pelo g1, a assessoria de Antony informou que não vai comentar a investigação da polícia da Inglaterra. Em outras oportunidades, a defesa do jogador negou ter cometido os crimes dos quais foi acusado.

O próprio atleta chegou a alegar inocência, quando foi ouvido tanto pela polícia de Manchester quanto pela Polícia Civil em São Paulo.

Além da investigação na Inglaterra, Antony é investigado pela polícia no Brasil por violência doméstica, lesão corporal e ameaça contra Gabriela. A influenciadora também já prestou depoimento sobre o caso na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Tatuapé, Zona Leste da capital paulista.

Ela foi acompanhada de Daniel Bialski, seu advogado. Lá fez as denúncias após terminar o namoro com o jogador. A Justiça paulista deu medida protetiva à DJ para que seu ex-namorado não se aproxime dela.

Em entrevista ao g1, ainda em setembro, Gabriela disse que Antony “puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava”. Ela ainda o classificou “tóxico, ciumento” e disse que ele a “xingava, tratava mal”, além de agredi-la, persegui-la e mantê-la em cárcere privado, ao não deixá-la sair de casa.

‘Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava’, diz ex-namorada sobre Antony, cortado da Seleção
Gabriela também contou que ficou com uma sequela num dos dedos da mão em razão das agressões. Um vídeo que faz parte dos inquéritos mostra a lesão, que segundo ela foi causada por um copo arremessado contra ela. Por esse motivo, disse que não pode mais trabalhar como DJ.

A influenciadora também chegou a perder um bebê quando estava grávida do atleta.

Nas duas investigações, Antony responde aos crimes em liberdade. Se vier a ser responsabilizado pela polícia e eventualmente condenado pela Justiça pelos crimes na Inglaterra e no Brasil, ele poderá ser punido com penas que podem variar entre 6 meses e 26 anos de prisão.

Antony relatou aos policiais que se envolveu com Gabriela quando ainda era casado. Depois se separou da esposa. E que parte das brigas entre ele e a influenciadora acontecia por não quer assumir no início, publicamente, o namoro com ela.

Nas redes sociais, Antony se pronunciou oficialmente sobre a acusação de ter agredido Gabriela e negou ter cometido os crimes.

“Posso afirmar com tranquilidade que as acusações são falsas, e que a prova já produzida e as demais que serão produzidas demostram que sou inocente das acusações feitas. Minha relação com a Sra. Gabriela era tumultuada, com ofensas verbais de ambos os lados, mas jamais pratiquei qualquer agressão física”, escreveu o jogador em seu Instagram.
Após a repercussão da denúncia na mídia, Antony foi cortado ainda em setembro da Seleção Brasileira. Ele havia sido convocado pelo técnico Fernando Diniz para a a disputa das eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo de futebol, em 2026.

O jogador também chegou a ser afastado do Manchester no início de setembro por decisão da diretoria do clube inglês em razão das acusações contra ele. Mas no mesmo mês foi reincorporado ao elenco e até participou de alguns jogos.
Antony foi revelado pelo São Paulo em 2018 e vendido ao Ajax, da Holanda, em 2020. Em 2022, foi negociado com o Manchester United por 100 milhões de euros (cerca de R$ 504 milhões), numa das maiores compras da história do clube inglês.

Nesse período, o atacante passou a ser convocado corriqueiramente para a Seleção Brasileira e disputou a última Copa, no Catar, em 2022.

 

Polícia inglesa investiga Antony, do Manchester, por lesão, cárcere, perseguição e violência contra ex-namorada, dizem advogados

Defesa de Gabriela Cavallin falou ao g1 sobre acusações levadas à polícia de Manchester. Polícia brasileira também investiga denúncias contra Antony. Jogador nega crimes. Seleção Brasileira cortou atacante após repercussão.

A polícia inglesa está investigando, desde a semana passada, o jogador Antony, do Manchester United, por lesão, perseguição, violência doméstica e cárcere privado contra a ex-namorada, a DJ Gabriela Cavallin, informaram ao g1 os advogados que defendem os interesses dela na Inglaterra e no Brasil.

“Protocolei na quinta-feira [31 de agosto] a representação e em menos de 24 horas [1º de setembro, na sexta passada] ela [Gabriela] foi ouvida por videoconferência pela polícia de Manchester”, disse, nesta terça-feira (5), Vanessa Souza, advogada da DJ em Londres. “Já está investigando” se Antony cometeu “injuries, harassment, domestic abuse e kidnapping”.

Ainda de acordo com a advogada, o próximo passo da acusação será denunciar Antony na Inglaterra a um órgão similar ao Ministério Público (MP) no Brasil. “E hoje [terça] vou entrar com outra representação na Crown Prosecution Service [algo como a Promotoria de Justiça inglesa] com base no código de abuso doméstico”, afirmou.

A informação acima também foi confirmada ao g1 pelo advogado de Gabriela no Brasil, Daniel Bialski.

“Eu e Gabriela confiamos no trabalho da polícia de São Paulo. E aguardamos a finalização para ele ser processado e punido pelos crimes”, disse Bialski.
Se Antony for responsabilizado pelos crimes poderá ser punido com penas entre 6 meses a 26 anos de prisão, de acordo com os advogados.

Investigação no Brasil

No Brasil, a investigação contra Antony é feita pela Polícia Civil da capital paulista. Ela apura se o jogador cometeu violência doméstica, lesão corporal e ameaça contra Gabriela. A mulher voltou a morar na cidade após terminar o relacionamento com Antony, em junho deste ano. Eles namoraram por aproximadamente dois anos, entre meados de 2021 a 2023.

Antony, de 23 anos, responde às duas investigações em liberdade. Ele ainda não teria sido ouvido pelas autoridades inglesas, segundo os advogados de Gabriela. Na investigação brasileira, no entanto, o jogador prestou depoimento e negou as acusações.

O jogador classificou o relacionamento com a DJ como “tóxico” e motivado por ciúmes quando falou na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Tatuapé, Zona Leste da capital paulista. Foi nessa delegacia que Gabriela fez uma queixa contra ele depois de terminar o namoro com o atleta. Os dois ficaram juntos por dois anos, entre 2021 e 2023.

Antony alegou ainda aos policiais que se envolveu com Gabriela quando ainda era casado. Depois se separou da esposa. E que parte das brigas entre ele e a DJ acontecia por não quer assumir no início, publicamente, o namoro com ela.

Nas redes sociais, Antony se pronunciou oficialmente sobre a acusação de ter agredido Gabriela e negou ter cometido os crimes.

“Posso afirmar com tranquilidade que as acusações são falsas, e que a prova já produzida e as demais que serão produzidas demostram que sou inocente das acusações feitas. Minha relação com a Sra. Gabriela era tumultuada, com ofensas verbais de ambos os lados, mas jamais pratiquei qualquer agressão física”, escreveu o jogador em seu Instagram.

‘Batia minha cabeça no vidro do carro’
Gabriela também foi ouvida pela polícia paulista. Ela confirmou as acusações de que era agredida constantemente por Antony. A Justiça deu medida protetiva à DJ para que seu ex-namorado não se aproxime dela.

Em entrevista nesta semana ao g1, ela disse que o então namorado “puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava”. Na entrevista, a jovem de 22 anos classificou Antony como “tóxico, ciumento” e disse que ele a “xingava, tratava mal”, além de agredi-la, persegui-la e mantê-la em cárcere privado, ao não deixá-la sair de casa.

‘Puxava meu cabelo, batia minha cabeça no vidro do carro, me empurrava’, diz ex-namorada sobre Antony, cortado da Seleção
A DJ Gabi Cavallin, como ela se apresenta nas redes sociais (tem quase 500 mil seguidores no Instagram), afirmou estar aliviada desde que decidiu terminar o namoro com o jogador e denunciá-lo à polícia.

“Com menos 100 kg nas costas. Posso ser eu mesma agora. Não preciso viver com medo de uma explosão dele”, declarou a jovem sobre como está se sentindo.
Ela também contou que ficou com uma sequela num dos dedos da mão em razão das agressões. E falou que chegou a perder um bebê quando estava grávida do atleta.

Um dia após o aborto, ocorrido por motivos desconhecidos, segundo Gabriela, a DJ falou que Antony foi a um show de pagode ao invés de lhe dar apoio (veja aqui trechos da entrevista).

O caso envolvendo Antony e Gabriela veio à tona novamente depois que o portal UOL mostrou na segunda-feira (4) novas provas das agressões do jogador contra a DJ: áudios e trocas de mensagens por celular entre eles. O conteúdo revelou que o atacante ofendeu e ameaçou a ex-namorada durante discussões no Brasil e no exterior.

Após a repercussão da notícia na mídia, Antony foi cortado ainda na segunda da Seleção Brasileira.

“Em função dos fatos que vieram a público nesta segunda-feira (04/09), envolvendo o atacante Antony, do Manchester United, e que precisam ser apurados, e a fim de preservar a suposta vítima, o jogador, a Seleção Brasileira e a CBF, a entidade informa que o atleta está desconvocado da Seleção Brasileira”, informou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por meio de nota divulgada à imprensa.
Ele havia sido convocado pelo técnico Fernando Diniz para a estreia do time nas eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo de futebol, em 2026.

Em junho a TV Record também já havia tratado do mesmo caso. Naquela ocasião, a emissora divulgou vídeos em que Gabriela mostra seus dedos feridos. A jovem acusava Antony de ter jogado nela uma taça, que a cortou.

A DJ também aparece com a cabeça machucada em uma fotografia. Segundo a mulher, o machucado é resultado de agressões do atleta contra ela.

Prefeita de Votorantim recusa convite de comissão para esclarecer suposto aumento irregular de salários presencialmente

Segundo a Câmara, a prefeita Fabíola Alves recusou o depoimento presencial afirmando que os esclarecimentos foram formulados e entregues por escrito.

A prefeita de Votorantim (SP), Fabíola Alves (PSDB), decidiu não se apresentar à Comissão Processante (CP) da Câmara que investiga possíveis irregularidades no aumento dos salários dela e dos secretários municipais.

Segundo a Câmara, os integrantes da comissão convidaram Fabíola para prestar esclarecimentos presencialmente. A reunião seria nesta sexta-feira (25), às 9h, mas o convite foi recusado pela prefeita.

Conforme a Câmara informou, na quarta-feira (23), Fabíola entregou um documento no qual dizia não ter interesse em prestar o depoimento, pois os esclarecimentos foram feitos e entregues por escrito.

Na terça-feira (22), foi encerrada a fase de depoimentos, que ouviu 10 testemunhas indicadas pela defesa da chefe do Executivo Municipal.

Próximos passos
Os membros da comissão devem encerrar a fase de produção de provas. Segundo a Câmara, uma nova reunião deve ser realizada na semana que vem. Novamente, a prefeita deve ser notificada para apresentar sua defesa no prazo de cinco dias.

O presidente da Comissão Processante, vereador Luciano Silva (Podemos), informou que, com o relatório em mãos, decidirá a data para o julgamento e deliberação em plenário pelos vereadores.

A Comissão Processante, que foi criada em 27 de junho, tem 90 dias para concluir os trabalhos, prazo este que passa a contar a partir da data da notificação para a prefeita apresentar sua defesa prévia, o que foi feito em 3 de julho.

Denúncia
A denúncia acusa a prefeita e o vice de aumento institucional dos salários deles e de secretários municipais. A investigação sobre supostas infrações político-administrativas do vice-prefeito Rodrigo Kriguer (PSD) foi suspensa liminarmente pela Justiça.

A aprovação da Comissão Processante ocorreu durante uma sessão na Câmara, em 27 de junho, por sete votos a favor e quatro votos contra.

Na ocasião, a Prefeitura de Votorantim informou que aplicou o reajuste inflacionário aos salários dos agentes políticos em conformidade com artigo 128, da Lei Orgânica Municipal e artigo 4º da lei municipal 2785/2020, que fixou os subsídios para o quadriênio 2021/2024.

“Os vencimentos da prefeita são corrigidos pela inflação por disposição legal e para evitar achatamento do teto do funcionalismo público municipal e consequentemente de seus salários”, afirma a gestão municipal.

Comissão que investiga denúncia contra prefeita de Votorantim encerra fase de depoimentos

Comissão deve notificar a prefeita Fabíola Alves para prestar esclarecimentos. Se aceitar o convite, ela deve ser ouvida nesta sexta-feira (25). CP tem prazo de 90 dias para concluir trabalhos.

A Comissão Processante (CP) que investiga supostas irregularidades no aumento dos salários da prefeita de Votorantim (SP), Fabíola Alves (PSDB), e dos secretários municipais terminou a fase de oitivas na terça-feira (22). No total, foram ouvidas 10 testemunhas indicadas pela prefeitura.

Na terça-feira, prestaram depoimentos, por meio de videoconferência, o deputado federal Vitor Lippi e o prefeito de Capela do Alto (SP), Péricles Gonçalves.

Conforme a Câmara de Votorantim, em sessões anteriores, foram ouvidos pela CP os secretários municipais Gabriel Rangel e Henrique Aust, o prefeito de Itu (SP), Guilherme Gazzola, o deputado federal Jefferson Campos e os advogados Márcio Leme, Julia Galvão Andersson, João Leandro da Costa Filho e Gustavo Barata.

Segundo a Câmara, o próximo passo da CP será notificar Fabíola Alves para, caso seja de seu interesse, comparecer para prestar seus esclarecimentos. A data prevista para ouvir a prefeita é sexta-feira (25), às 9h, na sala de reuniões da Câmara.

A investigação sobre supostas infrações político-administrativas do vice-prefeito Rodrigo Kriguer (PSD) foi suspensa liminarmente pela Justiça.

A comissão
A Comissão Processante, que foi criada em 27 de junho, tem 90 dias para concluir os trabalhos, prazo este que passa a contar a partir da data da notificação para a prefeita apresentar sua defesa prévia, o que foi feito em 3 de julho.

Na sequência, a comissão deve passar para a fase de análise dos conteúdos colhidos e, então, iniciar a elaboração do relatório final.

Denúncia
A denúncia acusa a prefeita e o vice de aumento institucional dos salários deles e de secretários municipais. A aprovação da Comissão Processante ocorreu durante uma sessão na Câmara, em 27 de junho, por sete votos a favor e quatro votos contra.

Na ocasião, em nota, a Prefeitura de Votorantim informou que aplicou o reajuste inflacionário aos salários dos agentes políticos em conformidade com artigo 128, da Lei Orgânica Municipal e artigo 4º da lei municipal 2785/2020, que fixou os subsídios para o quadriênio 2021/2024.

“Os vencimentos da prefeita são corrigidos pela inflação por disposição legal e para evitar achatamento do teto do funcionalismo público municipal e consequentemente de seus salários”, afirma a gestão municipal.

Operação Fariseu – Advogado é denunciado por fraudar certidão de filantropia

O Ministério Público Federal no Distrito Federal denunciou, na segunda-feira (15/9), sete pessoas por envolvimento em esquema de concessão fraudulenta de Certificados de Entidade Beneficentes de Assistência Social (Cebas) pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). A fraude teria acontecido entre 2005 e 2007. Entre os acusados, está o advogado Luiz Vicente Dutra.

O esquema foi descoberto pela Operação Fariseu, feita pelo MPF em conjunto com Polícia Federal em março desse ano. Foram denunciados também o ex-presidente do CNAS Silvio Iung, três ex-conselheiros e dirigentes do Hospital Mãe de Deus, uma das entidades beneficiárias do esquema. Eles responderão, de acordo com a participação de cada um, pelos crimes de advocacia administrativa fazendária, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.

De acordo com a denúncia, os conselheiros utilizavam a posição que ocupavam para defender interesses privados e garantir a concessão de certificados de filantropia a entidades que nem sempre cumpriam os requisitos necessários. Com o documento, as instituições podiam gozar da isenção de impostos e contribuições sociais. Esse foi o caso do Hospital Mãe de Deus, no Rio Grande do Sul, diz o MPF.

Ainda segundo o MPF, mesmo descumprindo várias exigências previstas para a concessão do Cebas, a Associação Educadora São Carlos, mantenedora do hospital, teve o certificado de entidade de assistência social renovado pelo CNAS em dezembro de 2006.

Para o MPF, as investigações e interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça não deixam dúvida sobre a atuação dos conselheiros em favor do Mãe de Deus. “Eles facilitaram o acesso do advogado da entidade a documentos internos do CNAS, intercederam junto a outros conselheiros, realizaram manobras para colocar ou retirar o processo da pauta de julgamento e combinaram estratégias de defesa da instituição. Tudo para garantir uma votação favorável à entidade.”

Em troca, receberam dinheiro, viagens, vinhos e outras vantagens indevidas, aponta denúncia. Além de Silvio Iung, presidente do CNAS, teria participado do esquema os ex-conselheiros Misael Barreto, Ademar Marques e Euclides Machado. Ainda de acordo com o MPF, o grupo é chamado de “tropa de choque” por Iung em um dos diálogos mantidos com uma diretora do hospital Mãe de Deus.

A denúncia é assinada pelo procurador da República Pedro Machado. Segundo ele, “os julgamentos do CNAS dependiam mais de conchavos e acordos entre os conselheiros do que da análise efetiva da documentação e informações existentes nos processos”.

O procurador afirma que esta não será a única denúncia a ser ofertada pelo Ministério Público Federal. “Ainda há outros fatos relativos à Operação Fariseu em apuração, inclusive envolvendo a concessão de certificados a outras entidades ditas filantrópicas.”

A denúncia será analisada pela 12ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. As penas para os crimes variam de um a 12 anos de prisão, além de multa.