Armas de alto calibre são apreendidas na Grande SP em operação contra suspeito de participar de tentativa de mega-assalto no Paraná

Apreensão de 11 armas ocorreu durante cumprimento de mandado de prisão contra suspeito de tentar assaltar uma empresa de valores em Guarapuava; um jovem estava no local e foi preso. Entre as armas apreendidas estão fuzis, pistolas, submetralhadores e revólver.

A Polícia Civil apreendeu 11 armas e 21 carregadores durante uma operação em Itapevi, na Grande São Paulo, na noite desta quarta-feira (6). No local, também foram apreendidos carros de luxo e drogas. Uma pessoa foi presa.

De acordo com a polícia, equipes foram até uma casa em Itapevi para cumprir mandado de prisão contra Heberson de Macedo Martins, suspeito de ter participado de uma tentativa de assalto a uma empresa de valores em Guarapuava, no Paraná, em abril de 2022.

Ao chegaram na casa, os policiais encontraram Ícaro Ryan Lopes de Andrade, de 19 anos, tentando fugir. Dentro do imóvel estavam as 11 armas, entre elas fuzis, submetralhadora, revólver, além de 21 carregadores, coletes à prova de bala, placas de carro, maconha, cocaína e crack.

O rapaz foi preso em flagrante por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e receptação. Já Heberson, o alvo da operação, continua foragido

A tentativa de assalto no Paraná foi a uma empresa de transporte de valores. A quadrilha de pelo menos 30 pessoas fez reféns e ainda atacou um batalhão da PM. No confronto, um policial morreu e outro ficou ferido.

A polícia vai pedir a prisão do dono da casa onde o material foi apreendido.

 

Polícia do DF prende motorista e dono da empresa responsável pelo ônibus que tombou ao tentar fugir de fiscalização; cinco pessoas morreram

Suspeitos são pai e filho e teriam planejado fuga dos fiscais da ANTT, segundo investigação; defesa dos investigados nega. Além das pessoas que não sobreviveram, outras 15 ficaram feridas.

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, neste sábado (21), o motorista e o dono da empresa responsável pelo ônibus que tombou ao tentar fugir da fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O acidente ocorreu na BR-070 e deixou cinco pessoas mortas e 15 feridas (veja mais abaixo).

De acordo com a investigação, o dono da empresa, Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos, e o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, são pai e filho. Os dois são suspeitos de homicídio qualificado e lesão corporal. A defesa dos investigados negou versão da polícia.

Segundo a Polícia Civil, após o ônibus ser parado no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele seria escoltado pela ANTT até a Rodoviária de Taguatinga, onde os passageiros desembarcariam e o ônibus seria apreendido. No entanto, o delegado Josué Pinheiro, da 12ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Centro, diz que, a pedido do pai, o motorista foi orientado a fugir da escolta e seguir para a sede da empresa, que também fica na região.

O investigador afirma que o pai usou o próprio carro para tentar atrapalhar a escola da ANTT. Nesse momento, o filho tentou fugir com o ônibus, colidiu com outro veículo e tombou.

“A causa que gerou a perda do controle do ônibus está sendo apurada, mas houve um excesso de velocidade. Ele assumiu o risco de causar  o dano, quando ele empreendeu fuga. Estava chovendo na BR-070, [a pista] estava molhada. O ônibus não estava em perfeitas condições”, afirma o delegado.
Um motorista auxiliar também estava no ônibus. No entanto, ele foi ouvido pela investigação e liberado.

Em nota, a ANTT também disse que o motorista do ônibus tentou fugir com o veículo. “A agência esclarece que, em nenhum momento, houve perseguição por parte da equipe da agência”, diz o texto.

Ainda segundo a ANTT, além do veículo não ter autorização para transportar passageiros, ele estava sem seguro e com pneus carecas.

(Correção: o g1 errou ao informar que sete pessoas morreram no acidente. Na verdade, cinco pessoas morreram. A informação foi corrigida às 17h deste domingo, 22.)

Cinco mortos

O ônibus tombou no canteiro central da BR-070, na altura de Ceilândia. Uma testemunha filmou o momento em que o ônibus tombou.

Até a última atualização desta publicação, a Polícia Civil havia confirmado que cinco pessoas morreram por causa do acidente. Quatro vítimas faleceram ainda na rodovia e uma perdeu a vida no hospital.

Além dos mortos, pelo menos 15 pessoas ficaram feridas. Ao todo, eram 32 passageiros no ônibus. As vítimas foram levadas para os hospitais de Ceilândia, Taguatinga e de Base.

 

VÍDEO mostra motorista de ônibus de viagem tentando fugir da fiscalização antes do veículo tombar no DF

Cinco pessoas morreram e, pelo menos, 15 ficaram feridas; quatro estão internadas em estado grave. Motorista e dono da empresa responsável pelo ônibus foram presos e devem responder por homicídio qualificado e lesão corporal.

Um vídeo obtido pela TV Globo mostra o motorista do ônibus de viagem tentando fugir da fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) antes do veículo tombar, no sábado (21), na BR-070, em Ceilândia, no Distrito Federal. O acidente deixou cinco pessoas mortas e, pelo menos, 15 feridas — quatro estão internadas em estado grave.

As imagens mostram o ônibus desviando da fiscalização (veja vídeo acima). O carro prata que aparece atrás é do dono da empresa responsável pelo ônibus e, segundo a ANTT, tentava atrapalhar a escolta. É possível ver que uma placa indica o limite na rodovia de 60 km/h e o radar marca acima do permitido: 68 km/h.

O dono da empresa, Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos, e o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, são pai e filho, e foram presos ainda no sábado. Segundo a Polícia Civil, os dois devem responder por homicídio qualificado e lesão corporal.

Os suspeitos vão passar por audiência de custódia às 9h desta segunda-feira (23).

Ônibus seria apreendido
Segundo a Polícia Civil, após o ônibus ser parado no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele seria escoltado pela ANTT até a Rodoviária de Taguatinga, onde os passageiros desembarcariam e o ônibus seria apreendido. No entanto, o delegado Josué Pinheiro, da 12ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Centro, diz que, a pedido do pai, o motorista foi orientado a fugir da escolta e seguir para a sede da empresa, que também fica na região.

O investigador afirma que o pai usou o próprio carro para tentar atrapalhar a escolta da ANTT. Nesse momento, o filho tentou fugir com o ônibus, colidiu com outro veículo e tombou. A defesa dos investigados negou versão da polícia.

“A causa que gerou a perda do controle do ônibus está sendo apurada, mas houve um excesso de velocidade. Ele assumiu o risco de causar o dano, quando ele empreendeu fuga. Estava chovendo na BR-070, [a pista] estava molhada. O ônibus não estava em perfeitas condições”, afirma o delegado.
Um motorista auxiliar também estava no ônibus. No entanto, ele foi ouvido pela investigação e liberado.

Em nota, a ANTT também disse que o motorista do ônibus tentou fugir com o veículo. “A agência esclarece que, em nenhum momento, houve perseguição por parte da equipe da agência”, diz o texto.

Ainda segundo a ANTT, além do veículo não ter autorização para transportar passageiros, ele estava sem seguro e com pneus carecas.

Cinco mortos

O ônibus tombou no canteiro central da BR-070, na altura de Ceilândia. Uma testemunha filmou o momento em que o ônibus tombou.

Até a última atualização desta publicação, a Polícia Civil havia confirmado que cinco pessoas morreram por causa do acidente. Quatro vítimas faleceram ainda na rodovia e uma perdeu a vida no hospital.

Além dos mortos, pelo menos, 15 pessoas ficaram feridas. Ao todo, eram 32 passageiros no ônibus. As vítimas foram levadas para os hospitais de Ceilândia, Taguatinga e de Base.

 

MP denuncia homem que roubou arma de policial e atirou em dois agentes na Zona Leste de SP

Caso ocorreu na manhã de quinta (1°) em São Mateus, na Zona Leste de SP. PM atingido no rosto está internado na UTI do Hospital das Clínicas com sedação leve; o outro agente passou por cirurgia e se recupera em casa.

O Ministério Público de São Paulo denunciou, neste domingo (11), pelos crimes de resistência, homicídio tentado duas vezes, furto e receptação o homem que roubou a arma de um policial militar e atirou em dois agentes durante uma abordagem em São Mateus, Zona Leste de São Paulo.

A promotora Luciana André Jordão Dias afirma que “os crimes de homicídio contra os policiais militares somente não se consumaram por circunstâncias alheias à vontade do denunciado, uma vez que o carregador da arma caiu e o acusado não conseguiu efetuar mais disparos contra eles, bem como porque as vítimas foram prontamente socorridas”.

E completa destacando que “os crimes contra a vida foram cometidos contra policiais militares, agentes descritos no inciso V do artigo 144 da Constituição Federal, que estavam no exercício da função”.

Ela pediu também exames de corpo de delito das vítimas.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “os policiais militares foram vítimas de uma tentativa de homicídio e todos os procedimentos adotados na abordagem são analisados, inclusive as imagens registradas pelas Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) usadas pelos policiais no momento da abordagem aos dois suspeitos, sem julgamento precipitado acerca da abordagem, principalmente em respeito às famílias. O foco da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo neste momento é dar o total apoio para a pronta recuperação de ambos”.

Estado de saúde dos PMs
Um dos policiais militares baleados, o soldado Cleison Santos de Matos, teve o rosto atingido por Dario Gabriel Costa Viveiros, e permanece internado na UTI do Hospital das Clínicas, com sedação leve. Segundo a SSP, ele responde bem aos estímulos e está “em plena recuperação”.

O outro, Robert Castro de Abreu, que levou três tiros, teve que ser submetido a uma cirurgia. De acordo com a SSP, ele foi operado e já teve alta hospitalar.

Câmeras corporais dos policiais militares baleados durante uma abordagem na quinta-feira (1º) ajudaram na identificação do suspeito. O homem, de 25 anos, foi preso

Abordagem filmada
Os PMs faziam uma ronda pela Rua Antônio Coutinho, em policiamento de rotina pela região de São Mateus. Às 8h30, os policiais abordaram uma dupla. Um deles, menor de idade.

Durante a revista, o soldado Matos pegou um celular que estava com Dario Gabriel Costa Viveiros, e começou um diálogo.

– Atirador: tá constando alguma coisa, senhor, nesse celular?

– Policial: tô verificando aqui.

Na sequência, o PM pede o documento e o rapaz fala que está em casa. O policial pergunta a idade do menino, que diz ter 17.

– Policial: vou jogar a real com você. O celular está constando um BO. aqui. Você vai segurar esse BO. ou você vai colocar na conta do moleque?

– Policial: vou falar a real pra você, irmão. Falar com papo de homem.

– Atirador: eu queria trocar umas ideia, senhor. De verdade. De homem. Papo reto de homem mesmo, senhor.

– Policial: papo de homem, você tá fazendo suas correria e eu estou fazendo meu trampo. Tá tudo gravado desde a hora que eu te abordei.

Em seguida, o policial afirma que levará o suspeito para a delegacia, e ele terá que explicar sobre o aparelho furtado. Dario indica que o adolescente que estava ao lado seja levado ao DP e não ele.

– Atirador: o senhor pode levar ele, então, no meu lugar?

– Policial: não. O celular tava com quem?

– Atirador: senhor, o celular tava comigo, senhor.

– Policial: então pronto, mano. então segura teu bo. Você é sujeito homem.

– Atirador: senhor, mas é o seguinte, eu mesmo não roubei esse celular. Pelo amor de Deus.

– Policial: tá bom, então.Você vai chegar lá, você explica pro delegado.

– Atirador: pelo amor de Deus, senhor. Eu tenho família. Pro senhor entender, eu sei que o senhor tá gravando, pelo amor de Deus, senhor, me dá uma oportunidade, mano.

– Policial: que oportunidade…

– Atirador: o menino tá aqui do meu lado. Ele pode segurar o celular, senhor .

– Policial: é o seguinte: você vai de boa? Ou vou ter que te algemar?

– Atirador: eu vou de boa.

– Atirador: vamos trocar umas ideia? Calma aí, senhor.

– Policial: Não tem que trocar ideia não, mano

– Atirador: calma aí, não precisa me segurar, não, que eu não vou correr.

– Policial: precisa, sim, eu vou te meter a algema. Eu tô trocando ideia de boa.

Em seguida, o PM pede para o parceiro abrir o porta-malas da viatura. Dario diz que não vai fugir. Mas ele tenta correr, e é agarrado pelos policiais. São cerca de 15 segundos de embate entre os três.

Uma câmera de segurança na rua também registrou a fuga de Dario, até que ele pega a arma de um dos PMs e atirar ao menos cinco vezes.

Procurada pelo g1, a defesa do atirador afirmou que “tudo será esclarecido no curso da instrução criminal”. e que “o acusado se reserva do direito de se manifestar no momento adequado, sobre o que for necessário para a elucidação dos fatos e da verdade”.

Fuga
Depois que atingiu os dois, ele fugiu pela rua, entrou numa casa, onde roubou roupas para continuar a fuga. As câmeras corporais dos policiais ajudaram para a identificação do autor dos disparos, que foi preso após negociação entre policiais militares e a família dele.

O menor que havia fugido durante o confronto também foi apreendido no mesmo dia. Os policiais prenderam ainda Maurício Alberto Alves de Oliveira. A polícia afirma que ele ficou com a arma entregue por Dario e o ajudou a trocar de roupa para tentar fugir.

Segundo o boletim de ocorrência, Maurício tentou despistar os policiais que estavam na operação para tentar localizar Dario ao tentar abraçar e beijar uma mulher na frente de uma adega. Durante abordagem, ele apresentou vários nomes e acabou confessando que tinha fugido do sistema penitenciário do Paraná. A arma roubada do policial e usada no crime foi encontrada em uma bolsa dele.

Ele foi autuado por receptação e foi cumprido o mandado de prisão pela fuga do sistema paranaense.

Já Dario, o atirador, havia sido condenado à prisão por tráfico de drogas. De acordo com a polícia, era considerado foragido porque não voltou de uma saída temporária prevista em lei. A Justiça determinou a prisão preventiva dele por tempo indeterminado.

Preso na Zona Leste de SP
Homem que atirou em Policiais Militares durante aborgadem é preso na Zona Leste

Dario foi encontrado em uma comunidade próxima ao local do crime e detido por policiais militares de uma equipe especial da Corregedoria da PM que investiga delitos contra agentes da corporação.

O outro indivíduo que estava na abordagem é menor de idade e foi apreendido.

A arma utilizada para realizar os disparos foi localizada com um terceiro indivíduo, que acabou preso por ser considerado foragido da Justiça. Todos foram encaminhados para o 49° Distrito Policial.

 

Caso Lara: polícia abre novo inquérito para apurar envolvimento de mais duas pessoas em assassinato de adolescente

Lara Oliveira do Nascimento, de 12 anos, foi encontrada sem vida três dias depois de desaparecer, em Campo Limpo Paulista (SP), em março de 2022. Principal suspeito do crime continua foragido.

A Polícia Civil instaurou um novo inquérito para apurar a participação de mais duas pessoas no assassinato da adolescente Lara Oliveira do Nascimento, de 12 anos. A informação foi divulgada na tarde desta terça-feira (6).

Lara foi morta em março de 2022 depois de desaparecer ao sair de casa para comprar refrigerante, em Campo Limpo Paulista (SP).

Considerado foragido desde o dia 28 de março de 2022, Wellington Galindo de Queiroz é, por enquanto, o principal suspeito do crime. Ele foi indiciado por homicídio e ato libidinoso.

De acordo com a advogada da família da menina, Jarina Rocha, a decisão de instaurar um novo inquérito foi tomada após a primeira audiência do caso, que ocorreu na tarde de segunda-feira (5), no fórum da cidade. Na ocasião, quatro testemunhas foram ouvidas.

“Existiam mais duas pessoas na cena do crime, isso foi relatado em sede policial. Não existe a identificação dessas pessoas, mas sim pessoas que viram sabem suas características físicas. A gente espera que a polícia dê seguimento a tudo que é necessário pra gente poder lucidar a identidade também destes dois comparsas”, afirma.
Segundo o Ministério Público, a audiência fez uma antecipação das provas, pois as testemunhas podem esquecer os nomes e fatos do ocorrido. Desta forma, caso o suspeito seja preso em determinado momento, será necessário apenas que ele seja interrogado.

Com faixas e cartazes, a mãe da adolescente, Luana Aparecida Nascimento, estava acompanhada das irmãs e disse que o coração está esperançoso, mas ao mesmo tempo dolorido, pois, é o início de uma batalha para que a Justiça ocorra.

“Eu acho que dentro desse um ano e dois meses eu não consegui ainda viver o meu luto como mãe, como família. Infelizmente, isso vai depender dessas prisões, principalmente do Wellington. Eu como mãe preciso dessa justiça para poder viver o meu luto e a Lara, como cidadã de bem, como uma criança que sempre foi muito cuidada, muito amada, continua sendo amada e cuidada também precisa. A justiça vai sim acontecer por ela porque ela merece”.

Outras testemunhas ainda serão ouvidas e, depois, o processo será suspenso por definição da lei, pela falta de presença do suspeito, até a captura dele.

Suposto sequestro
Uma câmera de segurança registrou um suposto sequestro em um local que fica a 50 metros do mercadinho onde a adolescente Lara foi vista pela última vez, em Campo Limpo Paulista. O vídeo foi apresentado à Justiça e passou por análise (assista abaixo).

De acordo com a investigação, a imagem mostra à distância um veículo aparentemente de cor prata, que seria o carro de Wellington, passando pela Rua dos Monges e fazendo um retorno.

Em seguida, o veículo estaciona atrás das árvores, muito próximo ao mercadinho onde Lara havia ido comprar um refrigerante antes de desaparecer. A investigação aponta que, momentos depois, uma pessoa sai do carro e vai até o lado oposto da rua.

Ainda segundo o registro em vídeo analisado pela polícia, quase um minuto depois, surge uma segunda pessoa, que aparenta ser uma criança, se aproximando.

Logo depois, a primeira pessoa, que dirigia o carro, aparenta correr atrás da segunda. Ela a agarra e a leva em direção ao carro, que sai na direção oposta. Todo o material obtido na investigação foi apresentado à Justiça e será analisado.

No relatório, uma das testemunhas informou que estava indo pegar um ônibus para Campo Limpo Paulista, junto de sua mãe, e que viu a menina saindo do mercadinho. Também informou que viu um carro prata passando na rua e se recorda de ser encarado por um dos ocupantes do veículo, momento em que o carro seguia a menina Lara.

Ainda informou que, enquanto o ônibus não chegava, a mãe entrou no mercado. Após alguns segundos, escutou uma freada e uma buzina de ônibus, quando viu uma menina sair correndo. Informou que pensou ser um acidente, porém, viu um homem saindo do carro prata e agarrando a criança.

Outra testemunha, que na ocasião morava próximo ao terreno onde o corpo da adolescente foi encontrado, informou que, dias antes de encontrarem o corpo de Lara, estava na varanda da casa, perto da lavanderia, quando viu um carro prata parado no local. Após alguns minutos, quando retornou, viu o veículo saindo em direção à cidade de Francisco Morato (SP).

Relatório final
Com base em depoimentos de testemunhas e parentes, além de análises de áudios e câmeras de monitoramento, a polícia concluiu que Wellington Galindo de Queiroz é, por enquanto, o principal suspeito do crime. Ele foi indiciado por homicídio e ato libidinoso e é considerado foragido desde o dia 28 de março de 2022.

O relatório também apontou que a adolescente negou qualquer contato com o homem, que aplicou quatro golpes em sua cabeça para que ela não o denunciasse.

Em agosto de 2022, policiais da DIG de Jundiaí e de São Paulo chegaram a ir até o interior de Pernambuco após receberem a informação de que o suspeito estaria escondido na região, mas ele não foi encontrado.

O relatório final da investigação também mostrou que Wellington enviou um áudio para a namorada após cometer o crime, dizendo que ela deveria falar à polícia que ele havia ido embora de casa. A TV TEM teve acesso ao áudio que consta no inquérito.

“Ó, fia. Minha bateria tá acabando, fia. Vou dizer pro cê, fia. É, tá muito perigoso pra mim se apresentar, fia. Não vou me apresentar não, viu fia? Qualquer coisa, você diga que eu terminei com você e fui embora de casa ontem, entendeu? E, assim, eu tô indo pra Agrestina, tá bom?”, disse Wellington no áudio.

Além disso, durante as investigações, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito. O imóvel fica no bairro Jardim Vassouras, em Francisco Morato.

Na residência, além de material de construção civil, foi localizado um buraco na cozinha. Também foi observado que a casa de Wellington fica a aproximadamente um quilômetro do local onde foi encontrado o corpo da garota.

O relatório final da investigação contém cerca de 50 páginas e foi entregue em agosto de 2022 ao Ministério Público.

Relembre o caso
Lara desapareceu no dia 16 de março de 2022, quando saiu de casa para comprar um refrigerante em uma mercearia a cerca de 600 metros de sua casa. O corpo dela foi encontrado com marcas de violência, no dia 19 de março.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça. O legista citou a presença de sinais de crueldade e disse que possivelmente foi usado um martelo ou uma picareta. O documento confirmou também que uma substância encontrada no corpo da adolescente era cal.

No dia 29 de março de 2022, funcionários do mercado onde a menina esteve antes de desaparecer prestaram depoimento à polícia. As equipes de investigação também percorreram bairros de Francisco Morato, cidade vizinha, para ouvir mais moradores.

Segundo o delegado, o suspeito já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou. Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito.

A Polícia Civil analisou mais de cinco mil imagens de câmeras de segurança para identificar e localizar o suspeito de matar a adolescente.

Em imagens analisadas pela polícia, Wellington aparece dirigindo um carro prata. Elas mostram o momento em que o veículo para perto do local onde a menina desapareceu, no mesmo dia e próximo ao horário.

O veículo foi localizado em outra cidade e apreendido. Em depoimento, a proprietária do veículo disse que teve um relacionamento com o suspeito, mas que eles não estavam mais juntos.

Wellington tem passagens na polícia por tráfico de drogas, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ainda em março, a Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias pelo assassinato da adolescente.

Glaidson Acacio dos Santos
Faraó dos bitcoins mandava pistoleiros eliminarem concorrentes

Conversas mostram que Glaidson Acácio dos Santos montou organização com armas e empresas de fachada para eliminar concorrentes do mercado de criptomoedas

Em nova denúncia contra Glaidson Acácio dos Santos , conhecido como o ” faraó dos bitcoins “, ele é acusado de ser líder de um grupo criminoso que perseguia e assassinava concorrentes do mercado de criptomoedas . Em agosto de 2021,  Glaidson foi preso sob acusação de comandar um esquema bilionário de pirâmide financeira e  lesionar milhares de investidores em moedas virtuais.

Conforme denúncia do Ministério Público, o acusado montou um aparato para matar quem ameaçasse, de alguma forma, o império financeiro criado por ele na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro .

Dessa forma, ele se tornou uma espécie de “tubarão do extermínio”, montando uma organização bem estruturada para eliminar os concorrentes. De acordo com o MP , esse arranjo, coordenado por um setor de inteligência, inclui armas, empresas de fachada, espiões e matadores profissionais.

“Mais uma pirâmide . Se a inteligência puder trabalhar para ajudar, fazer o que tem que ser feito. Seria ideal focar nessas pirâmides aí para resolver só problemas, seria ideal”, afirma  Glaidson em áudio apreendido.

Os alvos também trabalhavam no mercado de criptomoedas e eram vistos como uma ameaça aos negócios de Glaidson . Segundo promotores, em áudio, ele cobra um dos sócios pela demora na execução de uma das vítimas. “Quinta-feira tinha sido marcado. Aí passou sábado, domingo, segunda, terça, quarta, acabou o dia, amanhã é quinta-feira”, diz o “faraó”.

OPERAÇÃO HIPÓCRATES – Polícia Civil inicia extração de dados documentais apreendidos e divulga nome de foragidos

A delegada titular da DRCAP (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública), Magnólia Soares, divulgou hoje o nome de quatro investigados da terceira fase da operação Hipócrates, deflagrada na última sexta-feira (28), que tiveram suas prisões decretadas e estão foragidos.

As investigações são realizadas pela DRCAP e DECOR (Divisão Especial de Combate a Corrupção) desde o ano de 2019.

A terceira fase da operação Hipócrates teve como foco a área administrativa da Coopebras (Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde). A ação ocorreu integrada com o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário, sendo executada simultaneamente em Roraima e na Bahia.

Uma equipe de policias que foi designada a coordenar os trabalhos de busca e apreensão da terceira fase da Operação Hipócrates na Bahia, chegou a Boa Vista no início da tarde desta terça-feira (1º), trazendo vasto material documental apreendido.

Dos seis mandados de prisão decretados pela Justiça, dois foram cumpridos. Uma pessoa se entregou e outra foi presa durante a operação. Quatro estão foragidos e a delegada Magnólia Soares decidiu divulgar o nome deles, com o objetivo de contar com o apoio da população para localizá-lo.

“A Lei permite que a autoridade policial divulgue o nome de foragidos para, assim, facilitar sua identificação e possível localização”, destacou a delegada.

São considerados foragidos:

O vice presidente da Coopebras Edivaldo Pereira Vieira, de 59 anos;

Esmeralda Menezes Vieira, de 51 anos, esposa de Edivaldo e responsável pelas empresas no Estado da Bahia;

Maria Oélia Paulino, de 60 anos, responsável pelo setor financeiro da Coopebras;

Edilson Pereira Vieira, de 52 anos, responsável pela parte operacional da Coopebras, inclusive escalas.

BENS APREENDIDOS
A delegada Magnólia Soares destacou que a Polícia Civil inicia uma nova fase das investigações que é a extração dos dados documentais apreendidos.

Segundo ela, durante a deflagração da operação em Roraima e na Bahia, foram cumpridos mandados de sequestro de bens de 40 Veículos e 30 imóveis, dentre eles residências, prédios comerciais e até mansões, avaliados em R$ 30 milhões.

“Essa foi a maior operação desencadeada pela Polícia Civil de combate à corrupção. Foi uma quebra financeira no núcleo da organização criminosa que há anos vem desviando recursos públicos do setor da Saúde em Roraima”, disse.

O alvo da operação é o combate ao crime de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Os trabalhos ainda não foram concluídos e, várias diligências ainda estão em andamento.

 
 
Subprefeito da Lapa, em SP, é investigado por apreensões fora da área de atuação; vídeos de ações foram divulgados por vereador

Luiz Carlos Smith Pepe admitiu ter feito de 6 a 8 ações fora da região que está sob sua responsabilidade. Prefeitura de SP diz que investiga ações e que punições poderão ser tomadas caso infrações funcionais sejam comprovadas.

A Controladoria Geral do Município (CGM) – órgão de controle da Prefeitura de São Paulo – está investigando o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe, por atuação em fiscalizações e apreensões realizadas fora dos domínios territoriais do órgão dirigido por ele, o que fere a lei municipal.

Sob o pretexto de acabar com bailes funks que tiram o sossego das comunidades em várias partes da cidade, o subprefeito usou equipes da Subprefeitura da Lapa, na Zona Oeste, para atuar – sem prévio conhecimento da Prefeitura de SP – em áreas que pertencem a outras subprefeituras.

As ações foram filmadas e colocadas em redes sociais pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que acompanhou diretamente essas operações fora do território da Lapa. Houve apoio das polícias Militar e Civil e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Em ao menos uma das ações, na comunidade de Heliópolis, na Zona Sul, os agentes de fiscalização que fizeram a apreensão estavam com os coletes da prefeitura do avesso – sem exibir o logo do poder municipal 

o SP2 foram procurados por comerciantes de Heliópolis e da Brasilândia, que tiveram pertences apreendidos pelos fiscais da Subprefeitura da Lapa e não estão conseguindo reaver os produtos, mesmo com notas fiscais comprovando a origem lícita dos produtos.

Além de bebidas alcóolicas e aparelhos de som, os comerciantes relatam que tiveram mesas, cadeiras e até televisores apreendidos pelos fiscais da Lapa. As imagens colocadas no Youtube pelo vereador confirmam a versão dos vendedores, que pediram para não ser identificados, pois têm medo de sofrer retaliação da polícia.

Apenas em Heliópolis, onde uma dessas operações aconteceu, em 7 de junho, na Rua Coronel Silva Castro, os comerciantes afirmam que os prejuízos chegam a R$ 200 mil.

A via concentra vários comércios da comunidade e é onde também acontecem os bailes funks.

“Entraram no comércio da minha mãe e levaram mais de R$ 40 mil em mercadoria, tudo com nota fiscal. O baile nessa rua é de conhecimento de todos e é organizado, tem hora para começar e acabar. Não vira a noite e é tudo limpo. As atividades ilegais acontecem do lado de fora, mas não é justo entrar num comércio com todos os impostos pagos e levar tudo, sem estar acontecendo nenhum ato ilegal e sem mandado de apreensão judicial”, disse a filha de uma comerciante de Heliópolis ao g1.

“Entraram no meu bar, sem ninguém lá dentro, e levaram tudo o que a gente tinha. Fui chamada depois que os fiscais já tinham ido embora. Cheguei e não tinha mais nada. Levaram mesa, cadeira, freezer. De um vizinho levaram até o televisor. Tudo comprado com suor. São mais de R$ 50 mil em prejuízo. Há um mês não consigo trabalhar porque não tenho como comprar tudo de novo. Tenho dois filhos, mãe doente para cuidar e não consigo me reerguer”, contou outra comerciante.
A advogada Larissa Machado Pedrosa representa ao menos três dos mais de dez comerciantes de Heliópolis que foram alvo da operação de 7 de junho. Ela conta que, no dia seguinte à operação, foi até a Subprefeitura do Ipiranga, a que o território de Heliópolis pertence, mas não encontrou o material apreendido.

“Alguns comércios foram arrombados com as portas fechadas e sem ninguém lá. Os fiscais nem lacre das apreensões deixaram. Fui até a Sub[prefeitura] do Ipiranga tentar reaver os produtos e apresentar as notas, mas lá os fiscais disseram que nem sabiam que havia acontecido uma operação em Heliópolis”, declarou.

Larissa relatou que, uma vez descoberta a participação da Subprefeitura da Lapa na ação, foi até a unidade – distante 15 km de Heliópolis –, e ouviu dos funcionários de lá que não conseguiria reaver os produtos, principalmente as bebidas alcóolicas.

“A única coisa que eles falaram é que iriam verificar o que poderia ser liberado. E que aquela região ali [Heliópolis] é como se não existisse no mapa. Que qualquer um pode entrar e sair, é uma área pública e eles poderiam levar as mercadorias”, contou.
“Questionei a questão de a Lapa estar lá no Heliópolis, considerando que a gente tem uma subprefeitura bem próxima da comunidade, e eles não souberam explicar o que estavam fazendo na região. E falaram que todas as bebidas certamente a gente não conseguiria recuperar, sem dar muitos detalhes”, completou a advogada.

Larissa ingressou na Justiça com mandado de segurança para ter os bens dos comerciantes recuperados. O processo não foi apreciado pelo juiz até a última atualização desta reportagem.

O que diz a lei municipal
A cidade de São Paulo tem 32 subprefeituras. Cada uma é responsável por uma área determinada e não pode agir fora da região que administra, segundo a lei que criou normas para o funcionamento desses equipamentos públicos, durante a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

Na lei municipal, de agosto de 2002, está expresso que as subprefeituras foram instaladas em áreas administrativas com limites territoriais estabelecidos e que as atribuições de cada uma devem respeitar esses limites.

O SP2 procurou o subprefeito do Ipiranga, Décio Oda, que confirmou que não sabia da operação em Heliópolis naquela data. Ele disse que estranhou como tudo foi feito.

“Para você fazer a apreensão da mercadoria, eu acredito que você tenha que ter o respaldo da vigilância sanitária também. A prefeitura em si não faz isso. A nossa condição é que vá fiscalizar o funcionamento do local: ‘Você tem o alvará de funcionamento?’ ‘Não tenho’. ‘Então você vai ser autuado pelo seu CPF.’ Só isso que a gente pode fazer. Nada de apreender”, ressaltou.

“Como subprefeito, eu não posso [operar em outro território]. A não ser que eu tenho algum outro tipo de respaldo para atuar, mas como subprefeito, não”, completou.

O que diz a Prefeitura de SP
O g1 e o SP2 questionaram a Secretaria Municipal das Subprefeituras, pasta da gestão Ricardo Nunes (MDB) que comanda as ações das 32 subprefeituras da cidade.

Por meio de nota, a Controladoria Geral do Município (CGM) afirmou que abriu uma apuração para investigar as ações do subprefeito da Lapa, após receber denúncia registrada na Ouvidoria do Tribunal de Contas do Município (TCM).

“A apuração está em fase inicial, e a CGM já solicitou esclarecimentos da Subprefeitura Lapa e aguarda manifestação do órgão. O município reitera que, se houver indícios de ilegalidade na ação denunciada, os agentes públicos efetivos e/ou comissionados poderão responder a procedimentos administrativos e, caso sejam comprovadas infrações funcionais, serão punidos”, declarou o órgão.

A CGM também disse que, em maio, a pasta já havia recebido uma denúncia registrada na Ouvidoria Geral do Município sobre eventuais ilegalidades na gestão pública de servidores da Subprefeitura da Lapa ou do subprefeito em questão.

“O caso foi averiguado e encerrado por não atender os requisitos de admissibilidade que pudessem comprovar os fatos denunciados, sem prejuízo de reabertura se houver fatos novos”, declarou (veja íntegra da nota abaixo).

O que dizem as polícias de SP

A Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP) também foi procurada, uma vez que a operação em Heliópolis, chamada de “Impacto Paz e Proteção”, teve a participação de PMs e policiais civis.

A pasta afirmou que essas ações sempre contam com a participação de agentes municipais, mas que questionamentos referentes à escolha desses participantes deveriam ser feitas à Prefeitura de SP.

“A Operação Impacto Paz e Proteção é executada regularmente pelas forças policiais do estado para coibir a formação dos chamados ‘pancadões’ e garantir a segurança dos moradores em diferentes regiões. As ações contam com a participação de representantes do Executivo local, que são responsáveis pela fiscalização de temas relacionados à legislação municipal”, disse.

“Na operação realizada em Heliópolis, no dia 07/07, as forças de segurança emitiram 146 autos de infração de trânsito, apreenderam 32 veículos irregulares, porções de entorpecentes e prenderam um suspeito por tráfico de drogas. Os questionamentos relativos aos agentes municipais devem ser encaminhados aos órgãos responsáveis”, completou.

O que disse o subprefeito da Lapa

O subprefeito da Lapa também atendeu o SP2 e admitiu ter participado de seis a oito operações fora do território comandado por ele, mas não de forma direta.

Luiz Carlos Smith Pepe: “Não foram funcionários da subprefeitura que foram cedidos, não foi feito uma autuação pela Subprefeitura da Lapa. Não teve um agente vistor que acompanhou a operação. O que nós cedemos foi a equipe de apreensão”.
Repórter: Mas essa equipe de apreensão é da Subprefeitura da Lapa?
Luiz Carlos Smith Pepe: “Da Subprefeitura da Lapa”.
Repórter: Então são funcionários do senhor?
Luiz Carlos Smith Pepe: “Sim. O que eu estou dizendo para o senhor é o seguinte: é comum, pelo fato de nós termos uma estrutura que atua 24 horas na região, que nós sejamos solicitados no empréstimo dessas equipes. Então, uma coisa que empresta-se para outra subprefeitura eventualmente e empresta-se para a Polícia Militar quando solicitado”.
Repórter: Mas isso não fere a lei?
Luiz Carlos Smith Pepe: “Em que sentido?”
Repórter: No sentido de que eles só podem atuar na área de onde eles estão, ou seja, do bairro…
Luiz Carlos Smith Pepe: “Se eu tivesse cedido um agente vistor, feito uma autuação, alguma coisa nesse sentido, eu concordo. Agora, você deu uma equipe de apreensão para uma instituição que nos apoia em tempo integral, eu não vejo estar ferindo a legislação nesse sentido”.
Repórter: Mas eles são funcionários aqui, não são?
Luiz Carlos Smith Pepe: “Eles são funcionários terceirizados da Subprefeitura [da Lapa].
Repórter: Quantas operações o sr. fez dentro da Lapa e quantas foram fora da circunscrição da Lapa?”
Luiz Carlos Smith Pepe: “Tem operações quase que diárias pela Subprefeitura da Lapa. Nem todas elas versando sobre combate a perturbação de sossego público, não consigo mensurar de pronto quantas são, mas são muitas. Fora da circunscrição da Lapa, nós fizemos – salvo engano – acredito que uma seis ou oito operações. E não foram pela Subprefeitura da Lapa, mas sim cedemos em apoio à Polícia Militar a equipe de a apreensão da Prefeitura da Lapa.
Repórter: E por que os agentes estavam com os coletes do avesso?”
Luiz Carlos Smith Pepe: “Ocorre é que muitos desses meninos trabalham em regiões onde eles fazem as próprias fiscalizações conosco. E o que tá acontecendo é eles têm receio de serem conhecidos ou serem identificados. Então, muitos pedem para que coloquem uma máscara, como se fosse respirador da covid”.
Apesar da justificativa do subprefeito, em outras ações também postadas por Rubinho Nunes, os agentes aparecem usando os coletes de forma correta, exibindo o logo da Prefeitura de SP. Em Heliópolis, nenhum fiscal aparece usando máscara de proteção no rosto. 

O que diz o vereador envolvido
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que registrou as imagens em Heliópolis e em várias outras comunidades – com a participação direta nas apreensões e dando ordens aos funcionários da Subprefeitura da Lapa – também divulgou uma nota justificando a presença dele nessas ações do órgão, registradas no Youtube.

“Participo das operações, pois diferente de outros políticos, eu saio da cadeira para acompanhar as demandas e atender a sociedade. Vale destacar que, em razão da complexidade das operações e para que elas tenham um desfecho positivo em razão de seu elevado risco, há a necessidade de uma grande interlocução de instituições e, com base nos ofícios, solicito equipes de apreensão para coibir irregularidades”, declarou Nunes.

A Câmara Municipal de São Paulo, por sua vez, declarou que Rubinho Nunes não estava representando o Legislativo nessas ações.

“A participação do vereador foi uma iniciativa do mandato dele que, em sua atribuição como parlamentar, atendeu a solicitações de moradores. Recomendamos que entre em contato com o gabinete do vereador para mais detalhes sobre o assunto”, disse a Mesa Diretora da Câmara.
Veja a íntegra abaixo da nota de Rubinho Nunes:

“Eu participo das operações, pois diferente de outros políticos, eu saio da cadeira para acompanhar as demandas e atender a sociedade. Vale destacar que, em razão da complexidade das operações e para que elas tenham um desfecho positivo em razão de seu elevado risco, há a necessidade de uma grande interlocução de instituições e, com base nos ofícios, solicito equipes de apreensão para coibir irregularidades.

Os pancadões se tornaram um problema que se arrasta por toda a cidade de São Paulo, sendo financiado pelo Crime Organizado e irrigando o tráfico de drogas, prostituição infantil e perturbação de sossego. Todas essas operações ocorrem em conjunto com a Polícia Civil, Militar e GCM, muitas delas após ofícios encaminhados pelo meu mandato em razão do recebimento de denúncias de moradores, CONSEGs e um minucioso trabalho de inteligência.

Eu participo das operações, pois diferente de outros políticos, eu saio da cadeira para acompanhar as demandas e atender a sociedade. Vale destacar que, em razão da complexidade das operações e para que elas tenham um desfecho positivo em razão de seu elevado risco, há a necessidade de uma grande interlocução de instituições e, com base nos ofícios, solicito equipes de apreensão para coibir irregularidades.

Ressalto que foram oficiadas quase todas as subprefeituras e que a subprefeitura da Lapa nos retornou informando que possui meios para trabalhar inclusive à noite e sua participação se resume a equipe de apoio. Continuarei trabalhando neste combate, firme e forte. Sugiro ouvir os moradores que, aliviados, finalmente podem ter segurança e dormir em paz”.

 

Câmera corporal mostra tiro de PM que deixou mulher cega em SP

Vítima estava em estabelecimento da família em dezembro de 2023 quando sofreu o ferimento por um disparo que saiu de arma de policial militar e perdeu visão do olho direito. Segundo SSP, PM atirou acidentalmente. Caso é investigado.

Uma câmera corporal de policiais militares registrou o momento em que uma mulher foi atingida no rosto por um tiro em 6 de dezembro, na Zona Leste de São Paulo. A vítima sobreviveu, ficou cega de um dos olhos e passou por uma reconstrução de parte da face.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “todas as circunstâncias dos fatos são investigadas minuciosamente pela Polícia Militar e pela Polícia Civil”, mas não explicou se os policiais envolvidos nessa ação foram afastados do trabalho ou não.

Segundo as imagens, os dois policiais faziam um patrulhamento em Cidade Tiradentes, na Rua Dona Eloá do Valle Quadros, por volta das 20h. O soldado Diogo Britto Teixeira dirigia a viatura ao lado de Leonardo da Conceição Gomes Ferreira.

A imagem a qual a TV Globo teve acesso é da câmera corporal acoplada na farda do soldado Leonardo.

De acordo com a polícia, os PMs receberam uma denúncia de tráfico de drogas e foram checar uma área ao lado de uma adega, onde estava um homem parado.

A imagem não é clara, mas de acordo com a polícia o homem pegou algo que estava preso por uma corda e saiu do local. O soldado Leonardo desceu do carro e foi verificar o objeto que estava pendurado pela corda.

Com a mesma mão em que segurava a pistola, ele puxou o fio. Naquele momento, a arma disparou e perfurou um toldo, onde Daiane Cristina Santos estava sentada atrás, cuidando do bar da irmã e foi atingida no rosto.

Na sequência, o policial voltou para a viatura e percebeu que Daiane, a poucos metros dele, estava sangrando. Os moradores da área e a família da vítima se desesperaram com a situação.

Os PMs decidiram socorrer Daiane, e foram para um hospital da região. No caminho, o policial afirmou que a bala não saiu da arma dele.

“Ninguém atirou não, mano. não foi, não foi.”

Ao chegar na unidade de saúde, o soldado Leonardo afirmou novamente que não atirou ao enfermeiro.

“Veio de cima do prédio. Eles estão achando que foi a gente, mas beleza.”

A vida de Daiane mudou nos últimos 7 meses. “Perdi minha casa, me separei, estou com meus pais, só ele [pai] está trabalhando, ficou bem difícil. Entrei em depressão profunda, crise de ansiedade, bem difícil.”

O advogado da vítima, Bruno Cerqueira Gomes, diz que entrou com uma ação contra o estado querendo tratamento médico, um globo ocular com movimento, tratamento estético, psicológico e uma indenização material.

Além de passar pelo rosto de Daiane, a bala bateu no muro e atingiu a perna de uma mulher que estava em frente a um conjunto habitacional. Ela foi socorrida a outro hospital.

Desde então, o caso é investigado pela Polícia Militar. O SP1 teve acesso ao documento.

Um laudo apontou que dois tiros foram disparados. O projétil que atingiu Daiane foi apreendido. Por fim, o documento conclui que o soldado Leonardo Ferreira cometeu falta de procedimento operacional ao tentar pegar o objeto que estava amarrado ao lado da adega, com a mesma mão que segurava a arma, e que, por isso, a arma disparou acidentalmente.

Durante depoimento, os policiais não deram nenhuma declaração. Ficaram em silêncio.

“A gente vive de cesta básica e a ajuda do meu pai. Quando eu tinha um olho eu trabalhava, hoje, não. Dependo dos outros”, lamenta Daiane.

 

Anna Saicali, ex-diretora da Americanas, desembarca em São Paulo e tem passaporte retido

Considerada uma das principais envolvidas no esquema de fraudes fiscais nos balanços da empresa, ela se entregou à Justiça em Lisboa neste domingo (30).

A ex-diretora do grupo Americanas Anna Christina Ramos Saicali, considerada uma das principais envolvidas no esquema de fraudes fiscais nos balanços da empresa, retornou ao Brasil nesta segunda-feira (1º) após ter a prisão revogada.

Anna estava em Lisboa, Portugal, e desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 6h40.

Em seguida, foi em direção à Delegacia Especial da Polícia Federal, dentro do aeroporto. Ela deixou o local por volta das 7h50 por uma saída lateral exclusiva sem contato com a imprensa.

Assim que chegou ao Brasil, a executiva teve que entregar o passaporte à polícia para ser apreendido. Conforme a decisão judicial, ela está proibida de deixar o país (veja mais abaixo).

A ex-diretora, que chegou a ser incluída na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas. Segundo as investigações, as fraudes chegaram a R$ 25 bilhões.

De acordo com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Anna “tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício” da Americanas.

Operação da PF
A Operação Disclosure foi deflagrada na última quinta-feira (27) e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo. A 10ª Vara Federal Criminal ainda determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.

Na quinta, equipes tentam prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, contra os quais havia mandados de prisão.

Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas estourou, em janeiro de 2023. Ele foi preso na última sexta-feira (28), um dia depois de ter sido encontrado em Madri.

Já Anna viajou para Portugal no dia 15 de junho e, por conta disso, estava sendo procurada. Câmeras de segurança registraram a ex-diretora no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, conforme mostrou o Fantástico.

No domingo (30), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, chegou a se reunir com autoridades de Portugal na tentativa de prender Anna Saicali. Contudo, ela decidiu se entregar à Justiça e foi conduzida pela Interpol até o Aeroporto de Lisboa.

Justiça substitui prisão por medidas
A Justiça Federal substituiu a prisão preventiva de Anna Ramos Saicali por outras medidas judiciais, como volta ao Brasil e entrega do passaporte. A decisão é do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, que atendeu a um pedido da própria PF.

De acordo com a determinação judicial, essa substituição de medidas representa a proibição da executiva em se ausentar do país.

A Vara Federal vai retirar o nome de Anna Saicali do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e comunicar a Interpol para que o nome dela deixe a lista de procurados da instituição, a chamada Difusão Vermelha.

Americanas se diz vítima
A Americanas divulgou a seguinte nota:

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

Como era a fraude
De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.

Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:

Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos;
Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
A operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Mais tarde, a Americanas revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.

Foram identificados vários crimes, como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.

A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.

Disclosure, expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.