Empresário preso em operação vendia carros de luxo que eram usados em rachas no Rio

Empresário já conhecido nas páginas policiais, Fábio Dutra de Souza gosta de ostentar seus carros de luxo nas redes sociais. Um dos principais alvos da Operação Party is Over (em português, “A festa acabou”), deflagrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil a manhã desta quinta-feira, dia 28, em vários pontos da cidade do Rio, Região Serrana e na Baixada Fluminense, ele é considerado um dos líderes da quadrilha que promove corridas de rachas no estado. O empresário é dono de uma loja – a Garage Car Store, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste – autorizada a vender carros e motos de luxo. Um veículo simples não sai por menos de R$ 80 mil. Já o mais sofisticado pode passar dos R$ 200 mil. Segundo as investigações, alguns dos carros expostos para serem vendidos eram usados para “pegas” na Serra de Petrópolis.

Nesta manhã, o empresário teve o seu Porsche Carrera 911 GT RS3, modelo 2018, avaliado em cerca de R$ 2 milhões, apreendido pela ação das polícias porque participou dessas disputas. O veículo tem edição limitada no Brasil, com apenas nove unidades em todo o território nacional, e isso ajudou na identificação do motorista nos “pegas”. Fabio foi preso em casa, no condomínio Península. Com o empresário dono do Porsche, havia uma espingarda, duas pistolas, um machado, cerca de 400 munições e algo entre 8 a 10 carregadores. Com o advogado, foram apreendidas uma pistola 9mm, um pistola 7,5mm e cerca de 400 munições..

De acordo com o delegado responsável pelo caso, eram 25 mandados de busca e apreensão para veículos. 23 foram apreendidos e dois não foram encontrados. Em 2011, o empresário chegou a ser preso pela Polícia Federal na Operação Black Ops, por suspeitas de participar de uma quadrilha de mafiosos israelense. O grupo atuava no Brasil e em outros países na lavagem de dinheiro, contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha e exploração de máquinas caça-niqueis. Na época, Fábio Dutra teve carros de luxo apreendidos.

Carros de luxo, avaliado em cerca de R$ 2 milhões, está envolvido em rachas no Rio
Carros de luxo, avaliado em cerca de R$ 2 milhões, está envolvido em rachas no Rio Foto: Brennno Carvalho/ O Globo

Na ação da PF, os investigadores descobriram que um israelense trazia para o Brasil carros importados de forma fraudulenta e irregular para que fossem vendidos, facilitando a lavagem de dinheiro. O empresário ficou na prisão por um tempo, mas acabou sendo solto.

Na operação desta quinta, Fábio Dutra vai responder por crimes de competição de racha, associação criminosa – já que praticou pega reiteradamente e também por apologia ao crime. Além disso, todos os veículos que foram encontrados na loja, e que estavam nos rachas, passarão por uma perícia. Caso seja comprovado que os carros foram modificados irregularmente, Fábio também vai responder por adulteração de veículos e de motor.

Assim que prestar depoimento na Cidade da Polícia, o empresário será encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte.

MPRJ denuncia casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet

Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso. Mulher denunciou o próprio irmão, que trabalha como motorista de aplicativo, mas ostentava vida de luxo.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou um casal por usar fotos de crianças com câncer para criar vaquinhas falsas na internet. Tainara Ribeiro Subtil e Luiz Antonio dos Santos Barbosa vão responder pelos crimes de falsificação e uso de documento falso.

Segundo o promotor Sauvei Lai, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador/Bonsucesso, Tainara e Luiz Antonio geraram comoção pública com a criação do perfil falso, onde postaram fotos de uma criança e de documentos falsos que atestavam que uma menina tinha câncer.

“Embora a criança exibida na campanha exista e é doente, ela não tinha nenhum vínculo com os dois estelionatários, que recolheram para si todo o dinheiro arrecadado”, diz o promotor.

O MPRJ sustenta ainda que os denunciados são “criminosos habituais”, que já fizeram outras campanhas falsas com o mesmo propósito.

“A investigação apurou que na realidade os dois denunciados se apropriaram de publicações feitas tempos atrás por uma outra família, que solicitou contribuições para o tratamento de uma criança realmente acometida de doença grave.”

A denúncia foi recebida pelo Juízo da 27ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Mulher denunciou o próprio irmão
O caso foi investigado pela Polícia Civil do Rio. A suspeita é que o dinheiro esteja sendo usado em viagens e hotéis. O esquema foi denunciado pela irmã de Luiz Antonio.

Uma das vaquinhas falsas pedia dinheiro para os gastos com Laura Oliveira Santos. O texto, supostamente escrito pela mãe da criança, que se identificava como Leila, dizia que a menina sofre com um tumor nos olhos e que a família precisa de dinheiro para a realização de uma segunda cirurgia e exames.

Em uma rede social, o perfil “Todos pela Laura” atualizava o estado de saúde da menina e chegava até a protestar contra a política da plataforma que removeu um conteúdo.

“Se Deus permitir, contarei notícias maravilhosas e terei a cura desse tumor que tanto tem nos preocupado e incomodado”, dizia um trecho de um dos posts.

A vaquinha virtual para supostamente ajudar Laura a tratar o tumor contou com o apoio de mais de 680 pessoas e arrecadou quase R$ 35 mil.
Entretanto, a criança que aparece nas fotos, na verdade, se chama Nicole e tem 8 anos. Ela é gaúcha, e, atualmente, vive em Aracaju (SE), onde está fazendo tratamento, pelo SUS, contra um osteoblastoma, um tumor atrás dos olhos.

A família conta que já chegou a pedir apoio financeiro pelas redes sociais, mas que nada tem a ver com essa outra vaquinha que usa as imagens de Nicole.

Quem descobriu a farsa e alertou as vítimas foi a irmã de Luiz Antonio. A taxista Stephani Santos Barbosa conta que começou a desconfiar do irmão, que trabalhava como motorista de aplicativo. Segundo ela, Luiz e a mulher, Tainara, passaram a ostentar luxos que pareciam incompatíveis com o padrão de vida do casal.

“Começou a me chamar a atenção a maneira como ele vivia sem trabalhar, pagando a diária corretamente e passeando bastante, se hospedando em hotéis em Copacabana, pousadas na Região dos Lagos, roupas caras”, lembrou.

Durante um churrasco de família, Stephani conta ter visto a cunhada usando o perfil “Todos pela Laura”.

“Foi todo mundo lá pra fora, começamos a fazer lá carne e tal e ela sentou na rede. Então, eu dei a volta, e ela no celular o tempo todo. Eu saí ali fora na varanda e ela tava editando a foto da criança daquele perfil. Botando brilho, cortando, colocando a legenda comovente pra comover os seguidores”, lembrou.

“E o que eu mais imaginei, o que eu mais pensava naquele momento era a dor que aquela criança poderia estar sentindo. Porque eu não tinha conhecimento nenhum daquela menina”, lamentou.

Stephani decidiu ir em busca da verdadeira identidade da criança e, ao localizá-la, contou tudo o que sabia aos pais de Nicole.

Ela também descobriu que um laudo médico falso estava sendo usado para tentar dar veracidade à história e alertou a médica que teve o CRM usado na farsa.

Tanto a família de Nicole como a oncologista que teve os dados usados no falso laudo registraram queixa na polícia.

Tainara e Luiz Antônio foram à delegacia prestar depoimento. No depoimento à polícia, Tainara admitiu ter feito a vaquinha falsa, mas alegou ter agido sozinha. Segundo ela, o marido não sabia de nada.

A advogada que representa o casal disse que Tainara planejou a farsa porque estava com dificuldades financeiras.

Renan Lemos Villela e Tallita Chaim Villela são alvos de investigação

Em processo judicial já transitado e julgado, o advogado Renan Lemos Villela (foto), sua esposa e influencer, Tallita Chaim Villela (foto), Grupo Villela Brasil, Villela Assessoria, Villela Advogados, Villela Controladoria e outros 49 (quarenta e nove) CPFs, foram alvo de robustas investigações por utilizarem dois laranjas Odenir Freijó Soares e Rogério Marinho.

Renan e sua quadrilha já tem uma condenação em Ação Civil Pública de nº 0022035-03.2014.5.04.0018 por obrigar funcionários a se converterem.

A princípio, Tallita Chaim é digital influencer, que acumula seguidores utilizando métodos parecidos com o seu esposo Renan Lemos Villela. Eles, todavia, ostentam bens e valores obtidos por meio de golpes, crimes escuros e fraudulentos. a informação é facilmente obtida com sua conta vinculada a rede social Instagram, onde atua como nome @tallitachaim.

A quadrilha não tem preocupação e nem vergonha de ostentar o dinheiro obtido através de transações ilícitas. Pode-se acompanhar, por fim, nas redes sociais de Renato Lemos Villela e de sua esposa Tallita Chaim.

A quadrilha de Renan Lemos Villela e sua atual esposa Tallita Chaim, já abriram mais de 25 (vinte e cinco) empresas. Nesse ínterim, abriram também, 72 (setenta e duas) contas correntes com objetivo de dar calores em fornecedores, funcionários, clientes e até no governo.

Os laranjas de Renam Lemos Villela

Conforme contratos sociais anexados ao processo, pessoas humildes como Eloi Pereira da Silva, Odenir Feijó Soares, Rogério Marinho, João Maurício da Rocha Bendel e José Alexandre Bendel,  cooptadas pela fé e, conquistadas pelo advogado Renan Villela e sua esposa Tallita Chaim, por várias vezes utilizaram-lhes como laranjas.

Nos autos do processo, Renan e sua esposa Tallita, junto com Sueli Maria Dessoy Hubner e Maurício da Rocha, desfrutam de viagens caras e carros de luxo, ao passo que seus sócios  majoritários Odenir Freijó Soares e Rogério Marinho preparam assados em churrasqueira de tijolos e, por último são proprietários de um Chevette 84 e um Fiat Pálio 96, respectivamente, conforme documentos.