Comandante exonera PMs presos na operação Pluma

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Benedito Campos Filho, exonerou dos cargos que ocupavam 4 dos 6 oficiais acusados de integrarem uma organização criminosa responsável por grilagem de terras da União e indígenas, confecção de títulos de domínio falsos, invasão de terras, expulsão de assentados, ameaças a fazendeiros e homicídios. Eles passam a cumprir funções administrativas. Dois já estão na reserva.

Dos 6 oficiais presos durante a Operação Pluma, da Polícia Federal, em 3 de julho, apenas o capitão Robson Oliveira Curi continua preso. Os outros 5 foram beneficiados com habeas corpus concedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) 1ª Região, em Brasília.

Entre os exonerados está o coronel PM Elierson Metello de Siqueira, comandante do Comando Regional 7, de Tangará da Serra (239 km a médio-norte). No lugar dele foi empossado o tenente coronel PM Willian Douglas Monteiro Santos. Metello é acusado de receber propina quando comandava o 2º BPM de Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá). Investigações apontam que ele recebia dinheiro de fazendeiros para oferecer segurança particular, usando a estrutura da PM.

Outro exonerado é o major PM José Carlos de Morais, que atuava como comandante adjunto do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Ele é acusado de receber propina para retirar invasores de fazendas da região, sendo que as invasões eram promovidas a mando da quadrilha. Também deixou o cargo o major PM Wlamir Luiz da Gama Figueiredo, que ocupava a função de diretor administrativo do Comando Regional 5, em Barra do Garças (509 km a leste da Capital). Ele é acusado de repassar a propina ao coronel Metello.

O 4º a ser exonerado é o capitão PM Robson Oliveira Curi, comandante da Companhia do bairro Planalto, em Cuiabá. Ele é acusado de levar vantagem financeira nas desocupações de terra e contratar pistoleiros.

O ex-comandante da PM, coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa, ocupava até maio a função de diretor de ensino da PM e estava na lista de espera para se aposentar. O subtenente Adalberto da Cunha e Oliveira já estava na reserva.

 

Gaeco recebe representação para investigar suposta invasão de hacker a contas de vereadores de Bauru

Ação foi protocolada pela vereadora da cidade, Estela Almagro (PT), uma das possíveis vítimas. Hacker em questão é Patrick César da Silva Brito, de Araçatuba (SP), preso pela Interpol na Sérvia. Ele teria sido contratado para monitorar adversários políticos.

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) recebeu, na segunda-feira (30), uma representação para que seja investigada uma suposta invasão de hackers a contas de vereadores de Bauru (SP) na internet.

A ação foi protocolada pela vereadora da cidade, Estela Almagro (PT), uma das possíveis vítimas. Ela teria tido as redes sociais e o celular invadido por um hacker, que está preso na Sérvia.

Além dela, o vereador Benedito Roberto Meira (União Brasil), também teria tido a privacidade invadida. A elaboração de um suposto dossiê sobre a vida particular do vereador também está sendo investigada pela Polícia Civil, mas o caso segue em segredo de Justiça.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a representação já foi distribuída aos promotores, que irão definir se abrem investigação ou não sobre o caso.

Hacker contratado?
Na última quinta-feira (26), a Comissão de Fiscalização e Justiça da Câmara de Vereadores de Bauru também protocolou um pedido de apuração da conduta do assessor parlamentar Walmir Braga, suspeito de contratar o hacker para monitorar adversários políticos.

Walmir é assessor do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (PSD) e cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (PSD). Segundo o documento enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em 2021, ele teria contratado um hacker para invadir as redes sociais de políticos e adversários.

Dentre as possíveis vítimas dos ataques cibernéticos estão, além de políticos, o jornalista Nelson Itaberá. O caso está sendo investigado, mas corre em segredo de justiça.

Preso na Sérvia
O hacker em questão é Patrick César da Silva Brito, preso pela Interpol na Sérvia. Ele passou a ser investigado depois que o e-mail de Dilador Borges (PSDB), prefeito de Araçatuba (SP), foi invadido, em dezembro de 2020.

Em nota, a vereadora Estela Almagro disse que a denúncia “denota latente afronta ao estado democrático de direito e exige apuração no rigor da lei.”

O jornalista Nelson Itaberá afirmou que o caso “é um ataque não apenas à pessoa dele, mas à sociedade de modo geral e especialmente à imprensa.”

A prefeita Suéllen Rosim disse que nunca se envolveu em atos de espionagem e que medidas judiciais serão adotadas diante de qualquer insinuação que a ligue a esses fatos.

Já o advogado do hacker disse que não pode dar detalhes do processo porque o inquérito está em segredo de Justiça. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno do assessor parlamentar Walmir Braga, nem do deputado Paulo Corrêa Júnior.

Mulher de 19 anos é morta pelo companheiro com golpe de picareta na cabeça em Caçapava

Criminoso tem 54 anos e confessou o crime ao ser preso em flagrante pela polícia.

Uma mulher de 19 anos foi morta pelo companheiro com um golpe de picareta na cabeça na tarde desta terça-feira (12) em Caçapava, no interior de São Paulo.

A vítima foi identificada como Adrielly Perregon Feliciano. O autor do crime, Dimas Vicente Leandro, de 54 anos, foi preso em flagrante e confessou ter matado a namorada.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, o feminicídio aconteceu em uma casa na avenida Benedito Macedo Carvalho Filho, no bairro Panorama, por volta das 15h30.

A Polícia Militar foi acionada pela filha do homem e o encontrou em um bar, que fica perto da casa onde o crime aconteceu. Ele foi preso e encaminhado à delegacia, onde prestou depoimento.

Dimas Vicente Leandro, que não apresentou advogado à polícia, disse à Polícia Civil que agiu em legítima defesa (veja mais abaixo).

Versão do suspeito
Em depoimento à Polícia Civil, o criminoso disse que tirou Adrielly das ruas há cerca de quatro anos, quando ela tinha 15. Desde então, eles iniciaram um relacionamento.

Dimas disse que os dois não moravam juntos, mas a jovem dormiu na casa dele na noite anterior ao crime. Ele alegou que ela passou a noite consumindo droga e, na manhã seguinte, começou a pedir dinheiro para os irmãos de Dimas, que se irritou e iniciou uma discussão.

Ele alega que Adrielly pegou o cabo de uma picareta e ameaçou agredi-lo. Dimas tomou o objeto da mão da companheira e a atacou na cabeça.

Quando viu que ela havia morrido, cobriu seu corpo e foi para um bar beber. À polícia, ele relatou que a ideia era esperar a filha sair do trabalho para contar a ela, pois não sabia o que fazer.

Quando isso aconteceu, a filha de Dimas acionou a Polícia Militar, que primeiro foi à casa e localizou o corpo e, em seguida, ao bar, onde encontrou o autor do crime.

Ainda segundo o depoimento do criminoso, o casal tinha um relacionamento harmônico, sem histórico de brigas.

A perícia foi acionada para o local, e o corpo encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames de necropsia. O caso foi registrado como feminicídio.

Minas divulga lista dos 12 criminosos mais procurados no estado; saiba quem são

A Secretaria Estadual de Segurança Pública de Minas Gerais afirma que a maioria deles tem envolvimento em crimes violentos no estado.

As forças de segurança pública de Minas Gerais divulgaram na manhã desta quarta-feira (23) a lista dos 12 criminosos mais perigosos que estão foragidos. (veja mais abaixo)

Entre eles, estão líderes de organizações criminosas envolvidos com o tráfico internacional de drogas, integrantes da quadrilha conhecida como “novo cangaço”, responsável por roubos a bancos e caixas eletrônicos no interior de Minas, e alguns com condenação de mais de 70 anos de prisão.

Esta é a 6ª edição do programa “Procura-se”, da Secretaria Estadual de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) Gerais, que reúne Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal e Ministério Público para cooperar na captura de criminosos foragidos.

Segundo a Sejusp, a maioria dos condenados estão envolvidos com crimes violentos, como assassinato de policiais e envolviimento em grandes facções criminosas de Minas Gerais.

VEJA A LISTA
Rogério Soares de Oliveira

Apelido: Negão
Idade: 52 anos
Crimes: Latrocíno – Possui mandado de prisão em aberto, fuga em aberto e condenação de 20 anos de prisão, com pena remanescente superior a 15 anos. Rogério é um dos autores do crime que vitimou um sargento da PMMG, na cidade de Ilicínea/MG, em 2017

Jackson da Conceição da Silva
 

Apelido: Tiquim
Idade: 52 anos
Crimes: Homicídio, roubo e porte ilegal de arma de fogo – Possui dois mandados de prisão em aberto e condenação superior a 39 anos de prisão, com pena remanescente de mais 20 anos. Jackson é uma liderança na região do bairro Alto Vera Cruz, Região Leste de Belo Horizonte, envolvido com o tráfico de drogas.

Felipe Augusto Rodrigues Silva

Apelido: Gordinho / Dudu
Idade: 25 anos
Crimes: Homicídio qualificado, roubo, adulteração de veículo e corrupção de menores – Possui mandado de prisão em aberto e condenação superior a 45 anos de prisão, com pena remanescente de mais de 38 anos. No ano de 2016, Felipe e outros suspeitos roubaram e assassinaram um policial militar. Estaria atuando no tráfico ilícito de drogas na região de Sete Lagoas, na Grande BH.

Gilcimar da Silva

Apelido: Cascão / Castor / Tiririca
Idade: 43 anos
Crimes: Criação de milícia privada, extorsão, latrocínio e roubo – Condenação superior a 73 anos de prisão com pena remanescente superior a 62 anos. Gilcimar já praticou diversos crimes contra o patrimônio, inclusive, roubo a banco, modus operandi “Domínio de Cidades”. Tem registro de uso de documento falso.

David Benedito Santos Neto

Apelido: Murilo / Lerdão
Idade: 29 anos
Crimes: Tráfico de drogas e homicídio – Tem mandado de prisão em aberto e condenação superior a cinco anos de prisão. Exerce liderança entre integrantes de facção criminosa do Rio de Janeiro, atuante na cidade de Andrelândia/MG e região. É apontado como mandante de crime de homicídio ocorrido em Andrelândia, no Sul de Minas, durante disputa pelo controle e domínio de pontos de tráfico de drogas.

Eberton Sales Morais

Apelido: Chabala / Marechal / Ribamar / C3
Idade: 39 anos
Crimes: Tráfico de drogas, portel ilegal de arma e corrupção ativa – Tem mandado de prisão em aberto e condenação superior a 8 anos de prisão. Possui atuação em Três Corações, no Sul de Minas, e em alguns munícios de São Paulo. Em 2019, foi um dos alvos da operação policial “Hefesto”, que investigou a atuação de uma facção criminosa nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte.

Eduardo Lourenço Marques

Apelido: Dudu
Idade: 30 anos
Crimes: Porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e uso de documentação falsa – Possui mandado de prisão em aberto e condenação superior a 10 anos de prisão. É líder da Organização Criminosa atuante em Manhuaçuna Zona da Mata.

Roberto Carlos Paranhos

Idade: 34 anos
Crimes: Homicídio qualificado, roubo, furto qualificado, uso de documento falso e porte ilegal de arma – Possui mandado de prisão em aberto e condenação superior a 71 anos de prisão, com pena remanescente de mais 61 anos. Atuante em municípios do Alto Vale do Jequitinhonha. Indivíduo violento, agressivo e perigoso. Possui histórico de enfrentamento às forças policiais, e tentou matar policiais nos anos de 2010 e 2011.

Sonny Clay Dutra

Idade: 41 anos
Crimes: Tráfico de drogas e associação ao tráfico – Tem mandado de prisão em aberto e condenação superior a 11 anos de prisão. É um dos principais traficantes internacionais de drogas, sendo líder de uma organização criminosa. O grupo criminoso liderado por ele atuou em diversas cidades mineiras, mantendo conexão com outras organizações criminosas também no Paraguai.

Wesley Militão da Silva

Apelido: Wesclim
Idade: 26 anos
Crimes: Homicídio e roubo – Tem quatros mandados de prisão em aberto e condenação superior a 13 anos de prisão. É líder de rganização criminosa atuante em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Atua, principalmente, no tráfico ilícito de drogas e crimes violentos. Possui ligações com o crime no Rio de Janeiro.

Marcelo Jaime Gonçalves

Apelido: Marcelinho Pisca-Pisca / Marcelinho / Marcelinho Cabana
Idade: 40 anos
Crimes: Homicídio e tráfico ilícito de drogas – Possui mandado de prisão em aberto e condenação superior a 53 anos de prisão, com pena remanescente de mais de 32 anos. É líder de rganização criminosa na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ângelo Gonçalves de Miranda Filho

Apelido: Pezão / Anjinho / Negão
Idade: 41 anos
Crimes: Homicídio, extorsão, associação ao tráfico e porte ilegal de arma – Possui mandado de prisão em aberto e condenação superior a 26 anos de prisão. Envolvido com a mercancia ilícita de drogas e criminalidade violenta na cidade de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na capital, atuou na favela do Moro das Pedras, na Região Oeste, e no bairro Califórnia, na Região Noroeste. Também atuou nos municípios de Contagem e Ibirité, na Grande BH. Possui ligaçoes com o crime no estado de São Paulo.

Onde denunciar
Para que as prisões ocorram, a Polícia Militar pede que a população ajude a localizar esses criminosos por meio da denúncia.

O site do Procura-se já está disponível para consulta e as denúncias devem ser feitas de forma anônima, no Disque Denúncia 181.

Cartazes com nome e foto dessas 12 pessoas serão fixados em pontos estratégicos, como hospitais, delegacias e na internet.

“O apoio da população é fundamental. Esses criminosos, muitas vezes, estão escondidos no meio dos cidadãos, e sem a colaboração das pessoas é quase impossível descobrir onde eles estão”, disse o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco.

 

Polícia afasta PM que agrediu com socos idosa e homem rendido no interior de SP

PMs haviam sido chamados para conter discussão entre vizinhos, mas acabaram agredindo família que alegava ter tido terreno invadido. Delegacia de Igaratá, interior de SP, abriu inquérito para investigar o caso.

O policial militar Kleber Freitas da Silva, que foi flagrado agredindo um homem rendido e algemado e dando um soco no rosto de uma idosa no interior de São Paulo, foi afastado das atividades operacionais, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Veja acima o vídeo do momento da agressão.

O caso aconteceu na tarde da última terça-feira (30), no bairro Água Branca, em Igaratá. O vídeo gravado por uma testemunha mostra o PM agredindo um homem que estava rendido, deitado no chão, e dando um soco no rosto de uma idosa, que é deficiente auditiva e tentava intervir.

Ainda de acordo com a SSP, foi instaurado um inquérito Policial Militar (IPM) para apurar todas as circunstâncias do ocorrido. Até a publicação desta reportagem, o outro policial que participou da ação não havia sido afastado.

A pasta informou também que os policiais algemaram e agrediram a família porque foram hostilizados e agredidos pelo grupo durante uma discussão de vizinhos por demarcação de terra

Agressão após chamado para conter discussão
A Polícia Militar havia sido acionada para controlar uma discussão entre vizinhos. O g1 apurou que tudo começou devido a um desentendimento por demarcação de terra.

O vizinho de Vilma de Oliveira, idosa que aparece sendo agredida no vídeo, estava construindo um muro que invadia a propriedade dela. A senhora, então, reclamou com ele da situação.

A reclamação evoluiu para uma discussão acalorada entre o vizinho e os filhos de Vilma. Para controlar a briga, a Polícia Militar foi acionada, mas a situação ficou ainda pior.

“Para não ter exaltação, chamei a Polícia, mas tomei [um soco] no nariz. Em vez de defender, a polícia me agrediu”, explica dona Vilma que tem 80 anos.
De acordo com Benedito Rodrigues de Oliveira, um dos filhos da idosa que foi algemado, as agressões da polícia continuaram dentro da viatura, quando não havia mais ninguém filmando. Ele conta que levou golpes de cassetete na cabeça e vários socos no rosto.

“Eles prenderam a gente, algemaram, deram mata-leão. Até aí, tudo bem, mas no meio do caminho [na viatura] fizeram isso. Pode até ver que foi só de um lado, porque eu estava encostado na viatura”, diz o homem.

A idosa foi levada ao pronto atendimento da cidade e liberada em seguida. Além dela, todos os envolvidos, incluindo os policiais, também passaram por exames de corpo de delito.

O caso foi registrado na delegacia de polícia de Igaratá, onde também foi aberto um inquérito para investigar o caso.

Polícia envia para o TRE denúncia de crime político de Piriquito

Prefeito de Aparecida é acusado por esquema durante campanha de 2020; nota diz que chefe do Executivo está à disposição da justiça para esclarecer o caso

Andréa Moroni
Aparecida

O Seccold (Setor Especializado no Combate à Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro) enviou ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) o inquérito policial, que trata da denúncia de pagamento de propina ao então candidato à prefeitura de Aparecida, Luiz Carlos de Siqueira, o Piquirito (Podemos), em 2020. Os autores da denúncia foram os vereadores Carlos Alexandre Rangel dos Santos, o Xande, (PSD) e Fábio Borges (PTB).

Os vereadores denunciaram a existência de uma reunião de servidores públicos da Prefeitura de Aparecida, que, em conluio com o prefeito e o presidente da Câmara, acertaram a prática de diversos crimes contra a administração pública. Segundo as informações, agentes públicos exigiriam “propinas” de empresários, que tinham contrato com a Prefeitura, em um contexto que sugeria a violação das regras da Lei de Licitações, inclusive por meio da prática de crimes licitatórios.

A notícia de crime se referia especificamente a uma obra de revitalização na rua Benedito Macedo, no bairro da Ponte Alta, realizada pela empresa S4 Construtora LTDA, após sagrar-se vencedora no procedimento licitatório feito na modalidade Tomada de Preços, nº 02/2020. O vereador Xande disse ter sido procurado pelo responsável legal da empresa S4 Construtora, Eliseu de Souza Volpe, que, por meio de ligação telefônica, fez acusações graves contra representantes dos poderes Legislativo e Executivo.

Na conversa telefônica, gravada por Xande, o empresário afirmou ter pago propina ao atual prefeito Piriquito, desde a época da campanha eleitoral. Na gravação, o empresário sugere ainda que estaria sendo extorquido por servidores municipais, que lhe cobravam 4% do valor da obra para liberar seu pagamento.

O empresário afirmou, na conversa, que teria pagado R$ 20 mil ao prefeito e, posteriormente, cerca de 4 % do valor da obra para ser dividido entre servidores municipais.

O empresário Eliseu de Souza Volpe fez um acordo de delação premiada com a justiça e, durante depoimento, afirmou ter participado de reunião com o então candidato Luiz Carlos de Siqueira, cerca de vinte e cinco dias antes da eleição, no Posto Arco Íris, localizado na rodovia Presidente Dutra, em Aparecida. A pauta da reunião foi a doação para a campanha de Luiz Carlos de Siqueira.

Como o possível crime aconteceu ainda em período eleitoral, a Secold decidiu por enviar o inquérito ao Tribunal Regional Eleitoral, em São Paulo, para que o caso seja devidamente apurado.

Outro lado – Em nota enviada à redação do Jornal Atos, o prefeito de Aparecida destacou que “… o inquérito policial, com denúncia feita por dois vereadores do município, refere-se a dois processos licitatórios realizados no ano de 2020, período da administração anterior. O processo segue em sigilo de Justiça e o prefeito Luiz Carlos de Siqueira se colocou à disposição da Justiça para os devidos esclarecimentos juntamente de sua equipe jurídica”.

Operação Placebo – MP denuncia 27 pessoas acusadas de lavagem, fraudes fiscais e organização criminosa

O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), por meio do Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf), denunciou, nessa terça-feira (7), 27 pessoas por envolvimento nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, fraudes societárias, falsificação de documentos públicos e privados, lavagem de bens e corrupção de agente público. Todos são acusados de causar um prejuízo ao tesouro estadual de cerca de R$ 200 milhões, valor já corrigido monetariamente.

A ação penal, proposta pelos membros do Gaesf – grupo composto pelo MPE/AL, Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Polícia Civil (PC/AL) – perante a 17ª Vara Criminal da Capital, que tem atribuição para atuar no combate ao crime organizado, foi ajuizada após a deflagração da operação Placebo, que ocorreu em 17 de julho último.

Foram denunciados Carlos Antônio Nobre e Silva (fiscal de renda), Antônio Monteiro dos Santos, Vanessa Veras Ribeiro, Arnaldo Monteiro dos Santos Filho, Jenisson Paulino da Silva Ribeiro, Márcio André de Lira, Erasmo Alves da Silva Filho, Marta Viana dos Santos, Maria Edelnice Monteiro dos Santos (foragida), Sílvia Santos Borges (foragida), Magno Viana Monteiro Santos, Auldênio Costa Aguiar, Regina Conceição dos Santos, Maria Regina dos Santos, Tatiane Iza dos Santos, Gilson da Silva Fiusa, Marcelo Oliveira de Jesus, Marcos Oliveira de Jesus, Davis Rabelo de Azevedo Freitas, Julliana Samara Valença Santos Oliveira, Ana Márcia Araújo dos Santos, Astênio Monteiro dos Santos, Genildo Reis dos Santos, Vanderlan Reis dos Santos, Robson Luiz de Oliveira Bispo, José Otacílio de Carvalho Silva e Benedito Alves dos Santos.

As acusações

Segundo o Gaesf, a organização criminosa, que operava nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, era integrada por um auditor-fiscal, empresários, testas-de-ferro, laranjas, um ex-técnico em contabilidade e contadores.

As investigações do Ministério Público começaram agora em 2018 e foi por meio de uma colaboração premiada que o Gaesf descobriu detalhes sobre o esquema criminoso. Um colaborador, que exerceu por muito tempo a função de contador das empresas MI Farma e AM Farma, repassou informações detalhadas aos investigadores de como acontecia a rotatividade envolvendo pessoas utilizadas de maneira fraudulenta na composição do quadro societário das empresas. Ele também revelou como acontecia o pagamento de propina para o auditor-fiscal Carlos Antônio Nobre e Silva. O dinheiro era repassado por Antônio Monteiro dos Santos, Vanessa Veras Ribeiro, Marta Viana dos Santos e pelo próprio colaborador.

“No decorrer das investigações ficou devidamente comprovado que as empresas MI Farma Comércio e Representação LTDA, AM Farma Comercial e LTDA e Ribeiro & Santos LTDA-EPP são empresas apoiadoras umas das outras (inclusive todas funcionaram no mesmo endereço: Av. Hermes Ernesto Damasceno s/n, lote 23, bairro da Santa Lúcia, cidade de Maceió-AL), e perpetuam-se na prática delituosa pelos denunciados através de pessoas jurídicas fraudulentas criadas exclusivamente para sonegar tributos e enriquecer o grupo criminoso em detrimento da aplicação de impostos em prol da sociedade alagoana”, diz um trecho da petição proposta pelo Ministério Público.

A denúncia foi assinada pelo promotor de justiça Cyro Blatter, coordenador do Gaesf, e também pelos promotores Guilherme Diamantaras e Kléber Valadares, igualmente integrantes do Grupo.

A carga apreendida

Durante a operação Placebo, o Gaesf, com autorização judicial, apreendeu 25 carretas com medicamentos que estavam estocados nas empresas que foram alvo das investigações. Todo material foi recolhido a um depósito da Secretaria de Estado da Saúde.

De acordo com o procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, o Ministério Público já requereu ao Poder Judiciário o perdimento de todos esses remédios. “Já ajuizamos o pedido e estamos aguardando o seu julgamento. O que queremos é que esses medicamentos sejam doados para hospitais e centros de saúde em Alagoas, uma vez que entendemos que eles pertencem ao povo. Essa seria uma forma do dinheiro dos tributos não recolhido aos cofres do estado voltar para população”, defendeu o chefe do MPE/AL.