Médica que operou advogada de Poze do Rodo foi condenada por morte de paciente e debochou de outra sobre secreção: ‘Devia comer’

Casos ganharam repercussão em julho de 2018, quando uma mulher teve o intestino perfurado após uma lipo, mesma época em que Geysa Leal Corrêa era investigada pela morte de outra paciente.

Geysa Leal Corrêa, médica que fez um procedimento na advogada Silvia de Oliveira Martins, que morreu de complicações após a intervenção, é condenada na Justiça pela morte de uma outra paciente, em 2018. Silvia atendia o cantor Poze do Rodo.

“Ela é péssima, é cheia de processos por erro médico. Em um dos casos, ela mandou a mulher comer a secreção que saía pela barriga, que ela operou. Não sei por que a Silvia foi se operar com essa mulher”, questiona Sérgio Castro, amigo da advogada.

Sérgio refere-se a Adriana Ferreira Pinto, operada na então clínica de Geysa, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, e que terminou com a morte da paciente seis dias depois.

O caso virou processo, e Geysa foi condenada em 2022, em primeira instância, pela morte de Adriana.

Pelo homicídio culposo com a qualificadora de inobservância de regra técnica da profissão, a médica foi sentenciada a dois anos de prisão.

Ela teve a pena convertida em prestação de serviços à comunidade e ao pagamento de um salário mínimo a uma entidade assistencial. Geysa recorreu, mas teve seu pedido negado e sua condenação mantida pela desembargadora Suimei Cavalieri no dia 27 de julho de 2023.

Geysa ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), e só então começará a cumprir sua pena, caso seja mantida pelos ministros.

‘Devia comer’
Em outro caso mencionado pelo amigo de Silvia, uma paciente de Geysa teve o intestino perfurado.

Antes de ser internada e receber o diagnóstico, a paciente foi reclamar com a médica que estava sentindo muitas dores, e que alimentos que tinha ingerido estavam saindo pela cicatriz.

A médica respondeu por mensagem de áudio, rindo e dizendo para a paciente “provar” a secreção.

“Amore, eu acho que você devia comer pra ver se é verdade, pra ver se é tomate, se é cenoura, porque isso aí pra mim, é gordura. Me desculpe, mas não fale besteira que quanto mais besteira você pensar, pior você vai ficar estressada. E me estressar à toa”, disse Geysa no áudio.

Cremerj abriu sindicância
Por causa da repercussão da morte de Silvia, no domingo (17), o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para apurar as circunstâncias da morte da advogada.

O conselho quer saber se todos os requisitos e protocolos de saúde foram cumpridos durante a cirurgia da advogada de Poze do Rodo.

“Ela não é nem membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a especialidade dela é otorrinolaringologista. Como ela pode fazer lipo? Ela operou a Silvia em uma clínica em Laranjeiras, que ela aluga, sem estrutura, sem nada”, questiona Sérgio, amigo de Silvia.

Tromboembolismo pulmonar
A advogada deu entrada na clínica usada por Geysa Leal Corrêa na sexta-feira (15) para fazer uma lipoaspiração do tipo HD. Ela recebeu alta no sábado (16), voltou para a casa, mas sentiu-se mal e precisou ser internada no Hospital Oeste d’Or, em Campo Grande, onde faleceu na manhã do domingo (17).

A causa da morte que consta na declaração de óbito é morte por tromboembolismo pulmonar.

O tromboembolismo pulmonar é uma complicação que pode acontecer em grandes cirurgias, como as de lipoaspiração, com a formação de um coágulo (trombo), que acaba se deslocando pelo corpo (embolia), e que no caso da advogada foi parar no pulmão, causando obstrução. Os sintomas são dor e falta de ar.

Silvia foi enterrada na segunda-feira (18), no Cemitério de Paciência, na Zona Oeste do Rio.

Caso Brennand: empresário deve ser interrogado nesta sexta-feira em nova audiência sobre denúncia de estupro

Audiência na 2ª Vara de Porto Feliz (SP) é continuação do quarto processo contra o empresário. Além do interrogatório de Brennand, está prevista a oitiva de uma testemunha de defesa. Ao todo, há quatro julgamentos em andamento na Justiça, mas Brennand é réu em nove processos criminais.

A Justiça fará nesta sexta-feira (25), a partir das 14h, a terceira audiência virtual do quarto processo contra Thiago Brennand na 2ª Vara de Porto Feliz. O interrogatório do réu está previsto nesta audiência, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

A denúncia é sobre o caso de uma mulher que alega ter sido estuprada pelo empresário na mansão dele, em um condomínio da cidade. Além do interrogatório de Brennand, está prevista a oitiva de uma testemunha de defesa. Com isso, a fase de instrução do processo será encerrada.

A segunda audiência do caso aconteceu no dia 7 de agosto e foi conduzida pelo juiz Israel Salu. Ao todo, cinco testemunhas de defesa foram ouvidas.

A primeira audiência deste processo aconteceu no dia 28 de julho, também em Porto Feliz. Na ocasião, foram ouvidas a vítima e uma testemunha de acusação. Brennand não prestou depoimento até o momento.

Ao todo, há quatro julgamentos em andamento na Justiça, mas ele é réu em nove processos criminais.

As denúncias contra Thiago Brennand em Porto Feliz são investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Sorocaba (SP).

Outras audiências
O empresário é réu em outros dois processos em Porto Feliz. A primeira audiência na cidade foi no dia 30 de maio, referente ao processo em que uma norte-americana o acusa de estupro. A audiência foi retomada no dia 21 de junho.

Já o segundo processo, referente à denúncia de uma mulher que acusa Brennand de estupro, cárcere privado e de ter sido obrigada a tatuar as iniciais dele em seu corpo, teve a primeira audiência no dia 3 de julho.

Em 27 de julho, foi realizada a primeira audiência do empresário referente a outro caso: o de agressão contra uma modelo e atriz em uma academia da capital paulista.

De acordo com o TJ, nenhum desses casos teve sentença proferida e ainda não há previsão para que sejam finalizados, já que há pedidos de diligência e prazos a serem cumpridos.

Acusações

O nome de Brennand ficou conhecido depois que o Fantástico mostrou imagens exclusivas nas quais o empresário aparece agredindo a atriz Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Neste caso, ele responde pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores, já que teria incentivado o próprio filho adolescente a ofender Helena.

Depois que a reportagem foi ao ar, outras mulheres procuraram o Ministério Público de São Paulo para denunciar o empresário por crimes como estupro, agressão, ameaça, cárcere privado e injúria.

Segundo as vítimas, os crimes ocorreram entre 2021 e 2022, em uma casa que Thiago Brennand tem em um condomínio de luxo em Porto Feliz.

Uma das mulheres disse que foi mantida em cárcere privado, sofreu agressões, teve um vídeo íntimo divulgado sem consentimento e que foi forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais do empresário. A Corregedoria da Polícia Civil investiga a delegada Nuris Pegoretti por suspeita de ter favorecido o suspeito no caso.

Já uma estudante de medicina acredita que foi dopada pelo empresário durante um jantar. Um ex-funcionário, que conviveu com Thiago Brennand por 15 anos, disse que ele batia e dava choques no próprio filho.

Além disso, um garçom que trabalha em um hotel dentro do condomínio afirma ter sido agredido pelo empresário. Já o caseiro de uma propriedade no mesmo local alega ter sido ameaçado por Brennand.

No total, o empresário e herdeiro é réu em nove processos criminais e, em seis deles, tem prisões decretadas por estupro, agressão, cárcere privado e ameaça. Brennand está preso no Brasil desde 29 de abril, após ficar oito meses nos Emirados Árabes.

Thiago Brennand: filho e empregada doméstica prestam depoimento no 2º dia de julgamento do caso de estupro contra norte-americana

Em 30 de maio, a Justiça ouviu a vítima e três testemunhas de defesa no Fórum de Porto Feliz (SP). Previsão é de que o Brennand seja ouvido nesta quarta-feira (21).

O julgamento do empresário Thiago Brennand por estupro contra uma norte-americana entra no segundo dia nesta quarta-feira (21). A audiência, realizada por videoconferência, começou às 14h no Fórum de Porto Feliz (SP).

Duas testemunhas e o réu prestam depoimento nesta quarta-feira. O filho de Brennand e uma empregada doméstica foram arrolados como testemunha de defesa. O julgamento é presidido pelo juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer e está sob segredo de Justiça. Na primeira audiência, a Justiça ouviu a vítima e três testemunhas de defesa.

Depois de mais de quatro horas, a audiência de 30 de maio na cidade foi encerrada e remarcada para quase um mês depois.

A previsão é de que Brennand, que está preso no Brasil desde o dia 29 de abril, após ficar oito meses nos Emirados Árabes, seja interrogado depois da oitiva das testemunhas.

O empresário e herdeiro é réu em nove processos e, em seis deles, tem prisões decretadas por estupro, agressão, cárcere privado e ameaça.

Como foi o primeiro dia
A entrada de jornalistas para acompanhar o primeiro dia de julgamento, no mês passado, não foi permitida, já que o processo corre em segredo de Justiça.

A defesa de Brennand disse que “considerou positivo o desfecho da audiência”. “Na ocasião, puderam ser apresentados fatos novos, que colocam em xeque a narrativa sobre o crime alegado. No momento oportuno, novos esclarecimentos serão apresentados”, disse o advogado Alexandre Queiroz, em comunicado enviado ao g1.

Questionado na saída do Fórum, o juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer explicou que não pode comentar sobre o processo por ele estar em segredo de Justiça. “Só posso me manifestar nos autos”, declarou.

Como funciona o julgamento
A vítima foi a primeira a ser ouvida na audiência do dia 30, e três testemunhas prestaram depoimento, de acordo com o Tribunal de Justiça. Havia a expectativa de que o réu fosse ouvido nesse dia, o que não ocorreu.

O debate entre acusação e defesa será feito de forma escrita, conforme o TJ-SP. Com isso, acusação terá cinco dias para apresentar suas alegações, assim como a defesa terá o mesmo prazo.

Após este procedimento, o juiz tem prazo de dez dias para dar a sentença. Caso haja pedido de diligências pelas partes, os prazos podem se estender. A pena para o crime de estupro é de seis a 10 anos de reclusão.

Quem é a vítima?
A vítima é uma norte-americana que mora no Brasil e não teve a identidade revelada. Segundo o Ministério Público, ela conheceu o empresário quando pretendia adquirir um cavalo.

A mulher relatou aos promotores do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) ter iniciado um relacionamento com o denunciado, encontrando-se com ele, eventualmente, ao longo de dois meses.

“Inicialmente, o homem mostrou comportamento gentil, mas depois passou a agir de maneira agressiva, até chegar ao ponto de obrigar a vítima a manter relações sexuais com ele. Além disso, o empresário disse ter gravado cenas íntimas da mulher, passando a ameaçá-la com a divulgação das imagens caso ela rompesse o relacionamento”, informou a Promotoria de Porto Feliz.

A denúncia, assinada pelos membros do Ministério Público Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Junior, foi aceita em 4 de novembro de 2022 pelo Judiciário, que decretou também a prisão preventiva de Brennand em relação a este caso.

Acusações
O nome de Brennand ficou conhecido depois que o Fantástico mostrou imagens exclusivas nas quais o empresário aparece agredindo a atriz Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Neste caso, ele responde pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores, já que teria incentivado o próprio filho adolescente a ofender Helena.

Depois que a reportagem foi ao ar, outras mulheres procuraram o Ministério Público de São Paulo para denunciar o empresário por crimes como estupro, agressão, ameaça, cárcere privado e injúria.

Segundo as vítimas, os crimes ocorreram entre 2021 e 2022 em uma casa que Thiago Brennand tem em um condomínio de luxo em Porto Feliz, no interior de São Paulo.

Uma das mulheres disse que foi mantida em cárcere privado, sofreu agressões, teve um vídeo íntimo divulgado sem consentimento e que foi forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais do empresário. A Corregedoria da Polícia Civil investiga a delegada Nuris Pegoretti por suspeita de ter favorecido o suspeito no caso.

Já uma estudante de medicina acredita que foi dopada pelo empresário durante um jantar. Um ex-funcionário, que conviveu com Thiago Brennand por 15 anos, disse que ele batia e dava choques no próprio filho.

Além disso, um garçom que trabalha em um hotel dentro do condomínio afirma ter sido agredido pelo empresário. Já o caseiro de uma propriedade no mesmo local alega ter sido ameaçado por Brennand.

Prisão nos Emirados Árabes e extradição
O empresário foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo em 4 de setembro de 2022. No mesmo dia, ele deixou o Brasil e foi para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Na época, a Justiça deu um prazo de dez dias para que Thiago Brennand retornasse ao Brasil – o que não aconteceu. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça e o nome Brennand foi incluído na lista internacional de procurados da Interpol.

Ele chegou a ser preso em outubro, em um hotel de luxo em Abu Dhabi, mas foi solto depois de pagar fiança. Desde então, foi proibido de deixar o país e aguardava em liberdade uma decisão sobre o processo de extradição feito pelo governo brasileiro.

No dia 15 de abril, mesmo dia em que o presidente Lula chegou aos Emirados Árabes em viagem oficial, o pedido de extradição foi autorizado. A prisão de Brennand foi confirmada dois dias depois — na ocasião, o empresário disse que estava sendo injustiçado — e, no dia 29, a embaixada do Brasil, em Abu Dhabi, recebeu a decisão judicial autorizando a extradição.

O avião que trouxe o empresário chegou ao aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos pouco antes das seis da tarde do mesmo dia. Ele viajou acompanhado por um delegado, dois agentes da Polícia Federal e um escrivão da Interpol treinado em jiu-jítsu, por conta do histórico de violência.

Atualmente, os advogados de Brennand tentam pedir a transferência dele do Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, para Tremembé, no Vale do Paraíba (SP).

 

Thiago Brennand: começa julgamento do caso de estupro contra norte-americana

Brennand presta depoimento por videoconferência, direto do CDP de Pinheiros, na capital paulista, onde está preso. Testemunhas serão ouvidas nesta terça-feira (30), além da vítima e de Brennand.

O primeiro julgamento de Thiago Brennand começou às 14h desta terça-feira (30), na 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. O empresário está preso no Brasil desde o dia 29 de abril, após ficar oito meses nos Emirados Árabes.

Nesta terça-feira (30), ele é julgado pelo estupro de uma norte-americana que mora no Brasil.

Brennand responde a oito processos pelos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal, corrupção de menores, sequestro, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação.

A vítima é a primeira a ser ouvida durante o julgamento. Ao longo da tarde, testemunhas prestarão depoimento, de acordo com o Tribunal de Justiça (TJ).

Por último, Thiago Brennand é interrogado. Conforme apurado pelo g1, o empresário prestará depoimento por videoconferência, direto do CDP de Pinheiros, onde está preso.

Em entrevista à TV Globo, o procurador-Geral de São Paulo Mário Luiz Sarrubbo diz que a pena de estupro pode aumentar, caso o juiz entenda que também houve agressão.

“Pelo MP, esperamos que cheguemos a um resultado positivo, lembrando que a pena de estupro, ela vai aí de 6 a 10 anos no caso do simples ou até mesmo de 8 a 12 uma vez comprovada as eventuais lesões corporais que me parece ser o caso. Então, temos a expectativa de chegar a um resultado positivo a partir dessa audiência”, diz Sarrubbo.

O que acontece após os depoimentos?

Após o interrogatório do réu, a acusação e a defesa terão 15 minutos cada uma para as alegações finais, e, logo depois, o juiz poderá dar a sentença.

Se as partes pedirem e o juiz concordar, as alegações poderão ser escritas e, neste caso, a sentença é proferida alguns dias depois. A pena para o crime de estupro é de seis a 10 anos de reclusão.

Quem é a vítima?
A vítima é uma norte-americana que mora no Brasil e não teve a identidade revelada. Segundo o Ministério Público, ela conheceu o empresário quando pretendia adquirir um cavalo.

A mulher relatou aos promotores do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) ter iniciado um relacionamento com o denunciado, encontrando-se com ele, eventualmente, ao longo de dois meses.

“Inicialmente, o homem mostrou comportamento gentil, mas depois passou a agir de maneira agressiva, até chegar ao ponto de obrigar a vítima a manter relações sexuais com ele. Além disso, o empresário disse ter gravado cenas íntimas da mulher, passando a ameaçá-la com a divulgação das imagens caso ela rompesse o relacionamento”, informou a Promotoria de Porto Feliz.

A denúncia, assinada pelos membros do Ministério Público Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Junior foi aceita em 4 de novembro de 2022 pelo Judiciário, que decretou também a prisão preventiva de Brennand em relação a este caso.

O que dizem as defesas?
Ao g1, o advogado de defesa das vítimas, inclusive da mulher norte-americana, informou que não irá comentar sobre o caso, pois o processo está em segredo de Justiça.

“As vítimas, no caso de um primeiro julgamento, aguardam com ansiedade pois, certamente, será a certeza de que a Justiça está sendo feita. Será também um marco neste tipo de crime, mostrando a muitos homens que mulheres têm que ser respeitadas”, completou.

Acusações
O nome de Brennand ficou conhecido depois que o Fantástico mostrou imagens exclusivas nas quais o empresário aparece agredindo a atriz Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Neste caso, ele responde pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores, já que teria incentivado o próprio filho adolescente a ofender Helena.

Depois que a reportagem foi ao ar, outras mulheres procuraram o Ministério Público de São Paulo para denunciar o empresário por crimes como estupro, agressão, ameaça, cárcere privado e injúria. Atualmente, há cinco mandados de prisão preventiva em território brasileiro contra Thiago Brennand.

Segundo as vítimas, os crimes ocorreram entre 2021 e 2022 em uma casa que Thiago Brennand tem em um condomínio de luxo em Porto Feliz, no interior de São Paulo.

Uma das mulheres disse que foi mantida em cárcere privado, sofreu agressões, teve um vídeo íntimo divulgado sem consentimento e que foi forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais do empresário. A Corregedoria da Polícia Civil investiga a delegada Nuris Pegoretti por suspeita de ter favorecido o suspeito no caso.

Já uma estudante de medicina acredita que foi dopada pelo empresário durante um jantar. Um ex-funcionário, que conviveu com Thiago Brennand por 15 anos, disse que ele batia e dava choques no próprio filho.

Além disso, um garçom que trabalha em um hotel dentro do condomínio afirma ter sido agredido pelo empresário. Já o caseiro de uma propriedade no mesmo local alega ter sido ameaçado por Brennand.

Prisão nos Emirados Árabes e extradição
O empresário foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo em 4 de setembro de 2022. No mesmo dia, ele deixou o Brasil e foi para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Na época, a Justiça deu um prazo de dez dias para que Thiago Brennand retornasse ao Brasil – o que não aconteceu. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça e o nome Brennand foi incluído na lista internacional de procurados da Interpol.

Ele chegou a ser preso em outubro, em um hotel de luxo em Abu Dhabi, mas foi solto depois de pagar fiança. Desde então, foi proibido de deixar o país e aguardava em liberdade uma decisão sobre o processo de extradição feito pelo governo brasileiro.

No dia 15 de abril, mesmo dia em que o presidente Lula chegou aos Emirados Árabes em viagem oficial, o pedido de extradição foi autorizado. A prisão de Brennand foi confirmada dois dias depois — na ocasião, o empresário disse que estava sendo injustiçado — e, no dia 29, a embaixada do Brasil, em Abu Dhabi, recebeu a decisão judicial autorizando a extradição.

O avião que trouxe o empresário chegou ao aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos pouco antes das seis da tarde do mesmo dia. Ele viajou acompanhado por um delegado, dois agentes da Polícia Federal e um escrivão da Interpol treinado em jiu-jítsu, por conta do histórico de violência.

Atualmente, os advogados de Brennand tentam pedir a transferência dele do Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, para Tremembé, no Vale do Paraíba (SP).