Stanley Retira 2,6 Milhões de Garrafas Térmicas do Mercado Após Relatos de Queimaduras

A renomada marca de garrafas térmicas Stanley anunciou nesta quinta-feira (12) a retirada de cerca de 2,6 milhões de unidades dos modelos Switchback e Trigger Action após relatos de falhas nas tampas que causaram queimaduras em dezenas de usuários.

Problema Identificado

De acordo com a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos Estados Unidos (CPSC), as falhas nas roscas das tampas dos dois modelos podem causar vazamentos de líquidos quentes, representando um risco significativo de queimaduras. A Stanley recebeu 91 reclamações globais relacionadas ao problema, com pelo menos 38 casos de ferimentos confirmados.

Impacto no Mercado

Os produtos, vendidos entre US$ 20 e US$ 50 (equivalente a R$ 120 e R$ 300), são conhecidos pela qualidade e durabilidade, mas o incidente levanta questionamentos sobre a segurança de alguns de seus modelos.

Resposta da Empresa

Em nota oficial, a Stanley reafirmou seu compromisso com a qualidade e garantiu que está trabalhando para melhorar continuamente seus produtos. A marca informou que os clientes afetados podem solicitar substituições ou reembolsos diretamente no site da empresa.

Popularidade e Polêmicas

Nos últimos anos, os produtos Stanley ganharam enorme popularidade, com edições limitadas frequentemente esgotadas. Entretanto, a marca enfrentou polêmicas, como o caso de uma mulher presa na Califórnia por furtar 65 itens no início deste ano.

Essa situação serve como alerta sobre a importância de testes rigorosos de segurança em produtos de consumo, especialmente aqueles que envolvem líquidos quentes.

Suspeito de arquitetar morte de empresária a mando de casal se entrega em Juazeiro do Norte

Homem é apontado como responsável por intermediar o contato entre casal apontado como mandante do crime e os executores da tentativa de homicídio.

A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (16) o homem apontado como intermediador entre os contratantes e os executores da tentativa de homicídio contra a empresária Laísa Andrade, que foi esfaqueada na última sexta-feira (12) em Juazeiro do Norte.

Carlos Alberto Evangelista Silva, conhecido como ‘Alemão’, teve a prisão temporária decretada pela Justiça estadual após pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE). Segundo a polícia, ele mesmo se entregou. Carlos Alberto já havia sido preso no sábado (13), mas foi solto após audiência de custódia.

Conforme a investigação, Carlos Alberto era paciente da clínica do dentista Francisco Jonhnatan Alves e Silva, de 38 anos. O dentista é apontado pela polícia como o mandante do crime, ao lado da companheira, Savana Silva de Oliveira, de 24 anos.

O casal, que foi preso na segunda-feira (15), possui uma dívida trabalhista de R$ 10 mil com Laísa. Os dois teriam aproveitado o contato com Carlos Alberto na clínica para arquitetar o crime. Segundo a Polícia Civil, eles ofereceram R$ 5 mil para criminosos matarem a empresária, que sobreviveu e está internada em estado grave.

O Alemão, então, teria recrutado Marcelo Barbosa de Almeida e José Pedro das Chagas Pinto de Sousa para cometer o homicídio. Em 12 de janeiro, os dois homens foram até a loja onde Laísa trabalha e a atingiram com golpes de faca. Tanto Marcelo quanto José Pedro também foram presos.

A polícia explicou que Alemão ia perdoar uma dívida de droga dos executores, Marcelo e José Pedro, e daria uma parte dos R$ 5 mil a cada um deles. Como o homicídio não foi realizado, conforme a polícia, o casal Francisco Jonhnatan Alves e Savana Oliveira não pagou o dinheiro aos executores da tentativa de homicídio.

Em depoimento à polícia nesta terça-feira (16), o casal alegou que arquitetou o crime por legítima defesa. Eles disseram que Laisa fez várias ameaças contra eles por conta da questão trabalhista de R$ 10 mil. O casal passou por uma audiência de custódia e foram mantidos presos.

Empresária era amiga da suspeita
íA empresária Lasa mantinha uma relação de amizade com Savana, suspeita de ser a mandante do crime com o marido, segundo familiares da vítima.

“Ela ia à minha casa, eu recebia como uma filha, como eu recebo qualquer pessoa”, disse Maria Luiza do Nascimento, mãe de Laísa.

As duas já haviam trabalhado juntas em outra clínica e quando a suspeita engravidou convidou a amiga para substituí-la na clínica de Jonhnatan durante a licença maternidade. A vítima trabalhou por dois meses no local.

Segundo Adalilda Andrade, irmã de Laisa, Savana costumava postar fotos na companhia da empresária.

“Em 2021, a Savana esteve no aniversário de nossa irmã em um distrito a cerca de 170 quilômetros de distância. Tinha que pegar uma estrada carroçável e ela foi. Minha irmã entrou nessa clínica por ela, ela não conhecia o Jonhnatan. […] A gente está muito chocado de saber os detalhes, de saber que ela participou de tudo”, disse a irmã de Laisa.

Motivação do crime
O casal devia R$ 10 mil à Laísa, ganho em uma causa trabalhista. A dívida é a principal hipótese para a motivação do crime. Os dois homens suspeitos de esfaquear a empresária foram presos no sábado (13) e domingo (14).

O primeiro suspeito preso foi Marcelo Barbosa de Almeida, conhecido como ‘Marcelo Tattoo’. Ele mora em Caririaçu, cidade que fica a 27 quilômetros de distância do município onde ocorreu a tentativa de homicídio. Marcelo foi preso por volta das 19 horas do sábado.

Ainda no sábado, a polícia encontrou na residência de Marcelo, duas facas, um capacete, um boné, além da motocicleta usada pelos suspeitos.

Cerca de uma hora mais tarde, foi preso o Alemão, apontado como o intermediador do contato de Marcelo e com o casal. Segundo apuração da TV Verdes Mares, o ‘Alemão’ é permissionário de um box no Centro de Apoio aos Romeiros, em Juazeiro do Norte. Ele já tem antecedentes criminais por tráfico de drogas.

O terceiro homem a ser detido foi preso na tarde do domingo: José Pedro das Chagas Pinto de Sousa, que aparece no vídeo cometendo o crime com Marcelo. O suspeito também mora na cidade de Caririaçu.

À TV Verdes Mares, o irmão da vítima afirmou que a família ficou surpresa com a tentativa de homicídio e que a vítima nunca relatou sofrer nenhum tipo de ameaça.

A família também lamentou o resultado da audiência de custódia que liberou o homem apontado como o intermediador entre os mandantes e os executores do crime. “Não tenho revolta, não tenho raiva deles, por incrível que pareça. Eu só espero que minha irmã se recupere”, afirmou o irmão dela.

Laísa Andrade foi retirada da sedação, mas segue em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Cariri (HRC) – onde ela está internada.

Segundos os médicos que acompanham a empresária, Laísa do Nascimento está acordada e obedece aos comandos da equipe médica.

“Nós conseguimos evoluir no quesito da sedação. Ela não se encontra mais sedada. A paciente está acordada e obedece aos nossos comandos. Ela teve uma lesão numa artéria importante por conta do ferimento por arma branca e no momento apresenta um déficit motor a esquerda”, afirmou o médico Alberto Rafael, responsável pelo setor de UTIs do HRC.

A cirurgiã vascular Lailma Almeida disse que não sabe das possíveis sequelas que a empresária pode ter, mas tudo vai depender da recuperação de Laísa do Nascimento quando deixar o hospital.

“Ela tinha várias lesões ocasionadas por arma branca na região cervical e torácica graves. Nosso primeiro objetivo foi tratar os ferimentos graves e parar os sangramentos. Não sabemos das sequelas que ela pode ter, vai depender muito da recuperação dela, quando ela acordar”, afirmou.

Diretor do hospital de Parobé se reúne com promotora para falar sobre morte de mulher que teve gaze esquecida dentro do corpo

O diretor do Hospital São Francisco de Assis, de Parobé, João Schmitt, se reúne com a promotora substituta da 1ª Promotoria de Justiça da cidade, Sabrina Cabrero Botero, na tarde desta sexta-feira (25) para tratar da morte de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos. Ela morreu na última quarta-feira (23), em decorrência de complicações após uma gaze ter sido esquecida dentro do corpo dela durante o parto realizado em junho na casa de saúde. 

O encontro entre os dois será para que mais detalhes sobre o caso sejam repassados ao órgão. O Ministério Público (MP) informa que, até então, não estava envolvido na investigação do caso. 

O caso

Familiares de Mariane relatam que logo depois de passar por uma cesariana no dia 12 de junho deste ano no Hospital São Francisco de Assis, ela passou a reclamar de dores. Após quase dois meses da cirurgia, ao procurar uma UPA de Novo Hamburgo, foi feito um exame que constatou que um corpo estranho, apontado como uma gaze, havia sido deixado dentro do abdômen dela.

A paciente, então, foi levada novamente para a instituição de Parobé, onde passou para uma cirurgia de retirada do material em 14 de junho. Da data até o último dia 23, quando faleceu, ela ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da casa de saúde. Um dia antes de morrer, ela chegou a passar por outro procedimento cirúrgico, que a família relata não ter tido conhecimento prévio nem mesmo ter sido questionada sobre autorização.

O corpo de Mariane chegou a ser velado na quinta (24), mas o sepultamento só ocorreu nesta sexta-feira, depois que passou por necropsia. A morte dela foi registrada por parentes na Polícia Civil. De acordo com o delegado Francisco Leitão, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Parobé, a investigação apura se houve “erro médico”.

O hospital, contudo, disse, em nota, que “conforme prontuário e relato dos profissionais envolvidos no atendimento, o óbito ocorreu por complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível”. Acrescentou que “o tratamento requer intervenção cirúrgica e todas as medidas adotadas foram corretas”. Além disso, a instituição afirma que “em nenhum momento a causa da morte foi informada pelo hospital como sendo “causas naturais””, mas essa informação consta no atestado de óbito ao qual a reportagem teve acesso, que cita “causa natural, sepse abdominal e insuficiência renal aguda”.

Mudanças no hospital

Nesta quinta-feira, o hospital de Parobé afastou a pessoa responsável pelo parto de Mariane. A Associação Beneficente de Parobé, no entanto, não revelou à reportagem a identidade do profissional afastado. A casa de saúde também disse que instaurou uma sindicância interna para apurar os fatos.

Na manhã de quinta-feira, o prefeito da cidade, Diego Picucha, se reuniu com o diretor do hospital, João Schmitt, para pedir a troca imediata do responsável técnico e de toda direção técnica da casa de saúde. No entanto, não houve mais afastamentos. 

Após 5 recusas, processos da Operação Sevandija começam a ser analisados por juiz de Campinas, SP

Nelson Augusto Bernardes, da 3ª Vara Criminal de Campinas, determinou cumprimento da decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que anulou condenações em Ribeirão Preto (SP).

O juiz Nelson Augusto Bernardes, da 3ª Vara Criminal de Campinas (SP), começou a analisar os processos da Operação Sevandija, que levou à prisão a ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP) Darcy Vera.

Antes do magistrado, cinco juízes declinaram dos casos. (veja lista abaixo)

Em setembro deste ano, a Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) anulou todas as condenações provenientes de provas obtidas por escutas telefônicas.

Na sexta-feira (11), Bernardes determinou que as interceptações fossem retiradas dos processos.

“Após, manifestem-se as partes e, em seguida, ante a complexidade do caso e do número de autos, tornem conclusos para aferição relativamente ao integral cumprimento do determinado pelo STJ”, diz o magistrado na decisão.

Mudanças
Desde setembro, cinco juízes alegaram suspeição ou razões de foro íntimo para deixar os casos:

Lúcio Alberto Eneas da Silva, da 4ª Vara Criminal: o magistrado foi o responsável pela condenação dos réus em primeira instância. Ele deixou os processos em 7 de outubro, alegando que se tornou suspeito para reavaliar os processos e definir eventuais novas penas a serem aplicadas;
Guacy Sibille Leite, da 4ª Vara Criminal: substituto de Silva, o juiz alegou em 19 de outubro ter relação com algum dos interessados nos processos e, portanto, não poderia reavaliá-los;
Sylvio Ribeiro de Souza Neto, da 2ª Vara Criminal: substituto de Leite, o magistrado explicou em 24 de outubro que relatou de forma reservada ao Conselho Superior da Magistratura os motivos para abdicar. Segundo ele, as razões são de foro íntimo;
Ilona Marcia Bittencourt Cruz, da 5ª Vara Criminal: substituta de Souza Neto, ela alegou suspeição;
Hélio Bendini Ravagnani, da 2ª Vara Criminal de Sertãozinho: substituto de Ilona Marcia Bittencourt Cruz, ele alegou suspeição.
A operação
Em 2016, a Operação Sevandija revelou o maior esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP), a prefeita Dárcy Vera, na época filiada ao PSD, chefiou um esquema que desviou R$ 45 milhões dos cofres públicos.

Em 2018, ela foi condenada pela Justiça de Ribeirão Preto a 18 anos de prisão, pena que foi aumentada para 26 anos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A ex-prefeita, no entanto, está em liberdade provisória desde 2019.

Decisão do STJ
A decisão da Sexta Turma do STJ em anular as provas obtidas por meio de interceptações telefônicas atende ao pedido da defesa do ex-secretário de Administração da gestão Dárcy Vera, Marco Antônio dos Santos, condenado à prisão.

O advogado Flaviano Adolfo de Oliveira Santos defendeu a anulação das provas por considerar que não houve fundamentação nas decisões da Justiça de Ribeirão Preto que possibilitaram o prolongamento das escutas telefônicas.

O relator, ministro Rogério Schietti Cruz, foi acompanhado pelos demais ministros da Sexta Turma, Laurita Vaz, Sebastião Reis, Olindo Menezes e Antônio Saldanha Pinheiro. “Considero, em nova leitura do caso, que a decisão que autorizou a interceptação telefônica carece de motivação idônea”, argumentou.

Interceptações telefônicas
Desta forma, o juiz de primeira instância deverá analisar 33 processos que levaram em conta as provas obtidas por meio das interceptações telefônicas. As condenações só serão mantidas, podendo ser revisadas, caso o magistrado encontre nos autos outros elementos probatórios que sustentem as decisões.

Segundo o Ministério Público (MP), as interceptações autorizadas judicialmente resultaram em um rol de provas consistentes que levaram às condenações dos réus. O MP alega que o STJ não analisou o mérito das ações.