Suspeito de arquitetar morte de empresária a mando de casal se entrega em Juazeiro do Norte

Homem é apontado como responsável por intermediar o contato entre casal apontado como mandante do crime e os executores da tentativa de homicídio.

A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (16) o homem apontado como intermediador entre os contratantes e os executores da tentativa de homicídio contra a empresária Laísa Andrade, que foi esfaqueada na última sexta-feira (12) em Juazeiro do Norte.

Carlos Alberto Evangelista Silva, conhecido como ‘Alemão’, teve a prisão temporária decretada pela Justiça estadual após pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE). Segundo a polícia, ele mesmo se entregou. Carlos Alberto já havia sido preso no sábado (13), mas foi solto após audiência de custódia.

Conforme a investigação, Carlos Alberto era paciente da clínica do dentista Francisco Jonhnatan Alves e Silva, de 38 anos. O dentista é apontado pela polícia como o mandante do crime, ao lado da companheira, Savana Silva de Oliveira, de 24 anos.

O casal, que foi preso na segunda-feira (15), possui uma dívida trabalhista de R$ 10 mil com Laísa. Os dois teriam aproveitado o contato com Carlos Alberto na clínica para arquitetar o crime. Segundo a Polícia Civil, eles ofereceram R$ 5 mil para criminosos matarem a empresária, que sobreviveu e está internada em estado grave.

O Alemão, então, teria recrutado Marcelo Barbosa de Almeida e José Pedro das Chagas Pinto de Sousa para cometer o homicídio. Em 12 de janeiro, os dois homens foram até a loja onde Laísa trabalha e a atingiram com golpes de faca. Tanto Marcelo quanto José Pedro também foram presos.

A polícia explicou que Alemão ia perdoar uma dívida de droga dos executores, Marcelo e José Pedro, e daria uma parte dos R$ 5 mil a cada um deles. Como o homicídio não foi realizado, conforme a polícia, o casal Francisco Jonhnatan Alves e Savana Oliveira não pagou o dinheiro aos executores da tentativa de homicídio.

Em depoimento à polícia nesta terça-feira (16), o casal alegou que arquitetou o crime por legítima defesa. Eles disseram que Laisa fez várias ameaças contra eles por conta da questão trabalhista de R$ 10 mil. O casal passou por uma audiência de custódia e foram mantidos presos.

Empresária era amiga da suspeita
íA empresária Lasa mantinha uma relação de amizade com Savana, suspeita de ser a mandante do crime com o marido, segundo familiares da vítima.

“Ela ia à minha casa, eu recebia como uma filha, como eu recebo qualquer pessoa”, disse Maria Luiza do Nascimento, mãe de Laísa.

As duas já haviam trabalhado juntas em outra clínica e quando a suspeita engravidou convidou a amiga para substituí-la na clínica de Jonhnatan durante a licença maternidade. A vítima trabalhou por dois meses no local.

Segundo Adalilda Andrade, irmã de Laisa, Savana costumava postar fotos na companhia da empresária.

“Em 2021, a Savana esteve no aniversário de nossa irmã em um distrito a cerca de 170 quilômetros de distância. Tinha que pegar uma estrada carroçável e ela foi. Minha irmã entrou nessa clínica por ela, ela não conhecia o Jonhnatan. […] A gente está muito chocado de saber os detalhes, de saber que ela participou de tudo”, disse a irmã de Laisa.

Motivação do crime
O casal devia R$ 10 mil à Laísa, ganho em uma causa trabalhista. A dívida é a principal hipótese para a motivação do crime. Os dois homens suspeitos de esfaquear a empresária foram presos no sábado (13) e domingo (14).

O primeiro suspeito preso foi Marcelo Barbosa de Almeida, conhecido como ‘Marcelo Tattoo’. Ele mora em Caririaçu, cidade que fica a 27 quilômetros de distância do município onde ocorreu a tentativa de homicídio. Marcelo foi preso por volta das 19 horas do sábado.

Ainda no sábado, a polícia encontrou na residência de Marcelo, duas facas, um capacete, um boné, além da motocicleta usada pelos suspeitos.

Cerca de uma hora mais tarde, foi preso o Alemão, apontado como o intermediador do contato de Marcelo e com o casal. Segundo apuração da TV Verdes Mares, o ‘Alemão’ é permissionário de um box no Centro de Apoio aos Romeiros, em Juazeiro do Norte. Ele já tem antecedentes criminais por tráfico de drogas.

O terceiro homem a ser detido foi preso na tarde do domingo: José Pedro das Chagas Pinto de Sousa, que aparece no vídeo cometendo o crime com Marcelo. O suspeito também mora na cidade de Caririaçu.

À TV Verdes Mares, o irmão da vítima afirmou que a família ficou surpresa com a tentativa de homicídio e que a vítima nunca relatou sofrer nenhum tipo de ameaça.

A família também lamentou o resultado da audiência de custódia que liberou o homem apontado como o intermediador entre os mandantes e os executores do crime. “Não tenho revolta, não tenho raiva deles, por incrível que pareça. Eu só espero que minha irmã se recupere”, afirmou o irmão dela.

Laísa Andrade foi retirada da sedação, mas segue em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Cariri (HRC) – onde ela está internada.

Segundos os médicos que acompanham a empresária, Laísa do Nascimento está acordada e obedece aos comandos da equipe médica.

“Nós conseguimos evoluir no quesito da sedação. Ela não se encontra mais sedada. A paciente está acordada e obedece aos nossos comandos. Ela teve uma lesão numa artéria importante por conta do ferimento por arma branca e no momento apresenta um déficit motor a esquerda”, afirmou o médico Alberto Rafael, responsável pelo setor de UTIs do HRC.

A cirurgiã vascular Lailma Almeida disse que não sabe das possíveis sequelas que a empresária pode ter, mas tudo vai depender da recuperação de Laísa do Nascimento quando deixar o hospital.

“Ela tinha várias lesões ocasionadas por arma branca na região cervical e torácica graves. Nosso primeiro objetivo foi tratar os ferimentos graves e parar os sangramentos. Não sabemos das sequelas que ela pode ter, vai depender muito da recuperação dela, quando ela acordar”, afirmou.

Cinco pessoas são presas por envolvimento em briga de torcidas organizadas do Fortaleza

A confusão aconteceu em frente a sede administrativa do Fortaleza Esporte Clube, no Bairro Pici, na capital.

Cinco pessoas foram presas por envolvimento em uma briga entre torcidas organizadas em frente a sede administrativa do Fortaleza Esporte Clube, no Bairro Pici, na capital. O caso foi registrado na sexta-feira (29).

Na mesma noite, três pessoas foram capturadas e dois revólveres calibre 38 e 26 foram apreendidos. Em nova ação, a polícia prendeu mais dois envolvidos no sábado (30): Fernando Janderson da Silva Costa e Clovis Teixeira de Castro, ambos de 21 anos.

Com Janderson, um aparelho celular, além de diversos apetrechos em alusão à uma torcida organizada foram apreendidos. Já com Clovis, que já responde por tráfico de drogas, os policiais civis apreenderam ainda uma quantidade de entorpecentes, dinheiro em espécie, dois aparelhos celulares e uma motocicleta.

Ainda de acordo com a polícia, Janderson foi autuado em flagrante por associação criminosa. Já Clovis foi autuado por associação criminosa e tráfico de drogas.

Prisão em sede de torcida

Os três primeiros suspeitos foram presos com ajuda das imagens do circuito de câmeras do local.

Mateus de Sousa Matos, de 32 anos, Davi da Silva Moreira, 24, e Francisco Allef de Assis Paulo, 28, foram conduzidos ao 34º Distrito Policial, onde foi feito procedimento com fundamento no artigo 16 do Estatuto do Desarmamento.

Relembre os fatos

Nas imagens percebe-se dois homens com camisa preta andando em frente a sede do clube. Em um dos portões que dá acesso ao clube, surgem seis pessoas. De repente começa a correria e surgem dezenas de torcedores e começa a confusão. No final do vídeo, dois homens fogem em uma moto.

É o segundo confronto entre as duas torcidas do mesmo time em menos de uma semana. Na terça-feira (26), um torcedor do Fortaleza foi assassinado com golpes de barra de ferro em frente à sede de uma torcida organizada do time no Bairro Jangurussu. A vítima, identificada como Ozeni de Sousa Silva, era conhecida como “Guabiru” e era puxador de cânticos da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) na Zona Sul.

Rompimento com as duas torcidas
Sobre o caso, a diretoria do Fortaleza afirmou o rompimento de toda e qualquer relação do clube com as entidades TUF e JGT. Segundo o clube, os integrantes das torcidas organizadas identificados nos episódios de violência serão banidos e não poderão mais frequentar jogos da instituição.

A diretoria do Fortaleza disse também que conta com apoio do poder público para a efetivação do banimento e disposta a auxiliar na identificação dos criminosos, bem como a ceder quaisquer imagens que colaborem com o processo.

“Como consequência desta medida, estão suspensas a venda de ingressos nas sedes das agremiações TUF e JGT, o licenciamento de produtos e quaisquer apoios logísticos ou estruturais para as referidas denominações de torcedores”, afirmou.
Ainda segundo o clube, caso seja associado ao Fortaleza Esporte Clube, o criminoso identificado será sumariamente expulso do Quadro de Sócios. Por fim, o clube reforçou que entrará com as medidas judiciais cabíveis para proibir a utilização da marca Fortaleza Esporte Clube por parte das torcidas TUF e JGT. Estas torcidas não mais poderão fazer uso de símbolos oficiais do clube, sob pena de multa e das devidas sanções legais.