Marcelinho Carioca: polícia de SP prende quinto acusado de sequestrar ex-jogador e amiga; outros dois são procurados

Caio Pereira da Silva se apresentou na sexta (2) e foi preso pela Divisão Antissequestro, na capital. Ele negou crime. Quatro acusados já estavam presos. Caso foi em dezembro de 2023 na Grande SP. PM libertou ex-jogador e Taís Oliveira. Polícia tenta prender mais dois acusados.

A Polícia Civil prendeu na semana passada o quinto acusado de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e da amiga dele, Taís Alcântara de Oliveira, em 17 de dezembro de 2023 em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo. A informação foi apurada pelo g1 e confirmada nesta terça-feira (6) pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Caio Pereira da Silva foi detido na última sexta-feira (2), quando se apresentou à Divisão Antissequestro (DAS), na capital paulista. Ele estava na companhia de um advogado.

O homem passou a ser procurado pela polícia depois que a Justiça decretou a prisão preventiva dele, em janeiro deste ano. De acordo com a DAS, Caio alugou a residência em Itaquaquecetuba usada pela quadrilha como o cativeiro de Marcelinho e Taís.

Em interrogatório, ele negou a acusação e afirmou ser inocente. O g1 não conseguiu encontrar a defesa dele para comentar o assunto. Segundo a SAP, Caio ficará detido preventivamente no Centro de Detenção Penitenciária (CDP) de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo.

Marcelinho e Taís foram libertados pela Polícia Militar (PM) em 18 de dezembro. Quatro suspeitos (dois homens e duas mulheres) de envolvimento no caso já haviam sido presos em flagrante: Jones Santos Ferreira, Wadson Fernandes Santos, Eliane de Amorim e Thauannata dos Santos. Eles continuam detidos preventivamente por decisão judicial. Deles, Eliane está em prisão domiciliar.

Além de Caio, outros dois acusados (um homem e uma mulher) de participação no sequestro continuam sendo procurados pela DAS: Matheus Eduardo Candido Costa e Camily Novais da Silva. Eles também tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça a pedido da investigação e do Ministério Público (MP).

No mês passado, os sete acusados se tornaram réus no processo. O MP acusa o grupo de associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro. Caberá à Justiça ouvi-los e possivelmente julgá-los depois pelos crimes. Ainda não há data marcada para isso.

Mais três pessoas são investigadas pela DAS por suspeita de participação no sequestro do ídolo do futebol do Corinthians e da amiga dele. Para a investigação, dez criminosos, no total, estão envolvidos diretamente no caso.

Segundo a DAS o sequestro de Marcelinho e Taís não foi planejado e aconteceu por acaso quando ele foi a uma comunidade em Itaquaquecetuba levar ingressos de um show para a amiga. De acordo com a investigação, o carro de luxo do ex-atleta chamou a atenção dos criminosos, que decidiram abordá-los. Dois dos bandidos estavam armados.

O automóvel foi abandonado depois pela quadrilha, que levou as vítimas para uma casa e passou a exigir dinheiro de Marcelinho, que era constantemente ameaçado de morte. Ele também foi agredido com coronhadas na cabeça. Amigos e familiares do ex-jogador foram procurados pelos criminosos e chegaram a transferir dinheiro para os sequestradores.

Com a confirmação do sequestro de Marcelinho e Taís, a divulgação do caso na imprensa, e a busca da polícia pelos reféns, a quadrilha obrigou as vítimas a gravar um vídeo falso. Eles disseram que eram amantes e haviam sido pegos pelo marido da mulher. Tanto o ex-jogador quanto a amiga negaram depois à polícia, e em entrevista ao g1 e ao “Fantástico”, ter um relacionamento. O ex-companheiro da mulher também foi ouvido pela DAS e pelo g1 e afirmou não ter nenhum envolvimento com o caso.

O vídeo falso foi divulgado nas redes sociais pelos bandidos. Segundo a DAS, o intuito era o de atrapalhar a investigação para dificultar os trabalhos da polícia na localização de Marcelinho e Taís.

A Polícia Militar encontrou os dois após receber denúncias anônimas do local do cativeiro em Itaquaquecetuba. Um vídeo, obtido pelo g1 e pelo “Fantástico”, mostra o momento em que policiais militares veem Marcelinho e a amiga na residência. O ex-jogador estava com uma toalha cobrindo a cabeça, chorou quando viu os agentes e abraçou um deles.

“A todo momento, aquele apavoro. Um pegava uma arma: ‘Já viu isso aqui? Já brincou de roleta-russa?’ E girava. Colocaram a arma por baixo da toalha, aí senti aquela coisa gelada”, relembrou Marcelinho em entrevista ao Fantástico.
Taís estava deitada na cama, olhando para a parede. Ela é funcionária da Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde o ex-atleta foi secretário até janeiro deste ano.

“O tempo todo eles pediam só para passar senha de Pix, essas coisas. Eles pegaram meu celular, provavelmente devem ter olhado o banco e, vendo que não tinha saldo, estavam mais pedindo para o Marcelo”, contou Taís em entrevista por vídeo ao g1.

Quem são os cinco presos:

Jones Santos Ferreira, de 37 anos. O acusado confessou que já participou de outros casos de estelionato e que buscava contas para receber valores de golpes. Ele afirmou que foi procurado por um criminoso, e essa pessoa pediu para receber valores em sua conta bancária. Jones falou que acredita que seria para um golpe, não um sequestro, e fez contatos com Wadson e Eliane para fornecer as contas para as movimentações bancárias. Foi indiciado por associação criminosa, receptação, lavagem de dinheiro e extorsão mediante sequestro.
Wadson Fernandes Santos, de 29 anos, disse à investigação que conhece Jones, e que ele lhe perguntou se tinha conta bancária para receber dinheiro. Wadson disse que não quis oferecer a conta. Acabou indiciado por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.
Eliane de Amorim, de 30 anos, é acusada de emprestar sua conta bancária para Jones. Ela disse à polícia que não recebeu nenhum dinheiro por isso. Foi indiciada por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro. No dia 16 de janeiro de 2024, a Justiça atendeu pedido de sua defesa e determinou que ela ficasse em prisão domiciliar. A mulher tem dois filhos menores de 12 anos e não possuía ficha criminal anterior.
Thauannata dos Santos, de 18 anos, tomava conta das vítimas, segundo a polícia. No interrogatório, ela alegou que não tinha a intenção de participar de algo errado, mas queria estar ao lado de um dos suspeitos do caso que não foi preso: Caio. Negou que receberia dinheiro pelo sequestro. Foi indiciada por associação criminosa e extorsão mediante sequestro.
Caio Pereira da Silva era inquilino do imóvel usado no cativeiro. De acordo com a polícia, está envolvido no sequestro, crime pelo qual foi indiciado.

Matheus Eduardo Candido Costa também tem participação no caso, segundo a DAS. E estaria envolvido na abordagem ao ex-jogador. Segue sendo procurado pela polícia.
Camily Novais da Silva alegou que é inocente da acusação de ter participado do crime, segundo sua defesa informou na Justiça. Ela ainda não se entregou na delegacia e é procurada.

Outros lados

Procurado pelo g1, a defesa de Jones reconheceu que ele conseguiu as contas bancárias de outras pessoas para movimentação do dinheiro no caso, mas que desconhecia que seria um sequestro.

“Ele, de fato, entende ali que havia uma origem ilícita, mas que era um estelionato”, disse o advogado Anderson Caio, que também defende Eliane.
“A Eliane é amiga de Jones. Ela simplesmente emprestou a conta para sacar os valores. Eles não participaram do sequestro”, afirmou.

A defesa de Thauannata, feita pelo advogado Victor Nicollas Santos Nascimento, informou que ela “é presumidamente inocente até que se prove sua culpa além de qualquer dúvida razoável”.

Victor afirmou também que “é imperativo entendermos que as alegações são apenas a perspectiva inicial apresentada pela acusação. Estamos empenhados em apresentar uma narrativa completa e justa, demonstrando todos os fatos relevantes à medida que o caso se desenrola”.

O advogado Henrique Batista Leite, que defende Wadson, afirmou que não pode passar informações sobre a defesa.

O g1 não conseguiu localizar as defesas de Caio, Matheus e Camily para comentarem o assunto.

 

 

Acusado de envolvimento no ‘crime do posto’ tem prisão decretada 15 anos após o crime no litoral de SP

Músico Luiz Francisco dos Santos Isidoro morreu em julho de 2008. Na época, Fabricio Gonçalves apareceu com a arma do crime, mas ele não atirou na vítima. O autor do disparo foi Cristian Pardal, julgado e condenado em 2015.

O homem acusado de envolvimento no caso que ficou conhecido como ‘crime do posto’ teve o mandado de prisão decretado 15 anos após o dia do crime, em Santos, no litoral de São Paulo. Fabrício Moderno Lima Gonçalves, 33 anos, apareceu nas imagens de monitoramento do estabelecimento com a arma que matou o músico Luiz Francisco dos Santos Isidoro, de 25 anos. O autor do disparo foi Cristian Pardal, julgado e condenado em 2015.

O g1 teve acesso, nesta terça-feira (17), ao documento que decretou a prisão do Fabrício. Nele, consta que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, após análise de documentos, imagens e provas, manteve a decisão inicial do Tribunal do Júri, e determinou a prisão imediata do acusado. Ele vai responder pelo crime de homicídio qualificado, com pena em regime fechado.

Em 2015, o réu tinha sido condenado em primeira instância a 12 anos de prisão. Na época, o acusado recorreu da decisão em liberdade da decisão e deixou o Fórum de Santos. O g1 procurou o advogado de defesa do réu, Eugênio Malavasi, que preferiu não se manifestar.

Crime do Posto
O músico Luiz Francisco dos Santos Isidoro foi morto em em julho de 2008. Ele foi assassinado após uma discussão por conta de um acidente de trânsito. Ele estava com amigos em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis canal 1 e teve um desentendimento com alguns jovens. Eles foram embora e, depois, retornaram com uma arma.

Na época do crime, Christian Pardal fugiu do flagrante, mas confessou ter atirado no músico depois que as imagens das câmeras de monitoramento do posto de combustíveis foram divulgadas. Ele foi julgado e condenado a 12 anos de prisão por homicídio qualificado em 2015.

Pardal ficou preso por quatro dias e conseguiu liberdade provisória. O acusado ainda foi detido outras duas vezes e foi preso por tráfico de drogas.

Já Fabricio Gonçalves apareceu nas imagens de monitoramento segurando a arma. Ele chegou a engatilhar, mas não atirou. Depois, Cristian Pardal pegou a arma e atirou mais de uma vez, matando o músico Luiz Francisco. Na época, a acusação apontou Fabricio como um dos culpados pela morte do músico.

 

Operação Balaiada: Policiais presos em Caxias mataram e sumiram com um processo no Piauí

Dois dos cinco policiais militares presos em operação no município de Caxias contra um grupos de milicianos, praticaram um assassinato na cidade de União (PI) e sumiram com o processo.

Os autos do inquérito policial instaurado e concluído pela Delegacia de Polícia Civil de União que constataram que o sargento Enedino Silva foi indiciado pela prática de homicídio simplesmente desapareceram do Fórum de Justiça de União.

O crime aconteceu em 2015, e a vítima foi Adeílson de Sousa Santos. Em dezembro de 2018, o juiz de União, Roberth Rogério Marinho Arouche, determinou restauração dos autos. O sargento Enedino Silva encontra-se preso no comando geral da PM-MA desde 30 de abril do ano passado.

Quanto ao homicídio ocorrido em União, Enedino estava acompanhado do também sargento da PM do Maranhão, Raimundo Nonato Lima Chaves, conhecido por Nonatão, igualmente preso na Operação em questão.

Operação Balaiada

A “Operação Balaiada” cumpriu os mandados de Prisão Temporária e Busca e Apreensão expedidos pela 1ª Vara da Comarca de São Luís. Foram presos temporariamente cinco policiais militares e duas outras pessoas que são moradores do município de Aldeias Altas.

  • As prisões ocorreram pelo envolvimento dos suspeitos com integrantes de grupos organizados que cometiam homicídios e outros delitos penais. Os crimes foram realizados na região de Caxias e Aldeias Altas.