Seis policiais militares são presos por corrupção e organização criminosa

 

Ao todo, seis policiais do BPRv dos postos dos batalhões de Rio das Os tras e Barra de João foram presos 

Ação aconteceu em dois Batalhões de Polícia Rodoviária das cidades de Rio das Ostras e de Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, através da Corregedoria, realizaram a prisão de seis (6) policiais militares por corrupção e organização criminosa no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV). Além das seis prisões, a Operação ‘Alcaides’ cumpriu mandados de busca e apreensão.

 

A investigação teve início a partir de notícia crime formulada por integrante de uma das empresas de policiais militares denunciados. O relato informava que os policiais, lotados nos postos 5 e 20 do BPRV (Barra de São João e Rio das Ostras), realizavam fiscalizações, autuavam e retinham veículos, até obterem contato com os proprietários ou representantes das empresas para, em seguida, solicitar e exigir o pagamento de propina em troca de isentar tais veículos da fiscalização pelos referidos postos do Batalhão.

Durante a investigação foram deferidas pelo Juízo da Auditoria Militar as medidas cautelares de interceptação telefônica e quebra de sigilo de dados, que permitiram comprovar os fatos noticiados e desarticular parte da organização criminosa que operava junto ao BPRV.

Foram denunciados o major Felipe Lopes Magalhães dos Reis, o subtenente Epaminondas da Costa Lima, os subtenentes reformados Luiz Cláudio Cardoso de Oliveira e Marcos Souza de Oliveira, e os segundo sargentos Renato Mendes Xixiu e Wellington Soares da Silva. Eles irão responder por organização criminosa, corrupção passiva, concussão e lavagem de dinheiro.

Mensagens indicam que ex-mulher de Bolsonaro acionou Planalto por nomeações a pedido de lobista investigado pela CPI da Covid

Mensagens de celular em posse da CPI da Covid indicam que, a pedido de um lobista, a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro acionou o Palácio do Planalto para influenciar em nomeações de órgãos públicos. De acordo com o material obtido pelo Globo, o lobista Marconny Faria, investigado pela comissão parlamentar, pediu ajuda de Ana Cristina Siqueira Valle para influenciar na escolha do Defensor Público da União (DPU), em 2020, junto ao então ministo da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, atual membro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ana Cristina é mãe de Jair Renan Bolsonaro, conhecido como o filho “04” do presidente.

As mensagens analisadas pela CPI da Covid foram compartilhadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará, que teve acesso aos diálogos durante uma investigação sobre desvio de recursos públicos em um órgão ligado ao Ministério da Saúde. O material foi extraído, com autorização judicial, do telefone celular de Marconny Faria, que teria atuado para beneficiar um dos investigados do caso.

As mensagens mostram que Marconny mantinha contato com lobistas de empresas do setor médico investigadas pela CPI da Covid como a Precisa Medicamentos, e com Ana Cristina e Jair Renan Bolsonaro, conforme revelou O GLOBO em duas reportagens publicadas em agosto.

De acordo com o material em posse da CPI, a tentativa de Ana Cristina e Marconny de influenciar na nomeação do chefe da Defensoria Pública da União (DPU) começou em agosto de 2020. A indicação para o cargo é feita pelo presidente após a formação de uma lista tríplice votada pelos membros da carreira.

As mensagens mostram que um dos candidatos,o defensor público Leonardo Cardoso, procurou Marconny para pedir apoio à sua candidatura e ajuda para interceder junto a Jorge Oliveira, amigo de longa data da família Bolsonaro e que, àquela época, era o principal conselheiro do presidente na área jurídica.

Após receber o pedido de Cardoso, Marconny procurou Ana Cristina e enviou uma mensagem com um texto de apoio à indicação do defensor. Em seguida, o lobista enviou a ela o e-mail institucional de Jorge Oliveira usado à época: [email protected].

Em seguida, Ana Cristina respondeu dizendo que faria o contato com Jorge por WhatsApp: “Vou mandar um zap com a mensagem e (sic) mais pessoal ”, disse a ex-mulher de Bolsonaro. No dia seguinte, Ana Cristina enviou a Marconny o texto que teria enviado a Jorge Oliveira: “Bom dia meu amigo venho lhe pedir um apoio ao candidato Dr Leonardo Cardoso de Magalhães para assumir o cargo de Defensor Público-Geral Federal da Defensoria Pública da União. É um candidato alinhado com os nossos valores, técnico e apoiador do Jair sei que os outros dois candidatos são de esquerda se puder fazer isso por mim serei muito grata um abraço”.

Pouco tempo depois, Ana Cristina encaminhou a Marconny uma suposta resposta do então ministro Jorge Oliveira: “Já anotado! Conversei com ele ontem”.

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