Quem é o militar que tinha 111 armas e ‘incontáveis’ munições em apartamento incendiado em Campinas

Virgílio Parras Dias, de 69 anos, se aposentou em 31 de dezembro de 2010 e consta como responsável por clube de tiro. Militar é formado pela Academia Militar das Agulhas Negras.

O militar que armazenava ‘incontáveis’ munições, granada e 111 armas de fogo no apartamento que pegou fogo e explodiu no sábado (26) em Campinas (SP), Virgílio Parra Dias, de 69 anos, é coronel aposentado do Exército e instrutor de tiro.

Segundo o Exército, o militar possui certificado de registro válido como atirador, caçador e colecionador (CAC). A instituição aguarda o laudo pericial para apontar se todas as armas possuíam autorização.

O nome do coronel Vírgilio Parras Dias também consta como um dos responsáveis por um clube de tiro em São Paulo (SP).

Nascido em 21 de abril de 1954, o coronel frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras, escola de ensino superior do Exército que fica no Rio de Janeiro, entre 1977 e 1980.

Aposentado como general
Conforme dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o coronel foi reformado (termo usado para aposentadoria da carreira militar) em 31 de dezembro de 2010.

Ao se aposentar, Parras Dias passou a receber salário do posto imediatamente superior: general de Brigada.

Ainda conforme o Portal da Transparência, em dezembro de 2023, a remuneração bruta do militar aposentado foi de R$ 29.410,02. Com descontos, ele recebeu R$ 24.998,52.

Segundo o Exército, a prática de militares receberem vencimentos do posto imediatamente superior ao se aposentarem deixou de ocorrer em 2000.

Em janeiro de 2023, o coronel participou da solenidade de recriação da Companhia de Comando da 2ª Divisão de Exército, extinta em 1995. Segundo a publicação do Comando Militar do Sudeste, Parras Dias atuava como comandante da companhia.

O incêndio
Segundo a perícia, o fogo começou em um cofre do coronel. Um artefato ainda não identificado explodiu e deu início ao incêndio no apartamento do primeiro andar do condomínio Fênix, na Rua Hércules Florence, no bairro Botafogo.

Além de munições e pólvora, a polícia encontrou uma granada intacta no imóvel. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM não conseguiu concluir se o artefato estava carregado, mas levou para detonação em local seguro. Segundo a corporação, o explosivo é do modelo M36.

O coronel Parra Dias deixou o prédio durante a evacuação e, segundo o boletim de ocorrência, permanecia “em local incerto” até a conclusão do registro, na madrugada de domingo (25). O g1 tenta contato com o coronel.

Cão resgatado

O coronel também é tutor de um cachorro, que foi resgatado ileso após ficar no banheiro do apartamento. Um vídeo, feito dentro do imóvel, mostra o animal e os bombeiros que o retiraram. Assista acima.

“O cachorro está vivo! (…) O último sobrevivente”, diz uma das integrantes da equipe de resgate.
Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.

Trinta e quatro pessoas precisaram receber atendimento médico e foram encaminhadas para o Hospital Casa de Saúde e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José — nenhuma em estado grave.

 

Justiça Federal no RJ manda avaliar imóveis de Ronaldinho Gaúcho para pagar dívida de R$ 1 milhão

Processo para pagar dívida com a Receita Federal não obteve sucesso na busca por dinheiro em contas bancárias. Análise acontecerá em propriedades no Rio Grande do Sul e no Rio.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou que dois imóveis do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho sejam avaliados para futuras penhoras para pagar dívidas com a Receita Federal.

As propriedades são localizadas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro.

A decisão é da juíza Bianca Stamato Fernandes, da 5ª Vara Federal, e o caso foi antecipado pela coluna Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

As dívidas do “Bruxo” com a Receita Federal somam R$ 1,058 milhão, segundo consta no processo, obtido pelo g1.

Os bens foram indicados pela Fazenda Nacional e estão localizados na Zona Oeste do Rio e no município de Xangri-lá, no Rio Grande do Sul.

Após a avaliação, o oficial de Justiça deve enviar informações dos valores dos imóveis ao processo.

Neste mesmo caso, já foi feita uma busca ao sistema bancário por estes valores, mas não houve sucesso.

A magistrada também intimou a Fazenda Municipal para saber se há débitos do ex-jogador com o IPTU.

MP abre inquérito para investigar possíveis irregularidades no serviço prestado pela Enel durante ‘apagão’ na cidade de SP

Empresa será oficiada para prestar esclarecimentos sobre as razões da queda prolongada de energia em parte da capital e quais medidas está tomando para evitar novos episódios semelhantes.

O Ministério Público de São Paulo instaurou, nesta quinta-feira (9), um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades na atuação da concessionária Enel durante “apagão” ocorrido em diversas regiões da capital paulista após a tempestade da sexta-feira (3).

Cerca de 2,1 milhões de imóveis chegaram a ficar sem energia na área de atuação da empresa, que envolve 24 municípios da Região Metropolitana, incluindo a cidade de São Paulo. Nesta quinta, quase uma semana depois, 1,3 mil imóveis permaneciam no escuro.

O procedimento aberto pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social se baseia em denúncias de moradores sobre as dificuldades em comunicação com a Enel e a ausência de respostas claras da distribuidora sobre a solução da falta de energia em diversas partes da capital.

O promotor Silvio Marques também levou em conta os prejuízos materiais que os poderes estadual e municipal sofreram com a interrupção no fornecimento energético, especialmente nas áreas da Saúde, Educação, Transporte e Segurança.

A Enel-SP foi oficiada para prestar esclarecimentos em até 15 dias sobre as razões da interrupção prolongada na distribuição de energia. A empresa deverá apresentar um relatório contendo informações sobre o número de imóveis afetados, o período entre a queda e o restabelecimento do serviço, e as medidas sendo tomadas para evitar novos apagões.

A concessionária precisará ainda esclarecer se possui plano de ações emergenciais para lidar com fenômenos climáticos extremos e, se sim, o que está previsto nele.

As gestões estadual e municipal também serão oficiadas para informarem o prejuízo estimado do patrimônio público devido ao episódio. O prazo para isso será de 20 dias.

Por nota, a Enel-SP afirmou que recebeu o ofício e prestará os esclarecimentos solicitados dentro do prazo estipulado.

TJ-SP condena Prefeitura a pagar R$ 240 mil por danos morais a filhos de catadora de materiais recicláveis morta em aterro sanitário em Indiana

Ao julgar recurso de apelação, 2ª instância reduziu em quase 40% o valor da indenização.

A 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) manteve sentença da 1ª Vara Judicial da Comarca de Martinópolis (SP) que condenou a Prefeitura de Indiana (SP) a indenizar, por danos morais, os três filhos de uma coletora de materiais recicláveis que morreu soterrada no aterro sanitário do município em 14 de janeiro de 2019, mas reduziu em quase 40% o valor da reparação para R$ 240 mil.

A mãe, Aparecida Leonice dos Santos, na época com 50 anos e moradora de Regente Feijó (SP), estava no aterro municipal de Indiana quando houve um deslizamento de terra que a soterrou. Por conta do acidente, a mulher morreu por asfixia.

O soterramento também matou outro trabalhador que coletava materiais recicláveis no local, Vanderlei dos Santos, que na época tinha 52 anos.

Em 17 de janeiro de 2023, a sentença de primeira instância proferida pela juíza da 1ª Vara Judicial da Comarca de Martinópolis, Larissa Cerqueira de Oliveira, havia condenado a Prefeitura de Indiana a pagar a cada um dos três filhos de Aparecida uma indenização de 100 salários mínimos por danos morais, o que totalizava, na ocasião, a quantia de R$ 390,6 mil.

A Prefeitura de Indiana interpôs apelação à segunda instância e, em seu voto, o relator do recurso, desembargador Renato Delbianco, apontou a responsabilidade da ré, que descumpriu as exigências técnicas feitas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e não impediu a entrada de coletores de materiais no terreno, em violação à legislação federal.

“O Município, ainda que alertasse os catadores da proibição daquele trabalho no local, nada fez efetivamente para impedi-los de entrar”, explicou.

De acordo com o magistrado, o inquérito policial instaurado para apuração do acidente mostrou a conivência da administração com o acesso dos coletores de materiais recicláveis no aterro, uma vez que eles entravam no terreno pelo portão e tinham cópias da chave do cadeado.

“A considerar que os trabalhadores ali estavam para exercer atividade tão nociva, por pura necessidade de retirar de lá o sustento, e que não encontravam resistência ao acesso, é equivalente a permissão tácita de permanecer e trabalhar”, concluiu o relator.

O julgamento, de decisão unânime, teve a participação dos desembargadores Claudio Augusto Pedrassi e Luciana Bresciani.

O acórdão do TJ-SP determinou que o valor total da indenização, estipulado em R$ 240 mil, seja dividido igualmente entre os três filhos da vítima, ou seja, R$ 80 mil para cada um deles, que têm 31, 34 e 36 anos.

“No tocante ao valor do ressarcimento pelo dano moral, tem-se que é sempre difícil a sua mensuração, pois, envolve a aplicação de alguns conceitos preestabelecidos. E estes conceitos quase sempre levam em conta a situação pessoal, social e econômica da vítima e daquele que pede a indenização, bem como daquele que deve pagá-la, a gravidade da lesão, o caráter punitivo para o agente e a natureza compensatória da condenação, não podendo ser fonte de locupletamento, visando indenizar de forma justa a reparação do prejuízo”, ponderou o desembargador Renato Delbianco.

“No caso vertente, a indenização deve ser reduzida para R$ 240.000,00, a ser dividida entre os três autores (R$ 80.000,00 para cada), valor compatível não só com os fatores que regem a reparação do dano, quais sejam, a gravidade do dano causado à vítima, os caracteres punitivo-pedagógico e compensatório da medida e a inexistência de enriquecimento sem causa, mas também com o montante arbitrado em outras ações dessa natureza por este E. Tribunal de Justiça”, concluiu o magistrado.

Outro lado
A Prefeitura de Indiana alegou à TV Fronteira que a atual administração vem tomando todas as medidas de segurança, como a proibição da entrada de novos catadores no aterro.

O Poder Executivo também pontuou que, inicialmente, a condenação havia sido em mais de R$ 300 mil, mas os desembargadores a adequaram para R$ 240 mil.

 

Quadrilha de ladrões de imóveis de luxo mandava homens bem vestidos para enganar porteiros, diz polícia

Três suspeitos foram presos na noite de sexta-feira (13) no hotel onde estavam hospedados. Com eles, a polícia encontrou pertences das vítimas, como dinheiro, bolsas, celulares, joias e perfumes.

A quadrilha de São Paulo que vinha ao Rio de Janeiro para furtar apartamentos de luxo na Zona Sul da cidade usava homens bem vestidos para enganar os porteiros, segundo a Polícia Civil.

Na noite de sexta-feira (13), policiais da 14ª DP (Leblon) e da 12ª DP (Copacabana) montaram uma operação conjunta e foram ao hotel onde os ladrões costumam se hospedar. Três suspeitos foram presos.

Segundo a polícia, em um vídeo é possível ver dois integrantes da quadrilha paulista fazendo check-in em um hotel da Lapa. De lá, eles foram para o quarto alugado.

Os funcionários não imaginavam que a dupla estava no Rio não para fazer passeios turísticos, mas sim, para fazer vítimas.

Segundo as investigações, os ladrões costumavam se hospedar em hotéis na região central da cidade, mas os alvos estavam em áreas nobres da Zona Sul.

Os criminosos se interessavam por pertences de proprietários de apartamentos caros. O trabalho em conjunto das unidades da polícia auxiliou no avanço das investigações.

“A prisão dos criminosos foi resultado da constante troca de informações entre as unidades da Polícia Civil, fazendo com que a ação policial fosse imediata e com o melhor resultado possível”, disse o delegado Gustavo Castro, da 12ª DP (Copacabana).
De acordo com a polícia, a quadrilha era formada por jovens vestidos com roupas caras. Eles se aproveitavam disso para ganhar a confiança dos porteiros e se diziam moradores ou visitantes.

Já dentro do prédio, arrombavam os imóveis e furtaram os pertences das vítimas.

Em outra imagem, do fim do mês passado, outros suspeitos aparecem chegando no mesmo hotel, na Lapa. Eles também vieram para assaltar apartamentos.

“Eles elegem os edifícios através do que eles veem. Então, eles param em um edifício, veem que é de um alto padrão e então adentram no edifício. Logo após o furto, eles retornam para São Paulo e lá eles comercializam esses bens furtados”, explica o delegado Felipe Santoro, da 14ª DP (Leblon).
Um rapaz de casaco preto e uma mulher de camisa estampada que aparecem na imagem fazem parte do bando, segundo a polícia. Os dois carregam malas. Eles agem sem levantar qualquer suspeita. Depois de preencher a ficha na recepção, entram no elevador e sobem para o quarto.

Os presos nesta sexta são Lucas Targino Oliveira, Juan do Carmo Fonseca Santana e Lucas Costa Guedes.

Com eles, os agentes encontraram vários pertences das vítimas, como dinheiro (real, dólar e euro), bolsas, celulares, joias e perfumes.

Os suspeitos vão responder por furto qualificado, organização criminosa e resistência.

“A Polícia Civil alerta para que porteiros sempre verifiquem com os proprietários se, de fato, aquelas pessoas que estão ingressando na residência, no edifício, são efetivamente moradores ou parentes”, diz o delegado Felipe.

O RJ2 não conseguiu contato com a defesa dos presos Lucas Targino Oliveira, Juan do Carmo Fonseca Santana e Lucas Costa Guedes. Segundo a polícia, os três permaneceram em silêncio na delegacia.

 

Preso que chamou vítimas de ‘vagabundas estupráveis’ no Discord diz que cursa direito, e ganha R$ 7 mil com games

Vitor Rocha, 21 anos, foi detido de cueca pela polícia no começo de junho em Bauru, interior de SP. Ele ficou em silêncio sobre acusações e chorou na Justiça. Outros 3 rapazes foram presos na semana passada por suspeita de obrigar meninas menores a divulgar imagens nuas e estuprá-las.

O jovem preso no início deste mês pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de associação criminosa e de armazenar e divulgar pornografia infantil na internet disse à Justiça que cursava faculdade de direito e recebia até R$ 7 mil por mês trabalhando com o desenvolvimento de games.

O interrogatório dele foi gravado em vídeo. Nas imagens, Vitor Hugo Souza Rocha, que é conhecido como o “Verdadeiro Vitor”, fica em silêncio ao ser perguntado sobre as acusações e também chora (assista acima).

Em um dos arquivos apreendidos pela investigação com imagens das vítimas, o universitário chama as vítimas de “vagabundas estupráveis” no Discord (aplicativo da internet usado principalmente por adolescentes para conversar sobre jogos).

O rapaz aparece dando risada num vídeo quando mostra a outros rapazes um arquivo identificado como “backup vagabundas estupráveis” (veja abaixo). Nele estavam imagens nuas de meninas menores de 18 anos de idade. Muitas eram vítimas do grupo, obrigadas a tirar fotos e vídeos sem roupa, e se mutilarem. Algumas foram estupradas pelos participantes.

Vitor tem 21 anos. Ele foi detido em flagrante em 7 de junho em Bauru, no interior paulista. Além dele, outros três jovens, todos adultos, foram presos temporariamente na semana passada por decisão judicial após o “Fantástico” revelar outro caso de violência contra garotas envolvendo o aplicativo Discord em maio (saiba mais abaixo). Eles também respondem pelos mesmos crimes de Vitor, mais estupro de vulnerável e ameaça contra meninas menores.

Segundo a investigação, todos os quatro agressores se conheciam, integravam esse grupo virtual no Discord e planejavam os crimes na plataforma. Além de serem obrigadas a enviar “nudes” (fotos e vídeos íntimos) ao grupo, as garotas tinham que se cortar para marcar as iniciais dos apelidos dos rapazes na pele.

Algumas das vítimas eram forçadas a ter relações sexuais com os jovens. Os abusos sexuais e agressões eram filmados e compartilhados pelos criminosos no Discord. Uma adolescente de 13 anos e outra de 16 acusam os rapazes de estupros. Elas são, respectivamente, de Santa Catarina e São Paulo e tinham ido ao encontro do grupo depois de conhecer seus participantes no aplicativo.

A polícia também investiga a possibilidade de que os jovens tenham violentado sexualmente e ameaçado mais cinco garotas: 3 em São Paulo, uma no Espírito Santo e outra no Amapá.

Os presos também são investigados por apologia ao nazismo, racismo e tráfico de drogas. É apurado ainda se algum deles teve participação no assassinato de um morador de rua.

Preso de cueca e choro

Os policiais de São Paulo viajaram até Bauru para cumprir o mandado de prisão temporária de Vitor autorizado pela Justiça. Ele foi encontrado de cueca no quarto da casa onde mora com a família. Acabou algemado e levado para a delegacia em São Paulo.

Lá, Vitor se reservou ao direito constitucional de ficar em silêncio e não responder as perguntas dos agentes, quando foi indagado sobre as acusações de possuir material pornográfico com menores de idade, que é proibido. Vídeo gravado pelas autoridades mostra o momento em que o estudante é questionado (veja acima).

“São sádicos, são misóginos. Eles têm um asco por mulheres”, disse Fábio Pinheiro, delegado responsável pela investigação, ao Fantástico.
Outra filmagem feita pela Justiça registrou o momento em que o estudante contou estar no quarto ano de direito de uma universidade (veja acima). As poucas perguntas que ele respondeu ao juiz foram para dizer que também trabalhava e recebia entre R$ 5 mil a R$ 7 mil produzindo conteúdo para games. Vitor se negou a comentar as denúncias de que guardava imagens com crianças e adolescentes nuas.

O universitário ainda aparece chorando quando sua defesa perguntou se ele foi algemado quase sem roupa e se havia necessidade disso, já que ele não teria oferecido resistência aos policiais que invadiram sua residência. Durante toda a audiência, as mãos do investigado estavam presas, por segurança.

Justiça decreta prisão preventiva

O g1 não conseguiu localizar a defesa de Vitor para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Na filmagem feita pela Justiça, seu defensor pede ao magistrado o relaxamento da prisão em flagrante para que seja concedida a ele a liberdade provisória, já que o rapaz nunca havia sido preso antes, tem endereço, estuda e trabalha.

O Ministério Público (MP) pediu a manutenção da prisão. O juiz acabou decretando a prisão preventiva do investigado, sem prazo determinado para sair.

“Não se trata de desafios que estão sendo praticados por adolescentes. Se trata de criminosos: grande maioria é maior de idade”, disse a promotora Maria Fernanda Balsalobre ao Fantástico,
Rede sem lei: no Discord, criminosos violentam e humilham meninas menores de idade

Os outros detidos pela polícia são:

Gabriel Barreto Vilares, o “Law”, de 22 anos (preso na sexta-feira passada, dia 23, na capital paulista): investigado por associação criminosa, estupro e ameaça;
William Maza dos Santos, o “Joust”, de 20 anos (também detido na última sexta em São Paulo): investigado por associação criminosa, estupro e ameaça;
Carlos Eduardo Custódio do Nascimento, o “DPE”, de 19 anos (detido nesta segunda, 26): investigado associação criminosa, por estupro e ameaça.

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos demais presos para tratar do caso.

Além da responsabilização individual dos agressores, o Ministério Público também investiga o próprio Discord. Em entrevista ao Fantástico, um porta-voz disse que a plataforma “não tolera comportamento odioso”.

Em abril, o Fantástico havia revelado como Izaquiel Tomé dos Santos, o “Dexter”, de 20 anos, também estuprava e ameaça meninas menores de idade que conheceu no Discord. Ele foi detido em abril. Segundo a investigação, ele não conhecia os outros quatro presos. Sua defesa também não foi localizada.

A Polícia Federal (PF) também investiga se outros rapazes usaram o Discord para cometer estupros e ameaças contra outras dez garotas menores de idade.

PF prende mais de 40 envolvidos com máfia dos combustíveis

A PF (Polícia Federal) iniciou nesta segunda-feira a Operação Poeira no Asfalto, destinada a desmantelar uma quadrilha de adulteração de combustíveis. Pelo menos 42 pessoas já foram detidas, 21 delas da Polícia Rodoviária Federal, que recebiam propina para liberar caminhões de combustíveis, principalmente de álcool, com notas fiscais frias. Outros 14 mandados de prisão ainda devem ser cumpridos.
Além dos mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz Alexandre Libonati de Abreu, da 2ª Vara Criminal Federal do Rio, os policiais cumpriam mais de 100 pedidos de busca e apreensão no Rio, em Volta Redonda, em Campos dos Goitacazes e nos Estados de São Paulo e do Paraná.

Participam da operação, que começou às 6h, cerca de 300 policiais federais e policiais rodoviários federais. Eles cumprem mandados de prisão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

Um dos presos é o ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio Francisco Carlos da Silva, conhecido como Chico Preto. Ele foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade. Com ele foram apreendidos vários documentos, um computador, uma escopeta calibre 12 e três pistolas. A maioria dos policiais rodoviários federais acusados mora num condomínio de luxo na Barra da Tijuca.

Também foram detidos sete fiscais, dois policiais civis e um bombeiro, além de empresários ligados ao setor de combustíveis. Os presos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal no Rio.

Segundo a PF, empresários do setor de combustíveis adquirem o produto bruto em usinas de álcool e refinarias com notas fiscais frias, em nome de distribuidoras com registros cassados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) ou em nome de empresas ‘laranja’, ou até mesmo sem nota fiscal. Eles sonegam o ICMS e o PIS/Cofins dos combustíveis, fazem adulteração no combustível e trafegam com o produto com a escolta de policiais que fariam parte do esquema. A quadrilha agia havia cinco anos.

O analista de sistemas Everaldo Oliveira da Silva, 33, também preso no Rio, é considerado o principal falsificador de notas. Entre os comerciantes presos, Paulo Roberto Prette, 42, é apontado como um dos maiores corretores do combustível irregular. Já Renan de Macedo Leite, 40, e Sidmar Ribeiro da Silva, 39, aparecem como os revendedores que mais se aproveitavam do esquema.

Os fiscais e policiais corruptos agiam nos postos da PRF na Via Dutra (entre Itatiaia e Volta Redonda) e da BR-101, que estão nas rotas que abastecem o Rio com combustível de Paulínia (SP) e Campos (RJ). Os caminhões que transportavam combustível com notas falsas ou do tipo bate-volta (a mesma para vários carregamentos) só passavam pelos postos quando os integrantes do esquema estavam. Em alguns casos, passavam sem nota. O delegado Cláudio Nogueira, responsável pela operação, afirmou que os policiais recebiam propinas que variavam de R$ 5 mil a R$ 10 mil.

A PF suspeita que as usinas que forneciam combustíveis à quadrilha estejam envolvidas no esquema — como as notas fiscais frias vinham de gráficas da cidade de Londrina, há a possibilidade de que esses documentos eram passados à quadrilha no próprio ato da compra do combustível feita nas usinas de Campos e do interior paulista.

“Vamos tentar provar que as usinas, de alguma forma, participavam do esquema de corrupção. Até porque as usinas não são controladas pela ANP, mas pelo Ministério da Agricultura. E o controle do excedente de produção é ineficaz, onde gera a capacidade de corrupção e sonegação”, 

Vice-prefeita e presidente são afastados por suposto esquema com combustíveis

Além deles, mais três secretários foram afastados no âmbito da operação Tanque Cheio

 

presidente da C�mara Paulo Schuh

vice-prefeita de Ribeirão Cascalheira Isabel Fernandes (PT) e o presidente da Câmara Paulo Schuh (PSB) foram afastados dos cargos por suposto uso da máquina pública para fins particulares. Além deles, foram afastados, durante a Operação Tanque Cheio, deflagrada nesta quinta (2), o secretário de Obras, Luciano Nunes Brandão, o de Finanças Vilson de Assis Lourenço Caiado, o de Saúde Fausto Francisco Oliveira e o chefe do setor de compras (nome ainda não confirmado).

Conforme a Polícia Civil, são cumpridos 23 mandados de busca e apreensão contra os investigados e em secretarias onde teriam ocorrido irregularidades. Uma empresa em Bom Jesus do Araguaia também foi alvo de ordem judicial.

A investigação teve início a partir da denúncia de que servidores e terceiros, sem vínculo com a administração municipal, abasteceriam veículos particulares em postos de combustíveis em nome da prefeitura.

A Polícia Civil deu início à verificação preliminar das informações e constatou a existência de um forte esquema de desvio de combustível. Os indícios reunidos também apontam que máquinas da prefeitura realizavam trabalhos em propriedades particulares, como fazendas e chácaras.

Além do abastecimento, segundo a investigação, contas particulares também eram pagas com os cartões de abastecimento da prefeitura de Ribeirão Cascalheira.

A Policia Civil, durante apuração, coletou elementos substanciais que apontam a ocorrência de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica.

O delegado Flávio Leonardo Santana Silva então pediu e a Justiça determinou buscas e apreensões, afastamento cautelar dos suspeitos, entre outras medidas necessárias para a continuidade das investigações.

 

Isabel Fernandes (PT)

A representação encaminhada pela Polícia Civil teve parecer favorável do Ministério Público e foi deferida pelo juízo da Vara Única de Ribeirão Cascalheira. Segundo o delegado, os elementos apontam que o esquema criminoso pode ser mais extenso. “Por meio dessas medidas, será possível entender o seu funcionamento, extensão dos crimes cometidos e demais autores envolvidos”, explicou Flávio Leonardo.

As investigações apontam ainda que o esquema foi praticado ocorreu também durante a pandemia. “Fato que torna o crime mais reprovável. Além de por fim, ao esquema criminoso, as investigações objetivam revelar a extensão dos prejuízos causados aos cofres públicos e possibilitar a restituição desses valores”, pontuou o delegado. A operação contou com o apoio de mais de 70 policiais civis das Delegacias das Regionais de Água Boa, Barra do Garças e de Confresa.

Elirio Dambros fala sobre impacto ambiental das fraldas descartáveis

A sustentabilidade é uma das principais preocupações de empresas, governos e população em geral, já que a preservação do meio ambiente é essencial para a sobrevivência das próximas gerações. O empresário de Santo André Elirio Dambros é uma dessas pessoas preocupadas com a sustentabilidade e, há alguns anos, investiga os impactos daquele que vem sendo apontado como um dos principais vilões do meio ambiente: as fraldas descartáveis.

“Se fizermos uma pesquisa rápida na internet, vamos encontrar dados apontando que, por segundo, 250 fraldas descartáveis são depositadas em aterros sanitários no Brasil. Somos o terceiro maior consumidor de fraldas descartáveis do mundo e o problema está no tipo de material de que o produto é feito”, ressalta Elirio Dambros.

O empresário de Santo André, que tem dentre suas atividades a comercialização de fraldas descartáveis, explica a composição do produto. “Resumidamente, uma fralda é composta por papel e plástico. O papel é facilmente decomposto, mas o grande vilão é o plástico, que leva 500 anos para se decompor completamente”, afirma Elirio Dambros.

Ainda segundo Elirio Dambros, estima-se que as fraldas descartáveis tenham surgido na década de 1940, por invenção de uma dona de casa. Mas foi em 1960 que elas começaram a se popularizar, exatamente quando a P&G lançou a Pampers. “Uma investigação mostra que nos anos 1970 as fraldas descartáveis já representavam 0,3% de todo o lixo municipal dos EUA (hoje gira em torno de 2%). Elas chegaram no Brasil nesta época, mas ainda eram muito caras, tanto que até os anos 1990 muitas famílias ainda usavam fraldas de pano”, conta o empresário de Santo André.

A verdade é que as fraldas descartáveis vieram para revolucionar o dia a dia dos pais de bebês. “Os modelos de pano vazavam e geravam assaduras, sem contar o transtorno para lavar as montanhas de fraldas diariamente, afinal, décadas atrás poucas famílias tinham lavadoras de roupas”, destaca Elirio Dambros.

No entanto, o empresário de Santo André destaca uma alternativa para que os pais possam continuar consumindo fraldas descartáveis sem a preocupação de estarem sendo ecologicamente incorretos. Elírio Dambros revela que, felizmente, o mercado já oferece opções que são biodegradáveis. “Muitas pessoas acabam optando por esse modelo, mas ainda não entendem direito o que isso significa. Na prática, essas fraldas são produzidas com materiais de fácil decomposição.”

Segundo Elírio Dambros, ao invés do plástico derivado de petróleo, essas fraldas descartáveis possuem na sua composição plásticos orgânicos, além de contar com menos corantes e outros químicos. “Para se chegar a esse resultado, a indústria investigou muitas alternativas que fossem seguras para os bebês e, ao mesmo tempo, atendessem aos requisitos de sustentabilidade, reduzindo os impactos ao meio ambiente”, frisa o empresário de Santo André.

O importante é que hoje já existem opções no mercado muito mais tecnológicas. Os modelos ecológicos de fraldas usam um interior de tecido com um impermeável laminado aplicado diretamente no tecido. O lado externo é de poliéster e a vantagem é que são reutilizáveis. “Fazendo a lavagem do jeito certo (sem usar água quente, nem secadora), não há desperdício e o impacto geral do uso da água acaba sendo compensado. É uma opção interessante a ser investigada para quem quer substituir as fraldas descartáveis”, conclui o empresário de Santo André, Elírio Dambros.

ADVOGADO NEGA LIGAÇÃO DE DONO DE LOJA DE MÓVEIS COM TERRORISTAS
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Os advogados da Estrela Móveis e Eletrodomésticos negaram qualquer participação dos proprietários da empresa com o terrorismo. Para Paulo Sillas Lacerda, um dos defensores, o suposto vídeo com mensagens em árabe e apologia aos atentados foi plantado pela Polícia Civil com o intuito de prejudicar a reputação dos donos da empresa. O grupo é acusado de integrar um esquema de sonegação que pode ter dado um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso. Lacerda destaca que os vídeos e a ligação dos proprietários da rede que possui mais de 100 lojas no Brasil não passam de uma invenção e que toda a operação, deflagrada no dia 7 de dezembro, foi ilegal. Durante a Operação Constelação, foram apreendidos onze volumes, 34 caixas de documentos fiscais e notebooks. As apreensões foram feitas nas cidades de Barra do Garças e Alto Araguaia (509 km e 415 km a Leste de Cuiabá, respectivamente) e no município goiano de Jataí.
No último dia 28 de dezembro o desembargador João Ferreira Filho concedeu uma liminar em favor da empresa Estrela Distribuidora de Eletrodomésticos Ltda.