123 Milhas: Justiça determina bloqueio de R$ 44,3 mil a favor de família de Ribeirão Preto

Decisão em caráter cautelar foi emitida na quarta-feira (23) e é uma das primeiras do país que beneficiam pessoas lesadas pela empresa.

A Justiça de Ribeirão Preto (SP) determinou o bloqueio de R$ 44,3 mil da 123 milhas a favor de clientes prejudicados ao adquirirem passagens promocionais da empresa.

A decisão, de caráter cautelar, foi expedida na quarta-feira (23) pela juíza da 7ª Vara Civil da cidade, Roberta Luchiari Vilela, e beneficia uma família que planejou viajar para a Espanha e teve o pacote cancelado.

“A probabilidade do direito está minimamente demonstrada pelos documentos que instruem a inicial, os quais comprovam a aquisição, por meio da plataforma da requerida, de cinco passagens aéreas internacionais, a razão do produto PROMO oferecido na ocasião e a informação expressa de que o pedido não será emitido”, argumentou a magistrada.

A ação foi movida depois que a empresa suspendeu passagens e reservas comprados com datas flexíveis entre setembro e dezembro deste ano e ofereceu vouchers, para aquisição de outras passagens pela empresa, em vez da devolução integral dos valores já gastos. A decisão é uma das primeiras favoráveis a clientes lesados no país.

Direito a valores atualizados
A ação foi ajuizada a favor de uma família da região de Ribeirão Preto que planejou viajar para Madri, na Espanha, e agora terá um custo estimado entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, segundo o advogado Leonardo Pontes, que defende os prejudicados na Justiça.

A medida visa garantir que a viagem, marcada para 10 de setembro, ainda possa ser realizada.

“Se não fosse essa decisão judicial, determinando o bloqueio desses valores em conta, realizar este sonho para esta família não seria possível”, argumenta.

De acordo com o advogado, o bloqueio que acaba de ser expedido pela Justiça local é importante porque dá ao consumidor o direito de ser ressarcido pelos valores atualizados pelo custo atual das passagens adquiridas junto à empresa.

“Desta maneira, mais do que reaver os valores pagos a determinação judicial e no sentido de bloquear os valores em contas da empresa para que possa o consumidor de posse do recurso financeiro fazer a aquisição dessas mesmas passagens frente aos valores que são praticados neste momento.”

 

Servidor público é preso suspeito de envolvimento na morte de contadora assassinada a mando do marido

Kaianne Bezerra Lima foi morta no fim de agosto. Leonardo Nascimento Chaves, seu marido, teria encomendado o crime. Seis pessoas já foram presas após o crime.

Um servidor público, de 38 anos, foi preso, nesta quinta-feira (12), suspeito de envolvimento na morte da contadora Kaianne Bezerra Lima, que teria sido morta a mando do próprio marido em uma simulação de latrocínio na Grande Fortaleza. A informação foi repassada pela advogada da família. Esta é a sexta prisão do caso.

A Secretaria da Segurança Pública informou que o servidor teria apresentado o motorista de aplicativo, Adriano Andrade Ribeiro ao marido da vítima, o professor Leonardo Nascimento Chaves. O homem preso trabalha na Secretaria da Educação estadual. O órgão informou que o funcionário é terceirizado, e será devolvido à empresa responsável.

Kaianne foi morta no fim de agosto. A primeira informação era de que ela e o marido, Leonardo Nascimento Chaves, haviam sido vítimas de roubo seguido de morte.

Uma reviravolta no caso apontou, entretanto, que Leonardo encomendou o assassinato da esposa para obter o valor do seguro de vida, cerca de R$ 60 mil. Por isso, ele teria combinado o crime com um adolescente (também capturado) e o motorista de aplicativo. Os outros dois suspeitos, inclusive, agrediram Leonardo para parecer que o crime era um latrocínio.

Um laudo pericial apontou que a causa da morte de Kaianne foi asfixia mecânica por esganadura. Além desse exame, foram coletados vestígios para exames complementares para chegar ao autor do crime. Um adolescente capturado por envolvimento chegou a confessar em depoimento que teria matado Kaianne.

Uma quinta pessoa envolvida na morte da contadora Kaianne Bezerra Lima foi presa pela Polícia Civil no último dia 21 de setembro. Antônia Carliani do Nascimento, de 32 anos, foi presa por receptar o celular de trabalho da Kaianne, roubado pelos criminosos. Ela também foi encontrada com um celular roubado em outro caso. Antônia já responde por porte de arma de fogo.

De acordo com as investigações, logo após o crime, o motorista Adriano Andrade foi com o próprio carro até o endereço de Carliani. A suspeita é que além do celular, outros bens da vítima possam ter sido deixados no local naquela noite. Adriano também já foi preso por ter participado da morte de Kaianne.

Um adolescente confessou à polícia ter matado a contadora. O jovem revelou que, ao entrar na casa de Kaianne e Leonardo, logo começou a golpear a vítima com um pedaço de madeira na cabeça, que foram, inclusive, separados pelo próprio marido dela antes do crime – conforme o depoimento do adolescente.

Também foi preso, em 12 de setembro, um homem de 27 anos, suspeito de ser o favorecedor dos objetos roubados da casa da contadora. Após o crime, ele ofereceu a própria casa para que os objetos fossem escondidos. Com ele foi apreendido uma cafeteira e uma televisão 43 polegadas da vítima. Ele foi autuado na Delegacia Metropolitana de Aquiraz.

Para forjar o crime de latrocínio, Leonardo chegou a ajudar os dois executores do crime a carregar os itens roubados da casa para o carro da vítima. É o que aponta o depoimento do adolescente de 16 anos apreendido pela polícia por participação no crime.

A participação de Leonardo no crime foi admitida pelos outros dois envolvidos, depois que a investigação obteve imagens em vídeo que registravam o encontro dos três no estacionamento de um shopping, momentos antes do homicídio.

No depoimento, o adolescente afirma que, durante o encontro no estacionamento, Leonardo orientou que os dois roubassem as alianças do casal e até mesmo outro anel que Kaianne usava em uma das mãos. Ele também teria indicado onde estava o pedaço de madeira que deveria ser usado para matar a esposa.

Conforme o depoente, Leonardo ajudou os dois a retirar os televisores da casa dos suportes nas paredes e também ajudou a colocar outros itens roubados, como cafeteiras, bebidas alcoólicas e perfumes, no carro de Kaianne.

Após ajudar os dois a colocar as coisas roubadas da casa, Leonardo teria combinado ainda para que os criminosos o amarrassem e o agredissem, para fazer com que ele parecesse uma vítima, assim como Kaianne.

Após reviravolta na investigação do caso, Leonardo foi preso na última quarta-feira (6). A investigação não foi concluída, e outras hipóteses para a motivação do crime não foram totalmente descartadas, disse ao Fantástico o delegado Gustavo Pernambuco.

Brigas por dívidas

Familiares de Kaianne, que tinha 35 anos, afirmam que a contadora já havia tentado se separar de Leonardo após conflitos por causa dos gastos do marido.

Uma parente da vítima, que preferiu não ser identificada, relatou que este seria o único atrito que chegou ao conhecimento da família. Fora isso, o casal demonstrava viver em aparente harmonia.

O único conflito entre os casal, conforme familiares, é que Leonardo gastava muito com coisas supérfluas.

“Segundo ela, ele gastava com muitas coisas assim supérfluas, besteiras, hobbies dele… Tipo colecionar carrinhos em miniatura, jogos eletrônicos. Mas essa foi a briga mais pesada que a gente já teve conhecimento, já teve acesso”, detalhou a parente em entrevista.
A quase separação também foi comentada por Luciano Moura Bezerra, tio de Kaianne. Ele detalha que a contadora tentava controlar os gastos enquanto Leonardo cometia excessos. Ele explica que a família não sabia que gastos eram esses ou a quem ele devia.

As investigações também apuraram que Leonardo estava de passagens compradas para ir a Portugal. Ao ser perguntado, ele teria explicado que havia feito um acordo com Kaianne para que, caso um deles dois morresse, o sobrevivente jogaria as cinzas do outro em um lugar de Portugal. Segundo o delegado, a viagem poderia ser uma tentativa de fuga.

Relembre o caso

Na madrugada do sábado, 26 de agosto, dois homens invadiram a residência do casal, amarraram e agrediram os dois. Kaianne foi atingida com um pedaço de madeira e não resistiu aos ferimentos. Ela também levou socos em diversas partes do corpo e foi sufocada com o uso de um travesseiro.

Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu duas pessoas apontadas como executoras do latrocínio. O motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, foi encontrado com pertences da vítima em um imóvel do bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza. No mesmo dia, foi feita a apreensão do adolescente de 16 anos em uma residência no bairro Tancredo Neves.

Segundo o delegado Gustavo Pernambuco, diversos fatores levaram à reviravolta no caso, que passou a ter a principal linha de investigação a hipótese de que Leonardo tenha sido o autor intelectual de feminicídio com intenção de obter o dinheiro do seguro de vida.

 

Motorista diz que perdeu controle de ônibus que tombou e matou fiéis em Guatapará, SP, ao passar por poça d’água

Acidente no domingo (1) na Rodovia Deputado Cunha Bueno causou nove mortes. Delegado aguarda laudo da perícia para confrontar informações com depoimento do condutor.

O motorista que dirigia o ônibus que caiu em um barranco e tombou matando nove pessoas de uma excursão religiosa, em Guatapará (SP), prestou depoimento nesta sexta-feira (6) à Polícia Civil. Deílson Souza Lage, de 58 anos, disse que perdeu o controle da direção ao passar com o veículo em uma poça d’água.

“Ele falou que estava por volta de 70 km/h, que chovia muito no local e que passou em uma poça d’água e começou a perder o controle do ônibus. O veículo começou a derivar para a direita e encontrou um desnível na pista. Aí ele perdeu de vez esse controle até bater em um barranco”, afirma o delegado Ricardo Turra.

O limite de velocidade no trecho onde aconteceu o acidente na Rodovia Deputado Cunha Bueno (SP-253) é de 80 km/h para veículos pesados e a pista é simples.

De acordo com Turra, o motorista contou que orientou os passageiros a usarem o cinto de segurança. “Ele informou que avisa que tem que colocar, mas que durante a viagem acontece de os passageiros irem ao banheiro, levantam, e não recolocam o cinto. Como ele está dirigindo, não tem condições de fiscalizar isso”, afirma.

Turra diz que a Polícia Civil agora depende do laudo pericial para saber as condições do veículo e também para confrontar as informações com o depoimento do motorista.

“Foi apreendido o tacógrafo e vamos confrontar a versão dele da velocidade de 70 km/h com a velocidade que o tacógrafo estava determinando no momento do acidente. Só com o laudo vamos ter uma noção exata do que aconteceu.

Por enquanto, a polícia descarta que tenha havido uma falha mecânica. “A questão está na velocidade do ônibus durante uma chuva forte, então precisa ver se essa velocidade de 70 era prudente para as condições de chuva, da pista”, afirma.

Sobre o desnível de 10 centímetros da pista de rolamento para o acostamento, conforme consta no boletim de ocorrência, o delegado afirma que é cedo para afirmar se ele pode ter contribuído para o tombamento do ônibus.

Lage é investigado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, na direção de veículo automotor.

Tragédia
O grupo, com 26 passageiros e o motorista, saiu de Monte Alto (SP) na madrugada de domingo com destino ao Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú (SP), local de peregrinação por causa do beato Padre Donizetti. Depois, seguiu para a região de Cachoeira de Emas, em Pirassununga (SP), para o almoço.

Na volta para Monte Alto à tarde, o ônibus saiu da pista, caiu em um barranco de cerca de dois metros de altura e tombou. Oito passageiros, a maioria deles idosa, morreu no local. A nona vítima morreu em um hospital em Ribeirão Preto (SP) na madrugada de segunda-feira (2).

Sobrevivente, a aposentada Sueli Germina Ribeiro dos Santos ajudou vários passageiros a saírem do ônibus tombado. Ao contrário da informação do motorista, ela contou que o grupo enfrentou chuva na volta, mas em Luís Antônio (SP), não em Guatapará.

Sueli disse que as condições do ônibus, por dentro e por fora, pareciam boas. No boletim de ocorrência, consta que os pneus estavam em bom estado de conservação.

As vítimas foram enterradas na terça (3) e na quarta-feira (4) em Monte Alto sob forte comoção na cidade.

 

Contadora morta a mando do marido foi esganada, aponta laudo pericial

O corpo da vítima passou por exame de necropsia, que apontou a asfixia mecânica por esganadura. Kaianne Bezerra Lima foi morta no fim de agosto. Leonardo Nascimento Chaves, seu marido, teria encomendado o crime.

A contadora Kaianne Bezerra Lima, que teria sido morta a mando do próprio marido em uma simulação de latrocínio na Grande Fortaleza, foi esganada. O laudo da Perícia Forense aponta que a causa da morte foi asfixia mecânica por esganadura.

Além desse exame, foram coletados vestígios para exames complementares para chegar ao autor do crime. Um adolescente capturado por envolvimento chegou a confessar em depoimento que teria matado Kaianne.

Kaianne foi morta no fim de agosto. A primeira informação era de que ela e o marido, Leonardo Nascimento Chaves, haviam sido vítimas de roubo seguido de morte.

Uma reviravolta no caso apontou, entretanto, que Leonardo encomendou o assassinato da esposa para obter o valor do seguro de vida, cerca de R$ 60 mil. Até agora, cinco pessoas foram presas, incluindo Leonardo.

Quinta pessoa ligada à morte é presa

Uma quinta pessoa envolvida na morte da contadora Kaianne Bezerra Lima foi presa pela Polícia Civil nesta quarta-feira (21).

Antônia Carliani do Nascimento, de 32 anos, foi presa por receptar o celular de trabalho da Kaianne, roubado pelos criminosos. Ela também foi encontrada com um celular roubado em outro caso. Antônia já responde por porte de arma de fogo.

De acordo com as investigações, logo após o crime, Adriano Andrade Ribeiro, motorista de aplicativo de 39 anos, foi com seu carro até o endereço de Carliani. A suspeita é que além do celular, outros bens da vítima possam ter sido deixados no local naquela noite. Adriano também já foi preso por ter participado da morte de Kaianne.

O professor Leonardo Nascimento Chaves, marido da vítima, também foi preso suspeito de planejar a morte. A intenção de Leonardo, segundo a Polícia Civil, era receber R$ 60 mil do seguro de vida que Kaianne possuía. Por isso, ele teria combinado o crime com o adolescente e o motorista de aplicativo. Os outros dois suspeitos, inclusive, agrediram Leonardo para parecer que o crime era um latrocínio.

Um adolescente confessou à polícia ter matado a contadora. Ele também for capturado. O jovem revelou que, ao entrar na casa de Kaianne e Leonardo, logo começou a golpear a vítima com um pedaço de madeira na cabeça, que foram, inclusive, separados pelo próprio marido dela antes do crime – conforme o depoimento do adolescente.

Também foi preso, em 12 de setembro, um homem de 27 anos, suspeito de ser o favorecedor dos objetos roubados da casa da contadora. Após o crime, ele ofereceu a própria casa para que os objetos fossem escondidos. Com ele foi apreendido uma cafeteira e uma televisão 43 polegadas da vítima. Ele foi autuado na Delegacia Metropolitana de Aquiraz.

Marido ajudou criminosos

Para forjar o crime de latrocínio, Leonardo chegou a ajudar os dois executores do crime a carregar os itens roubados da casa para o carro da vítima. É o que aponta o depoimento do adolescente de 16 anos apreendido pela polícia por participação no crime.

A participação de Leonardo no crime foi admitida pelos outros dois envolvidos, depois que a investigação obteve imagens em vídeo que registravam o encontro dos três no estacionamento de um shopping, momentos antes do homicídio.

No depoimento, o adolescente afirma que, durante o encontro no estacionamento, Leonardo orientou que os dois roubassem as alianças do casal e até mesmo outro anel que Kaianne usava em uma das mãos. Ele também teria indicado onde estava o pedaço de madeira que deveria ser usado para matar a esposa.

Conforme o depoente, Leonardo ajudou os dois a retirar os televisores da casa dos suportes nas paredes e também ajudou a colocar outros itens roubados, como cafeteiras, bebidas alcoólicas e perfumes, no carro de Kaianne.

Após ajudar os dois a colocar as coisas roubadas da casa, Leonardo teria combinado ainda para que os criminosos o amarrassem e o agredissem, para fazer com que ele parecesse uma vítima, assim como Kaianne.

Após reviravolta na investigação do caso, Leonardo foi preso na última quarta-feira (6). A investigação não foi concluída, e outras hipóteses para a motivação do crime não foram totalmente descartadas, disse ao Fantástico o delegado Gustavo Pernambuco.

Brigas por dívidas

Familiares de Kaianne, que tinha 35 anos, afirmam que a contadora já havia tentado se separar de Leonardo após conflitos por causa dos gastos do marido.

Uma parente da vítima, que preferiu não ser identificada, relatou que este seria o único atrito que chegou ao conhecimento da família. Fora isso, o casal demonstrava viver em aparente harmonia.

O único conflito entre os casal, conforme familiares, é que Leonardo gastava muito com coisas supérfluas.

“Segundo ela, ele gastava com muitas coisas assim supérfluas, besteiras, hobbies dele… Tipo colecionar carrinhos em miniatura, jogos eletrônicos. Mas essa foi a briga mais pesada que a gente já teve conhecimento, já teve acesso”, detalhou a parente em entrevista.
A quase separação também foi comentada por Luciano Moura Bezerra, tio de Kaianne. Ele detalha que a contadora tentava controlar os gastos enquanto Leonardo cometia excessos. Ele explica que a família não sabia que gastos eram esses ou a quem ele devia.

As investigações também apuraram que Leonardo estava de passagens compradas para ir a Portugal. Ao ser perguntado, ele teria explicado que havia feito um acordo com Kaianne para que, caso um deles dois morresse, o sobrevivente jogaria as cinzas do outro em um lugar de Portugal. Segundo o delegado, a viagem poderia ser uma tentativa de fuga.

Relembre o caso

Na madrugada do sábado, 26 de agosto, dois homens invadiram a residência do casal, amarraram e agrediram os dois. Kaianne foi atingida com um pedaço de madeira e não resistiu aos ferimentos. Ela também levou socos em diversas partes do corpo e foi sufocada com o uso de um travesseiro.

Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu duas pessoas apontadas como executoras do latrocínio. O motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, foi encontrado com pertences da vítima em um imóvel do bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza. No mesmo dia, foi feita a apreensão do adolescente de 16 anos em uma residência no bairro Tancredo Neves.

Segundo o delegado Gustavo Pernambuco, diversos fatores levaram à reviravolta no caso, que passou a ter a principal linha de investigação a hipótese de que Leonardo tenha sido o autor intelectual de feminicídio com intenção de obter o dinheiro do seguro de vida.

Marido suspeito de mandar matar contadora teria ajudado criminosos a carregar itens roubados da casa

Conforme depoimento de um dos envolvidos no crime, o marido de Kaianne até ajudou os criminosos a retirar os televisores da casa dos suportes nas paredes.

Para forjar o crime de latrocínio, o professor Leonardo Nascimento Chaves, suspeito de mandar matar a própria esposa, a contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves, chegou a ajudar os dois executores do crime a carregar os itens roubados da casa para o carro da vítima. É o que aponta o depoimento do adolescente de 16 anos apreendido pela polícia por participação no crime.

Kaianne foi torturada e assassinada dentro de casa, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, no dia 26 de agosto. Uma das principais linhas de investigação da Polícia Civil é que o marido da vítima, Leonardo, tenha encomendado a morte para obter o valor do seguro de vida da contadora, de R$ 60 mil: R$ 30 mil pela morte e R$ 30 mil adicionais em caso de morte violenta.

A participação de Leonardo no crime foi admitida pelos outros dois envolvidos, o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro e o adolescente de 16 anos, depois que a investigação obteve imagens em vídeo que registravam o encontro dos três no estacionamento de um shopping, momentos antes do homicídio.

No depoimento, o adolescente afirma que, durante o encontro no estacionamento, Leonardo orientou que os dois roubassem as alianças do casal e até mesmo outro anel que Kaianne usava em uma das mãos. Ele também teria indicado onde estava o pedaço de madeira que deveria ser usado para matar a esposa.

Conforme o depoente, Leonardo ajudou os dois a retirar os televisores da casa dos suportes nas paredes e também ajudou a colocar outros itens roubados, como cafeteiras, bebidas alcoólicas e perfumes, no carro de Kaianne.

Após ajudar os dois a colocar as coisas roubadas da casa, Leonardo teria combinado ainda para que os criminosos o amarrassem e o agredissem, para fazer com que ele parecesse uma vítima, assim como Kaianne.

Após reviravolta na investigação do caso, Leonardo foi preso na última quarta-feira (6). A investigação não foi concluída, e outras hipóteses para a motivação do crime não foram totalmente descartadas, disse ao Fantástico o delegado Gustavo Pernambuco.

Brigas por dívidas

Familiares de Kaianne, que tinha 35 anos, afirmam que a contadora já havia tentado se separar de Leonardo após conflitos por causa dos gastos do marido.

Uma parente da vítima, que preferiu não ser identificada, relatou que este seria o único atrito que chegou ao conhecimento da família. Fora isso, o casal demonstrava viver em aparente harmonia.

O único conflito entre os casal, conforme familiares, é que Leonardo gastava muito com coisas supérfluas.

“Segundo ela, ele gastava com muitas coisas assim supérfluas, besteiras, hobbies dele… Tipo colecionar carrinhos em miniatura, jogos eletrônicos. Mas essa foi a briga mais pesada que a gente já teve conhecimento, já teve acesso”, detalhou a parente em entrevista.
A quase separação também foi comentada por Luciano Moura Bezerra, tio de Kaianne. Ele detalha que a contadora tentava controlar os gastos enquanto Leonardo cometia excessos. Ele explica que a família não sabia que gastos eram esses ou a quem ele devia.

Comportamento do suspeito após o crime

Após a morte de Kaianne, familiares relatam que o suspeito participou do velório e do enterro e que continuou em contato com a família da esposa, prometendo dormir na casa da sogra e levando alguns dos pertences pessoais da vítima. Quando foi preso, Leonardo foi capturado após sair da casa da sogra.

Em entrevista, uma das familiares afirmou que, nos momentos iniciais do luto por Kaianne, Leonardo seria a última pessoa de quem os parentes desconfiariam por conta de uma convivência próxima e harmoniosa com ele.

“Assim que aconteceu o crime também, ele foi na casa dos familiares se dizendo muito arrasado, chorando, pedindo perdão por não ter conseguido proteger ela. Dizendo também que foi agredido e mostrando os hematomas. Mas depois, ligando os pontos, a gente percebeu que ele falava mais dele do que dela”, relata a parente.
A mulher também conta que, após as prisões dos dois homens envolvidos no crime, Leonardo não demonstrava interesse em acompanhar o caso. Segundo ela, ele pedia para que os familiares parassem de usar hashtags e marcar autoridades nas redes sociais cobrando a solução do caso.

Os esforços de Leonardo em chamar atenção para si e elementos estranhos na história que contava levantaram as suspeitas do tio de Kaianne. Ele conta que não era próximo de Leonardo e que ficou desconfiado em várias situações, chegando a ser repreendido pela esposa por fazer muitas perguntas.

O tio foi à residência do casal depois que o crime aconteceu. “E ele dizia: ‘Olha, me torturaram. Olha aqui, olha o meu pulso, (a marca) das amarras.’ E realmente tava marcado. Tinha uma marca roxa das amarras, só isso”, conta Luciano.

Um dos motivos para que ele desconfiasse foi quando Leonardo narrou ter ouvido a mulher dando as senhas de dez cartões e depois afirmou que nenhum cartão havia sido levado. Outra inconsistência foi o fato de o casal ter sido amarrado em cômodos diferentes da casa.

“A gente sabe que colocam é os dois juntos. E aí torturam um na frente do outro, que é pro outro ficar com pena e entregar logo tudo. Se o problema era dinheiro, era assim que teria que ser feito, pelo menos é o que a gente vê nos filmes”, comentou Luciano.
De acordo com o delegado Gustavo Pernambuco, Leonardo fez questão de procurar a Delegacia Metropolitana de Aquiraz para realizar o exame de corpo de delito. A motivação poderia ser para deixar comprovado que ele também havia sido agredido na ação.

As investigações também apuraram que Leonardo estava de passagens compradas para ir a Portugal. Ao ser perguntado, ele teria explicado que havia feito um acordo com Kaianne para que, caso um deles dois morresse, o sobrevivente jogaria as cinzas do outro em um lugar de Portugal. Segundo o delegado, a viagem poderia ser uma tentativa de fuga.

Reviravolta no caso

A morte de Kaianne Bezerra começou a ser investigada como um latrocínio, nome usado para roubos seguidos de homicídio.

Na madrugada do sábado, 26 de agosto, dois homens invadiram a residência do casal, amarraram e agrediram os dois. Kaianne foi atingida com um pedaço de madeira e não resistiu aos ferimentos. Ela também levou socos em diversas partes do corpo e foi sufocada com o uso de um travesseiro.

Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu duas pessoas apontadas como executoras do latrocínio. O motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, foi encontrado com pertences da vítima em um imóvel do bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza. No mesmo dia, foi feita a apreensão do adolescente de 16 anos em uma residência no bairro Tancredo Neves.

Segundo o delegado Gustavo Pernambuco, diversos fatores levaram à reviravolta no caso, que passou a ter a principal linha de investigação a hipótese de que Leonardo tenha sido o autor intelectual de feminicídio com intenção de obter o dinheiro do seguro de vida.

Ao tentar reconstituir os acontecimentos de antes do crime, os depoimentos dos dois envolvidos e de Leonardo tinham divergências.
Houve desconfiança quanto à facilidade que os dois homens tiveram para entrar na casa, além do excesso de informações que eles tinham para realizar a ação.
Ter as duas vítimas amarradas em cômodos diferentes demonstrou uma dinâmica diferente em relação aos casos de latrocínio.
Como os executores usaram um carro de aluguel com GPS, foi possível identificar que eles estiveram no estacionamento de um shopping antes do crime. As imagens em vídeo revelaram o encontro deles com Leonardo, que durou cerca de dez minutos.

“Ali a gente descobriu que tudo o que estava sendo passado tratava-se de uma farsa, de um teatro que provavelmente foi feito pelo marido da vítima”, detalha o delegado. Ao confrontar os dois homens detidos sobre o encontro com Leonardo, eles confessaram o envolvimento do marido da vítima.

Outro detalhe apurado na investigação foi que o que Leonardo teria prometido aos dois homens envolvidos. No primeiro momento, eles poderiam levar qualquer objeto da residência. Posteriormente, eles receberiam uma parte do seguro de vida de Kaianne.

Marido suspeito de encomendar morte da própria esposa pediu que família parasse de cobrar a polícia

Kaianne Bezerra foi morta em casa, quando homens invadiram supostamente para roubar a residência. Conforme as investigações, Leonardo Nascimento Chaves teria encomendado o crime em razão de uma dívida de R$ 90 mil.

Leonardo Nascimento Chaves, homem suspeito de mandar matar a própria esposa, enviou mensagens aos familiares pedindo que diminuíssem as cobranças à polícia sobre o caso.

Kaianne foi morta no fim de agosto em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. A princípio, a morte da contadora foi considerada roubo seguido de morte.

No entanto, em uma reviravolta, o ex-marido foi preso nesta quarta-feira (6) suspeito de ser o mandante do crime. Ele teria encomendado o assassinato para ficar com R$ 90 mil do seguro de vida da contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves. Leonardo tinha passagens compradas para ir a Portugal, mas a viagem foi cancelada após ele se tornar alvo da investigação.

O suspeito enviou mensagens aos familiares reclamando sobre as publicações deles nas redes sociais cobrando uma resolução do caso. “Vamos reduzir essas postagens, de ficar cobrando, pq a polícia já fez 90% do trabalho dela”, disse ele em uma das mensagens aos familiares de Kaianne.

“Eu me sinto mal toda vez que abro meu insta e vejo todos os familiares repostando os vídeos pedindo justiça”, reclamou Leonardo em outra mensagem.

Antes de ser considerado suspeito, Leonardo disse à polícia que a residência havia sido invadida por dois homens armados. Eles teriam amarrado ele e a mulher em cômodos diferentes. Kaianne foi espancada e morreu com o golpe de um objeto contundente no pescoço.

Kaianne Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, foi assassinada na casa onde morava. Anteriormente, um motorista de aplicativo e um adolescente foram capturados suspeitos de participação no crime. Contudo, a investigação seguiu e os policiais civis identificaram a participação direta de Leonardo.

A prisão dele foi realizada por equipes da Delegacia Metropolitana de Aquiraz. Ele foi localizado quando saía da casa de familiares da vítima, em Fortaleza. Leonardo foi indiciado por feminicídio e colocado à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue realizando diligências para elucidar os fatos, bem como identificar outros envolvidos no crime.

Câmera flagrou encontro entre suspeitos

A câmera de segurança de um shopping flagrou o encontro do marido da Kaianne Bezerra com os dois suspeitos de assassinar a vítima na casa do casal no dia 26 de agosto, em Aquiraz. As imagens levaram à reviravolta do caso, inicialmente investigado como latrocínio (roubo seguido de morte), e à prisão de Leonardo Nascimento.

“Com a experiência que a gente tem desses fatos, a gente percebeu uma certa facilidade pros criminosos entrarem na casa. Quando a gente faz uma segunda oitiva desse crime, apuramos informações que não batiam com o que criminoso dizia, foi quando a gente viu que ele não era vítima, mas autor do crime”, disse o delegado Gustavo Pernambuco.
Polícia detalha investigação que prendeu suspeito de matar a própria mulher em Aquiraz

As imagens que constam no inquérito mostram que no dia do crime Leonardo encontrou o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro e um adolescente no estacionamento do shopping por volta das 20h35, momentos antes da residência da vítima ser invadida.

Durante o encontro, Leonardo e a dupla conversaram por cerca de dez minutos próximo ao carro do viúvo, que ficou com o capô levantado.

Simulação de assalto
Conforme as investigações, após deixar o estabelecimento, Leonardo foi para casa e iniciou a simulação do assalto que levou à morte da esposa.

No entanto, após avanço da investigação, a Polícia Civil descobriu que o assalto foi uma armação para encobrir o assassinato planejado pelo marido. Ele inclusive pediu que os assaltantes o agredissem para reforçar o álibi de que o casal havia sido vítima de assalto e agressões.

Prisões

Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, e apreendeu o adolescente de 16 anos, apontado como os executores.

O homem foi preso com pertences da vítima em um imóvel no Bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza. Já o adolescente foi apreendido em uma residência no Bairro Tancredo Neves.

Dando prosseguimento às investigações, os policiais civis conseguiram identificar a participação direta de Leonardo, como autor intelectual da morte da esposa.

‘Frio e calculista’
Para um familiar de Kaianne, que terá a identidade preservada, desde o início Leonardo contou versões contraditórias para a família da contadora.

“Na noite do crime ele nos disse que tinham ido lanchar no shopping, quando recebeu a ligação de um vizinho avisando que ele havia deixado o carro com o farol ligado em frente de casa. Aí eles voltaram, ele apagou o farol, deixou ela em casa e saiu para comprar janta. Se eles tinha lanchado, por que ele ia sair de novo para comprar janta? Depois disse que botou para esquentar no micro-ondas e foi regar as plantas. Se ele acabou de comprar essa janta veio fria? Tinha muita coisa que não estava batendo”, falou o parente.

Ainda segundo o parente, ele foi o único a desconfiar de Leonardo, o que fez com que outros membros da família ficassem chateados, pois acreditavam na versão do viúvo.

“No velório, não derramou uma lágrima. Depois disse que eles tinham um acordo de cremar o corpo e jogar as cinzas pelo mundo. Já estava até com passagem comprada. Psicopata. Ele é frio e calculista”, disse o familiar da contadora.

A polícia descobriu que Leonardo estava com passagem comprada para Portugal e planejava deixar o país. Ele foi capturado quando saía da casa da sogra.

“A família está toda abalada”, relatou o familiar de Kaianne.

 

 

Empresa de ônibus terá que indenizar passageira por importunação sexual

“Empresa não tomou as medidas cabíveis”, afirma a sentença judicial, em relação à Praia Sol

A juíza leiga Meiryelle Ribeiro Leite Ritto, do 2º Juizado Especial Cível (JEC) de Serra, condenou a empresa Praia Sol a pagar uma multa de R$ 7 mil como indenização por danos morais a uma passageira que alegou ter sofrido importunação sexual dentro de um ônibus do Sistema Transcol, caso que foi noticiado na época em Século Diário.

O fato ocorreu no final da tarde de uma sexta-feira, no dia primeiro de julho de 2022, quando Franciele Santos saiu do trabalho e tomou o coletivo nº 12165 em frente ao Shopping Praia da Costa, com destino ao Terminal de Jacaraípe, que fazia a linha 520.

A jovem conta que, como seu cartão de passagem ainda não dispunha da recarga que havia feito, ela ficou na parte de frente do ônibus, até que ocorresse a liberação do crédito no cartão para então atravessar a roleta. Em um determinado momento da viagem, ela sentiu que algo tocava em suas nádegas, mas pensou ter encostado na cadeira do cobrador sem querer. Quando sentiu novamente, percebeu que uma mão a apalpava e verificou que era o próprio cobrador que fazia isso e lhe perguntou: “Você tocou em mim?”. Segundo o relato feito ao jornal na época, Franciele diz que ele pediu desculpas e tentou colocar a culpa nela, porque estaria muito perto da cadeira onde ele sentava.

Desesperada com a situação e sem qualquer apoio por parte do motorista, ela começou a chorar, quando recebeu ajuda de uma passageira do outro lado da roleta, que pagou sua passagem e tentou acalmá-la, enquanto se sentava na cadeira de passageiros com prioridade. Muito abalada, Franciele contou que desceu no primeiro terminal de ônibus, em Carapina, e procurou os fiscais para relatar o ocorrido. Mas não se sentiu acolhida, pois os fiscais disseram que fariam o registro da reclamação e que ela seria chamada pela empresa para tratar do assunto, mas não conseguiu ter confirmação de que o procedimento havia sido feito de forma correta.

Então ela decidiu ir até o Terminal de Laranjeiras para registrar o fato na delegacia que ela sabia ser a mais próxima. Após ter o Boletim de Ocorrência lavrado, foi orientada a procurar a Delegacia da Mulher, o quetentou fazer na segunda-feira seguinte na unidade da Reta da Penha, em Vitória, onde foi direcionada para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Boa Vista II, já que o BO havia sido aberto no município da Serra.

A vítima relatou ainda que logo após o primeiro registro policial, ligou para a Praia Sol e foi informada que o fiscal não tinha aberto nenhum protocolo e que a empresa não estava ciente do ocorrido. Mas que a partir da sua denúncia, receberia um retorno em no máximo 48 horas sobre as medidas tomadas.

Uma semana depois, sem ter recebido qualquer satisfação da empresa, ela afirmou que sofreu mais uma violência, ao encontrar novamente o agressor dentro do coletivo. Naquele momento, ela relata que ele ainda tentou culpá-la pelo que havia acontecido. “Ele me disse hoje: ‘moça, você deu mole para mim!’. Meu Deus! Eu jamais iria acusar um trabalhador de algo que não é verdade. Falei que ‘eu ser simpática com você não quer dizer em momento nenhum que eu te dei liberdade para tocar em mim’. Mas ele continuou repetindo dentro do ônibus que eu que ‘dei mole’. Eu avisei que fiz BO e que iria processá-lo, e ele disse que o que eu estava fazendo é perigoso. Entendi como uma ameaça e respondi que perigoso seria levantar falsa acusação contra um trabalhador, coisa que eu não fiz nem nunca faria”.

Dano comprovado

Na sentença, a magistrada afirma que as provas apresentadas, entre elas o testemunho de uma pessoa que estava no ônibus, confirmam o dano. “A testemunha ouvida em audiência confirma a versão dos fatos narrada pela autora e que apesar de não ter visto o ato em si, visto que já havia passado pela roleta presenciou toda a confusão, o que corrobora com as alegações autorais”.

Apesar da falta de nitidez das imagens das câmeras de segurança do ônibus, devido ao ângulo em que estavam posicionadas, a sentença registra que “é possível verificar que o cobrador se inclina em direção à autora”.

A magistrada também destaca o fato de que a vítima “cuidou de realizar o registro junto à autoridade policial no mesmo dia dos fatos, por meio do boletim de ocorrência no qual narra os acontecimentos” e que a empresa, por sua vez, não comprovou que tenha tomado “as medidas cabíveis para a apuração dos fatos e punição do cobrador que praticou importunação sexual”.

Operação Pluma: oficiais da PM presos têm alto padrão de vida

O padrão de vida dos oficiais da Polícia Militar presos durante a Operação Pluma, da Polícia Federal, na sexta-feira (3), é o principal indício de que os militares extorquiam dinheiro de fazendeiros em troca de segurança privada. A forma como essa segurança se dava envolvia violência física, psicológica, ameaça e até mortes. Ex-comandante do 2º BPM de Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá), o coronel Elierson Metello de Siqueira tem um patrimônio que inclui imóveis em Barra, 2 casas em bairros nobres de Cuiabá e diversos carros de luxo. Pelo que apontam as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, a maior parte desse patrimônio foi conquistada quando o coronel comandava o 2º BPM.

Carta enviada por um fazendeiro ao MP denuncia ações do coronel Metello, que segundo ele seria o líder da organização criminosa na região. Parte do documento revela que “o coronel Metello usa seus subordinados para fazerem contatos com os proprietários de grandes fazendas da região, procurando saber se têm algum problema de invasão, caso positivo ele se oferece para fazer a segurança com policiais fardados, mediante pagamento, sem nenhuma ordem judicial”.

Em uma dessas ações, de acordo com a carta, a desocupação da fazenda Bridão Brasileiro, em dezembro de 2002, teria rendido ao coronel R$ 120 mil.

Enquanto comandou o batalhão de Barra, o coronel também teria disponibilizado policiais para serviços de vigilância em diversos pontos comerciais, mediante pagamento de empresários.

Parte do dinheiro era repassado para o major Wlamir Luis da Gama Figueiredo e para o subtenente Adalberto da Cunha e Oliveira, que também repassavam dinheiro para o coronel. Investigações do MP apontam que esses valores eram altos, em torno de R$ 150 mil. O coronel Metello é acusado ainda de desviar parte dos recursos destinados à Polícia Militar, inclusive combustíveis.

O ex-comandante da PM de Mato Grosso, coronel Adaildon Evaristo de Moraes Costa, é acusado de promover invasões a fazendas de pessoas que moravam fora do Estado e, depois, pedir dinheiro para fazer a desocupação e garantir a segurança do patrimônio. Dois filhos do coronel teriam feito uma viagem para a Disney, nos Estados Unidos, paga por terceiros. O MP calcula que pelo menos 30 fazendas da região foram “invadidas” durante o período de comando do coronel Adaildon em Barra do Garças.

Nesse período, o MP investigou informações de que o coronel teria pedido R$ 30 mil para tirar os posseiros da Fazenda Codeara, em Vila Rica, antes da publicação da decisão judicial. A fazenda foi invadida 3 vezes e os proprietários gastaram, de maio a setembro de 2005, R$ 150 mil com pagamento de policiais militares.

Agenda apreendida na residência de Gilberto Luiz de Rezende, o “Gilbertão”, líder da organização criminosa, traz anotações sobre pagamentos feitos à Polícia e telefones de vários oficiais. Em janeiro de 2002, a agenda traz 2 pagamentos feitos a policiais, um dele em cheque, no valor total de R$ 9 mil. Em maio, a mesma agenda traz 2 pagamentos intitulados “acerto policial”, um de Barra do Garças e outro de Ribeirão Cascalheira, nos valores de R$ 10 mil e R$ 12 mil, respectivamente.

Subtenente PM e homem de confiança do coronel Metello, Adalberto da Cunha e Oliveira, teriam repassado R$ 90 mil nos primeiros meses de 2003 para o Metello, como pagamento por serviços prestados pela quadrilha na fazenda Bridão Brasileiro.

A ação, comandada pelo capitão Antônio de Moura Netto, foi realizada com truculência por policiais fardados sem identificação.

OPERAÇÃO GOL CONTRA: DENUNCIADOS DEPUTADO ESTADUAL E OUTRAS DEZ PESSOAS POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

O Procurador-Geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, ofereceu, nesta segunda-feira, 29, denúncia contra o Deputado Estadual Mário Jardel Almeida Ribeiro e outras dez pessoas. O documento foi protocolado e endereçado ao Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Luiz Felipe Difini. As investigações da Operação Gol Contra foram coordenadas pelo Promotor de Justiça Flávio Duarte, Coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Sistema Integrado de Investigação Criminal (SISCrim) e do Centro de Apoio Operacional Criminal.

CRIMES

– Mário Jardel Almeida Ribeiro – constituir organização criminosa, peculato, uso de documento falso, concussão, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
– Christian Vontobel Miller – constituir organização criminosa.
– Roger Antonio Foresta – constituir organização criminosa, peculato, uso de documento falso e concussão.
– Francisco Demétrio Tafras – constituir organização criminosa e concussão.
– Ricardo Fialho Tafas – constituir organização criminosa, peculato e uso de documento falso.
– Sandra Paula Aguiar de Souza – lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
– Flávia Nascimento Feitosa – peculato.
– Ana Bela Menezes Nunes – peculato.
– Samantha da Rosa Lindmann – peculato.
– César Ribeiro Júnior – lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
– Carlos César Menezes Nunes – tráfico de drogas.

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Conforme a denúncia, no período compreendido entre os meses de fevereiro e novembro de 2015, os denunciados Mário Jardel Almeida Ribeiro, o Advogado e assessor parlamentar Christian Vontobel Miller, o Chefe de Gabinete Roger Antônio Foresta, o Coordenador-Geral de Bancada do PSD, Ricardo Fialho Tafas e o Chefe de Gabinete de Líder da Bancada do PSD, Francisco Demetrio Tafras, integraram organização criminosa, ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens econômicas mediante a prática reiterada de crimes contra a administração pública, como peculato e concussão, além do uso de documentos falsos e da lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações, a partir da posse de Mário Jardel como Deputado Estadual em seu primeiro mandato e da nomeação dos comparsas Christian Vontobel Miller, Roger Antônio Foresta, Ricardo Fialho Tafas e Francisco Demetrio Tafras como assessores, eles planejaram e executaram a prática de crimes de peculato, consistentes na apropriação e no desvio de verbas públicas referentes a diárias fictícias, a indenizações veiculares fraudulentas e à manutenção de “funcionários fantasmas”. Também foram cometidos delitos de concussão, caracterizados pela exigência de repasse de parte de salários e de verbas indenizatórias de servidores, além das práticas de uso de documentos falsos e de lavagem de dinheiro. O valor desviado, entre abril e novembro de 2015, é estimado em R$ 212.203,75.

Mário Jardel, que exercia o comando da organização criminosa, era o destinatário final da maior parte dos valores arrecadados. Personagem igualmente importante nessa estrutura delituosa, Christian Vontobel Miller, além de ser o mentor das irregularidades, participou ativamente desde a montagem do quadro de servidores até as deliberações que resultaram na prática dos delitos. Como advogado pessoal e assessor de Jardel, era responsável por evitar que os crimes chegassem ao conhecimento das autoridades policiais, ministeriais ou da imprensa.

O Chefe de Gabinete Roger Antônio Foresta era o interlocutor do parlamentar nas exigências de parte dos salários e das diárias recebidas pela maioria dos assessores. Ele era o responsável, ainda, por arrecadar, mensalmente, parte dos salários dos demais assessores. Em algumas ocasiões, recebeu valores em sua própria conta corrente, para, posteriormente, repassar de forma direta todo o dinheiro arrecadado ao Deputado Estadual. Foresta era o primeiro responsável pela execução das ordens de Jardel, encaminhando os trâmites necessários à contratação dos “assessores-fantasmas”, o pagamento de diárias indevidas e de indenizações veiculares fraudulentas, bem como a cobrança, saque, guarda, transferência, ocultação e dissimulação da origem ilícita dos valores arrecadados junto aos servidores.

O Coordenador-Geral de Bancada do PSD, Ricardo Fialho Tafas, era corresponsável pela execução das ordens do parlamentar, gerando diárias inexistentes e atuando, da mesma forma, na cobrança dos valores dos demais servidores. Cabia a ele, também, a geração de indenização veicular irregular. Já o Chefe de Gabinete de Líder da Bancada do PSD, Francisco Demetrio Tafras, era responsável por exigir dos demais assessores, sob ameaça de perda do cargo em comissão, o repasse mensal de parte do salário.

LAVAGEM DE DINHEIRO

De acordo com a denúncia, Jardel determinou, em um primeiro momento, que os servidores comissionados entregassem os valores mensais exigidos para o comparsa Roger Antonio Foresta. Em seguida, ele entregava o numerário total ao Deputado Estadual Mário Jardel Almeida Ribeiro, de forma a esconder a procedência ilícita dos valores desviados e dificultar o rastreamento da movimentação. Outra forma de lavar o dinheiro desviado era através da exigência, sob a ameaça implícita de perda do cargo em comissão, do pagamento das parcelas do aluguel do irmão de Jardel, Cesar Ribeiro Júnior.

FUNCIONÁRIOS FANTASMAS

Flávia Nascimento Feitosa, Ana Bela Menezes Nunes e Samantha da Rosa Lindmann foram denunciadas por peculato, já que foram nomeadas servidoras da Assembleia Legislativa e receberam valores sem desempenhar as funções para as quais foram designadas. Para a conta da companheira de Jardel, a denunciada Sandra Paula Aguiar de Souza, Flávia transferiu R$ 43.274,95. Ana Bela R$ repassou R$ 25.836,95 e Samantha, R$ 9.486,79.

INDENIZAÇÃO VEICULAR

As investigações concluíram que foram obtidas 52 diárias irregulares, num total de R$ 8.945,00. Além disso, para a obtenção de mais vantagens ilícitas às custas do erário público, o denunciado Mário Jardel Almeida Ribeiro combinou com Roger Antonio Foresta e Ricardo Fialho Tafas que eles rodassem o máximo possível com os veículos particulares, atribuindo os deslocamentos como relacionados à atividade parlamentar. Quando não fossem, deveriam simular viagens inexistentes para justificar a quilometragem. Assim, os assessores atribuíam o trajeto diário de suas residências em Canoas e Gravataí até a Assembleia Legislativa (mais de 40 quilômetros por dia) como de caráter funcional.

Foram detectadas diversas diárias de viagens e indenizações por utilização de veículo irregulares. Uma delas foi para Santana do Livramento. Jardel, a mãe, o irmão e um assessor foram até Rivera, no Uruguai, onde se hospedaram no Hotel Rivera Cassino & Resort. No entanto, a AL recebeu comprovações de que o Deputado e outros quatro assessores ficaram no Hotel Glória, em Santana do Livramento, entre 27 e 30 de agosto. Foram pagas diárias no valor de R$ 2.061,12 para Jardel e R$ 4.637,52 para os assessores. Também foi solicitado ressarcimento para dois veículos, mas foi comprovado que apenas um automóvel foi utilizado na viagem e retornou um dia antes do informado à AL. Jardel e um assessor retornaram dia 29 para Porto Alegre – este mesmo assessor foi coagido a pagar a hospedagem do Deputado em Rivera com o uso do cartão de crédito de sua esposa. A mãe e o irmão de Jardel ficaram no Uruguai. A nota fiscal apresentada para a Assembleia havia perdido a validade em 2013, de acordo com legislação de Santana do Livramento. O Deputado mesmo teria conseguido um talonário antigo junto ao hotel.

Entre os dias 21 e 26 de setembro, foram pagas diárias de viagem a dois assessores no valor de R$ 2.738,32 para a permanência nas cidades de Tramandaí, Torres, Cidreira, Capão da Canoa, Terra de Areia, Balneário Pinhal e Três Forquilhas. A viagem foi determinada porque Jardel precisava de mais diárias para pagar outra parcela do aluguel da casa do irmão e da mãe. Nesse caso, os funcionários sequer estiveram nos locais.

Houve, também, uma para Santo Augusto, entre 30 de outubro e 2 de novembro. Os documentos apresentados para o Parlamento apontam que Jardel, acompanhado de um assessor, visitou a Apae da cidade e participou de cultos na Igreja Assembleia de Deus, além de encontros com a comunidade local para o recebimento de demandas. Foi destinado R$ 1.766,67 para Jardel e R$ 961,67 para o assessor. Só que, na verdade, Jardel retornou para Porto Alegre um dia antes, já que seu carro foi flagrado pelas câmeras da EPTC e seu telefone estava georreferenciado na Capital pelas antenas de telefonia.

VIAGENS PARTICULARES

Entre 14 e 17 de agosto, um assessor – médico formado no Uruguai – viajou para Cuiabá, supostamente para tratar do projeto para um banco de sangue virtual. No entanto, ele foi ao local, na verdade, para uma prova do Revalida, que valida diplomas obtidos no exterior. Além de R$ 1.433,67 de diárias fora do Estado, foram pagas as passagens aéreas. Situação semelhante ocorreu em relação a uma viagem à Fortaleza, terra natal de Jardel. Entre 17 e 19 de junho, o Advogado e Assessor Christian Vontobel Miller foi até a Capital Cearense para tratar de um processo ao qual o Deputado responde pelo não pagamento de pensão alimentícia a uma filha. No entanto, a justificativa para o pagamento de diárias, no valor de R$ 1.024,05, foi de que iria tratar de projetos na área do esporte.

TRÁFICO DE DROGAS

O marido da funcionária fantasma Ana Bela Menezes Nunes, Carlos César Menezes Nunes, foi denunciado por tráfico de drogas, porque repassava cotidianamente entorpecentes ao Deputado. Nas buscas realizadas dia 30 de novembro no apartamento de Jardel, foram encontradas duas trouxinhas de substância cujo laudo toxicológico atestou se tratar de cocaína.