Líder da bancada evangélica chama Zambelli de “despreparada” e quer diálogo com Lula

O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e um dos principais nomes da bancada evangélica no Congresso, disse que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) é “despreparada”. Ele também afirma ter interesse em discutir pautas com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para o parlamentar, o interesse em sentar-se à mesa com os petistas não significa incoerência nem traição ao chefe do Executivo. Ele aponta que o “fogo-amigo” partiu de Zambelli, que às vésperas do segundo turno, perseguiu e apontou uma arma a um homem negro. Com informações do Estadão.

“Traição foi a punhalada que o presidente recebeu nas costas com a deputada correndo na rua com arma na mão, talvez por um deslize mental. Cuidar do povo não é traição”, disse.

Ele também aponta que os acontecimentos também derrubaram em cerca de 3 milhões de votos a previsão que o grupo fazia para a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo com 13 milhões de votos: “A Zambelli cometeu a pior bobeira, é gente despreparada. Nossa eleição estava ganha. Para o Tarcísio, nossa previsão era de 16 milhões de votos. Eu digo que Lula não ganhou, nós que perdemos”.

Cezinha se reuniu com o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), na segunda-feira (31), e ambos manifestaram interesse em manter relação republicana com o novo governo. “Bolsonaro terá nosso respeito, admiração e lealdade. Mas não significa que vamos votar contra o aumento de salário, contra o combate à fome”, declarou.

“Com o crescimento da bancada evangélica, óbvio que nenhuma pauta aberrante vai passar, como liberação de drogas e aborto. Mas estamos dispostos a trabalhar para pautas que ajudem o Brasil. Vamos conversar sobre o que for importante para o País.”

Emissários de Lula já procuraram Cezinha, uma vez que encontraram dificuldades de transitar entre uma parte da bancada evangélica. “Sabem que o que pauta a minha vida é o diálogo. Quando é bom para os brasileiros, temos de conversar”, disse o bolsonarista.

Luciano Szafir realiza cirurgia no quadril e passa bem

Luciano Szafir, de 53 anos, está internado no Hospital 9 de Julho, em São Paulo. O ator se submeteu, na manhã da última quarta-feira (2), a uma artroplastia total do quadril. A cirurgia durou cerca de uma hora e meia e, segundo a assessoria de imprensa do artista, foi um sucesso absoluto. O artista tem previsão de alta para a próxima sexta-feira (4).

“O paciente apresentava uma artrose avançada, que causa muita dor e limitação nos quadris. Na cirurgia, retira-se a superfície gasta e substitui por uma prótese . No caso do Luciano , foi utilizada a de cerâmica. Hoje fizemos a substituição no lado direito , no próximo dia 30, faremos o esquerdo”, explicou o ortopedista Marcelo Godoi Cavalheiro.

Médico contratado pelo modelo Bruno Krupp é indiciado por fraude processual

O delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, adjunto da 16ª DP (Barra da Tijuca), indiciou por fraude processual o médico Bruno Nogueira Teixeira — contratado como assistente pela família do modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp, de 25 anos, preso por atropelar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16. O crime, previsto no artigo 347 do Código Penal, consiste no ato de modificar intencionalmente dados de processo, com intuito de levar juiz ou perito a erro. A pena prevista é de três meses a dois anos de detenção, além de multa.

De acordo com o relatório final do inquérito, ao qual O GLOBO teve acesso com exclusividade, o médico teria mudado, de maneira fraudulenta, mediante laudo e pedido de internação do paciente em UTI, o estado do modelo, “com o dolo específico de induzir o juiz (que já havia decretado a prisão preventiva em sede de Plantão Judiciário), evitando que o paciente fosse efetivamente transferido” do Hospital Marcos Moraes ao sistema prisional do Rio naquele momento.

“É notório que as condições de qualquer estabelecimento prisional são piores que no Hospital Marcos Moraes ou em qualquer outro. Vale informar, ainda, que o médico indiciado tentou a transferência do paciente à UTI Hospital São Bento, localizado na Ilha do Governador, onde o mesmo é coordenador médico”, pontua o delegado, no documento.

Para Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, o cerne da questão se dá quanto à questão nefrológica de Bruno Krupp, em que o médico assistente da família contraria o parecer da nefrologista no que tange à presença de rabdomilóse (doença caracterizada pela destruição das fibras musculares). Na ocasião, o profissional afirmara tratar-se de sua forma severa com injúria renal aguda, enquanto a nefrologista do hospital dizia não haver nenhuma lesão renal.

A médica nefrologista da unidade de saúde, às 16:32 do dia 5 de agosto, relatou: “Impressão: Elevação de CPK sem alteração significativa de função renal, creatinina 0,9 desde a admissão, mantendo débito urinário. Sem distúrbios hidroeletrolíticos ou acido-básico. Elevação de CPK (compatíveis com trauma local) em queda progressiva. Baixo risco de evolução para injúria renal aguda.”

“Na análise do artigo médico-científico juntado ao presente procedimento, e em simples pesquisas em fonte aberta, percebemos que os índices marcadores da creatinina estiveram sempre na faixa normal (0,9 desde a admissão, mantendo débito urinário), como também o débito urinário. (…) Juntamos ao presente procedimento um minucioso artigo médico-científico, com 42 referências bibliográficas versando sobre biomarcadores da injúria renal aguda, resumindo que a creatinina continua a ser o padrão laboratorial para diagnóstico da injúria renal aguda”, escreveu o delegado.

Em seu depoimento na 16ª DP, Bruno Nogueira Teixeira afirmou que tal tentativa de transferência seria tão somente por razões de não haver leito vago na UTI do Hospital Marcos Moraes, não restando demonstrado nos autos, haja vista que o paciente fora transferido ao devido leito de UTI no Hospital Marcos Moraes.

No último dia 5, embora a equipe do Marcos Morais já tivesse emitido parecer liberando o rapaz para ser levado ao sistema prisional por apresentar quadro estável, Bruno Nogueira Teixeira alegou problemas nos rins do jovem e a eventual necessidade de sessões de hemodiálise, o transferindo para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde.

Também por solicitação do médico, Bruno Krupp foi levado para realização de exames de ressonância magnética a outro hospital da rede, na Barra da Tijuca. Uma guarnição de policiais militares do 3º BPM (Méier), que o acompanha desde a última terça-feira, quando ele recebeu voz de prisão pelos agentes da 16ª DP, escoltou a ambulância que o transportava nesse trajeto.

Bruno Krupp deu entrada no Marcos Moraes no dia 31, após ter alta do Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, para onde foi levado em ambulância do Corpo de Bombeiros com João Gabriel após o acidente. Na ocasião, o modelo dirigia uma moto, na altura do Posto 3 da orla, quando atingiu o estudante, que teve a perna decepada. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu horas após dar entrada na unidade. Segundo testemunhas, ele estaria em alta velocidade – uma delas chega a dizer a pelo menos 150 quilômetros por hora.

Quadro estável

Segundo o prontuário médico, ao ser avaliado no Marcos de Moraes, Bruno apresentava quadro estável, movimentando os quatro membros, respirando em ar ambiente, lúcido e orientado, apresentando múltiplas escoriações pelo corpo. Suas tomografias computadorizadas de crânio, coluna cervical e joelho foram avaliadas pelos serviços de neurocirurgia e ortopedia do hospital, que descartaram qualquer sinal de fraturas, inclusive liberando o paciente do uso de colar cervical.

O modelo então seguiu sob os cuidados das esquipes de Clínica Médica e Cirurgia Plástica para controle da dor, início dos antibióticos para evitar infecções na pele e agendamento do procedimento cirúrgico para remoção de tecidos das escoriações cutâneas, realizado ontem, sem qualquer intercorrência.

Até ser encaminhado para a UTI, a pedido do médico da família, de acordo com o hospital, Bruno encontrava-se no quarto, estável, em uso de medicações para dor, antibióticos e realização de curativos, aos cuidados do serviço de Clínica Médica, uma vez que já teve liberação pela Neurocirurgia, Ortopedia e Cirurgia Plástica. Segundo os profissionais, o modelo apresenta, então, condições de transferência para qualquer outra unidade de saúde, inclusive hospital penitenciário.

Além de responder pelo homicídio de João Gabriel, na 16ª DP (Barra da Tijuca), Bruno figura como autor em dois registros de ocorrência feitos na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá. Após a notícia que ele foi acusado pelo crime por uma jovem de 21 anos, pelo menos 40 mulheres relataram em redes sociais terem sido vítimas de violência sexual pelo modelo.

‘Não é um novato nas sendas do crime’

No mandado de prisão preventiva decretada juíza Maria Isabel Pena Pieranti, do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio, a magistrada afirma que o rapaz “não é um novato nas sendas do crime” e que sua liberdade “comprometeria a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida visa também resguardar a sociedade de condutas que ele possa vir a praticar”. O despacho ainda menciona que ele já foi parado por agentes da Lei Seca três dias antes do acidente, mas a blitz acabou por não ter o efeito didático.

No pedido de prisão, o delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes afirmou que o Relatório de Vida Pregressa do modelo demonstra outras passagens policiais por estupro e estelionato, “razão pela qual se faz necessária sua segregação cautelar, por meio de expedição de mando de prisão preventiva, visando garantir a ordem”. Além disso, ele cita que, ao ser parado pela Lei Seca, Bruno estava sem habilitação, com a mesma moto sem placa e, mais, recusando-se a fazer teste do bafômetro.

“(…) tenho que a liberdade do Indiciado compromete sobremaneira a ordem pública, sendo a sua constrição imprescindível para evitar o cometimento de crimes de idêntica natureza, podendo-se dizer que a medida ora decretada visa, também, resguardar a sociedade de condutas outras análogas que o Representado possa vir a praticar. A situação por ele vivida três dias antes, ao ser parado em uma blitz, não foi suficiente para alertar-lhe dos riscos de direção perigosa e em contrariedade ao que dispõe a lei e o bom-senso. Em outras palavras: não foi o bastante que tivesse sido parado pelos agentes da Lei Seca. Ser pego na situação já descrita não teve qualquer efeito didático. Ao contrário, adotou conduta mais ainda letal, acabando por tirar a vida de um jovem que estava acompanhado de sua mãe, ressaltando-se que Bruno não é um novato nas sendas do crime”, escreveu a juíza.

Horas após o acidente, o delegado Paulo Roberto Mendes Junior, de plantão na 16ª DP, determinou, com a morte de João Gabriel, a remoção do corpo do hospital para o Instituto Médico-Legal (IML), para a realização do exame da necropsia. O sepultamento ocorreu no Cemitério de Irajá, na Zona Norte da cidade, em uma cerimônia que reuniu mais de 100 pessoas, entre as quais colegas de escola e professores.

Médico de famosas recebia R$ 15 mil por dia de Klein para atender garotas

Saul Klein, filho caçula de Samuel Klein, fundador da rede de lojas Casas Bahia, tinha um sítio em Boituva, interior de São Paulo, para realizar suas fantasias sexuais. As informações são do IG.

Como não fazia uso de preservativos, as festas de Saul contavam com equipe médica que avaliava as condições de saúde das jovens que manteriam relações com ele. Ele é conhecido como o “daddy de todos os daddies” (papai dos papais) e oferecia dinheiro para jovens participarem de eventos sexuais no sítio. O local é apenas um dos itens da fortuna de Saul, que possui mais de 61,6 milhões reais.

O empresário foi denunciado por estupro e aliciamento por 14 jovens. Elas apontam que Saul pagava entre 3500 e 5 mil reais por pessoa para participar das festas, que eram organizadas pela agência Avlis. Quem cuidava da equipe médica, composta por ginecologistas, massagistas, dentistas e profissionais de beleza era o cirurgião plástico Ailthon Takishima.

PRF aciona AGU para liberar estradas bloqueadas por caminhoneiros

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou, nesta segunda-feira (31/10), que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para garantir liminares com intuito de cessar os bloqueio de rodovias por grupos bolsonaristas.

De acordo com a PRF, o órgão foi acionado para obter “interdito proibitório na Justiça Federal”. A corporação pede expedição de mandado judicial para acabar com os bloqueios e “garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias brasileiras”.

Segundo a PRF, há atos em 11 estados e no Distrito Federal. Além disso, 63 pontos de bloqueio foram identificados pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Autoria dos atos entre caminhoneiros

As manifestações não foram convocadas por uma organização específica, mas têm sido incentivadas por grupos bolsonaristas nas redes sociais. Segundo a PRF, há bloqueios nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Rodovias do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, de Rondônia, do Pará, de Goiás, São Paulo e do Distrito Federal também foram atingidas.

Uma série de canais foram criados no aplicativo Telegram para convocar atos em todo o Brasil. Os grupos pedem intervenção militar devido ao resultado das eleições.

Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 00h29 de segunda-feira (31/10), Lula venceu as eleições brasileiras com 50,90% dos votos válidos.

O petista bateu o próprio recorde e recebeu o maior número de votos da história do país: 60.345.999. Jair Bolsonaro recebeu 58.206.354 votos e ficou com 49,10%.

Críticas

Associações de caminhoneiros pediram o fim dos bloqueios em rodovias de todo o país. Em vídeo divulgado no Instagram, o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, pediu que os caminhoneiros reconheçam o resultado das urnas. Ele parabenizou Lula (PT), presidente eleito, pela vitória na eleição.

Em nota divulgada nesta manhã, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL) pediu o respeito ao “resultado soberano das urnas”. A organização classificou os atos desta segunda como “antidemocráticos”.

Com documentos falsos, suspeito de estelionato é preso em flagrante pela Polícia Civil

Reider de Freitas Starling usava CNH E currículo no nome de Thiago Junqueira Carneiro, além de um aparente bilhete amoroso

A Polícia Civil do Estado do Pará prendeu, nesta quarta-feira (26), uma pessoa identificada como Reider de Freitas Starling pelo crime de uso de documento falso, em Belém. Ele já era investigado pelos agentes por estelionato e estava na posse de documentações registradas com o nome de Thiago Junqueira Carneiro no ato da prisão em flagrante.

Com Reider, foi encontrada uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), uma passagem aérea comprada para o deslocamento de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para Belém, no Pará, usada pelo acusado, um currículo e um contrato de prestação de serviço por uma empresa. Todos os documentos estavam em nome de Thiago Junqueira Carneiro, mas quem fazia uso dos benefícios era o suspeito.

Além disso, um cartão corporativo para a compra de combustível, uma nota de compra referente a uma televisão e um aparente bilhete amoroso também foram encontrados na posse de Reider. 

O suspeito passou pelas medidas de praxe, foi transferido e apresentado à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Homem que assediou mulher espancada por PM é professor de boxe

Após casal divulgar imagens das agressões sofridas na 6ª, em bar de Samambaia, testemunhas ajudaram no reconhecimento de um dos envolvidos

Após a divulgação de imagens nas mídias sociais das agressões sofridas pela enfermeira Karolayne Santana e pelo empresário Hugo Kaczan, ambos de 27 anos, o casal recebeu informações sobre um dos envolvidos, apontado como o pivô da briga. O caso ocorreu na última sexta-feira (23/9), no bar Villa Butiquim, em Samambaia Sul.

O homem de camiseta cinza que aparece nas imagens importunando sexualmente Karolayne — o que deu origem à briga no bar — é um professor de boxe e trabalhava em uma academia de ginástica em Samambaia.

Em nota de esclarecimento publicada no Instagram nessa segunda-feira (26/9), os responsáveis pelo estabelecimento onde o professor dava aulas comentaram o caso. “Gostaríamos de deixar claro nosso repúdio à situação de agressão física e assédio. Nenhum tipo de violência pode ser tolerada, e o ocorrido vai contra aquilo em que acreditamos. Assim como a Polícia Civil, nós também estamos tomando as medidas cabíveis”, destacaram.

O que deveria ser a noite da comemoração do aniversário de Hugo se tornou uma situação de violência. Ele e a esposa, Karolayne, foram agredidos pelo segundo-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) David Ricardo Lima Nunes, 41, durante uma briga generalizada no bar.

No momento em que o casal sairia do bar, o professor de boxe, amigo do PM, começou a importunar Karolayne. Hugo mostrou o dedo do meio para o assediador, que partiu para cima do empresário.

Após paralisia das cordas vocais, Aline Gotschalg se emociona ao voltar a falar

Aline Gotschalg voltou ao Instagram depois de vinte dias sem se comunicar para celebrar a volta de sua voz. A ex-BBB, que recentemente revelou o tratamento e a cura de um câncer na tireoide, estava enfrentando sequelas da doença como a paralisia das cordas vocais.

“Estou ensaiando essa volta. Não sei como voltar aqui depois de vinte dias sem falar com vocês. Estou conseguindo, a minha voz está voltando, graças a Deus! Ainda estou falando um pouco baixo, soproso (sic). Tem dias em que a minha voz fica mais rouca. Mas fico tão feliz de estar conseguindo falar, emitir sons. Vocês não têm noção do quanto fico emocionada. Foi um processo bem lento e difícil para mim. Mas estou muito feliz”, celebrou.

Empresário Paulista contrata Hacker para investigar traficantes do PCC

Um integrante do grupo Anonymous foi contratado por um megaempresário brasileiro para investigar uma rede de traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa é a primeira vez que se tem conhecimento desse tipo de investigação no país. As quebras de sigilo e interceptações clandestinas foram feitas por conta do envolvimento da mãe do empresário com traficantes da facção criminosa.

O empresário José Lemes Soares é um dos donos do grupo Andorinha e também aparece como sócio das empresas do conglomerado. A Viação Andorinha se tornou conhecida principalmente por conta da rede de ônibus que possui e tem até mesmo entre os sócios um integrante da família Constantino, proprietários da empresa Gol.

Verane Murad Lemes, mãe do empresário, é usuária de drogas desde os 15 anos e já passou por diversas clínicas. A decisão de Lemes de quebrar o sigilo da mãe e colocar escutas em casas onde moram integrantes do PCC ocorreu após ele ter desconfiado que havia um plano para matá-lo.

O hacker contratado foi apresentado ao empresário por meio de um colega russo que conheceu quando morava na Escócia, em uma das escolas frequentadas pelo príncipe da Arábia Saudita e pelo príncipe Charles, da Inglaterra. O integrante do grupo Anonymous, o qual atende por Sacha, trabalhou no serviço secreto da extinta União Soviética e hoje vende serviços de interceptação telefônica em aparelhos criptografados.

Segundo as investigações, o hacker cobrou U$$ 100 mil dólares pelo serviço. O custo real seria de U$$ 500 mil, cerca de R$ 2,5 milhões. O empresário conheceu o hacker pessoalmente em um encontro em um país estrangeiro e após explicar a história, o integrante do Anonymous decidiu reduzir o preço por conta da questão familiar e sua proximidade com o colega do empresário.

A Apple chega a oferecer U$$ 1 milhão, cerca de R$ 5 milhões a quem conseguir hackear um iphone.

Na investigação, José Lemes Soares explica que o contato com o hacker foi devido à proximidade de seu amigo com integrantes da família de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Putin foi integrante da KGB, polícia secreta do período soviético. Durante o hackeamento, foi usado um programa israelense que somente é permitido compartilhamento com autoridades governamentais…

Para proteger a família, a investigação aponta que o empresário gastou cerca de R$ 1,7 milhão com o processo de espionagem, ajuda de policiais civis, seguranças e advogados. Com medo de retaliações, seguranças foram mandados para a casa das irmãs e do pai dele para proteger a família 24 horas por dia.

A identificação e rastreamento da localização de um dos traficantes levou a polícia a realizar uma operação no Jaguaré, na capital paulistana. Durante troca de tiros, o traficante foi morto pela Rota, tropa de elite da Polícia Militar.

Segundo o empresário, as interceptações mostram também que a mãe chegou a comprar a arma de uma traficante, que segundo o empresário, poderia ser usada para matar alguém da família. Uma ação da Polícia Civil conseguiu prender a traficante no instante em que ela saía de casa para entregar a pistola. Na casa da traficante, havia escutas colocadas clandestinamente pelos investigadores privados que mostravam até mesmo exploração sexual infantil.

De acordo com o empresário, ele pretendia interditar a mãe por conta do uso abusivo de drogas, que chegava a quase R$ 20 mil por mês. Em uma das interceptações, a mãe conversa com um traficante dizendo que ela “precisa armar contra ele”. A mãe responde “vou pensar, aí a gente chama os amigos”. Em uma troca de mensagens com outro traficante, a mãe diz que se a “protetiva não sair, vocês vão ajudar a matar meu filho”.

O processo também narra que Verane fez um boletim de ocorrência afirmando que teria sido agredida pelo filho. As escutas revelam que, na verdade, ela forjou as agressões com a ajuda de um segurança para justificar o boletim. Funcionários que trabalham para ela também foram coagidos a depor contra o empresário. O processo ainda corre na justiça. Outras gravações mostram que ela também forjaria as agressões contra outras filhas para não ser internada por conta do vício.

Depois que os traficantes souberam que o empresário os estava investigando, inclusive plantando escutas e monitorando com detetives a rotina deles, ele começou a ser ameaçado. Uma das interceptações mostra um integrante do PCC dizendo que vai matar o pai de José, as irmãs e ele. “O primeiro a subir vai ser o seu pai”.

As escutas revelam até mesmo que quando Verane foi internada, os traficantes chegaram a levar drogas para ela no hospital. A mãe dele negou as acusações de tentativa de homicídio contra o filho. Uma outra filha de Verane falou com a reportagem, mas disse que não iria se manifestar.

Empresário é detido com arma, máscara e muita munição em carro no ES

Fato ocorreu nesta segunda (25). Odorico Donizeth Coelho, de 54 anos, é pai de uma adolescente que levou um tapa no rosto de um PM em 2018, na Serra, durante uma discussão de trânsito

O empresário Odorico Donizeth Coelho, de 54 anos, foi preso em um carro roubado com um verdadeiro arsenal – arma, colete, munições, mira laser, rojões, facão e cassetete – em Ibatiba, no Sul do Espírito Santo, na tarde desta segunda-feira (25). Ele está envolvido em um episódio que ganhou repercussão no Estado em setembro de 2018, quando a filha dele, com 14 anos na época, levou um tapa no rosto de um sargento da Polícia Militar durante uma discussão de trânsito. Na ocasião, que aconteceu em setembro de 2018, na Serra, o homem também foi agredido.

De acordo com a Polícia Militar, os agentes receberam uma denúncia nesta segunda-feira enquanto faziam patrulhamento pela BR 262, no bairro Novo Brasil. A informação era de que as placas que estavam em um carro, que estava sendo guinchado, não conferiam com o modelo do veículo.

Uma equipe foi até o local e descobriu que, na verdade, o carro tinha sido roubado em Vitória no último dia 17. “Durante averiguação, foi encontrado com o passageiro do guincho, que usava um colete balístico, uma pistola de calibre 9 mm, com 15 munições e lanterna e mira laser acopladas, além de mais 54 munições, um carregador de pistola, uma máscara de silicone simulando um rosto de idoso, três lazeres, um cassetete retrátil, uma par de luvas táticas, 11 rojões, um facão, 30 lacres de plástico e um kit de chaves mixa”, detalhou a PM, em nota.

O empresário alegou que andava com o material desde o episódio com a filha, em 2018. “O homem respondeu que após um fato em que sua filha havia sido agredida por um policial militar, ele havia passado a andar de colete e armado, por sua segurança.”

Os agentes conseguiram conversar com o dono do carro, que reconheceu Odorico, dizendo que ele havia cometido o assalto. “Questionado novamente, o suspeito afirmou que estava com todos os materiais ilícitos, pois sua filha havia fugido de casa há sete meses e ele estaria desesperado e tinha recebido informações de que ela estaria no Estado de Minas Gerais, por isso teria roubado o carro com intuito de seguir até lá”, completou a nota.

Odorico foi detido e levado para a Delegacia de Polícia de Venda Nova do Imigrante. A Polícia Civil informou que o suspeito, de 54 anos, conduzido à Delegacia Regional de Venda Nova do Imigrante, foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

Nesta terça-feira (26), em audiência de custódia, Odorico Donizeth Coelho teve a liberdade provisória concedida pela Justiça, mediante pagamento de fiança no valor de R$ 15 mil e cumprimento de outras medidas cautelares. Procurada pela reportagem durante a tarde desta terça, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que ele permanecia preso no Centro de Triagem de Viana. 

A reportagem tenta localizar a defesa do empresário preso.

CASO DA AGRESSÃO EM 2018

À época do episódio das agressões de pai e filha, a Polícia Militar concluiu que o sargento envolvido no caso cometeu crime e deveria ser julgado pela Justiça comum. “O Inquérito Policial Militar (IPM) relativo ao fato foi concluído, com indicativo de crime comum e transgressão à disciplina, e foi encaminhado à Justiça”, informou a corporação, na ocasião.

Paralelamente, a PM ainda prometeu instaurar um procedimento administrativo para apurar a conduta do agente. Na Justiça comum, foi feito um acordo: em outubro de 2020, o processo foi encerrado depois que o militar doou um bebedouro e duas torneiras para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da Serra. 

A reportagem questionou a PM sobre o andamento do processo administrativo instaurado na época. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.