Operação Catilinárias: PF cumpre mandados no Distrito Federal e em sete estados

Brasília – A Polícia Federal está na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, no Lago Sul em Brasília, para cumprir mandados de busca e apreensãoMarcelo Camargo

A Polícia Federal deflagrou hoje (15) a Operação Catilinárias, em conjunto com o Ministério Público Federal. O objetivo é cumprir 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. A finalidade é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), bem como nos estados de São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).

Buscas

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Desde as 6h, agentes cumprem mandados de busca e apreensão na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília e no Rio de Janeiro.

Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.

O nome da operação tem origem nas Catilinárias, que são uma série de quatro discursos célebres do cônsul romano Marco Túlio Cícero contra o senador Catilina.

Veja trecho inicial do discurso:

“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!”

PF prende novo operador e ex-funcionário da Petrobras em nova fase da Lava-Jato

Mandados de prisão e busca estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, Paraná e Bahia

Nesta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Lava-Jato. A Operação Corrosão é a 20ª etapa das investigações e tem como alvo ex-funcionários da Petrobras que teriam recebido suborno em contratos relacionados com as refinarias de Abreu e Lima e de Pasadena. Foi identificado um novo operador financeiro que seria o facilitador para movimentar recursos pagos indevidamentes à diretoria de abastecimento da Petrobras.

São cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. As ações se realizam nos estados do Rio de Janeiro (nas cidades de Rio Bonito, Rio de Janeiro, Petrópolis e Niterói) e na Bahia, em Salvador.

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Duas pessoas foram conduzidas à sede da Superintendência da PF no Rio de Janeiro, na Praça Mauá, região central da capital fluminense, por volta de 9h. O jornal Folha de S. Paulo informou que seriam Nelson Martins Ribeiro (apontado como novo operador do esquema de corrupção na Petrobras) e o ex-funcionário da estatal Roberto Gonçalves.

– Foi um péssimo negócio em que muitos se beneficiaram – disse, em coletiva de imprensa, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima sobre a compra de Pasadena.

Cinco ex-funcionários foram conduzidos para prestar depoimento: Rafael Mauro Comino (ex-gerente de inteligência da Área Internacional), Luis Carlos Moreira da Silva (sucessor de Pedro Barusco na gerência executiva da diretoria Internacional), Cezar de Souza Tavares, Carlos Roberto Barbosa e Aurélio Oliveira Telles (ex-funcionários da diretoria Internacional).

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Os presos na operação – que responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes em apuração – serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba ainda nesta segunda-feira.

Quem são os dois presos

Nelson Martins Ribeiro, segundo a Folha de S. Paulo, foi proprietário de casa de câmbio no Rio de Janeiro e operou para diversos funcionários da Petrobras, principalmente, por meio de contas no Exterior. A PF indica que ele intermediou o pagamento de US$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa.

Já Roberto Gonçalves é investigado por suspeita de irregularidades na compra de sondas na obra da Comperj, refinaria do Rio de Janeiro.

Ex-vereador de São Paulo é preso na 18ª fase da Lava Jato

A operação ‘Pixuleco II’ mobilizou cerca de 70 policiais e cumpre um mandado de prisão temporária e 10 de busca e apreensão em quatro estados do país.

Curitiba – A Polícia Federal cumpre desde o início da manhã de hoje (13) um mandado de prisão temporária e dez de busca e apreensão na 18ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco II, termo usado em alusão ao recebimento de propina por investigados na operação. Os mandados estão sendo cumpridos em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

O mandado de prisão temporária é contra o advogado e ex-vereador do PT em Americana (SP) Alexandre Oliveira Correa Romano. O ex-vereador já foi detido e será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.

De acordo com a Polícia Federal, o foco dessa nova fase da Lava Jato é o cumprimento de medidas cautelares contra um operador, identificado após a 17ª fase da operação, em que foi preso o ex-ministro José Dirceu.Segundo investigações, esse operador, seria responsável por arrecadar “valores ilícitos” de mais de R$ 50 milhões em contratos de crédito consignado no Ministério do Planejamento.

Segundo a PF, pessoas que operavam empresas de fachada confirmaram o recebimento de propina do operador.

Confusão entre público e privado

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou ontem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de confundir o público com o privado ao utilizar a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar anular provas recolhidas contra ele no sistema de informática do Congresso, durante as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Segundo Janot, “sob o parco disfarce da defesa de prerrogativa institucional”, Cunha pediu que a AGU questionasse no Supremo Tribunal Federal (STF) ação de procuradores que copiaram material do sistema de informática da Câmara.

O procurador-geral encaminhou ontem ao Supremo a resposta ao pedido da Câmara por meio da AGU, para anular provas colhidas contra Cunha.