DOEPE 27/08/2015 - Pág. 16 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
16 – Ano XCII • N0 161
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 27 de agosto de 2015
AGRESTE MERIDIONAL
IPA apoia fortalecimento da produção
de semente crioula em Pernambuco
Marina Lima
Com o intuito de ampliar a oferta de sementes crioulas de feijão no Agreste Meridional pernambucano, o
Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, vem orientando um grupo de 114 agricultores ligados a
Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar - Coopaf, nos municípios de São João, Jupí e Calçados.
proposta visa trabalhar a multiplicação dessas sementes - que
não passam por transgenia nem
processos de modificação genética - a fim de tornar a cooperativa apta a
produzir em escala comercial.
Para isso, a cooperativa já deu o primeiro
passo: recebeu o certificado do Cadastro Nacional de Entidade Produtora de Semente Crioula, fator que torna a Coopaf apta a desenvolver as atividades de identificação e cadastro de cultivares locais, tradicionais ou crioulas, conforme norma prevista na Portaria no
51 do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e no Manual de Crédito Rural 1610. A próxima etapa é obter o Registro das
Cultivares Crioulas, exigido pelo Sistema do
Seguro de Agricultura Familiar Executiva da
Agricultura Familiar - Seaf, para comercialização dessas sementes.
De acordo com a gerente do Departamento
de Negócios Tecnológicos do IPA, Luciana
Sartori, o Instituto tem orientado a cooperativa neste processo de obtenção do Certificado
e na caracterização das cultivares crioulas,
trabalho desenvolvido pela pesquisa em parceria com as atividades de assistência técnica.
Se a Coopaf seguir corretamente as orientações do IPA, a partir de 2016, já estará pronta
para comercializar nos mercados institucionais, como o PAA Sementes.
O extensionista do IPA, Pedro Balensifer,
destaca que o Agreste Meridional é a maior
região produtora de feijão no Estado. “Ao todo, onze municípios compõe o Território Produtivo do Feijão nessa região, responsável pela geração de emprego e renda dos produtores
locais. Além viabilizar o resgate da biodiversidade, a produção de sementes crioulas dispõe de grande potencial para o desenvolvimento de variedades adaptadas a sistemas de
produção com baixa utilização de insumos e
de recursos naturais”, explicou Balensifer.
As sementes denominadas crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, assentados
da reforma agrária ou indígenas. A conservação delas faz parte de uma campanha mundial
de soberania dos povos quanto à posse de
suas sementes, como estratégia de segurança
nacional. Os bancos de sementes são uma importante estratégia para que os agricultores tenham acesso a estas cultivares.
A ação está sendo coordenada pelas pesquisadoras Luciana Sartori e Regina da Rosa,
pelo supervisor de produtos vegetais Waldemar Araújo, e pelos extensionistas Pedro Balensifer, Joseval Silva e Josias Calado. Participaram também do encontro representantes
SEAF, UFRPE, Sebrae e Prorural.
FOTO: ADRIANO MANOEL/IPA
A
FOTO: DIVULGAÇÃO/IPA
PESQUISADORA do IPA,
Luciana Sartori (centro),
orienta agricultores do
Agreste Meridional, maior
região produtora de feijão
no Estado. As sementes
crioulas não passam por
transgenia nem
processos
de modificação
genética