DOEPE 03/09/2016 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIII • N0 166
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 3 de setembro de 2016
“A CIDADE, AS RUÍNAS E DEPOIS”
Exposição sobre a urbes
ocupa a Torre Malakoff
Ascom. Sec. Cultura
A mostra que chega à Torre Malakoff, neste mês de setembro, reúne obras de três jovens
artistas de fora do Estado que perpassam as inquietações experienciadas no ambiente urbano.
FOTOS: DIVULGAÇÃO/FUNDARPE
rganizada pelo Ministério da Cultura e a Funarte, em parceria com
a Secult-PE e a Fundarpe, a mostra “A cidade, as ruínas e depois” retrata, através dos
trabalhos dos artistas Andrei Thomaz, Daniel Escobar e Marina Camargo, a transformação das urbes e
o momento particular vivido pelas
cidades brasileiras após anos de
crescimento econômico e décadas
de processamento do legado modernista. O vernissage do projeto,
que fica em cartaz no espaço até o
dia 18 de outubro, acontece na próxima terça-feira (6), às 19h.
Na exposição, o trio lança seu
olhar sobre espaços que sofreram
diversas transformações nos últimos anos (especulação imobiliária, caos na mobilidade, disputas de
território) e que, agora, sentem os
efeitos da crise econômica. A
viabilidade da mostra se deu através
do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2015 – Espaços Norte/
Nordeste. Segundo o curador, o
pensamento que norteia a exposição é a metabolização dos espaços
urbanos nas grandes metrópoles
brasileiras. “Repensar os espaços
urbanos é um dos principais desafios do mundo contemporâneo. E a
arte, em especial a sensibilidade de
jovens artistas, pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo de
modelação e reconstituição das cidades, que passam atualmente por
um momento de grandes transformações”, disse a presidente da Fundarpe, Márcia Souto.
Andrei Thomaz, Daniel Escobar e Marina Camargo têm Porto
Alegre como referência, ainda que
tenham vivido em outras cidades e
tenham percursos artísticos marcadamente distintos. Atualmente,
Andrei Thomaz vive em São
Paulo, Daniel Escobar em Porto
Alegre, e Marina Camargo entre
Porto Alegre e Berlim.
O
O PROJETO - Ao idealizarem
esse novo projeto, o segundo do
trio – que desenvolveu em 2010
um outro, intitulado Lugares e Re-
A EXPOSIÇÃO vai
apresentar tanto obras
individuais, como outras
realizadas em parceria,
especialmente para o
projeto, dos artistas
Andrei Thomaz, Daniel
Escobar e Marina
Camargo. A viabilidade
da mostra se deu através
do Prêmio Funarte de
Arte Contemporânea
2015 – Espaços
Norte/Nordeste
presentações –, eles buscaram um
espaço urbano novo, onde ainda
não tivessem atuado e que estivesse fora do eixo habitual das mostras no País. “Nenhum de nós tinha muito contato com o Recife”,
diz Andrei Thomaz. “Para mim, há
várias razões nessa escolha. Uma
delas é por ser uma cidade que me
parece ter um paralelo com Porto
Alegre, não por semelhança, mas
por serem duas cidades com uma
vida cultural ativa e fora de um
eixo da região Sudeste”, complementa Marina Camargo.
Além disso, a capital pernambucana tinha um espaço interessante e parceiro da Funarte, a
Torre Malakoff, edifício que possui um observatório astronômico e
que durante muito tempo ofereceu
um mirante para a cidade do
Recife. “O fato do Recife viver
um momento especial, no qual a
problematização das questões da
urbe estão em foco, através, por
exemplo, do movimento “Ocupe
Estelita”, também reforçou essa
seleção. Não à toa, Recife é o cenário de “O Som ao Redor, filme
emblemático do quanto nossas
cidades ainda são carregadas por
estruturas sociais da época da colonização, ao mesmo tempo que
sofrem o efeito da especulação
imobiliária”, diz Andrei Thomaz.
O trio criou o aplicativo “As ruínas e depois”, uma espécie de guia
sonoro da exposição e documentação visual da mesma, que estende sua abrangência para além do
espaço expositivo.
O projeto contempla dois encontros com o artista Andrei Thomaz e com o curador Márcio Harum, um no Recife, na própria
Torre Malakoff, no dia 20 de outubro, e outro em Olinda, no Atelier
Mutirão de Cultura, no dia 21. A
proposta é conversar com os artistas e com o público locais abrindo
o debate sobre as questões levan-
tadas pela mostra e ao mesmo
tempo se aproximar um pouco
mais da realidade e contexto da cidade. Também será produzida
uma oficina com até 15 professores da rede pública, com o objetivo de preparar e discutir atividades didáticas, que possam ser desenvolvidas em sala de aula, relacionadas aos temas e trabalhos
presentes na exposição. Ao final,
um catálogo com imagens das
obras e da exposição montada,
com texto crítico de Cristiana Tejo, do curador e da coordenadora
do projeto educativo será lançado
e distribuído para instituições culturais e disponibilizado em PDF,
no site da mostra: www.acidade
asruinasedepois.art.br