DOEPE 08/06/2017 - Pág. 22 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
22 - Ano XCIV• NÀ 106
Diário Oficial do Estado de Pernambuco - Poder Executivo
Recife, 8 de junho de 2017
MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
Companhia Petroquímica de Pernambuco
CNPJ Nº 07.986.997/0001-40 - EMPRESA DO SISTEMA PETROBRAS
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
PETROQUÍMICASUAPE 2016
Desempenho Econômico-Financeiro
Senhores Acionistas,
Receita de Vendas
A Administração da Companhia Petroquímica de Pernambuco - PetroquímicaSuape submete à sua apreciação o presente Relatório
da Administração e as Demonstrações Contábeis do exercício de 2016 e suas notas explicativas, acompanhadas do Relatório dos
Auditores Independentes.
As vendas proporcionaram uma receita bruta de R$ 1.131 milhões, 3% superior quando comparada ao exercício de 2015 (R$ 1.102
milhões). A receita operacional líquida foi de R$ 1.022 milhões, crescendo 2% em relação a 2015 (R$ 1.005 milhões). Cabe destacar
o aumento de 17% nas vendas do mercado interno, principalmente para a CITEPE (aumento de 91%), em detrimento das exportações
que carregam uma margem menor.
1-
A PetroquímicaSuape
2016
2016
A Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) foi fundada em 11/04/2006. Inicialmente, constituía-se em uma
sociedade entre a Petrobras Química S.A. (Petroquisa), com 50% e a CITENE, formada pela Vicunha e FIT, que detinha os outros
50% do capital acionário. Em setembro de 2008, durante a crise financeira mundial, a CITENE desistiu do negócio e a Petrobras
assumiu a totalidade das ações e se tornou a única proprietária da Companhia. A construção da planta de PTA foi iniciada em 2008
e o início das operações ocorreu em março de 2013. Projetada para uma capacidade nominal de 640 Mil Toneladas/ano (KTa),
a planta é única na América do Sul.
O produto da PetroquimicaSuape é o Ácido Tereftálico Purificado (PTA). Esse produto é o resultado da oxidação controlada do
paraxileno e se constitui na matéria prima básica da cadeia do poliéster. Suas principais aplicações são na indústria de filamentos de
poliéster (têxteis) e na indústria de embalagens (PET). Também tem aplicações na indústria de tintas e filmes plásticos, com diversos
usos. A figura abaixo mostra de forma sintética o processo de produção do PTA.
Processo sumarizado de produção do PTA
Vent Gás para atmosfera
Oxidação
Oxidação
Paraxileno
Ácido Acético
Catalizador
Ar
dddd
Separação
de CTA
Oxidação
Solvente
/Catalizador para
Reciclo
Corrente para Estação de Tratamento de Resíduo/Água
Cristalização
Secagem e
Separação de PTA
PTA
Resíduo de CTA para venda
Oxidação
Fonte: Invista
A PetroquímicaSuape constitui, juntamente com a Cia Integrada Têxtil de Pernambuco (CITEPE) o Complexo PQS, instalado em uma
área de 68,6 ha do Complexo de Suape, em Ipojuca, Pernambuco.
O complexo petroquímico foi concebido para ser um projeto integrado, ou seja, a planta de PTA forneceria matéria prima para as
etapas seguintes da cadeia do poliéster - Filamentos (POY e DTY) e Resina PET, plantas industriais abrigadas societariamente na
CITEPE. Entretanto, por questões de restrições de investimento do acionista, a planta de filamentos (POY) não foi concluída, ficando a planta de PTA sem parte de seu mercado cativo. A planta de PTA tem, dessa forma, grande capacidade de fornecimento ao
mercado brasileiro, mas tem operado com alta ociosidade.
O mercado brasileiro consumiu em 2016 cerca de 680 mil toneladas de PTA, que foi majoritariamente destinado à produção de resina
PET. O gráfico a seguir mostra a evolução do mercado brasileiro de PTA desde o início da produção da PetroquímicaSuape em 2013.
Evolução Mercado Brasileiro de PTA (em KT)
Receita Líquida
Mercado Externo
Em 2016, as vendas de PTA da PetroquímicaSuape alcançaram 414 KT de PTA. O consumo brasileiro desse produto também
aumentou 21%, comparado com o ano anterior, função das exportações crescentes de resina PET.
A PetroquímicaSuape comercializou 414 mil toneladas de PTA em 2016, volume 2 % maior do que em 2015. Desse total, 10 mil
toneladas são referentes à exportação (2%), tendo a Argentina como principal destino.
O gráfico a seguir mostra, de forma resumida, a distribuição das vendas de PTA da PetroquímicaSuape pelos principais clientes.
Importante notar a grande participação da CITEPE nesta parcela, com 54 % (223 KT) do volume consumido.
998
98
17
24
2
Receita Líquida
(R$ mil)
%
850
85
-85
155
15
2
1.005
Custo das Vendas
O custo do produto vendido (CPV) da Companhia em 2016 foi R$ 1.043 milhões, 3% inferior ao ano anterior (R$ 1.092). Esta redução,
apesar do aumento do volume de vendas, deveu-se, principalmente, a ganhos de eficiência em relação ao ano anterior, que, mesmo
ainda não tendo atingido os índices de referência, proporcionaram um consumo menor de matérias primas, insumos e energia na produção do PTA, devido ao fator de carga operacional maior. O cenário de melhor desempenho operacional associado à redução das
exportações, refletiu-se positivamente na margem de contribuição do período. Além disso, ganhos com a otimização de gastos fixos
ligados à produção e à redução da ociosidade, contribuíram significativamente na queda do custo do produto, que ainda contou com
a redução da depreciação, ajustada pela baixa por impairment ocorrida no final de 2015 e no terceiro trimestre de 2016.
Com isto, o prejuízo bruto da Companhia foi de R$ 21 milhões, 76% menor que o apontado em 2015 (R$ 87 milhões).
Despesas Operacionais
As Despesas Operacionais (Vendas, Gerais e Administrativas e Outras Despesas Operacionais) em 2016 apresentaram um montante
de R$ 1.236 milhões, 147% maior se comparadas a 2015 (R$ 501 milhões). Expurgando o efeito do impairment nas Despesas
Operacionais, o aumento cai para 18% nestes gastos em relação a 2015, resultante, principalmente, do aumento dos gastos com projetos sociais e paradas programadas da planta, atenuados pela redução no gasto com frete (diminuição acentuada das exportações).
EBITDA
O retorno antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi negativo em R$ 36 Milhões em 2016 ante um valor negativo de R$ 67 Milhões em 2015 (uma melhoria de 46%). Em termos relativos, observou-se também uma queda expressiva do efeito
negativo do Ebitda de 2016, representando -4% da receita líquida do ano, ao passo que em 2015 esta proporção era de -7%. Esta
melhoria foi devida ao aumento das atividades, que proporcionaram ganhos de eficiência operacional e à redução de gastos da
Companhia. Mesmo com a melhoria apontada, a Companhia ainda não gera caixa positivo, pois este indicador é fortemente impactado pelo nível de utilização operacional da planta.
Prejuízo Líquido
Resultado Financeiro
Depreciação e Amortização
Ebitda Básico
Perda no valor recuperável dos ativos - Impairment
Margem do Ebitda (%)
Desempenho Comercial
?%
1.022
Ebitda Ajustado
Como se pode ver, a participação da PetroquímicaSuape no mercado brasileiro tem crescido ao longo dos últimos anos, mas o
volume importado ainda é muito significativo (cerca de 40 % ou 265 KT em 2016). Inclusive, o volume importado de PTA cresceu 15
% em 2016, comparativamente a 2015.
Esse volume é, quase em sua totalidade, importado do México, com alíquotas do Imposto de Importação (II) zeradas (0 %). Ao contrário do que se poderia imaginar, não se trata de uma questão de preços, já que os do PTA produzido pela PetroquímicaSuape são
extremamente competitivos com o produto importado. Grande esforço tem sido dispendido nos últimos anos para preencher esse
espaço hoje ocupado pelo produto importado, já que a elevação do fator de utilização da planta de PTA resolveria os problemas de
sustentabilidade econômica dessa.
%
(R$ mil)
Mercado Interno
2015
2015
2016
2015
(R$ mil)
(R$ mil)
?%
-1.405
-808
74
148
220
-33
90
109
-17
-1.167
-479
144
1.131
412
175
-36
-67
-46
-4
-7
Resultado Financeiro
O resultado financeiro líquido apresentado em 2016 foi uma despesa de R$ 148 milhões, comparativamente a uma despesa de
R$ 220 milhões em 2015 (queda de 33%). Esta redução é decorrência da Companhia possuir exposição líquida ao Dólar (importações, exportações e empréstimos de Capital de Giro), portanto, quaisquer mudanças no câmbio afetam o resultado financeiro contábil. Em 2016, a relação Real/Dólar apresentou uma tendência de queda, enquanto em 2015 ocorreu uma tendência de alta. No final
de 2016, o saldo de exposição em moeda estrangeira reduziu-se em 26%, comparativamente ao ano anterior, contribuindo para um
resultado financeiro melhor.
Prejuízo líquido e Estrutura de Capital
Em 2016, o resultado Líquido foi negativo em R$ 1.405 milhões, 74% maior que o observado em 2015 (R$ 808 milhões), explicado,
principalmente, pelo aumento das baixas com impairment. Ou seja, expurgado o efeito do impairment, o resultado líquido de 2016
seria 31% melhor se comparado com 2015, devido principalmente, à melhoria apresentada no resultado financeiro e no EBITDA.
Neste cenário ainda de forte pressão de caixa, a Companhia aumentou acentuadamente o seu grau de endividamento oneroso, de
74% para 115% do total de origens de capital em 2016, reflexo da redução significativa do capital próprio, com o advento de um novo
prejuízo (Patrimônio Líquido a descoberto).
Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional
Em 2016 seguimos com forte atuação na área de SMS, sendo este o valor primeiro da Companhia. Tivemos uma significativa redução
dos indicadores de acidentes, com e sem afastamentos. Se comparado com os resultados de 2013, início de operações da planta, a
redução chega a ser de sete vezes. Os resultados são fruto do comprometimento dos empregados com a segurança individual e com
as atividades que desempenham e do compromisso gerencial, nos vários níveis, no sentido de disseminar programas de prevenção
e cobrar conceitos, práticas e comportamentos.
Também em 2016 foi obtida a recomendação de manutenção das certificações das ISO 9001 e 14001, condição essa que coloca a
PetroquímicaSuape em um seleto grupo de empresas com a chancela de possuir um sistema de qualidade que garante produtos conformes, com processos focados na satisfação dos clientes e que tem uma gestão ambiental responsável e em dia com as melhores
práticas da indústria.
Os gráficos a seguir demonstram os resultados obtidos em relação aos principais indicadores relativos à segurança operacional.
A Taxa de frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) mede a quantidade de acidentes com afastamentos por Milhão de
Homens Hora de exposição ao risco.
Evolução TFCA - Acumulado no ano
Exportação; 2%
Outros; 8%
Cliente A; 36% CITEPE; 54%
A Taxa de Ocorrências Registráveis (TOR), gráfico a seguir, mede a soma das taxas de acidentes com afastamento (TFCA) com a
Taxa de acidentes sem afastamentos (TFSA), ambas referenciadas a número de eventos por Milhão de Homens Hora de exposição
ao risco.