DOEPE 16/09/2017 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 16 de setembro de 2017
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCIV • N0 175 – 3
EMPREENDEDORISMO
Estudantes e professores da EREM
Regina Pacis criam biodigestor
F OTO : D IVULGAÇÃO /SEE
Famílias estão se inspirando no projeto da escola para economizar
m projeto sustentável da
Escola de Referência em
Ensino Médio (EREM)
Regina Pacis, localizada em Santa
Cruz da Baixa Verde, Sertão do
Estado, está mudando a vida dos
moradores da zona rural do município. Professores e estudantes
criaram um biodigestor artesanal na
escola e estão inspirando famílias da
região. O equipamento foi apresentado à comunidade no mês de agosto, durante uma mostra de ciências.
A ideia surgiu da professora de
história e geografia da escola,
Kilma Diniz. Ao notar o aumento
no preço do gás de cozinha, ela
pensou em uma alternativa sustentável e econômica para as
famílias dos estudantes. “Foi
quando olhei dicas na internet de
como fazer um biodigestor com
materiais que normalmente temos
em casa”, conta. Em maio deste
U
ano, o projeto foi apresentado à
professora de biologia, Valcilene
de Souza, que convocou estudantes
e tirou o plano do papel e o colocou
na prática.
Cerca de 10 estudantes participaram da criação do projeto, que
atualmente está em fase de experimentos no terreno da escola.
Para que tudo isso acontecesse, o
grupo construiu um tanque de
concreto - que serve para colocar
excrementos de animais e restos de
comida – ligado por cano a uma
caixa d’água, onde fica retido todo
o gás dessa decomposição. Esse
gás pode ser utilizado para alimentar um gerador, aquecedor e
preparar alimentos por meio do
fogão. O resíduo líquido final
desse processo serve como adubo
para a horta da escola.
Para que tudo ocorra com segurança durante os experimentos, nós
O BIODIGESTOR foi apresentado na IV Expobio - feira de ciências da
escola - para as unidades de ensino do entorno e moradores, e até o
momento duas famílias já construíram o equipamento em suas casas
contamos sempre com a presença
dos alunos que fizeram curso no
Corpo de Bombeiros”, detalha
Valcilene. Ainda segundo ela, o
custo total do biodigestor artesanal
foi de aproximadamente R$
200,00. A potência dele ainda é
fraca, não dá para abastecer o
fogão utilizado no preparo das
merendas, mas toda a comunidade
escolar está engajada para aprimorar o equipamento. “É um valor
acessível para as famílias da zona
rural. Se a gente for comparar com
toda a estrutura e mão de obra
profissional, duzentos reais é muito
baixo”, completa.
O biodigestor foi apresentado na
IV Expobio - feira de ciências da
escola - para as unidades de ensino
do entorno e moradores, e até o
momento duas famílias já construíram o equipamento em suas casas. “É uma grande experiência profissional e educativa que está mudando vidas e mostrando aos alunos
uma forma alternativa de se conseguir biogás”, acredita Valcilene.
Estudantes de nutrição e dietética recriam receitas
com baixo valor calórico para o MasterETE
O projeto está em sua primeira edição e foi realizado por estudantes dos 20 anos
da ETE José Humberto de Moura Cavalcanti, em Limoeiro
F OTO : G IL M ENEZES
Os estudantes do 20 ano do curso
de Nutrição e Dietética da Escola
Técnica Estadual (ETE) José
Humberto de Moura Cavalcanti,
localizada em Limoeiro, levaram
para a prática o que aprenderam em
sala de aula na disciplina de
Técnicas Culinárias e Gastronômicas. Divididos em equipes, eles
realizaram o MasterETE, projeto
gastronômico onde os estudantes
recriaram sobremesas transformando-as em receitas de baixo valor
calórico ou funcional.
Palha italiana, brigadeiro de biomassa da banana verde e torta
holandesa foram alguns dos pratos
analisados pela comissão julgadora
formada por professores e exprofessores da instituição. “A gente
se vê realizado, o que foi planejado
está sendo concretizado através de
projetos como esse. Fico bastante
orgulhoso quando vejo esses momentos. Eles se saíram muito bem
em todos os requisitos exigidos e
isso foi um ganho muito positivo,
tanto para a escola quanto para os
estudantes”, declara o professor e
nutricionista, José Rodrigues.
No curso, os estudantes aprendem sobre métodos de higiene, conservação de alimentos, armazenamento, manipulação, cocção, trocas
para melhorias da receita e técnicas
gastronômicas. “Queria colocar em
prática o que eles vivenciam no dia
a dia, despertar as habilidades que
eles possuem utilizando o que foi
aprendido e usar isso para tentar inovar nos pratos com o objetivo de melhorar o valor calórico. O resultado
foi espetacular”, fala Janaina Bione,
professora orientadora do projeto.
OS ESTUDANTES realizaram o MasterETE, projeto gastronômico
onde recriaram sobremesas transformando-as em receitas
Para Yasmin Vitória, o projeto a muito bom participar, descobrir
ajudou bastante a despertar ainda como podemos transformar o alimais o seu lado gastronômico. “Foi mento e deixando-o mais saudável,
principalmente com o uso da
matéria prima da nossa região, que é
a banana. Isso me encantou”, diz a
estudante que integrou a equipe que
preparou o brigadeiro de biomassa
de banana. “Uma experiência nova,
me ajudou muito em relação a
escolher uma profissão. Cada
trabalho do curso eu sinto que estou
no caminho certo”, fala Maria
Eduarda que junto com sua equipe
recriou a torta holandesa.
Na última sexta-feira (15), as
turmas apresentaram seus pratos.
“O que acho mais interessante é a
capacidade que eles têm de reconhecer que são capazes. O aluno
bem orientado produz melhor e estes meninos estão nos surpreendendo a cada apresentação. Todos estão
de parabéns”, pontua a gestora da
unidade de ensino Carina Falcão.