DOEPE 03/10/2017 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 3 de outubro de 2017
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCIV • N0 186 – 3
MERCADO DE TRABALHO
SEMPETQ lança projetos de inclusão do
público LGBT ao mercado de trabalho
omo forma de apoio e incentivo à profissionalização
e inserção da comunidade
LGBT de Pernambuco ao mercado
de trabalho, a Secretaria Estadual da
Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação (Sempetq) lançou os Projetos Pesquisa Empresa
e Trabalho Comunica. A iniciativa
visa criar uma linha de comunicação direta com entidades de
representação da comunidade
LGBT no Estado de Pernambuco
e identificar empresas que desenvolvem ou estejam interessadas
em desenvolver políticas de
acolhimento deste público em
seus quadros funcionais assim
como estimular novas parcerias
com instituições interessadas em
adotar essa cultura de inserção.
Os projetos serão desenvolvidos
em parceria com a coordenação
LGBT da Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Social, Criança
e Juventude (SDSCJ) e com o
Centro Estadual de Combate à Homofobia de Pernambuco (CECH).
O psicólogo da Agência do Trabalho da Boa Vista, Evandro Viana,
explica que o Projeto Pesquisa
Empresa é responsável por levar
treinamentos, capacitações, palestras e oficinas para as empresas que
adotam ou pretendem adotar este
tipo de acolhimento. Também tem o
intuito de oferecer subsídios para
construção do selo da diversidade
em Pernambuco. “Algumas empresas ainda precisam amadurecer para
lidar com questões de gênero e
sexualidade. Nossa proposta é levar
um conhecimento especializado
com a finalidade de provocar essa
Três vezes por semana, os
adolescentes da Casa de Semiliberdade (Casem) Caruaru vêm
se reinventando e transformando pequenos itens em belas
peças no curso de Confecção de
Bijuterias, oferecido em parceria com a Casa das Juventudes, Programa do Governo do
Estado em parceira com o município. São, ao todo, 36 horas/
aula, que seguem até 10 de
outubro, sendo ministradas pela
professora Jane Maciel.
Juntamente com adolescentes
da comunidade, eles trabalham
na produção de brincos, colares
e pulseiras. “Fiquei surpresa
com a dedicação deles porque
essa atividade normalmente é
rodeada de preconceito por parte
dos meninos. Mas eles estão
desenvolvendo todo o trabalho
sem nenhum problema”, destacou Jane Maciel.
O cuidado com os detalhes e
a aplicação de técnicas mais
elaboradas faz toda a diferença
no resultado final das peças,
agregando mais valor de
venda. “Estas atividades além
de garantir uma renda para
estes jovens, assim prepará-los
para o mundo do trabalho,
também os coloca como sujeito
no seu processo socioeducativo”, enfatizou a coordenadora geral interina da Casem
Caruaru, Maria Elizabete Nunes de Azevedo.
C
maturação social para a construção
de políticas de inclusão no enfrentamento de conflitos gerados pela
lgbtfobia”, enfatizou.
Já o Projeto Trabalho Comunica
cria uma linha de comunicação
direta com entidades e órgãos de
representação social da comunidade
LGBT pernambucana. Serão divulgadas diariamente, por email, ações
desenvolvidas para este público,
além de vagas de emprego ofertadas
pelas Agências do Trabalho em todo
o Estado. O evento contou com a
presença de representantes da
Sempetq, da coordenação LGBT da
Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco (SDSCJ), do Movimento
Ser Coletivo, e da Nova Associação
de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Natrape).
“Estes projetos chegaram numa
excelente hora, pois a comunidade
LGBT, mais especificamente o
público trans, sofre muito com a
exclusão social e vulnerabilidade,
estando 96% deste pessoal no
mercado informal, vivendo da
prostituição ou dependendo de
algum meio de renda que desqualifica o cidadão. Tudo por não ter
a oportunidade de estar no
mercado formal, com carteira
assinada e com todos os direitos
garantidos”,
comemorou
a
presidente da Natrape, Heymilly
Maynard.
Para o representante do movimento Ser Coletivo, Diego
O’neal, o projeto representa o
grito da comunidade LGBT para a
falta de oportunidades no mercado
de trabalho. “Projetos como estes,
lançados na Agência do Trabalho,
permitem que divulguemos a
iniciativa do atual Governo em
querer implementar políticas
públicas voltadas para a população LGBT de Pernambuco e
garantir o direito deles a estes
serviços”, destacou. “Nossa coordenadoria surgiu para promover
esse diálogo e atender os anseios
da população LGBT de Pernambuco. Para nós é extremamente
importante fazer essa parceria
com a Sempetq”, disse a representante da coordenação LGBT da
SDSCJ, Iris de Fátima. Outras
informações podem ser obtidas no
setor de psicologia da Agência do
Trabalho da Boa Vista pelo
número (81) 3183-7059 ou presencialmente de segunda a sextafeira, das 8 às 16h.
QUEBRANDO PRECONCEITOS, ADOLESCENTES TRABALHAM NA CONFECÇÃO DE BIJUTERIAS
F OTO : F ERNANDO P ORTTO
Reeducandas realizam cursos e conquistam mercado de trabalho
F OTO : F ERNANDO P ORTTO
Depois de cumprirem pena em
unidades prisionais, as mulheres
que progridem para o regime aberto
ou livramento condicional em Pernambuco estão aos poucos buscando qualificação e se inserindo no
mercado de trabalho, através de parcerias realizadas pelo Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de
Justiça e Direitos Humanos (SJDH).
No total, 803 mulheres são atendidas pelo Patronato Penitenciário,
onde recebem o acompanhamento
de processos, atenção psicossocial,
pedagógica e inclusão produtiva.
Do montante, 229 estão trabalhando, sendo 147 através de parcerias
com empresas públicas e privadas.
Os cursos de qualificação ofere-
cidos pelo órgão facilitam a busca
pelo emprego. Este ano foram reali-
zados: Mecânica de Moto, Pedreiro
e Gesseiro, através de parceria com a
Associação Brasileira de Desenvolvimento Social e Econômico
(ABDESM), oriundos de emendas
parlamentares, além de Pintura Predial, Técnica em Vendas, entre outros.
Maria Jesuíta Cruz, 60, passou
seis anos entre a Colônia Penal Feminina do Recife e a Colônia Penal
Feminina de Abreu e Lima (CPFAL)
e acabou de concluir os cursos de Pedreiro e Gesseiro. “Eu quero é ter informação e um aprendizado muito
grande. Quero mudar minha vida”, diz.
É o que deseja também um grupo
de 12 mulheres que trabalham no
projeto “Recosturando o futuro”, do
Instituto Travessia, em Boa Viagem.
Elas costuram roupas de cama, mesa e banho, e pelo serviço recebem
um salário mínimo (R$ 937,00),
mais ticket refeição e vale transporte.
Outros dois exemplos de mulheres que desejam um futuro melhor depois do cárcere são Rimela
Nabor e Bruna Nascimento. As duas
trabalham numa padaria na Região
Metropolitana do Recife. “Queremos voltar a estudar, continuar
trabalhando ou até colocar o próprio
negócio”, revelam.
As reeducandas também são
encontradas na fábrica de bicicletas
Zummi, onde atuam na área de
montagem; na Pórtico, em Boa
Viagem, em serviços gerais; Emlurb,
com varrição e manutenção da limpeza urbana da cidade; e na Algo
Bom, fábrica de pano de chão.