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Recife, 9 de novembro de 2017
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCIV • N0 210 – 5
AGENTE DO BEM
Comerciante salva iguana de
cativeiro e entrega animal à CPRH
Assessoria CPRH
Réptil, aparentemente prestes a colocar ovos, foi encaminhado ao Cetas
Tangara, onde será tratado e, em breve, devolvido à natureza.
iniciativa do comerciante Paulo
Pedro da Silva, 48 anos, morador
do bairro da Guabiraba, Zona
Norte do Recife, foi fundamental
para que uma iguana tenha a garantia de
recuperar em breve a liberdade. Durante
caminhada pelo bairro, ele cruzou com um
adolescente carregando o réptil preso pelo
pescoço por fios de nylon. Perguntou para
onde o rapaz ia levá-lo e a resposta indignou
o comerciante. “Ele me disse que pretendia
vender a iguana por R$ 15 para alguém que
quisesse criá-la. Ofereci R$ 10 para salvá-la
do cativeiro. Ele terminou aceitando e eu
vim deixar o animal”, resumiu Paulo Pedro,
ao fazer a entrega voluntária à Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), em Casa
Forte, no final da manhã.
O encontro inusitado ocorreu nas proximidades do Centro de Treinamento (CT)
Wilson Campos, do Clube Náutico Capibaribe. O comerciante disse que não consegue
entender a razão de ainda haver pessoas que
criam animais silvestres em cativeiro, quando eles devem viver livre. E que, no caso da
iguana, o que mais o incomodou foi o fato
de ela estar, aparentemente, perto de colocar
ovos, período em que o animal fica muito
fácil de ser capturado. Daí não hesitou em
fazer a sugestão ao adolescente, de forma a
A
garantir que o animal retome em breve a
vida em liberdade.
“Me senti como um beija-flor apagando
um incêndio na floresta, mas certo de que
fiz a minha parte. Os animais têm que viver
livres. Você já imaginou: o passarinho, ao
invés de buscar seu alimento nas matas, ficar esperando, em cativeiro, que alguém decida a hora e o que ele deve comer?”, indagou, antes de lembrar cenas que, admitiu, o
emocionaram bastante na televisão: a de
pessoas tentando salvar baleias que encalharam no litoral Sul do Rio, há alguns meses. “Muito triste”, disse.
A iguana foi encaminhada para o Centro
de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da CPRH – que
fica também no bairro da Guabiraba –, onde
passará por um período de reabilitação,
antes de ser devolvida à natureza. Com ela,
foram outros três animais, também entregues à CPRH: outra iguana, macho, que
um motorista encontrou no quintal de sua
casa, nos Coelhos; um cágado de água doce,
com o casco quebrado, que uma moradora
de Dois Irmãos encontrou; e uma ave bacurau (Nyctidromus albicollis), com a asa direita fraturada, trazida por gestores da
Reserva de Vida Silvestre (RVS) Matas do
Sistema Gurjaú.
FOTOS: DIVULGAÇÃO/CPRH
A IGUANA foi encaminhada para o Centro de Triagem
de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara)
MEIO AMBIENTE
CPRH resgata um pintor-verdadeiro
em São José da Coroa Grande
Ave ameaçada de extinção foi encontrada com uma
moradora, que fez a entrega voluntária
Uma investida de reconhecimento em áreas
de municípios do Litoral Sul do Estado, em
preparativos para uma ação futura da Agência
Estadual de Meio Ambiente (CPRH), trouxe
uma boa surpresa: foi encontrado um pintorverdadeiro (Tangara fastuosa), ave que tem
uma plumagem incomum – com um colorido
que mistura sete cores vivas – e que está na
lista das espécies que correm risco de extinção.
A espécie foi encontrada com uma moradora de 79 anos, que, após conversa com
agentes do setor de fiscalização florestal da
Agência, concordou em entregar a ave para
que seja reabilitada no Centro de Triagem
de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), da CPRH, e depois seja devolvida à natureza. Ela foi encaminhada ao
Cetas, no bairro da Guabiraba, no Recife.
No retorno ao Recife, os agentes ambientais resgataram, em outras duas residências, dois sanhaçus, um guriatã e um papacapim, que também foram encaminhados ao
Cetas. Este ano, de janeiro a setembro, o
Centro de Triagem da CPRH já acolheu
6.993 animais silvestres, a maioria (5.985)
aves, muitas vítimas do tráfico. No mesmo
período, 4.781 animais (sendo 4.166 aves)
foram devolvidos à natureza.
Em agosto, o Cetas já havia acolhido
outro pintor-verdadeiro. A ave foi encontrada por uma moradora de Gravatá, no Agreste, com as penas das asas cortadas e uma
fratura na cauda. Foi tratada pela moradora,
que ao saber que tratava-se de uma espécie
ameaçada de extinção, fez a entrega voluntária à CPRH.
INFORMAÇÕES GERAIS: este ano, de janeiro a setembro, o
Centro de Triagem da CPRH já acolheu 6.993 animais
silvestres, a maioria (5.985) aves, muitas vítimas do tráfico