DOEPE 18/11/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIV • N0 216
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 18 de novembro de 2017
SAÚDE NEONATAL
INCLUSÃO SOCIAL
SES promove
Estado lança Comitê de Equidade
e Educação Popular em Saúde seminário sobre
Com isso, busca-se afirmar os princípios de equidade no SUS
e a garantia de acesso às ações e serviços de saúde para
toda população pernambucana.
F OTO : M IVA F ILHO
ESSE TRABALHO também visa a construção de bases pedagógicas para a formação de equipes de saúde
Governo de Pernambuco, por
meio da Secretaria Estadual de
Saúde (SES), lançou, na última
terça (14), na sede da SES, no Bongi, o
Comitê de Equidade e Educação Popular
em Saúde de Pernambuco. O grupo, formado por órgãos estaduais, instituições
de ensino, movimentos sociais e pelo
controle social, tem o objetivo de
articular, dar apoio técnico e monitorar
políticas públicas específicas voltadas
para a População Negra, LGBT, em
Situação de Rua e do Campo, da
Floresta e das Águas, além de trabalhar
Educação Popular em Saúde e as
Práticas Integrativas e Complementares.
“Pernambuco se destaca no cenário
nacional pelo pioneirismo dentro do
SUS, já possuindo coordenações que
auxiliam na implantação das políticas da
População Negra, das Práticas Integrativas e a LGBT, essa última existente
desde 2015 e tendo Pernambuco como
primeiro Estado do Nordeste a ter sua
política própria. A partir do Comitê,
queremos dar mais suporte e força ao
trabalho em curso, além de começar a
discutir outras políticas nacionais que
precisam ser efetivadas no nosso
Estado”, afirma o secretário estadual de
Saúde, Iran Costa.
Entre as políticas que serão trabalhadas pelo comitê está a Inclusão Social
da População em Situação de Rua e das
Populações do Campo, da Floresta e das
Águas. “Cada população possui suas
particularidades e precisamos discutir e
implantar ações de saúde que cheguem
até esse público, enfrentando a vulnerabilidade a que certos grupos populacio-
O
nais estão expostos, e trabalhando para
acabar com estigmas e preconceitos nos
serviços de saúde”, ressalta Iran Costa.
O secretário também reforça a
importância de atividades em educação
popular em saúde para que a população
conheça melhor o Sistema Único de
Saúde (SUS), saiba da sua importância e
auxilie na sua construção, fortalecimento e humanização. Esse trabalho de
educação também visa a construção de
bases pedagógicas para a formação de
equipes de saúde.
O comitê será formado pelas secretarias estaduais de Saúde, da Mulher,
Direitos Humanos e de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude.
Também fazem parte o Conselho
Estadual de Saúde (CES), movimentos
sociais, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e representantes de instituições de ensino, além de
técnicos dos comitês de saúde que já
possuem suas políticas implantadas,
como da População Negra e LGBT.
sária durante todo o processo de
readequação sexual. Além disso, vem
sendo reforçada a humanização do
acolhimento para lidar com as
especificidades de cada grupo. Já em
2017, foi publicada uma instrução
normativa para respeito ao uso do nome
social nos serviços de saúde do Estado.
POPULAÇÃO NEGRA – A Coordenação da Atenção à Saúde da População
Negra busca ampliar o acesso da
população negra residente nas áreas
urbanas, em particular nas regiões
periféricas dos grandes centros urbanos,
e os residentes nas zonas rurais, especialmente nas comunidades quilombolas, às ações e aos serviços de saúde.
Também promove a implementação e
fortalecimento das ações de atenção às
pessoas com doença falciforme, o que
significa a reorganização, a qualificação
do acolhimento e da assistência, na
dispensação farmacêutica e da atenção
diferenciada na internação.
POLÍTICAS PÚBLICAS – Pernambuco PRÁTICAS INTERATIVAS – São ações
é um dos cinco Estados brasileiros que
contam com um ambulatório especializado para a população trans. O Estado
também foi o primeiro do Nordeste a
criar uma Política Estadual de Saúde
Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais, lançada em
2015. Entre as ações da Política, está o
trabalho para aliviar o sofrimento, dor e
adoecimento relacionados aos aspectos
de inadequação identitária, corporal e
psíquica, nas travestis e pessoas transexuais, além de garantir a atenção neces-
que utilizam recursos terapêuticos,
baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir
diversas doenças. Neste ano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) já
capacitou profissionais de saúde do
sistema prisional em auriculoterapia.
A auriculoterapia consiste na técnica
de usar pontos na pele da aurícula
(ouvido externo) para diagnosticar e
tratar dor e condições médicas do
corpo, podendo ou não ser aplicada em
conjunto com outro tratamento.
prematuridade
O evento foi alusivo ao Dia
Internacional de Sensibilização
para a Prematuridade, lembrado
no dia 17 de novembro.
Em Pernambuco, por ano, mais de 16 mil bebês
nascem prematuros, representando aproximadamente 11% do total de nascimentos. Para alertar sobre a prevenção dos casos e uniformizar condutas nos
serviços de saúde, o Governo de Pernambuco, por
meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES),
realizou, na última quinta (16), o Seminário Prematuridade – Evitando Complicações, no auditório do
órgão, no bairro do Bongi.
Durante o seminário, a neonatologista do Hospital
Agamenon Magalhães (HAM) Liana Medeiros
abordou o tema “Hemorragia Intracraniana – Medidas Profiláticas”. “Entre os fatores que contribuem
para complicações na evolução desses pacientes e
para o surgimento de quadros de hemorragia
intracraniana está à imaturidade do sistema nervoso
central e o risco elevado de infecção. Queremos
abordar nesse encontro as diversas formas de
promoção da qualidade de vida dos bebês prematuros
para que possamos diminuir o risco de sequelas
futuras”, afirma Liana Medeiros.
Entre os assuntos que serão discutidos, há
também: “Evitando a hipotermia no transporte”,
ministrado pela neonatologista do Cisam e Hospital
Mulher do Recife, Manuela Abreu e Lima, e
“Fisioterapia – Intervenção Profilática”, com o fisioterapeuta do Hospital Barão de Lucena, Rafael
Justino da Silva. Profissionais de pediatria, neonatologia, enfermeiros e fisioterapeutas das unidades
neonatais, além de profissionais de saúde das
emergências, das redes municipal e estadual de
municípios da Região Metropolitana foram
convidados para o evento que será transmitido por
videoconferência para todas as Gerências Regionais
de Saúde (Geres).
A prematuridade é definida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como o nascimento antes
de 37 semanas de idade gestacional. Os recém-nascidos abaixo de 34 semanas são extremamente vulneráveis às complicações, especialmente na primeira
semana de vida. Bebês com essas características têm
maior risco de atraso no desenvolvimento da aprendizagem e questões de comportamento, paralisia
cerebral, retinopatia da prematuridade (alteração no
crescimento da retina), deficiências sensoriais e
motoras, risco de infecções respiratórias, doenças
cardiovasculares e diabetes. As estratégias preventivas envolvem os cuidados pré-natais e perinatais, a
fim de reduzir as taxas de nascimentos prematuros e
proporcionar sobrevida com qualidade. Desta forma,
é essencial o acompanhamento no pré-natal para
detecção precoce da gravidez de alto risco, proporcionando tratamento dos fatores desencadeantes do
parto prematuro.