DOEPE 12/12/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIV • N0 231
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 12 de dezembro de 2017
19O FestCine
Curta-metragem elaborado por
socioeducandos foi exibido em Festival
Danúbia Julião
Produção foi realizada dentro do projeto Cartas ao Mundão,
que levou oficinas de filme-carta e sessões cineclubistas aos jovens.
a última sexta-feira (8), juntamente com toda a plateia do Cinema São Luiz, socioeducandos
assistiram à exibição do curtametragem por eles criado, durante o projeto
Cartas ao Mundão, realizado em seis
unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). “De: Case Pacas
Para: Meninas de Santa Luzia” foi exibido
dentro da Mostra Competitiva de Formação
do 19o Festival de Curtas de Pernambuco
(FestCine), após ter sido selecionado entre
as 172 produções inscritas, e concorre ao
prêmio de R$ 2 mil.
Durante sete meses, o Cartas ao Mundão
levou oficinas de filme-carta e sessões cineclubistas a 60 jovens e adolescentes, propondo uma vivência prática com cinema,
através de exercícios, reflexões e debates
que aproximassem os participantes de uma
produção colaborativa. A ação culminou
com uma mostra coletiva realizada também no Cinema São Luiz, que reuniu todos
os filmes-carta e exercícios produzidos pelos estudantes nas oficinas, dentre eles o
que foi selecionado para o 19o FestCine.
O adolescente R.L.X.S, de 16 anos, é um
dos co-produtores do curta-metragem que
representa o Centro de Atendimento Socoieducativo (Case) Vitória de Santo Antão.
Ele também participou da mostra coletiva
realizada no fim do Cartas ao Mundão.
“Aquela foi a primeira vez que pisei em um
cinema. Foi muito bom ver todos assistindo
ao nosso filme e aplaudindo. A gente mostrou que todos nós, mesmo tendo cometido
erros, conseguimos voar. Esse momento
trouxe mais esperanças para o meu coração
e a consciência de que, para ser alguém na
vida, basta ter fé e seguir”, desabafou.
Para o coordenador geral do Cartas ao
Mundão, Caio Sales, estar mais uma vez no
Cinema São Luiz, para apresentar parte desse trabalho, foi histórico e a participação dos
adolescentes oportunizou o diálogo com outras produções que trazem outras experiências de mundo. “Esse filme escancara o
grande êxito do projeto e dos meninos. É um
filme muito carismático, onde eles expõem
seus gostos e sua cultura. Também é um filme-carta de amor. Nele se vê toda a criatividade dos alunos, com todas as cenas articuladas e pensadas por eles, além de parte da
trilha que é autoral, composta por uma rima
feita por um dos adolescentes”, destacou.
Na experiência vivenciada pelo Cartas
ao Mundão em 2014, o curta-metragem
produzido pelas adolescentes do Case Santa Luzia foi exibido na Mostra de Cinema
de Direitos Humanos do Hemisfério Sul,
no Festival de Cinema de Ouro Preto e no
FOTO: DIVULGAÇÃO/FUNASE
N
Festival de Curtas de Pernambuco, onde
ganhou um prêmio especial do júri.
“A Funase se sente agradecida aos idealizadores do Cartas ao Mundão, pois eles
oportunizaram aos adolescentes, uma vivência cultural rica, única, possibilitando um
protagonismo nas suas histórias de vida, produzindo algo novo, que nunca imaginaram
ser capazes de fazer. Este trabalho mostra o
quanto a cultura transcende uma realidade
dura e pode ser um instrumento de mudança
de vida para estes jovens”, destacou a diretora-presidente da Funase, Nadja Alencar.
Uma nova edição do projeto Cartas ao
Mundão está programada para começar no
início do próximo ano. O projeto conta
com o apoio da Funase e realização pela
Zentrum Produções, em parceria com o Inventar com a Diferença: Cinema, Educação
e Direitos Humanos e Gerência Geral de
Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania, da
Secretaria de Educação de Pernambuco e
da Federação Pernambucana de Cineclubes
(Fepec). Já o FestCine é realizado pelo Governo do Estado (Secult e Fundarpe), em
parceria com a Prefeitura do Recife.
“FOI MUITO bom ver todos assistindo ao nosso filme e
aplaudindo. A gente mostrou que todos nós, mesmo tendo
cometido erros, conseguimos voar”, (Adolescente R.L.X.S, de 16
anos, um dos co-produtores do curta-metragem)